Chamas e Poças do Meu Sangue.
⚠️Atenção este capítulo apresenta violência à mulher. Por Favor não leia se isso lhe causa gatilhos.⚠️
(●)
#Número Desconhecido#
Obito, eu preciso da sua ajuda. -
- O que houve Maya?
Eu vou fazer uma coisa... que vai me fazer ficar longe de Konoha. -
- Aquele filha da puta te fez alguma coisa, não foi!?!?
.... -
- Onde você está???
Você vai me ajudar? -
- Com certeza, Maya! Agora me diga onde você está, por favor.
Não desista de mim, eu só tenho você. -
(●)
Já é a terceira vez essa semana que ele vem para cima de mim. Ele é o amor da minha vida, mas se perdeu dentro de si. Depois da guerra ele voltou agressivo, paranóico e com um péssimo hábito de beber o tempo todo.
A Vila da Névoa foi totalmente devastada pela guerra, nossa comunidade foi abrigada pela Vila da Folha e desde então estamos tentando nos reconstruir. Mas ele mudou, enquanto todos tentam ajudar uns aos outros, ele bebe, chega em casa e me bate. Eu não consigo mais viver assim. Não posso.
Quando ele chegou em casa, ofereci uma bebida com calmante forte para que ele apagasse. Esperei ele cuspir palavras violentas e destiladas de ódio em cima de mim e finalmente apagar no sofá. Liguei o gás da cozinha e deixei se espalhar pela casa, saí pela porta deixando um papel bomba colado na mão dele, assim que se mexesse ele explodiria, assim como nossa casa.
Ninguém suspeitaria de mim, se eu alegasse que saí de casa para comprar o jantar e quando voltasse estivesse chorando pela morte do meu marido...
- Maya, o que deseja? - perguntou o rosto familiar e envelhecido da senhora à minha frente atrás do balcão que era maior que ela, senhora Kioto, a dona do restaurante mais bem conceituado de Konoha. A mulher já havia visto meus roxos e arranhões, tentou me ajudar diversas vezes, mas sempre disse que estava tudo bem. Agora realmente estará.
- Eu gostaria de tomar uma sopa com caldo de carne, recheado de legumes, por favor.
- Você parece bem hoje, algo aconteceu? - ela anotava o pedido e passava para o seu filho que prepararia a sopa.
- Nada demais, só estou com apetite. - saquei meu dinheiro da bolsa e entreguei para ela, me dirigindo à uma mesa para esperar.
- Isso é sinal de que coisa boa vem por aí! Eu mesma vou preparar sua sopa bem caprichada, você parece que não come há dias minha filha! - ela pegou em minhas mãos e as apertou antes de desaparecer na cozinha.
Me endireitei na cadeira, colocando os cotovelos na mesa e usando minhas mãos como apoio de minha cabeça observadora. O local estava razoalvelmente cheio para uma segunda-feira à noite. Alguns ninjas vindo de suas missões devoravam pedaços enormes de carne, casais se divertiam enquanto brindavam em seus copos de refrigerante.
Lembrei-me da cena que arrumei em casa e sorri ao pensar que assim que o desgraçado se mexesse, eu estaria livre.
Livre de socos, chutes, palavras nojentas, beijos forçados, cheiro de álcool em minha cama e em minhas roupas.
Estava no restaurante para reforçar meu corpo para a longa jornada fora da Vila, não poderia viver ali sem demonstrar que estava muito melhor sem meu marido. Peguei algumas roupas e armas, fiz minha mala e deixei encondida na floresta para não serem queimadas, junto com cartas que meus pais me enviaram quando ainda eram vivos e vizinhos dos pais de Obito.
Obito... meu velho e querido amigo, o único que permaneceu o mesmo comigo, mesmo depois dos terríveis traumas qur sofreu. Sempre me tratou como parte de sua família, e agora era chefe de uma das colaborações mais perigosas do mundo, um segredo que morreria comigo para sempre. Ninguém além de mim sabia de suas identidades e de seus planos, mas eu mantinha em segredo as coisas que eu estava vivenciando, ele só suspeitava que eu era maltratada, mas nunca algo assim.
Nossa amizade era estritamente secreta, nunca poderiam suspeitar de qualquer ligação minha com ele. Agora tudo o que me restava, era Obito.
- Com licença, Maya não é? - o homem cujo o nome era famoso na aldeia estava à minha frente, vestido casualmente e com a misteriosa mascara que cobria o seu rosto. Kakashi Hatake, o alvo de todo ódio de Obito.
- Sim, o que deseja? - saí de meu estado distraído me recostando nas costas da cadeira para observa-lo com seriedade.
- Preciso falar com a senhora sobre um assunto, posso me sentar? - ele apontou para a cadeira, assenti com a mão para que ele se sentasse.
- E do que gostaria de falar comigo, sr. Hatake? - estava nervosa mas não podia de jeito nenhum deixar transparecer, qualquer coisa que me relacionasse ao que poderia acontecer à qualquer instante que me colocaria dentro de uma investigação.
- Todos da vila estão cientes sobre o seu domínio na arte de Ninjutsu Médico e Habilidades de ensino. Então, a Vila da Folha gostaria de propor que trabalhasse conosco para ensinar nossos gennins e chunnins. A senhora seria oficialmente um membro da elite de Konoha e cidadã legislamente reconhecida. - a fala era mansa mas transparecia certa empolgação.
- Um pedido tão formal de um jeito tão informal... - comentei titubeando os dedos na mesa - O senhor está fazendo um pedido oficial?
- Estou aqui somente como amigo, lhe dando uma notícia. O pedido formal será feito amanhã! - ele sorria, empolgado com o assunto.
Meu coração se quebrava cada vez mais, uma grande oportunidade seria me dada, eu poderia ser muito feliz ensinando... Mas o desgraçado do meu marido bêbado e violento nunca me deixaria fazer isso, vivo ou morto.
- Isso é uma maravilha, senhor Hatake. - sorri tentando transformar minha tristeza em felicidade - Mas não sabia que éramos amigos...
Ele travou, aparentemente vermelho pelo adjetivo dado por ele mesmo quanto nossa relação.
- Bom, não é um título correto, mas eu gostaria que fosse. Por favor, me chame de Kakashi. - ele estendeu a mão para um cumprimento que aparentemente afirmaria o início de uma amizade. Olhei para a sua mão e quase tive o impuldo de apertá-la, mas o som de gritos e alarmes me tirou da conversa.
Kakashi e eu nos levantamos, alerta ao terror que se espalhava pelos gritos.
- Fogo!!! - uma mulher berrava - Aquela casa está pegando fogo!!
O sorriso em meu rosto foi inevitável, finalmente me livrei daquele monstro tenebroso, maligno que matou meu marido na guerra e se pôs no lugar dele. Kakashi já estava fora do restaurante, indo ao socorro do povo. Me atirei para fora do local indo até a minha casa, preparando meu teatro para chorar e fingir gritos estridentes de dor pela morte de meu amado.
Cheguei me fazendo de desesperada ao ver minha casinha querida pegando fogo.
- Minha casa!! Não, pelo amor de Rikudou não! - eu só queria rir até meus pulmões arrebentarem, mas continuei meu papel de vítima inconsolável - Meu marido?? Onde ele está!?
Kakashi me viu e foi até meu encontro aparentemente tentando me consolar.
- Onde está o senhor Agatsuma?!?! - Kakashi gritava para os Jounnins que apagavam o incêndio. Porém nenhum deles conseguia responder onde o desgraçado estava.
- Ah meu Rikudou, onde está ele!? - estava impressionada com a quantidade de lágrimas reais que saíam do meu rostos, lágrimas de alívio, por finalmente me ver absolutamente libertada daquele monstro. Kakashi me abraçava enquanto me apoiava em seus braços olhando minha casa que deveria ter sido um lar, queimando por completo. As casas ao lado felizmente eram afastadas o suficiente para não serem atingidas.
- Espere! Há alguém saindo da casa em meio às chamas! - um jounnin gritou enquanto ia até o homem.
Era ele. Meu corpo gelou por inteiro. Senti meus batimentos cardíacos desacelerarem. Lá estava o homem dos meus pesadelos, todo chamuscado, suas roupas rasgadas e sujas, apoiado nos braços dos ninjas. Completamente vivo.
Senti meu corpo desmaiar lentamente quando o vi vir para cima de mim e de Kakashi que foi pego de surpresa, levando um soco no rosto me deixando cair no chão. Quando Kakashi já estava longe de mim, o Monstro montou em cima do meu corpo quase inconsciente e começou a dar socos em meu rosto. Ele sabia que tinha sido eu, de alguma forma ele sabia.
Os outros ninjas e até mesmo Kakashi tentaram tira-lo de cima de mim, mas sua força era absurda e sua raiva era seu combustível para arrancar sangue da minha boca e quebrar meu nariz.
Kakashi gritava desesperado tentando tirar o corpo do Monstro de cima de cima de mim, fazendo de tudo para amenizar seus socos em meu rosto já completamente banhado de sangue.
Foi somente quando ouvi a voz de Obito chamando pelo meu nome que pude me entregar aquele gosto de morte em minha boca. Tudo o que consegui ver antes de meus olhos ficarem banhados de sangue, foi Obito arrancando a cabeça do que antes era meu doce e carinhoso marido e agora era um Monstro. Kakashi estava completamente assustado e horrorizado pela cena, ele tentou chegar até mim mas Obito me pegou no colo e nos envolveu em seu Kamui.
- Maya!!! - foi a última coisa que eu ouvi Kakashi dizer antes de desmaiar nos braços familiares e cuidadosos do meu melhor amigo.
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