Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 02

- Ludmilla tem problemas com ansiedade - Luisa falou risonha.

Brunna então segurou o joelho de Ludmilla que subia e descia freneticamente - Vai dar tudo certo. - Brunna olhou dentro dos seus olhos, aquele gesto passou uma confiança enorme para Ludmilla.

- Tudo bem - suspirou fundo e ficou repetindo esse gesto muitas vezes.

- Já pensou em fazer meditação? É realmente muito eficaz - Brunna abriu seu livro e voltou a ler tranquilamente

- Como você consegue ficar tão tranqüila? - Ludmilla agora voltava sua atenção para a morena.

- Anos de pratica. - Brunna respondeu tranquilamente sem tirar seus olhos do livro

- Sempre visita a casa dos seus clientes? - Luisa perguntou intrigada.

- Anos fingindo ser quem não sou - Brunna nem se preocupou em largar sua leitura. O que ela não percebeu foi a troca de olhares entre Ludmilla e Luisa. Ambas estavam curiosas sobre a morena de olhos castanhos, mas tinham medo de perguntar, por mais pacifica que Brunna se mostrava ser, ela ainda era intimidadora.

- Não cansa? - Ludmilla falou desta vez - Todo dia um rosto novo, sem nunca ter ninguém certo ao seu lado. Parece algo tão terrível, bom pra mim seria - Brunna tirou seus olhos do livro. Ludmilla tocou no ponto certo, em algo que ela se negava a pensar porque se não tornaria ainda mais deprimente tudo o que fazia. No inicio era muito bom, mas depois foi ficando massante e vazio, não a satisfazia mais e ai Ohana sua fiel escudeira largou a profissão para se casar com uma mulher que conheceu dentro de um taxi. Então Brunna ficou sozinha, mais do que já era, mas transparecia pouco sua solidão, apenas os mais chegados conseguiam ver.

- Tudo tem seu lado bom e seu lado ruim - Brunna se limitou a isso, não queria que ficasse tão na cara que era assim que ela se sentia

- Você tem namorado ou namorada? - Luisa perguntou

- Sem informações pessoais. - Brunna a cortou

- Eu aposto que não tem - Ludmilla desafiou e Brunna a encarou com um sorriso de canto

- Por quê?

- Se tivesse, não estaria trabalhando no feriadão - Era plausível o que Ludmilla disse, então Brunna apenas assentiu

- Você namoraria alguém como eu? - A pergunta de Brunna deixou Ludmilla sem resposta e sem reação, ela não esperava por aquilo, ela abriu diversas vezes a boca, mas nada saiu

- Eu namoraria - Luisa falou ao ver que a amiga estava tão atônita que não conseguia responder

- Namoraria uma pessoa que tem que beijar outras pessoas e algumas vezes vai para cama com elas por dinheiro? - Luisa se colocou a pensar, realmente era algo difícil. Era como dividir sua namorada com diversas outras pessoas - Nessa profissão não há lugar para relacionamentos, sem contar que sentimentos e emoções são coisas banais.

- Não são nada - Ludmilla falou indignada depois de acordar do transe. - Como pode dizer isso? Você vende isso.

- Não, eu vendo companhia e prazer. Se quer sentimentos e emoções a pessoa deve arrumar um namorado ou uma namorada. Se eu vendesse emoções e sentimentos eu me apaixonaria por todos os meus clientes, quando na verdade paixão e amor não existem - Brunna falando daquela forma só deixava Ludmilla ainda mais indignada.

- Quanta besteira, claro que existem, mas em proporções diferente. Diga a ela Luisa.

- Não me meta nisso - Luisa se colocou de fora da discussão, ela sabia o quanto Ludmilla era romântica e sonhadora. Já Brunna, parecia uma destruidora de corações sem coração.

- Essa é a minha visão dessas coisas bobas, quer romance compre um livro, esses escritores escrevem tudo o que não podem viver. Essa tal de John Green...

- Não se atreva - Ludmilla levantou o dedo indicador fazendo com que Brunna parasse de falar. - Ele é meu amigo e escreve livros maravilhosos.

Brunna a encarou - Ser seu amigo não vai mudar o fato de que eu acho os livros dele ruim.

- Como pode dizer isso, esse tipo de literatura é...

- Chata e entediante - Brunna a interrompeu

- Ok, ok, Chega vocês duas.

- Mas você ouviu o que ela.. - Ludmilla interrompeu Luisa

- Sim eu ouvi, cada um tem seu ponto de vista, nem Jesus agradou a todos. Então vamos seguir em frente, não vamos mais falar de livros. - Luisa tentou colocar ordem, pois sabia que aquela discussão iria render bastante.

- Eu li seu livro - Ludmilla arregalou os olhos quando Brunna pronunciou aquelas palavras

- Mentira - Aquele livro nem era mais vendido, havia saído das lojas havia uns seis meses.

- Sim, eu comprei pela internet, ele...

- chegamos - o motorista do taxi com um sotaque paulista avisou, interrompendo Brunna.

Na porta os pais de Ludmilla já a esperavam ansiosos para ver sua filha mais velha e sua nora. Ludmilla havia feito tanto suspense que os deixou ainda mais intrigados.

A conversa delas foi encerrada porque Luisa e Ludmilla logo saltaram para fora do taxi ansiosas, deixando Brunna ali sozinha.

"Eu ainda tenho que pagar o taxi, o que vem depois, pagar o jantar, emprestar o casaco e levá-la apenas até a porta de casa" - Brunna retirou trinta reais da carteira e pagou ao taxista.

Ao descer notou Ludmilla agarrada aos seus pais, ela reconhecia porque Ludmilla mostrou a foto para ela. Com a ajuda do taxista começou a retirar as malas do porta malas e foi colocando na calçada.

- Obrigada - falou quando o motorista trouxe a ultima mala.

- Mãe e Rê eu quero apresentar uma pessoa - Brunna sabia que aquele era o momento. Se virou sorrindo, mas não podia negar que estava internamente nervosa, era a primeira vez que ia conhecer os pais de alguém. - Esta é Brunna Gonçalves, minha namorada - Ambos ficaram olhando para Brunna por um longe tempo. Avaliando e estudando a mulher. Logo ambos quase que ao mesmo tempo abriram um grande sorriso o que fez Brunna se sentir aliviada.

"Por que a opinião de dois desconhecidos sobre mim é importante?" - Aquela pergunta rondava sua cabeça

- Ela é linda Lulu - Renato deu uma piscadinha para enteada que corou violentamente.

- Prazer senhor e senhora Oliveira - A boca dos dois caíram quando ouviram o sotaque de Brunna.

- Britânica? - Silvana perguntou surpresa

- Sim senhora - Brunna sorriu de canto.

- Mãe, ela tem um super poder - Ludmilla correu e se agarrou no braço de Brunna - Fale como nós - Brunna franziu o cenho.

- Como vocês? - Brunna então estava falando no perfeito sotaque português, fazendo Renato soltar uma alta gargalhada

- Isso é muito legal, você sabe imitar o sotaque alemão? - Renato perguntou divertido

- Heisenberg - Brunna falou fazendo o padrasto e a enteada rirem. - Parece que não sou só eu que assisto Breaking Bad.

- Ela é perfeita Lulu - Renato piscou para enteada - Você gosta de futebol?

- Vasco - Brunna falou animada.

Renato negou - Se quiser fazer parte desta família você precisa torcer para o Flamengo - ele passou o braço em torno do ombro de Brunna - Pelo menos minha nora curte futebol - Renato falou quando Caio, noivo de Luane saiu da casa.

- Deixe o garoto - Silvana deu um tapa no braço do marido - Brunna querida, quer comer alguma coisa? Está cansada?

- Estou sim um pouco cansada, mas acho que vou aceitar comer alguma coisa antes. - A mulher segurou o braço de Brunna e a puxou para dentro de casa - Eu vou ajudá-los com as malas

- Deixa, Caio é forte e Renato é um bom supervisor - Silvana falou divertida

- Eu ouvi isso mulher - A voz do homem mais velho pode ser ouvido do lado de fora da casa.

Fazia tempo que Brunna não vivia numa atmosfera familiar como essa. Onze anos para ser exata. Caminharam para dentro de casa, Brunna estava a procura de Ludmilla, mas ela havia ficado do lado de fora da casa com Luisa, pois sua amiga iria para sua casa que ficava na esquina.

- Parece que seus pais gostaram dela - Luisa falou sorridente

- Eu deveria estar me sentindo péssima por isso? - Ludmilla se sentia culpada porque depois desses quatro dias seus pais nunca mais ouviriam falar de Brunna.

- Apenas aproveitei esses quatro dias, tira casquinhas e se aproveita bem daquela morena. - Luisa falou divertida

- Você sabe que não é assim né Luisa?

- Ela disse, carinhos e beijos fica por sua conta, agora se quiser levar ela pra cama ai vai ter que morrer mais três mil reais. - Ludmilla revirou os olhos fazendo Luisa gargalhar - Se você quiser tirar as teias de aranha amiga, eu pago pra você, porque Brunna mesmo parecendo fria, deve ter uma puta de uma pegada.

Ludmilla não queria falar sobre aquilo, nem se quer tinha pensado no fato de ter que beijar Brunna - Chega dessa conversa, vai pra casa toma banho e volta. Meu padrasto está fazendo churrasco por conta desse jogo idiota e o pessoal já vai chegar.

(...)

O churrasco estava rolando, os Sonza's chegaram antes do inicio do jogo, junto com eles Luisa. Caio tentava acompanhar o jogo, mas ele sempre soltava um "Rugby é bem melhor" o que fazia Renato chamar sua atenção. Brunna estava naquele meio, geralmente ela assistia os jogos com Ohana, que era a escandalosa das duas, mas nesse caso quase todos os homens eram escandalosos ali, menos Caio.

Ludmilla estava do outro lado conversando com a mãe e sua tia Eliane, já que Luisa estava dentro da casa com os irmãos, que ela tanto amava.

- Isso... isso... Gol! - Renato pulou da cadeira

Um homem branco e de cabelo curto entrou. Brunna o conhecia apenas por foto, mas sabia bem quem era, Xerxes Frechiani. Ele foi cumprimentando todo mundo, mas antes que ele pudesse chegar em Ludmilla, ela entrou na casa. Xerxes então seguiu para onde eles estavam assistindo futebol.

- Aposto dez reais que ele vai errar esse chute - Brunna falou no automático. Era assim que ela deixa as coisas mais interessante com Ohana.

- Estou dentro, ele vai acertar - Jefferson falou

- Uma mulher que assiste futebol - Xerxes sorriu para Brunna, mas ela permaneceu séria

- E ai Xer, demorou - Caio falou o cumprimentando

- Precisei fazer umas coisas antes.

- Dobro a aposta, ele vai acertar esse chute - Brunna sorriu. Ela sabia que pelas estatísticas as chances do jogador acertar esse chute com aquele vento era de 60%, mas como ela conhecia aquele jogador e sabia que ele não era tão bom as chances dele ficavam em 30%.

Ela tirou vinte dólares do bolso e colocou em cima da mesa. Os homens fizeram a mesma coisa.

- Vou entrar nessa também, vou ficar do seu lado olhos castanhos - Caio colocou o dinheiro em cima da mesa.

- Ainda bem que sabe escolher o lado vencedor - Brunna falou convencida e o apito soou. O homem correu em direção a bola e chutou, ela foi indo, mas na metade do caminho ela desviou e saiu pela lateral esquerda. - Quarenta reais pra você e quarenta pra mim.

- O que você está fazendo? - A voz de Ludmilla a assustou. Brunna apenas colocou o dinheiro no bolso.

- Nada - Os homens se olharam e sorriram - Foi só uma aposta para deixar as coisas mais divertidas.

- Nada de apostas na minha casa - aquilo soou tão frio e distante, nem pareciam que as duas tinham um relacionamento, Ludmilla estava quase estragando tudo. - Essas são as regras da minha casa, por favor, as respeite. - Ludmilla bsaiu batendo o pé. Brunna não entendeu bem o "por que" daquilo, afinal havia sido uma aposta boba. Ficou ali até terminar o jogo.

Ludmilla não voltou a falar com Brunna, quando Renato e Jefferson estavam recolhendo a churrasqueira, Xerxes e Caio conversavam animados, as vezes Brunna percebia o olhar de Xerxes em Ludmilla.

"Serão quatro longos dias" - Brunna se levantou e foi até Ludmilla que conversava com Luane.

- Oi - ela falou ao chegar perto das duas

- Oi Brunna - O olhar de Luane queimou sobre Brunna, mas ela ignorou

- Posso falar com você? - Ela se virou para Ludmilla que apenas assentiu. Elas se afastaram dos outros - Se você continuar toda fria e distante isso não vai dar certo, eles vão desconfiar.

- Eu não sei como agir, estou enganando minha família, me sinto uma farsa. - Ludmilla desabafou.

- Você quer desistir?

- Não! - Ludmilla falou um pouco mais alto - É só que... eu não sei como agir - ela soltou um longo suspiro

- Então é nessa parte que minha experiência entra - Brunna sorriu de canto e se aproximou de Ludmilla - Temos que fingir que somos intimas, você me tratando como uma visita indesejada só vai dá a entender que realmente não temos nada. - As mãos de Brunna foram parar na cintura de Ludmilla, que começou a ficar nervosa com aquela aproximação

- E-eu n-nunca fiz isso - o rosto de Brunna começava a ficar perigosamente mais próximo do de Ludmilla - Com uma m-mulher - A respiração descompassada de Ludmilla demonstrava desconforto, mas Brunna precisava fazer aquilo, era uma forma das duas se tornarem mais intimas e destravar um pouco Ludmilla.

- Precisamos fazer isso - Brunna falou próxima da boca de Ludmilla

- Apenas faça - Ludmilla respondeu com um sussurro, se Brunna não estivesse tão próxima dela não conseguiria ouvir. Brunna diminuiu ainda mais a distancia e deixou Ludmilla dar o ultimo passo.

Ludmilla alternava o olhar entre os olhos e a boca de Brunna, sentia seu coração bater rápido dentro do peito. Brunna nem piscava ao olhar para sua boca, mas as vezes desviava o olhar para os seus olhos. Como Brunna não avançou mais, Ludmilla quem o fez, foi como uma corrente elétrica corresse pelo corpo das duas, saindo de uma e entrando na outra. Nem em um milhão de anos Ludmilla imaginaria que beijar uma mulher poderia dá essa sensação tão boa e Brunna nunca havia experimentado uma boca tão macia e deliciosa como a de Ludmilla. Por isso ela acabou aprofundando o beijo, pedindo passagem com sua língua, Ludmilla não pensou duas vezes em ceder. As duas desfrutavam daquele beijo cheio de sensações, Brunna levou Ludmilla de encontro a uma arvore próxima que havia ali. Suas mãos ainda seguravam firmemente na sua cintura, enquanto as mãos de Ludmilla massageavam docilmente sua nuca. Por falta de ar elas precisaram finalizar o beijo, mas nenhuma abriu os olhos.

- O que foi isso? - Ludmilla perguntou ofegante

- Um beijo - Brunna respondeu como se fosse óbvio. Mas ela sabia que não havia sido apenas um beijo, nunca havia beijado seus clientes dessa maneira, ela nem se lembrava de ter tido tantas sensações diferente em um beijo em toda sua vida.

- Ludmilla! Sua mãe está chamando para o jantar - Xerxes se aproximou e encarou as duas, ele estava com o rosto vermelho e não tinha uma expressão muito boa.

- Muito obrigada, já vamos entrar - Brunna voltou a se virar para Ludmilla e lhe dá um selinho, provocando ainda mais o homem.

- Ela pediu para não se atrasar - ele falou ainda parado ali.

- Já estamos indo - Ludmilla respondeu ainda na mesma posição. Tanto ela quanto Brunna, nenhuma havia se mexido. Brunna voltou a se inclinar e selou seus lábios com os de Ludmilla, no inicio do beijo ela olhou disfarçadamente para Xerxes saindo furioso e entrando dentro de casa. Ela não conseguiu segurar o riso e acabou separando o beijo. - Ele saiu daqui furioso - Ela falou divertida, Brunna deu um sorriso de canto e um pouco decepcionada. Ludmilla queria fazer ciúmes ao ex, o que significava que ela ainda se importava com ele.

- Vamos entrar, eles estão nos esperando - Brunna se afastou e o corpo de Ludmilla reclamou, assim que uma brisa gélida bateu em seu corpo. Brunna seguiu na frente, mas antes de entrar em casa esperou por Ludmilla, que decidiu segurar sua mão.

- Olha elas ai - Renato falou animado - Brunna, sente-se perto de mim - O homem puxou Brunna para se sentar perto dele - Como sabia que ele iria errar o chute? - Ludmilla foi para a cozinha.

- Estatística e probabilidade, Ele tem uma boa perna, mas não tem técnica e passa mais tempo na farra do que treinando, se ele fosse realmente bom iria notar que o vento estava forte de mais e ele tinha que chutar um pouco mais para a direita.

- Ela entende de futebol - Xerxes falou debochado - Parece realmente perfeita.

- Brunna você trabalha com o que? - Caio veio da cozinha e colocou uma vasilha com purê de batatas na mesa

- Eu tenho alguns prédios e imóveis por todo Rio de Janeiro. - Aquilo não era mentira, Brunna investia seu dinheiro em imóveis, o que rendia bastante dinheiro.

- Prédios comerciais ou residenciais? - Renato perguntou

- Tenho um shopping na Barra da Tijuca, prédios que algo para o comércio e algumas casas e apartamento. Estão interessados? - Lauren perguntou divertida

- Não, só quero saber se pode dar um bom futuro para minha enteada - Renato deu um breve tapa nas costas de Brunna e sorriu.

- Desconfiei que era rica, pelo seu rolex de oitenta mil reais. - Caio falou apontando para o relógio chamativo no braço de Brunna.

- Você é vendedor de relógios? - Brunna perguntou em um tom divertido

- Sim - Caio respondeu rindo. - Trabalho com relógios nacionais e importados, tenho minha própria loja.

- Isso é bem legal, gostaria de poder passar lá qualquer dia para ver o que você tem. - Relogios eram o ponto fraco de Brunna.

- Sei que você deve ser uma mulher ocupada, mas você com certeza deve vir no natal com a Milla, então eu te mostro e ainda faço um super desconto se quiser levar algo. - Brunna sorriu e assentiu. Ela não voltaria no natal, então ela nunca ganharia esse super desconto e muito menos teria um relógio novo.

- O jantar está servido - Silvana entrou na sala de jantar junto com as duas filhas, Ludmilla carregava uma bandeja e um prato grande, Brunna levantou para a ajudá-la.

- Obrigada - A carioca falou sorrindo de canto. Brunna puxou a cadeira pra ela se sentar.

- Eu me sinto um lixo perto da Brunna. - Caio falou divertido.

- Porque você é - Luane rebatou - nem abre mais a porta do carro pra mim, imagine daqui a cinco anos, eu terei que pagar a conta.

- Amor, desculpa. Sabe como eu sou esquecido. - Brunna riu daquela cena. Caio parecia ser uma boa pessoa e era difícil encontrar pessoas que ela simpatizasse logo de cara. - Brunna você chegou a essa família para criar discórdia - ele falou divertido

- Eu sinto muito, mas culpe a Ludmila por isso. - Brunna respondeu no mesmo tom

- Ei! Eu não tenho culpa se minha namorada é mais cavalheira que você. - Ludmilla segurou a mão de Brunna por cima da mesa. Aquele beijo com Brunna com certeza havia ajudado bastante para ela se soltar, se sentia mais confortável com a presença da morena e com o fato de ter que compartilhar momentos íntimos. Quem não gostava nada disso era Xerxes. Não entendia como e porque Ludmilla tinha chegado aquele ponto, sentia seu ego ferido e sua masculinidade diminuída. Ludmilla o trocou por uma mulher, era o que ele pensava a cada troca de carinho que as duas tinham.

(...)

A sexta-feira havia chegado. As preparações do casamento estavam a mil. Hoje seria o ultimo dia para a prova do vestido da noiva e para a madrinha, que seria Ludmilla, e as damas de honra experimentassem os seus vestidos e a costureira dá o ultimo retoque. Todas as mulheres, inclusive Brunna estavam na loja. Brunna estranhou o fato de não haver nenhum parente do noivo ali. Mas fora isso tudo estava normal, até uma morena segurando duas bandejas de café entrar no recinto, ela era parecida com Ludmilla, mas seu cabelo era maior e mais liso. Suas pernas eram mais torneadas, deveria malhar e com certeza aqueles olhos de predador, não brincavam na arte da conquista, resumindo ela era completamente oposto de Ludmilla. Brunna levantou-se e foi ajudar com os cafés.

- Obrigada. – A mulher deu um sorriso branco, que se Brunna não tivesse de óculos escuros ela iria ficar cega.

- De nada – Brunna levou os cafés até a mesa.

- Você é...

- Brunna Gonçalves. – ela estendeu sua mão e quando a mulher também estendeu a sua, a morena de olhos castanhos apertou com delicadeza.

- Ana Oliveira – Não era uma novidade para ela ser parente de Ludmilla.

- Ana, você está atrasada. – Silvana apareceu de repente puxando a mulher – Ah, vejo que já conheceu a nova namorada de Ludmilla  - Ana ficou completamente surpresa em ouvir aquilo. Sua priminha perfeita estava namorando uma mulher, aquilo era muito ousado para Ludmilla. Limitou-se a balançar a cabeça pra não fazer nenhum comentário na frente da tia - Vá experimentar sua roupa. – Silvana falou após perceber que não podia se prolongar na conversa porque já estava tarde.

