Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 09 - Segredos e Promessas

Uma das primeiras coisas que eu fiz quando cheguei no quarto, no primeiro dia de acampamento, foi pregar um calendário no armário, a fim de riscar dia por dia e ver o final se aproximar. Era uma espécie de motivação para não sair correndo e tentar pular os muros.

A verdade é que eu me esqueci de riscar vários dias quando o acampamento começou a ficar diver... agitado. Eu não acredito que vou assumir isso, mas eu estava até cogitando que não tinha sido tão péssima ideia assim ter aceitado participar. Porém, naquela quarta-feira após minha briga com Lila, corri até ele e risquei todos os dias atrasados com uma caneta vermelha e muita mágoa.

Nós já estávamos no meio da terceira semana. O que significava que faltava pouco mais de dez dias para tudo aquilo acabar. O que era bom, porque então eu poderia parar de pedir para aprender músicas tristes para tocar na flauta e parar de sugerir músicas mais triste ainda para apresentação final no canto... Já era difícil o suficiente ter que lidar com a mágoa de Bruno. Se aquele acampamento me tirasse minha melhor amiga, eu não saberia o que fazer.

― Amanda, essa música está muito acima do seu nível – minha professora insuportável de canto disse quando eu pedi para aprendermos Back To Black da Amy Winehouse. – Por que você não tenta Cai-Cai, Balão?

― Querida, só posso ensinar Someone Like You para turma se você resolver encarnar a Adele e me mostrar essa sua voz, que tal? – esse era professor Maurício, em mais uma tentativa (frustrada) de me fazer cantar.

― Tudo bem, Amanda? – esse era Eduardo, me cercando na quinta-feira, depois da aula de canto.

― Tudo – respondi, assustada com sua aparição. – E você?

― Também – ele respondeu, mas ficou me olhando daquele jeito de sempre, com um dos seus típicos sorrisos nos olhos que me diziam que ele sabia muito mais do que sua boca proferia. – Você quer lanchar ou algo assim?

― Não – respondi, sentindo a novidade que meu corpo adquiriu durante as conversas com Eduardo, também conhecida como pontada no peito. – Obrigada, mas eu preciso ensaiar flauta.

― Ou você precisa simplesmente cantar – ele comentou, dando de ombros.

― Você não tem ideia do que está pedindo – eu respondi. – Vou quebrar até os óculos dos nossos colegas de sala, além dos copos.

Ele riu, mas não falou mais nada. Agradeci interiormente, porque realmente não queria mais falar sobre aquilo. Eu tinha um certo pânico só de pensar em ter que cantar e ficaria realmente satisfeita se a professora insuportável de flauta me deixasse participar da apresentação, mesmo só tocando poucas notas. Meus pais nunca iam saber quais notas foram soadas por qual estudante e eu estava a salvo da total humilhação.

Da parcial provavelmente não.

Juntei folego para dar adeus novamente e rumar em direção ao meu quarto, mas então me lembrei que Lila poderia estar por lá. Na quarta-feira, depois da briga, ela não tinha trocado mais de três palavras comigo, mas estava com o rosto inchado, típico de quem já chorou muito. Eu queria poder me superar, superar meu orgulho ferido e consolá-la, mas eu estava mesmo muito magoada.

― Mas acho que meu ensaio pode esperar um pouco – me ouvi dizer. Simplesmente porque a ideia de passar um tempo com Eduardo era melhor do que continuar convivendo com Lila enquanto nós duas continuávamos daquela forma.

― Lanche, então?

― Lanche, então – respondi com um pequeno sorriso. – Afinal, quem resiste aquelas bombas de chocolate?

~~~

No dia seguinte, almocei com Igor e Ana Júlia, apesar de sexta-feira não ser dia de aula de flauta. Lila ainda não tinha voltado a falar normalmente comigo, nem pedido desculpas, Bruno continuava me perseguindo e Eduardo continuava almoçando com o casal 20, mesmo com suas sessões constantes de agarramento. Não que eu estivesse seriamente cogitando almoçar com Eduardo. O lanche já não tinha sido o bastante? Eu praticamente implorei para Igor e Ana Júlia para que eles almoçassem comigo.

Eles eram ótimas pessoas e os melhores colegas que eu tinha na aula de canto, fora o Eduardo (se é que ele se encaixa na categoria colegas), porém, os dois eram muito reclusos. A sensação constante que eu tinha era que eu sempre estava sendo deixada de fora, quando não entendia uma piadinha interna ou não sabia qual era o novo single da Katy Perry que vazou no mercado negro das músicas online.

Lila ainda não tinha voltado a falar normalmente comigo, nem pedido desculpas, Bruno continuava me perseguindo, Eduardo continuava almoçando com o casal 20 e eu não me lembrava a última vez que tinha me sentido tão triste.

― Tudo bem, Amanda? – Igor perguntou, interrompendo a narrativa de Ana Júlia sobre a apresentação da Katy Perry no último SuperBowl. Ela já tinha contado suas percepções sobre este assunto pelo menos quatro vezes.

― Tudo – eu respondi. A mentira já estava no automático. – Por que não estaria?

― Você parece triste – Igor continuou e atraiu a atenção de Ana Júlia.

― Ih é, parece mesmo! – ela disse, inclinando a cabeça para o lado, como se só agora lembrasse que eu tenho uma aparência e que não sou só um par de ouvidos para seus relatos. – Falaí, Manda, o que manda?

Os dois riram escandalosamente por alguns longos minutos sobre essa piada infame e, se for possível, eu fiquei mais triste ainda. Nem minha tristeza era levada a sério nesse acampamento, eu não estava mais aguentando continuar trancaficada...

― O que podemos fazer para melhorar seu humor? – foi Igor que perguntou, estendendo a mão sobre a mesa do almoço para tocar meu ombro.

― Vocês podem me dizer o que vocês fazem nos dias de festa – respondi, levantando a cabeça para encará-los.

Igor recolheu a mão rapidamente, como se, de repente, eu tivesse começado a queimar. Os dois se entreolharam, provavelmente cogitando se aquela era uma pergunta real ou só uma pegadinha. Eles ainda estavam se encarando, em dúvida sobre me contar ou não, quando eu continuei:

― Porque eu estou começando a achar que vocês dois são os contrabandistas de bebida das festas! Vocês nunca estão lá, não tem justificativas plausíveis e dizem que os responsáveis são um homem e uma mulher...

Ana Júlia começou a rir histericamente. Ainda mais do que quando fez uma piada infame com meu nome. Histericamente do tipo, jogando a cabeça para trás e colocando a mão na barriga. Igor me olhava completamente chocado pelo simples fato deu ter sugerido que ele pudesse ser um traficante de álcool. Ora, parecia muito plausível.

― É claro que não somos os contrabandistas – ele disse, quando Ana Júlia começou a se recuperar do ataque. – Que horror, Amanda.

― Espera, não era uma piada? – Ana Júlia perguntou, secando as últimas lágrimas de riso.

― Então o que vocês fazem? – perguntei, mas soei como se estivesse implorando. Implorando para saber.

― Aff, tá bom – Igor respondeu, revirando os olhos. – Nós saímos do acampamento e vamos passar a noite na cidade.

Sinceramente, eu fiquei em dúvida se começava a rir quem nem a Ana Júlia tinha acabado de fazer ou se levantava e dava um tapa na cara do Igor. Porque isso NÃO PODIA SER VERDADE e, se fosse, eu ficaria muito revoltada por nunca ter sido chamada para esse programa.

― Igor – Ana Júlia disse, mas o som saiu raspando no fundo da garganta, quase como um grunhido.

― Aff Ana, ela precisa saber – Igor disse, confirmando que aquilo era verdade. – Olha a cara de Katy Perry sem maquiagem dela.

Ana Júlia começou a gritar com Igor por conta de sua metáfora, esquecendo um pouco a confissão feita. Porém, eu não. Eu queria socar alguém, de tanta frustração. Esses dois vinham saindo do acampamento DESDE A PRIMEIRA SEMANA, o que queria dizer que EU podia ter CAÍDO FORA desde a primeira semana.

Soquei a mesa.

Os dois pararam de discutir na hora e olharam na minha direção, surpresos.

― Por que vocês nunca me convidaram? – perguntei, entre dentes. – Eu odeio esse lugar, faria QUALQUER COISA para sair daqui... Posso ir da próxima vez?

― Não – Ana Júlia respondeu e não disse mais nada. Eu deveria ficar satisfeita com um simples não como resposta?

Eis mais um simples não: NÃO.

― É justamente por isso que não te convidamos, na verdade, Amanda – Igor resolveu explicar. – Nós fazemos isso de forma muito profissional. Meu carro está estacionado aqui perto, então nós saímos na calada da noite e só voltamos um pouco antes do dia amanhecer, antes que alguém possa dar nossa falta. Alguém além de você, claro. A ideia foi minha, mas Ana Júlia topou na hora, então...

― Nesse acampamento não tem ninguém decente o suficiente – Ana Júlia comentou, dando de ombros. – Só o ruivo da nossa sala de canto, mas acho que ele está afim de você.

Comecei a tossir, engasgando, ainda que não estivesse bebendo nada. É possível engasgar com o próprio ar? Do que ela estava falando? Eduardo não estava interessado em mim, que ideia! Ora, na maior parte das vezes eu achava que ele me odiava, como ele podia estar a fim de mim?

― E mesmo assim, nós dois teríamos que disputar pelo ruivo da aula de canto, o que seria muito chato – Igor disse e, antes que eu pudesse chegar a qualquer conclusão sobre o assunto, ele completou – Sim, querida, sou gay. Espero que você já tenha percebido.

Eu abri a boca para responder que imaginava, mas que pra mim não fazia diferença sua sexualidade, mas sim o fato dele não me levar para fora do acampamento, todavia, Ana Júlia interrompeu:

― Mas, enfim, Amanda, você não pode ir. Nós sabíamos desde a primeira semana que, se te chamássemos, você ia, com certeza, pegar o primeiro ônibus disponível na rodoviária e ir embora – Ana Júlia completou. – Esperamos você mudar de ideia, mas pela sua cara de Lady Gaga sem maquiagem, acho que você não mudou.

― Vou ignorar seu comentário sobre a diva Gaga – Igor disse, olhando para Ana Júlia e depois voltou o rosto para me encarar – E te deixar pegar um ônibus e fugir desesperada seria um desperdício de tempo e de talento, que não podemos permitir, MESMO QUE você continue se recusando a cantar – Igor terminou. – Tenho esse sentimento de que você vai ser uma ótima cantora, mas não consegue superar a si mesma.

― Nem vocês! - eu gritei, irritada. – Estou esperando até hoje o bendito dueto que vocês prometeram para a cantoria inaugural.

― Não vai precisar esperar mais por muito tempo – Ana Júlia garantiu, com um pequeno sorriso.

~~~

Os dois abriram a aula de sábado e foi tão bonito que eu tive vontade de chorar. Aparentemente os dois superaram as farpas sobre suas cantoras favoritas, pois fizeram um lindo mash-up de Dark Horse, da Katy Perry, e Applause, da Lady Gaga. E arrasaram, mesmo cantando em inglês, coisa que eu nunca seria capaz. Porque eu nunca seria capaz de arrasar nem em português. Que dirá em outra língua.

Professor Maurício bateu palmas, muito animado. Eu já tinha ouvido Ana Júlia cantar antes e já tinha ouvido Igor arriscar algumas notas, mas as vozes deles combinaram muitíssimo, assim como a música, que deve ter sido unida com muito esmero pelos dois, provavelmente numa dessas saídas para Teresópolis a fora.

Eu ainda queria socá-los, mas agora um pouco menos.

Até entendia porque eles estavam fazendo questão de me manter prisioneira nesse lugar. Afinal, eu não tinha me inscrito por livre e espontânea vontade? Era realmente meio idiota que eu me recusasse a abrir a boca na aula de canto e soltasse tanto a voz no chuveiro.

Quer dizer, não mais. Não desde que passei a ser acompanhada e espectadora secreta de um show particular todo dia.

― Ei, menina do dueto, você está aí? – a voz do chuveiro dizia, quando terminava de cantar uma música e essa era minha deixa para cair fora o mais rápido possível.

Ainda que eu entendesse parcialmente os motivos para ficar trancafiada nesse acampamento isso NÃO significava que eu estava DISPOSTA a mudar nada, mesmo que, assim, os dois nunca me levassem para fora. Ora, só faltava alguns dias, eu iria sobreviver.

Ou, pelo menos, era isso que eu esperava.

~~~

Lila estava passando grande parte do tempo fora do nosso quarto, provavelmente no quarto de Gustavo, e eu me questionava onde Eduardo ficava nesse meio tempo. Não era possível conviver com esse casal magia por mais de duas horas sem sentir náuseas profundas. Ela só aparecia no nosso quarto para dormir, tomar banho, trocar de roupa e pegar seus materiais para as aulas. Nossas maiores conversas começavam com “oi” e terminavam com “até mais” e a única coisa que tinha no meio era “dá licença, por favor?” quando eu estava no caminho dela, ou ela no meu.

Bom, pelo menos ainda estávamos usando o por favor. Nem tudo estava perdido.

Ela apareceu no quarto quando faltava mais ou menos uma hora para festa começar e se arrumou, sem falar nada. Eu permaneci inerte na cama, enrolada no que se assemelharia a uma posição fetal, porém em versão jovem adulta. Quando já estava devidamente pronta e perfumada, parou na ponta da minha cama e disse:

― Você não vai?

― Não – respondi.

― Seu celular está bipando feito um desesperado no banheiro – ela disse. E talvez essa tenha sido a maior frase dita por ela e dirigida a mim desde quarta-feira.

― Obrigada, depois eu vou ver.

― Ok. Vou lá.

― Ok. Boa festa.

Arrastei-me para fora da cama depois que ela bateu a porta para ver qual era o motivo de meu celular estar apitando tanto e não podia ser diferente: Bruno. A última mensagem ainda estava aparecendo com texto completo na tela e ela dizia:

Saudades das nossas salinhas do zelador... Será que te vejo na festa?! Saudades...

Eu não sei o que deu em mim, mas eu fiquei tão revoltada, que resolvi começar a me vestir para ir para essa bendita festa.

CALMA.

Eu não estava indo porque queria matar as saudades de Bruno. Eu queria que ele sumisse da face da terra. Eu estava indo justamente para o contrário...

Vesti meu vestido mais bonito, meu sapato mais alto, copiei a melhor maquiagem que consegui de um vídeo tutorial no youtube e passei o melhor perfume (que era de Lila, mas ela não precisava saber).

Ah sim, eu queria encontrar Bruno na festa.

Eu queria encontrá-lo e pisar na cabeça dele. Metaforicamente.

Porém, se fosse denotativamente também não via grandes problemas.

Ele ia se arrepender por ter feito tudo aquilo comigo.

Era uma promessa.

Ou eu ia voltar a cantar no chuveiro.

~~~~~~~~~~~~~~~~~

CHEGUEI! Antes tarde do que mais tarde. Estou postando esse capítulo 00:01, então desculpa por não ter conseguido postar na terça :(

A boa notícia é que me atrasei porque estava participando de um programa de TV ao vivo!!! QUE CHIQUE. E a melhor notícia é que ele passa na internet e tem reprise!! O link para assistir é: http://www.uniteve.uff.br/ e o programa vai passar de novo quarta-feira às 11:30 e 19:30; sexta-feira às 09:00 e Sábado às16:00.

Enfim, espero que vocês gostem do capítulo mesmo com o atraso e prometo que já vou terminar de escrever o da próxima semana para não acontecer isso de novo! Não me odeiem :)

E ah!!! Eu recebi mais um monte de estrelas, comentários e amor essa semana, então agradeço mesmo! Obrigada para quem está compartilhando a história com os amigos, para quem está fiel na leitura e para quem descobriu a história por acaso e acreditou nela! Já temos quase 5k de likes, nem acredito <3

Até o final da semana faço uma geral nos comentários para tentar responder todos os que eu deixei passar, mas continuem comentando e estrelando :))) E se alguém tiver alguma ideia, pergunta, critica, qualquer coisa mesmo, para o vídeo que eu vou gravar sobre essa história pro meu canal do YouTube, comente aí também!!!

Obrigada, obrigada, obrigada!

Beijos.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro