✩｡:*•. SEUL, 2017 .•*:｡✩

Xiao estava com medo.

Essa era a verdade, não que ela também não gostasse dele, ela apenas sentia medo. Se apaixonar por alguém é mais fácil do que vivenciar a relação de fato, e Ten já tinha mais que o necessário para ele. Xiao ao menos sabe quando começou de fato a gostar do Tailandês, talvez ela nem goste realmente dele, talvez seja apenas os seus hormônios de gravidez falando mais alto apenas porque ele é o pai do bebê.

Mas o que ela deveria dizer a ele?

Nem ela mesma sabia e por isso apenas permaneceu em silêncio até finalmente tomar coragem de se mover e ir em direção ao quarto se trancando lá em seguida, parecia ser melhor fugir do que encarar os fatos mas Xiao sabia que em algum momento teria de encarar Ten novamente. Mesmo que não fosse naquele dado momento, sabia que ele iria querer pôr tudo em pratos limpos, mesmo que ela tentasse fugir, Chittaphon estava determinado e Xiao detestava isso.

— Xiao, vamos conversar. — Chittaphon falou mais em um tom de súplica, ele de certa forma estava suplicando para que Xiao não começasse a ignorá-lo, que ela de alguma forma visse seus sentimentos como um motivo para se esquivar ainda mais de si.

— Só me dá um tempo...— Xiao falou após um tempo e Chittaphon riu sem humor algum e logo após ficou sério, ele gostaria de entender o que se passava na cabeça dela.

— Você pode começar a exigir esse tempo falando diretamente comigo, não acha? Xiao, assim como você, eu também tenho medo.

— É complicado.

— Complicado? Se não gosta de mim apenas diga isso na minha cara. — Xiao não queria fazer com que Chittaphon se sentisse mal, não que ela não gostasse realmente dele, era apenas difícil demais admitir aquilo até para ela mesma que sequer tinha certeza de algo ainda.

Chittaphon parecia ser bastante experiente quando o assunto era relacionamentos e isso a assustava pois ela não entendia nada sobre isso, Li Wei começou a se questionar do porquê de nunca ter namorado alguém antes, ela sequer havia pensado que sua inexperiência seria um problema tão grande a ponto de fazê-la fugir como um animalzinho assustado pois ela estava realmente assustada. Aquilo parecia ser até mais assustador que sua maternidade, embora ela já tivesse o conhecimento de que não seria fácil ser mãe mas era algo ao qual ela poderia lidar mas nunca chegou a cogitar um relacionamento com alguém e com Chittaphon menos ainda.

Ela simplesmente começou a andar de um lado para o outro no quarto tentando pensar em algo, uma desculpa plausível ou um motivo que o convencesse de que o problema não era ele e sim a falta de experiência dela e que por motivos óbvios a faziam se sentir totalmente insegura. Li Wei simplesmente parou diante a porta e pôs a mão sobre a maçaneta girando vagarosamente sentindo a ansiedade tomar conta de si, e quando ela enfim teve o vislumbre de Chittaphon diante a dela suspirou levemente.

— Você está falando sério? — Ela murmurou olhando-o um ainda duvidosa e Chittaphon apenas respirou fundo já cansado daquela conversa.

— Acha que eu brincaria com algo assim? — Ele estava levemente irritado com o fato dela cogitar que ele seria assim tão infantil, por outro lado, ele até compreendia a falta de confiança que ela tinha nele.

— Bom, desde que você é você, sim. — Ten apenas franziu o cenho e soltou um leve riso em descrença.

— O que eu fiz pra merecer isso? — Chittaphon murmurou cruzando os braços e isso fez com que Xiao ficasse minimamente aborrecida pois ele parecia estar sendo debochado novamente.

— O que você fez? Me fez te detestar por quase quatro anos, Chittaphon. — Ela bateu o pé no chão e seria cômico se não fosse desastroso pois eles logo começaram a brigar novamente.

— Agora a culpa é minha?  — Retrucou ele sabendo o quanto ela se irritava facilmente.

— É, ela é totalmente sua!

— Pelo que eu saiba, não sou eu que estou fugindo dos meus problemas. — E aquilo não ajudou nem um pouco em melhorar a situação, Chittaphon percebeu isso quando sentiu Xiao fulminá-lo com o olhar.

— Já estão brigando de novo. — Kun murmurou assim que passou pela porta de entrada da casa com Yuta em seu encalço, este que apenas se jogou no sofá da sala de Qian como se fosse dono da casa.

— É muito bom que esteja se mudando, assim não vou precisar ter que aturar você. — Xiao fechou a porta na cara do tailandês estando totalmente irritada e Ten ainda olhou para Kun e Yuta e apontou para a porta que havia acabado de se fechar.

— Vocês viram que ela está sendo irritante. — Chittaphon ainda tentou se defender e Kun balançou a cabeça negativamente, enquanto que o Nakamoto riu baixo.

— Parabéns, você conseguiu irritá-la, isso pode fazer mal para o bebê. — Kun falou ralhando com o tailandês antes de passar por ele no corredor dos quartos e adentrar o seu e fechar a porta por fim. Ten respirou fundo antes de ir para a sala e se sentar no sofá ao lado de Yuta que olhava uma coisa qualquer em seu celular.

— Ten, você realmente não sabe como lidar com uma mulher.  — Yuta comentou com um ar risonho e Ten revirou os olhos antes 

— E você sabe por acaso?

— Mas é claro, o solteiro aqui é você e não eu. — Yuta estava tirando sarro dele e isso ficou nítido logo de primeira. — E como eu sou um bom amigo, vou te aconselhar a não contrariá-la, não importa o que ela diga, ela está certa, mesmo que você não pense desta forma, ela sempre vai estar certa. — Na cabeça de Ten aquilo não fazia sentido, como ambos poderiam se dar bem daquela forma?

— Ainda não entendo.

— Xiao é tão teimosa quanto você e os dois juntos é como uma bomba relógio, alguém tem que ser o fator neutro dessa relação. Dois doidos juntos é um perigo a nossa sociedade. — Yuta comentou rindo, nunca passou pela cabeça do japonês que Chittaphon um dia iria estar passando por um pré relacionamento tão complexo, em partes aquilo também era culpa dele que sempre fez com que Xiao o detestasse, mas não era como se o tailandês sofresse em seus relacionamentos já que ele nunca realmente correu atrás de garota alguma e sempre foi o contrário e de repente essa situação com Li Wei parece ser um desafio para ele.

Era como ter caído em sua própria armadilha e tudo o que ele poderia fazer era aceitar que as coisas não seriam fáceis. Não demorou muito para que Yuta finalmente resolvesse ir para casa e para Ten enfim colocar todos os seus pertences no porta malas de seu carro, Kun a todo momento insistiu para que ele tentasse falar com Xiao quando ela estivesse mais calma e mesmo não deixando muito claro para o chinês de que ele o faria, Qian sabia que Chittaphon não iria desistir assim tão facilmente e que isso poderia acabar aborrecendo Xiao mas que ela provavelmente iria ceder aos poucos. E mesmo após ela saber que Ten já havia ido embora da casa de Kun, a mesma não teve coragem de sair do quarto e nem de encarar Kun que provavelmente iria tentar dizer-lhe para repensar sobre Ten e seus sentimentos, a única coisa que ela queria era ter um tempo para pensar em tudo e em si mesma.

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Alguns dias haviam se passado desde o ocorrido na casa do chinês e todos pareciam estar vivendo suas vidas como se nada tivesse realmente acontecido, Kun por um lado se sentia entre a faca e o queijo, ele não queria se intrometer demais na história de seus amigos mas também tinha medo de que isso piorasse pelo mesmo motivo.

— Café? — Kun perguntou a Chittaphon assim que se aproximou do mesmo que havia acabado de se sentar em uma das mesas vagas do café.

— Você acha que tudo se resolve com café? — Ten perguntou claramente mau humorado e o amigo apenas riu como sempre fazia.

— Mas é o que eu vendo, as pessoas vêm até aqui para tomar café, o que espera que eu lhe ofereça? — Kun perguntou olhando para o tailandês com uma de suas sobrancelhas arqueadas.

— Como está a garota? — Chittaphon perguntou torcendo o nariz e como quem não quer nada e Kun franziu o cenho de início mas logo entendeu a quem ele se referia.

— Ah, você está falando da Li Wei? Já se passou uma semana desde aquele dia e vocês ainda não conversaram sobre isso? — Kun bem sabia disso pois Xiao evitava tocar no nome de Chittaphon ou em qualquer assunto que o pusesse em pauta.

— Não quero estressa-la se é que me entende. — O tailandês explicou e Kun apenas assentiu com um sorriso fechado com o pensamento de que o fato de Ten estar esquivando ela ser exatamente o que a tem estressado. 

— Ela está bem, mas está falando em voltar para a China, ela tem um parente distante lá e até disse que pretende ter o bebê lá. — Mesmo que a garota tenha lhe dito para não tocar no assunto com Ten, o mesmo acabou por contar-lhe sem  pensar duas vezes.

— Isso é realmente sério? — Ten perguntou um pouco bravo não entendendo o que ela queria com isso, o que mais ele precisava fazer por ela afinal de contas? Após alguns segundos que mais pareceram ser uma eternidade, ele então bufou por fim balançando a cabeça.

— Seríssimo. — Qian reforçou e Ten ficou olhando para o nada. — Já que vai ficar aí pensando, vou atender minha clientela. — O chinês avisou antes de se afastar da mesa de Ten que ficou pensativo novamente de um momento para o outro.

Li Wei não era mais uma criança, ela sabia o que estava fazendo e se ela quisesse que as coisas fossem para esse rumo, então estava tudo bem para ele. O tailandês já havia feito de tudo que estava ao seu alcance, até mesmo confessou seus sentimentos e ainda assim, Xiao não os aceitou, ela ao menos disse algo e nem mesmo o procurou deixando claro que não queria levar nada daquilo adiante.

Xiao ao menos tentaria. E também parecia não estar disposta a tentar gostar dele. 

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Assim que chegou a companhia, Chittaphon já foi bombardeado de perguntas vindas de Taemin, este estava bastante impaciente e até mesmo exasperado, aparentemente a coreografia da sua apresentação estava sendo usada por outra companhia, Ten tentou acalmar Taemin dizendo que eles iriam dar um jeito naquilo mas nem ele mesmo sabia como isso poderia ser resolvido. Ten só torcia para que tudo isso não tivesse nada haver com Jun e sua trupe pois ele teria mais um motivo para detestá-lo.

— Ten, você tem uma visita. — Anunciou Sicheng se aproximando do mesmo que estranhou no mesmo instante.

— Visita? De quem?

— Veja você mesmo, e boa sorte. — Aquilo não parecia estar nada bem, até porque Sicheng quase nunca tinha uma expressão de preocupação em seu olhar. Algo estava errado.

Aquilo havia sido no mínimo estranho, o tailandês sentiu que provavelmente não era alguém ao qual ele iria gostar de ver, pois a expressão de Sicheng já dizia tudo. E assim que foi até o escritório da administração e abriu a porta teve uma surpresa só não sabia se aquilo era bom ou ruim.

— O que faz aqui? — Ele perguntou olhando diretamente para a mulher bem vestida e com uma postura elegante, está apenas franziu o cenho ao olhar para ele um tanto surpresa enquanto se encontrava em pé perto da janela do lugar que dava vista para o centro de Seoul.

— É assim que comprimenta sua mãe? — A mesma riu em descrença vendo o quanto era querida pelo próprio filho. — Vim lhe fazer uma visita mas acabei descobrindo coisas que acredito eu que não deveriam ser descobertas por mim. — A mulher olhou pelo canto de olho para a garota sentada no sofá presente no canto da sala.

— Mãe, eu…— O rapaz começou e então olhou para a garota que apenas abaixou a cabeça, ele ao menos sabia do porque de ela estar ali, ela havia mudado de idéia ou havia apenas ido até ele para avisá-lo de que estaria indo embora muito em breve?

— Eu ouvi parte da conversa dela com Sicheng, você não iria me contar? Ou não iria assumir? — Sua genitora perguntou deixando bastante nítido o seu posicionamento quanto àquilo, ele sabia qual era a coisa certa a se fazer e não era como se ele não quisesse fazê-lo, apenas não dependia apenas dele.

— Olha, a senhora não está entendendo. — Xiao murmurou sem saber o que dizer, a mãe de Chittaphon parecia ser muito séria e tinha uma presença muito forte quase que intimidadora.

— E então? — A mulher perguntou cruzando os braços e ignorando totalmente a fala da garota que apenas suspirou em cansaço, aquela não era uma boa hora para a senhora Leechaiyapornkul aparecer.

— Não sou eu que não quero assumir, ela é que não me quer. — Chittaphon respondeu já cansado daquele assunto indicando para Xiao e a sua mãe ficou incrédula.

— Você enlouqueceu? — A mulher falou olhando para a garota e era como se ela dissesse através de sua expressão algo como: porque você não quer o meu filho?

Aquela situação pareceu ser ainda mais constrangedora para o rapaz que apenas queria tirar sua mãe dali nem que fosse a força o mais rápido possível para não fazê-lo passar ainda mais vergonha na frente de Li Wei.

✩｡:*•. NOTA .•*:｡✩

Olá de novo!

Estou realmente tentando fazer as atualizações mais rapidamente, como já tenho alguns capítulos pré escritos irei publicá-los assim que fizer as devidas alterações e correções.