- Tia,  eu trouxe o café que a Luisa pediu, trouxe mais porque não sabia quem mais fosse querer – eram quatro copos de café preto.

Brunna se acomodou e começou a ler seus e-mails e mensagens de texto. Ela não compraria vestido novo para o casamento de pessoas as quais ela nunca mais veria na vida depois daquele final de semana. Ela viu que Ohana havia lhe enviado três mensagens, na verdade haviam sido mais, mas Brunna resolveu ignorá-las

“Pare de ignorar minhas mensagens e responda. Ela é bonita?” [09:08 a.m]

“Brunna porque diabos você não responde a porra da mensagem, custa me dizer ou está com medo de dizer que ela é bonita e eu vá roubar sua cliente “peculiar” :)” [09:22 a.m]

“Ela é esquisitona e você está querendo poupá-la?” [10:01 a.m]

Ohana era uma mulher muito insistente, Brunna precisava admitir isso, contando com as três foram vinte e oito mensagens, desde o momento que Brunna partiu de Ipanema.

“Todos meus clientes são belos a sua maneira, sabe que nunca sai com nenhum deles por aparência, mesmo esse maldito boato de que eu só escolhia pessoas bonitas, rolasse. Ludmilla é uma mulher peculiarmente bonita. Ela é do tipo que tropeça em seus pés e no fim parece um filhote de cachorro. Ela tem um senso de humor um tanto estranho, mas admito que todos meus clientes e pessoas do meu meio social, ela consegue me fazer rir. Agora falando de maneira menos profissional, Camila é bonita, tem uma bunda enorme, mas não ‘uma bunda enorme que horror’ ela tem ‘uma bunda enorme maravilhosa’ isso jamais deve ser comentado com Rebecca, porque sabemos que ela irá contar isso para amiga da Ludmilla, vulgo Luisa, que entregou meu cartão para ela” [10:29 a.m]

Brunna riu da própria mensagem, não importava quanto tentasse ser profissional ou formal com Ohana em horário de trabalho, mas não conseguia. Ficou um tempo olhando seus e-mails, teria muita coisa para fazer na segunda-feira. Um cano furado numa casa que está para alugar, a corretora não prestaria os serviços e isso lhe dava incríveis dores de cabeça.

- Tudo bem? – a voz de Ludmilla chamou sua atenção. Brunna levantou a cabeça e olhou para a mulher que estava vestida com um vestido azul, com um decote um tanto generoso, mas o vestido ficou realmente lindo em Ludmilla.

- Sim. O vestido ficou muito bom – Brunna falou gentil – Já fez os ajustes?

- Não foi preciso, ele coube certinho.  Só acho que aqui atrás poderia ser um pouco mais largo – Ludmilla virou de costas para Brunna num ato inocente, para mostrar como o vestido estava apertado na parte de trás. Brunna encarou por longos segundos a abundancia de Ludmilla e quando percebeu o que estava fazendo soltou um pigarro e levantou-se.

- Existem duas escolhas, a primeira implica em receber olhares de cobiça de todos os homens e algumas mulheres da festa. – Brunna ficou de frente para Ludmilla. – e a segunda, tentar deixar uma parte atrativa do seu corpo disfarçada, mas acho que mesmo assim irá atrair atenção. – Ludmilla sabia do que Brunna estava falando, por isso suas bochechas coraram.

- O que você acha? – Ludmilla perguntou tímida.

- Se eu não estivesse aqui como sua namorada diria que não deveria soltar as pinces do vestido, mas como estou aqui como sua namorada, presumo que sentir ciúmes faça parte do pacote contratado.

- Então sem pince. – Brunna deu uma ultima olhada. Ela realmente queria que a pince ficasse, mas como mandava o papel que ela se propôs fazer, deveria sentir ciúmes e no fundo achava melhor não ter tantos homens olhando para a bunda de Ludmilla. – Vem comigo – Ludmilla pegou a mão de Brunna e a arrastou para dentro do provador. – Tira essas pinces da parte de trás, pra deixar ele mais soltinho, por favor – Camila pediu a uma das costureiras.

- Mas ta ótimo, Bru – Luisa falou.

- Brunna acha melhor sem pince – Camila sorriu para amiga e Luisa encarou Brunna franzindo a sobrancelha.

- Sua namorada é uma chata – Luisa falou sorrindo. Brunna se limitou a sorrir e acenar. – Se eu tivesse namorando a Ludmila, com certeza eu iria esfrega a bunda dela na cara de todo mundo.

- Luisa! – Ludmilla a repreendeu – Meu Deus – murmurou com vergonha. Brunna não iria responder, mas percebeu que Silvana e Luane estavam olhando.

- Se você sai por ai esfregando um diamante na face de todos, é quase como um convite para que venha um ladrão e o roube. Por isso eu prefiro guardar com cautela meus diamantes, assim não haverá ladrões tentando roubar o que é meu. – Brunna pegou a mão de Ludmilla e deu um beijo casto. A carioca sentiu seu rosto ruborizar e sorriu para Brunna.

“Droga Brunna, facilita” – Ludmilla pensou ao olhar para a morena. Desde o dia anterior Ludmilla não parava de pensar no beijo das duas

- Brunna eu estou quase desistindo desse casamento e roubando você da Ludmilla – Luane disse sorrindo

- Realmente é um pacote excelente – Ana falou da parte de trás do provador. Ludmilla virou o rosto e o olhar das duas se encontraram. Brunna percebeu na hora a rivalidade entre as duas. Ludmilla e Ana possuíam uma rivalidade desde crianças. Ambas tinham a mesma idade, estudaram na mesma sala, mas eram de mundos diferente, Ana ia a festas e ficava bêbada quase todo final de semana. Ludmilla adorava estudar e ler, não tinha muitos amigos, mas se considerava feliz com os poucos que tinha. Ana sempre ficava com os meninos que ela gostava, o único que não conseguiu foi Xerxes, mas anos depois ele a traiu. Nunca ficou sabendo com quem, mas foi doloroso.

- Pode ter certeza que sim – Ludmilla rebateu se ajeitando no local. Ana começou a tirar o vestido e por mais que o corpo da mulher fosse atraente, Brunna desviou o olhar na hora. Ludmilla fez uma dancinha interna.

“Muito bem Brunna, não dê moral para essa vadia” – Ludmilla pensou sorrindo. Brunna ao perceber o sorriso da carioca, constatou que fez certo em não olhar e não conseguiu impedir um sorrisinho, mas disfarçou abaixando a cabeça.

“Quantos anos ela tem mesmo?” – Brunna pensou sorrindo.

- O casal é tão grudento que nem pra costureira fazer o trabalho dela, se largam – Luisa falou brincando e foi só então que as duas perceberam que ainda estavam de mãos dadas. A primeira reação de Ludmilla foi tentar afastar a mão, por conta do ciúmes, mas Brunna segurou firme, se ela fizesse isso, todas perceberiam. A morena de olhos castanhos negou brevemente com a cabeça para Ludmilla entender. Mas este movimento e a estranha troca de olhares entre as duas não passou despercebido por Ana. – Você vai comprar o terno junto com o noivo, os padrinhos e o padrasto da noiva? – Luisa falou rindo.

- Eu irei de vestido. – Brunna falou normal.

- Seria legal você ir de terno – Luisa estava apenas provocando. Ludmilla não contou para ela do beijo, ela ficou sabendo por Luane, porque Xerxes contou para Caio. Então resolveu implicar com as duas. – Ficar ao lado de Ludmilla na fila do altar.

- Ham? – Brunna olhou para Ludmilla.

- Luisa para com isso. Não é preciso, eu terei que entrar com o padrinho.

- Xerxes – Ana completou, esperando a reação de Brunna.

- Meninas... – Caio saiu entrando no vestiário e Luane o fuzilou com olhar. E se alguém ali estivesse sem roupa, ele iria ver. – Estamos escolhendo os ternos do outro lado da rua e pediram para eu vir avisar que vamos todos almoçar juntos.

- Caio, isso é um provador feminino, você não pode sair entrando assim – Luane falou o repreendendo. O rapaz moreno passou a mão pelo cabelo. Ele era um pouco desligado, mas não havia feito por mal.

- Eu... sinto muito – ele falou sem graça

- Está tudo bem, todas estão vestidas – Brunna falou para tranqüilizar o rapaz. – Quer que eu faça as reservas? Posso ir procurar um restaurante enquanto todos terminam.

- Está saindo melhor que a encomenda – Caio abraçou Brunna pelos ombros. – Mas o Renato já fez isso.

- Caio, você não acha que Brunna deveria usar terno e entrar com Ludmilla? – Luisa falou rindo

- Chega de brincadeira Luisa. Brunna já tem sua roupa – Ludmilla a cortou e Brunna suspirou aliviada

- Na verdade seria uma ótima idéia – Todos os olhares se viraram para ele naquele momento – É que o Ricardo sofreu um acidente esquiando e quebrou as duas pernas e não poderá vir. E eu não conheço mais ninguém para substituir ele em cima da hora. – O rapaz passou a mão nos cabelos novamente, aquele era uma to claro de seu nervosismo – Mas você terá que entrar com a Ana.

- Não mesmo. – Ludmilla falou descendo da pequena banqueta. – Brunna não precisa usar terno, ela é mulher, ohhh – Ludmilla apontou para Brunna – E se ela for entrar com alguém tem que ser comigo. – Ludmilla cruzou os braços e sem querer se espetou num dos alfinetes – Ai.

- Cuidado – Brunna descruzou os braços dela. Ela olhou para o rapaz que estava vermelho como um camarão, Caio tinha sérios problemas para se impor, era perceptível a quilômetros.

- Eu estava brincando e a situação ficou séria – Luisa falou rindo. – Calma Lulu – Luisa se aproximou. Ela estava ciente da rivalidade de Ludmilla com Ana, por isso Ludmilla explodiu, mas no fundo, ela não queria deixar Brunna entrar com ninguém. Brunna olhou para Caio e sentiu pena do homem, seria pau mandado o resto de sua vida, mas era uma ótima pessoa.

- Se for um terno feminino eu aceito. – Brunna se pronunciou.

- Você disse que havia trago roupa. – Ludmilla falou.

- Está tudo bem, não tem problema.

- Claro que tem problema. – Ludmilla se virou raivosa para Brunna. A morena de olhos castanhos ficou sem entender muito bem, mas apenas ficou calada.

- Ok, porque não vamos tomar champanhe? já terminamos aqui – a costureira chefe falou. Ela já havia terminado o vestido da noiva e o clima não era dos melhores. Todos saíram e só deixaram as duas.

- Isso é sério? – Brunna perguntou cautelosa.

- Claro que é. Acha mesmo que vou deixar você entrar com ela? – Ludmilla gesticulava enquanto falava.

- Ah o problema é com sua prima. Percebi uma certa rivalidade entre vocês. – Brunna sorriu. – Sabe essa crise, veio em boa hora. Ela havia nos encarado na hora que você iria puxar sua mão. – Brunna se sentou e cruzou as pernas.

- Você não vai entrar com ela e ponto final – Ludmilla bfalou caminhando até o espelho e puxou o cabelo para o lado. Brunna entendeu o recado e foi até ela, abrindo o zíper do vestido. Por um momento sentiu vontade de deixar um beijo na nuca exposta da carioca, era tão atrativa.

- Posso conversar com Caio e pedir para entrar com Luisa ou com qualquer outra.

- Só com Luisa. – Ludmilla virou-se de frente para Brunna. Ela teria tirado o vestido, mas ficou com vergonha de Brunna ver seu busto exposto. – Luisa é minha amiga a muito tempo, eu confio nela. – Brunna se sentiu estranha, parecia realmente um relacionamento, no fundo não era tão ruim, mas mesmo assim era apavorante – Eu sempre fui muito ciumenta com Xerxes, então com você não pode ser diferente – A carioca explicou o porquê, na verdade deu uma pequena desculpa do porquê e Brunna apenas assentiu. – Você pode virar? por favor.. preciso me trocar – a mais nova falou. Brunna segurou o riso, porque mesmo que virasse a parede era espelhada, ela poderia ver tudo.

Quando Ludmilla começou a abaixar o vestido e foi expondo levemente seu corpo, a morena sentiu seu coração dispara. Ludmilla tinha um corpo lindo, mesmo sendo desleixada com a aparência. Naquele momento os cabelos bagunçados e o rosto livre de maquiagem, deixavam a cena ainda mais sensual para Brunna. Ludmilla não era superficial, ela era como um nervo exposto, ela era ela mesma 24 horas do dia, mesmo que tentasse fingir, Ludmilla simplesmente voltava ao seu original em poucos minutos. Quando Ludmilla levantou o olhar percebeu que a parede era espelhada, mas Brunna olhava para baixo. Seu rosto corou na hora, só no simples pensamento que a morena pudesse ter a olhado seminua.

Depois de toda aquela tensão sexual dentro do provador, as duas iam saindo, mas Brunna tratou de pegar a mão de Ludmilla, estava um pouco sem graça com o contato.

- Pensei que fossem demorar mais. – Luisa falou de uma forma maliciosa. Ludmilla estava querendo seriamente da um soco nela.

- Nossa conversa foi rápida – Brunna deu um beijo casto na têmpora de Ludmilla que sorriu involuntariamente com aquilo. Caio parecia incomodado e Ludmilla deu um passo a frente indo até ele, sabia que ele não havia feito por mal, mas nunca deixaria Brunna entrar com Ana, não daria esse gostinho a ela.

- Caio, podemos conversar rapidinho? – O Mineiro assentiu e eles foram para um canto. – Conversei com Brunna sobre a situação...

- Sinto muito se causei problemas entre vocês – ele falou sem graça

- Está tudo bem – Ludmilla o tranquilizou – Ela irá ficar no altar com a gente, mas só se ela for acompanhante de Luisa – Ludmilla foi direta e o rapaz ficou pensando, quanto isso custaria se ele pedisse para Sofi trocar tudo em cima da hora.

- Você fala com sua irmã? – ele deu um sorriso sem graça

- Pode deixar, com Luane eu me resolvo, mas você não pode deixar Brunna entrar com Ana. – Caio assentiu sorrindo. – Agora vamos lá dar a noticia para Brunna – os dois voltaram rindo, mas deram de cara com uma cena um tanto estranha. Brunna estava atrás de Luane, enquanto Silvana, Luisa, Ana e mais duas amigas de Luane estavam prestando atenção.

- Brunna, eu te achei tão legal, mas agora vou ter que quebrar sua cara – Caio falou divertido.

- Brunna está mostrando como aliviar dores na lombar. – Luane disse. Brunna fez um movimento um pouco mais bruto e Luane soltou um suspiro de alivio – E funciona.

- Viram? – Brunna falou para as outras mulheres e elas assentiram.

- Eu também estou com uma dor nas costas – Luisa colocou as mãos na cintura.

- A gente passa e compra um remédio para você – Ludmilla puxou Brunna pelo braço – Agora Brunna precisa ir com Caio. – Ludmilla deu um selinho na morena que a pegou de surpresa. Realmente Ludmilla era uma caixinha surpresa. Ela primeiro era completamente tímida e tentava cortar o contato físico entre as duas, mas minutos depois estava lhe dando selinhos surpresa e abraçando seu pescoço. A carioca se aproximou do ouvido de Brunna – Não se preocupe, eu pago o aluguel do terno – Brunna abraçou a cintura de Ludmilla.

“Claro que irá pagar” – Brunna deu um beijo leve no pescoço de Ludmilla disfarçando. Mesmo sendo diferente, Ludmilla ainda era sua cliente e ela não gastaria seu dinheiro com roupa pra um casamento de pessoas que acabou de conhecer. As duas se soltaram e Brunna foi em direção a Caio que olhava pra elas sorrindo – Vamos? – eles saíram da loja indo em direção a loja da frente.

Luane correu para perto da irmã rindo e pegou as mãos da irmã. Ludmilla sabia que ela iria falar alguma coisa constrangedora.

- Lulu, que pegada ela tem ein.

- Ah meu Deus Luane – Ludmilla corou, mas não com o que Luane havia lhe dito e sim com pensamento de Brunna lhe dando uma pegada daquelas. – Seu futuro marido acabou de sair. – A carioca mais nova revirou os olhos.

- Quando a mãe disse que você iria trazer uma namoradA – Ela ressaltou o final da frase – Pensei que era porque estava com medo de aparecer aqui sozinha e convidou uma amiga, mas com a pegada de Brunna e a forma que ela olha pra sua bunda, com certeza ela ta longe de ser uma amiga.

- A forma que ela olha pra minha bunda? – Ludmilla falou sem pensar, mas logo começou a se bater mentalmente.

- Ludmilla é lerda. – Luisa a ajudou. – Levou um tempão pra perceber que Brunna queria ser mais que amiga dela no começo. – Luane soltou uma gargalhada. – E sim querida, ela encara sua bunda como se fosse um cachorro na porta da padaria olhando um frango assado. – Luisa falou no ouvido de Ludmilla após Luane se afastar.

- Acho que vocês estão vendo demais – ela tentou rebater para Luisa, que apenas negou sorrindo.

- Minta para si mesma. – Luisa se afastou delas.

Do outro lado da rua Caio e Brunna estavam nos provadores com seus respectivos ternos. Brunna não tinha problemas em usar um terninho feminino. Assim como os outros o terno seria branco com uma gravata azul, da cor do vestido das madrinhas, já a gravata do noivo era branca.

- Pode apertar mais a calça? – Brunna pediu e o alfaiate saiu rapidamente.

- Eu tenho essa calça, veja se serve – Brunna saiu para vestir a calça e voltou. Precisava de uma bainha nas pernas, mas estava ótima. – Perfeita. Venha irei dar a bainha. Realmente o investimento em ternos femininos é recente. – ele falou sorrindo.

- As duas lojas são sua? – Brunna perguntou

- Sim, minha e da minha mulher – ele sorriu. Brunna trocou de perna para o homem terminar – Só uma duvida, a senhorita pretende usar saltos? – Brunna ficou pensativa. Ela não tinha saltos brancos, então teria que ir comprar.

- Sim, usarei saltos. – o homem sorriu.

- Ficarão perfeitos. – ele falou terno.

- Obrigada. – Brunna respondeu. Eithan saiu de dentro do provador com seu terno.

- Uau, nem parece aquele surfista mineiro. – Lauren falou rindo.

- E você com certeza parece uma mulher sexy de negócios. – Quando ele terminou de falar, percebeu que podia ter ofendido Brunna sem querer com suas palavras, afinal os dois ainda não tinham tanta intimidade. – Desculpe.

- Sem problemas – ela respondeu sorrindo. Se fosse qualquer outra pessoa ela teria realmente dado uma resposta, mas ela havia simpatizado com Caio e pelo pouco tempo que passou com o homem percebeu que ele era parecido com Ludmilla no jeito de falar o que pensava, mesmo que fosse a maior besteira do mundo. – Fico feliz que tenha ficado bom. – ela se olhou no espelho.

- Luane disse que fui grosseiro em pedir para você usar terno.. – ele coçou a cabeça.

- Por conta da minha sexualidade? – Brunna estava sorrindo. Ele assentiu sem graça. – Realmente é complicado, algumas pessoas acham que por eu gostar de mulheres sou um homem, mas sei que você não fez por mal. – Brunna piscou para ele.

- Você realmente é incrível – Caio falou sorrindo – Você é inglesa certo?

- Meus pais se mudaram pra lá quando eu tinha dois anos, mas sou natural do Rio de Janeiro. – Brunna retirou seu paletó. O Alfaiate pegou o paletó de Brunna e levou para dá os últimos retoques na manga para partir para o noivo – Seus pais estão em Minas Gerais? – Caio ficou calado, Brunna percebeu o clima estranho.

- Meus pais estão mortos – ele falou com um pesar na voz.

- Eu sinto muito. – Brunna chegou perto do rapaz – Eu pensei que eles chegariam amanhã ou no dia do casamento, realmente sinto muito. – Brunna sabia o que era perder os pais.

- Tudo bem – ele ficou um tempo parado olhando para o nada – Faz dez anos. – Exatamente a uma década Brunna também havia perdido seus pais e seu irmão. – Acidente de avião – Brunna abriu e fechou a boca diversas vezes, não sabia o que falar, ela passou por aquilo e sabia que nenhuma palavra era reconfortante, mesmo depois de uma década. – O vôo saiu de Minas Gerais, fez escala na Bahia  – O corpo de Brunna estacou – E partia para o Maranhão, na época eu estava morando lá – os braços de Brunna caíram ao lado de seu corpo. Caio notou o olhar da morena.

- Vôo 987-b – a morena falou como um sussurro. – Caiu no Piauí aproximadamente as 17:25 – os olhos de Brunna arderam, mas ela se esforçou para não deixar nenhuma lagrima cair.

- Oh, Brunna – Caio sem pensar duas vezes a abraçou apertado – Minha mãe estava grávida.

- Meu irmão mais novo estava nesse vôo também – Brunna permitiu-se ser abraçada por Eithan, mesmo odiando qualquer contato com pessoas desconhecidas ou até mesmo conhecidas. Apenas a trabalho ela deixa-se ser tocada.

O alfaiate voltou, mas resolveu não interromper os dois, ele havia escutado parte da conversa, então saiu deixando os dois por um tempo sozinhos.

- Nunca pensei que... – Brunna nem conseguiu terminar a frase.

- Nem eu – Caio falou, ele já deixava suas lagrimas cair.

Depois daquele momento cheio de emoções o alfaiate voltou com uma maquina de cartão de créditos.

- Ainda bem que você trouxe a máquina – Caio retirou o cartão da carteira.

- É – Brunna fez o mesmo.

“No fim eu vou ter que pagar pelo maldito terno” – digitou sua senha e o alfaiate sorriu.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro