Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

CAPÍTULO DEZESSETE

ALIENA LEATHERLIPS

Há uma vela no meio da cela e sua luz balança e hesita ao prazer da corrente de ar que passa por ali. Encaro seu brilho amarelo e acompanho o caminho da cera derretendo. Não tenho certeza, mas acho que faz dois dias que estou trancada.

Exige certa concentração me focar em qualquer coisa senão a pressão esmagadora daquelas quatro paredes.

Esquecer o terror que me dominou nas primeiras horas naquele antro obscuro.

Agradecer porque não havia ninguém para presenciar aquele momento de fraqueza.

Fecho os olhos e pratico o exercício que aprendi há tantos anos, quando ceder ao medo já não era mais uma opção.
Lembro do Grande Salão, seu brilho dourado e marfim, as janelas tão altas quanto o pé-direito e os degraus elevando o trono. Meu trono. A visão me acalma, faz meu coração relaxar do seu ritmo acelerado. Imagino que estou no meu lugar de direito, recebendo a corte para mais um dia enfadonho.
Deslizo a mão pelo meu cabelo escuro como nanquim. Há uma coroa vermelha pousada em minha cabeça. Há uma nação ajoelhada sob meus pés.
Estou tão concentrada que quase acho que estou lá. No mundo real, meu poder pulsa e, quando se eleva, sinto que até as pedras me temem.
Não há paredes que me prendam, me impeçam.
Nada pode me parar.

E então ouço o barulho das chaves. Meu coração erra uma batida e minhas emoções entram em conflito.

Estou eufórica. Estou aterrorizada.

Aliso o vestido sujo, ajusto o cabelo e limpo meu rosto de qualquer expressão.

Estou deplorável.

Quando a porta se abre, quase sem gemido, e o ar do corredor invade meus pulmões, quero correr. Talvez para o jardim, talvez para o Grande Salão. Mantenho meus pés firmes no chão e aguardo que ele fale.

— Lorde Rowan solicita sua presença. — Um rapazote magricela surge entre as batentes da porta.

Contenho minha surpresa e fico em silêncio, numa postura altiva.
O garota murmura algo, desconfortável.

— Lorde Rowan solicita a sua presença. — Ele repete. Eu ergo uma sobrancelha. — E-Eu estou aqui para acompanhá-la.

— Vossa Majestade. — Eu digo.

— Como?

— Você deve dizer "Lorde Rowan solicita a sua presença, Vossa Majestade". — Corrijo o rapaz, que fica cada vez mais desconfortável. Ele está retorcendo as mãos.

— E-eu achei que...

— Pois achou errado. — Corto sua fala, a voz fria. — Corrija sua fala para que possamos acabar logo com isso.

— L-Lorde Rowan solicita sua presença, V-Vossa Majestade.

Caminho lentamente para o corredor, agindo como se estivesse saindo de meu próprio escritório. Preciso usar todo meu autocontrole para não sair correndo, para não desmoronar.

O rapaz tranca a cela. Três chaves selam o ar e a escuridão do outro lado.
Andamos em silêncio. Cada degrau me eleva, me distancia daquele pequeno purgatório.

Há guardas vigiando as masmorras. Eles têm expressões severas, posturas eretas. Uniformes marrons e cinzas.

Todo o meu exército foi tomado como refém? Todos os soldados dundeyanos também estão sufocados naquelas celas?

O rapazote abre a porta que guarda as masmorras. Ele precisa usar o peso do corpo para mover a madeira pesada.

Os corredores do palácio me saúdam. Não são alas conhecidas, mas o roxo e azul de Dundeya está espalhado por todos os lados. Sou conduzida até meu escritório pessoal e, quando as portas são abertas, quase sou dominada pela raiva.
Lorde Rowan está sentado atrás da grande mesa de mogno, escrevendo algo com uma pena elegante. Usurpando meu lugar, meus objetos, meus direitos.

Ele ergue os olhos, para sua tarefa e se levanta, me encarando com alguma surpresa.

— Obrigada, Jonas. Agora pode nos deixar. — Rowan diz para o garoto, que se curva e dá meia volta.

— Você está assumindo muito bem seu papel de usurpador, Lorde Rowan. — Digo e me movo pelo cômodo, espalmando a mão na escrivaninha. Meus olhos alcançam as cortinas de marfim, que estão tragicamente fechadas sobre a janela.

— E você, Vossa Majestade, está deplorável. — Odeio que esteja certo, mas não demonstro. Viro-me e lhe lanço um sorriso zombeteiro.

— Há alguns dias, flores. Hoje, insultos. Evoluímos tanto em nosso relacionamento que eu nem percebi?

— Não vamos perder tempo com isso, sim? Temos assuntos mais importantes para tratar. — Ele se move e se aproxima da mesa. — Lorde Haytham não poderá comparecer no palácio pelos próximos dias, então você e eu devemos prosseguir com a realização dos acordos.

— Lorde Haytham não virá para o território que ele mesmo atacou? — Questiono. — Dançar sobre o sangue que derramou? Tripudiar das famílias que agora choram? Pouco digno de sua tirania. — Faço o comentário com desinteresse, mas minha mente está se esforçando para entender. Aquele não era um comportamento típico do Senhor das Terras Baixas, conhecido por sua crueldade.

— Lorde Haythan não é nenhum tirano, ao contrário do que sugerem as massas. E de qualquer forma, acredito que em poucos dias ele estará aqui para assumir os recursos que conquistou.

— Ah. — Meu sorriso se alarga e eu o encaro seus olhos cor se âmbar. — Então eu estava certa em sugerir que você não está à par dos planos de seu pai.

— Você está errada.

— Diga-me, Rowan, quando foi que percebeu que era apenas um dos soldadinhos de seu pai? Que não passa de outro peão que ele controla e que só o que o torna diferente dos demais é o título de Lorde?

— E eu, Vossa Majestade, pensando em estender gentilezas e tirá-la daquela masmorra suja e escura. Parece que terei que revogar o ato.

— Quem estenderá gentilezas à você, Lorde Rowan? A minha prisão é física e terrena, mas e você? Preso aos caprichos do seu pai, na ignorância do seu dever...

— Chega. — Rowan me interrompe, abalado. Custa dois segundos para que ele se recomponha. — Você veio aqui para discutirmos seu futuro.

— Que o façamos, então. Vamos ver quais os termos do Usurpador de Dundeya.

— Você deve estar ciente que só existem duas condições: o casamento ou a decapitação. Claro que o acordo nupcial envolveria as terras de dundeya como dote, e elas passariam a ser governadas pelas Terras Baixas...

— Casamento ou decapitação. — Repito. — Não sei qual é o pior.

— ... e, é claro — ele continua. — a sua decapitação envolveria que a questão passasse a ser discutida com sua irmã mais nova, a princesa Rowena.

Forçar Rowena a fazer a mesma escolha. Casar-se pelo bem da nação ou morrer por orgulho à ela. Como Thalia foi obrigada a escolher.

— Então eu acredito, Lorde Rowan, — Respondo com muita calma. — que teremos núpcias à planejar.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro