Save her
Alerta geral, todas as unidades, temos uma paciente foragida. Ela tem 4 anos de idade! Repetindo temos uma criança desaparecida!
Os autofalantes do hospital repetiam essa mesma frase várias vezes. Médicos, enfermeiros e seguranças corriam pelos corredores atrás da menina que fugiu de seu soro após acordar de um coma.
Emma estava assustada quando acordou, chorou e pediu pela mãe. Então levantou da cama e saiu correndo, seu braço sangrava devido a agulha que ainda estava presa em seu braço. Ela havia corrido para fora junto com um casal qualquer, e agora vagava pelas ruas sozinha, choramingando pelos pais, chamando por alguém. Qualquer pessoa. Queria seus pais, de preferência, mas tudo que lembrava era da mãe lhe lançar um sorriso, de um barulho muito alto e de uma luz branca muito forte. Depois disso, nada. Ela não fazia ideia de que havia perdido.
Aquela noite estava fria, mais fria do que o normal para o verão, o asfalto estava molhado por causa da recente chuva, e um vento frio cortava as pessoas parecendo lâminas. Essa era Londres, a velha e pacata Londres.
Harry e Louis estavam deixando o escritório de seu advogado, e havia uma clima de tensão e estresse entre os dois. Aquela reunião não havia sido pacífica como a outra, houve discussões durante todo o tempo que ficaram confinados naquela sala - o que foi em torno de duas horas, e só demorou por culpa das brigas. O casal andava com os olhos baixos, cada um fitando os próprios sapatos, sem ter o que dizer um para o outro. Harry esperava um pedido de desculpa de Louis, por que uma das coisas que o futuro ex marido usou para ataca-lo foi de partir o coração de Harry em mais de mil pedacinhos. Spencer havia advertido que, agora solteiros, seria muito mais difícil de conseguirem adotar uma criança, caso algum dos dois quisesse. Sim, Spencer sabia do sonho do casal, haviam entrado com um pedido de adoção cinco anos atrás, mas infelizmente Harry adoeceu e ficou internado por algumas semanas, colocando um fim a todo o processo. Naquela época, Louis decidiu esperar, mas agora ele acabou por atingir o marido de uma forma que nunca se deve atingir alguém. Para alguns pode parecer bobagem, mas Harry realmente sentiu como se uma faca entrasse dentro de seu coração, o destruindo por dentro.
"Por favor." dissera Louis com um olhar sarcástico e uma risada se formando no canto de sua boca. "Harry não sabe cuidar de nada. É irresponsável. Aquela empresa só está funcionando graças a Dani. Ele não tem condições de criar alguém."
Isso tudo, por que na noite anterior, Harry tinha ido para um evento e acabou bebendo um pouquinho além da conta. Quando voltou para casa, em sua mente bêbada e confusa, ele ainda achava que seu casamento era um mar de rosas, e que chegaria em casa e teria Louis para recebê-lo com beijos e carícias ou até muito mais do que isso. Foi uma grande idiotice ele ter bebido, só ele sabe o quanto se arrepende de tudo, pediu desculpas, tentou recompensá-lo com alguma coisa... Mas Louis estava com raiva, disse que Harry havia falado umas coisas para ele que foram desreispeitosas e desnecessárias, e que aquilo era Harry falando, não o álcool, e que o álcool só ajudou a colocar tudo aquilo para fora. O mais novo não lembrava disso, mas também não lembrava de muita coisa da noite anterior.
Estão estavam os dois, caminhando silenciosos por uma das ruas pouco movimentadas, o vento fria fazendo suas bochechas corarem e os lábios arderem. Mas havia mais uma pessoa ali, uma menininha pequena e de cabelos castanhos que tremia de frio enquanto vagueava sozinha e perdida pela rua chamando pela mãe. Harry ouviu a vozinha doce da menina, e se virou eufórico para procurar.
Seus olhos verdes cairam sobre as feições molhadas da menina, ela chorava silenciosamente e tremia a cada passo, parte pelo frio e parte por seu corpinho estar muito fraco para aguentar seu peso. Deveria ter mais ou menos três anos, pensou Harry.
"Oi." ele se aproximou devagar exibido seu melhor sorriso para ela, e isso deixou suas duas e belas covinhas a mostra. Ela recuou um passo com medo, e não respondeu. "Eu não vou te machucar, prometo." ele mostrou o dedo mindinho sério, e então sorriu mais uma vez e se abaixou mais ainda, até ficar quase de joelhos no chão. "Como se chama?"
"Emma." respondeu em um sussurro fraco e rouco de quem acabou de acordar. Ela usava uma espécie de camisola e havia uma pulseira amarela neon em seu pulso.
"Oi Emma, eu sou o Harry." falou gesticulando para si mesmo. Notou que Louis estava ao seu lado, também abaixado para falar com a menina, e ele também exibia um sorriso simpático. "Esse é o Louis."
Meu Deus, essa menina vai pensar que somos pedófilos. Pensou Louis, mas mesmo assim manteve a pose.
Ela se manteve calada, assustada e chorosa. Seus olhos azuis estavam quase transbordando devido as lágrimas.
"Onde estão seus pais?" Harry quis saber.
"Eu não sei." ela respondeu no mesmo tom que antes. Sua pele começou a empalidecer, mais do que o normal e agora ela tremia muito mais do que antes, e Harry notou que não era de frio.
"Não sabe." ele repetiu baixo olhando para Louis. Ambos estavam sensibilizados com ela. Harry retirou seu casaco e estendeu a ela. Por baixo do sobretudo preto usava uma camisa social igualmente preta. "Tome isso, vista, se não vai ficar doente."
Não teve tempo para entregar-lhe o sobretudo. A palidez da menina se intesificou, seu corpo tremeu mais ainda e sangue escorria pelo seu nariz. Ela tentou dar um passo para procurar apoio, e acabou caindo dos braços de Harry, inconciente. O mais novo se viu chocado e imóvel. Uma criança acabara de desmaiar em seu colo, e ele não fazia ideia do que fazer, não sabia se deveria procurar os pais ou leva-lá para o hospital (que por sorte ficava na outra rua). Somente a voz aflita e angustida de Louis lhe deu alguma luz.
"Vamos levá-la para o hospital!" disse ele ficando de pé. "Agora Harry!" Gritou angustiado começando a correr.
Harry acomodou a menina em seu sobretudo e a segurou com força nos braços, tentando ao máximo mante-lá aquecida. Começou a correr, e em questão de segundos alcançou Louis, e agora corriam aflitos lado a lado em direção ao hospital.
Quase foram atropelados várias vezes quando passaram pelo meio da rua, e sempre que os careoa buzinavam Louis lhes mostrava o dedo do meio e em seguida apontava para a criança nos braços de Harry. Ele empurrou com toda sua força as portas de vidro do hospital, que bateram com um estrondo alto na parede.
"Ajuda! Por favor!" falou aflito e Harry descobriu o rosto da menininha assim que um dos enfermeiros apareceu.
"Achamos! Mandem um alerta ao Dr. Payne, achamos ela. Obrigada senhores, cuidamos dela daqui." disse o enfermeiro tomando a menininha em seus grandes e fortes braços e a colocou delicada em cima de uma maca que outra enfermeira acabara de trazer. Conectaram um soro nela, e começaram a checar o que estava acontecendo, eles abriam as palpebras dela e apontavam lanternas para seus olhos claros.
Ao longe Liam vinha correndo, sua bata branca balançando ao vento, e um olhar de aflição e alívio presente em seu olhos. Fitou os amigos e apenas gesticulou para que esperassem e se juntou aos enfermeiros. Menos de um minuto depois estavam correndo para o fim do corredor onde duas portas que davam acessos a UTI foram escancaradas e toda a equipe sumiu com a menina.
Harry olhou para Louis, aflito, e ele retribuiu o olhar. Então decidiram se sentar, não ouve conversa mas eles não precisavam falar um com o outro para saber o que o outro pensava. Sentaram-se na sala de espera, lado a lado e ali ficaram por uma meia hora que parecia ter durado um século.
Estavam cansados, ou melhor exaustos e quase pegando no sono. Louis estava de olhos fechados com sua cabeça apoiada em seu braço direito, e Harry caminhava de um lado para outro com um copo de café expresso na mão para se manter acordado. Uma descarga de adrenalina percorreu seu corpo quando Liam apareceu de volta na sala. Harry sacudiu Louis e ele ficou de pessoas em um salto.
"O nome dela é Emma." disse Liam." Ela tem câncer desde que nasceu praticamente. Eu cuido deja junto com mais uma equipe de médicos especializados de Oncologistas e Cirurgiões Oncologicos, e alguns cardiologistas e neurologista." Liam suspirou enfiando as mãos denteo dos bolsos da bata e fitando os próprios sapatos sociais. Sua camisa branca por baixo do jaleco estava bagunça e seus jeans pareciam ser os mesmos que ele tinha quando tinha 16, mas claro que não era. Louis e Harry trocavam olhares angustiados, esperando por mais informações e tentando processar o que haviam recebeido.
"Achamos ela na rua." disse Harry, sua voz soando mais rouca ainda.
"Ela estava internada aqui, não sabemos como ela conseguiu fugir, mas ela simplesmente fugiu." bufou frustrado e passou a mão no rosto. Profundas olheiras faziam presença abaixo de seus olhos.
"Onde estão os pais dela?" Louis quis saber, e no momento que fez a pergunta se arrependeu profundamente. Os olhos de Liam ficaram mais tristes e ele engoliu em seco, sem saber o que fazer ou o que responder, na verdade seria como explicar.
"Estão mortos" respondeu ele baixinho. E então explicou aos dois o acidente que havia acontecido, e que era mais do que um milagre ela estar viva. O caminhão havia literalmente esmagado os pais dela, de tal forma que eles tiveram morte instantânea. "Eu os conhecia, sou o Pediatra dela, e eramos amigos."
Harry teve que respirar fundo para se manter de pé, sentiu-se nauseado e chocado, uma mistura que fez seu estômago revirar e quase colocar todo seu café para fora. Louis estava chocado, apenas chocado, sem uma resposta, sem saber como confortar nem o futuro ex marido e muito menos o melhor amigo.
"Voltem pra casa, e se quiserem passem aqui amanha ok? Podemos conversar melhor e talvez ela ja estaja acordada." Liam tocou no ombro de Harry e fitou seus olhos verdes com intensidade, tentando passar toda a confiança que lhe restava por ali. "Chamei um táxi." falou e gesticulou para que eles fossem embora, aquele lugar não era para eles, coisas horríveis entravam por aquelas portas, e a maioria eram crianças machucadas, afinal aquela ala era a Pediátrica. Liam precisava de força para encarar tudo aquilo todos os dias, e dava seu melhor para cuidar de todas. Observou enquanto os amigos iam embora e voltou para seus afazeres.
***
Ao contrário de Loui, Harry não conseguiu pregar o olho a noite inteira. O mais velho havia começado a cochilar no táxi, e Harry teve que se segurar para não tentar levá-lo em seu colo para dentro da casa (já era comprovado que ele conseguia, havia feito isso logo depois que se casaram) mas com tudo que havia acontecido nas últimas 48h, Styles achou melhor deixar pra lá e apenas acordá-lo. Ao entrarem na casa, Louis desejou um boa noite preguiçoso a Harry e bocejou abertamente, logo em seguida fechou a porta do quarto e Harry não soube mais dele.
Passara a noite olhando para o teto, tentando de todas as formas achar uma posição confortavel o suficiente para poder finalmente descansar de toda sua carga horaria do dia e das horas de estresse que passou logo depois. Mas foi impossível. A princípio culpou o café que havia tomado no hospital, mas depois de quase 4 horas ele já não tinha mais em quem colocar a culpa, a não ser, é claro, em seus próprios pensamentos. Emma não saia de seus pensamentos, a ideia de que alguém tão novinha e inocente já perdera tudo de uma hora para outra, fazia seu coração se apertar e um nó formar em sua garganta. Para piorar ela estava doente, precisaria de alguém para cuidar dela... E foi quando seu cérebro o traiu. Harry havia, finalmete, adormecido, e acabou até sonhando.
No sonho, ele segurava Emma bem equilibrada em um dos braços enquanto fazia panquecas. Um sol brilhava pela janela próximo ao fogão, e Harry logo reconheceu a sua casa de campo ao sul da Inglaterra. Um belo sol brilhava, e o cheiro da comida sendo feita estava impregnado nas moleculas do ar. Havia ao lado uma tigela cheia de morangos e blueberrys, Emma vez ou outra se esticava para pegar um e enfiava na boca achando que Harry não estava vendo.
Braços abraçaram o mais novo por trás, e ele reconheceu por ser Louis, que logo ficou ao seu lado e beijou seus lábios de forma doce e amorosa, e em seguida pegou Emma no colo e beijou sua bochecha várias vezes, e então a acomodou na cadeirinha da bancada onde tomariam café da manhã.
"Você é o melhor marido do mundo sabia?" disse Louis sorrindo e tentando pegar um morango, mas Harry dera um tapa em sua mão. Louis fez uma careta para ele.
"Não, você vai esperar." disse rindo.
"Por que ela pode e eu não?" Louis fingiu fazer birra apontando para uma Emma que estava gargalhando, aquela risada gostosa e aguda de uma criança.
"Ta bem criança." Harry rolou as orbes verdes e pegou o maior morango que achou e segurou na frente dos lábios de Louis. O mais velho comeu o morango e sorriu satisfeito indo se sentar com Emma na mesa.
Quando Harry finalmente acordou, se sentiu perdido. Não sabia se aquilo fora um sonho, ou realidade.
Foi tão real.
Pensou sozinho e sentiu seus olhos humidecerem, ele queria aquilo de volta, queria aquele amor de volta, queria os braços de Louis ao seu redor, queria ter um filho com ele... Não. Queria criar Emma com ele. Queria que aquela visão fosse verdade, que aquela alegria ainda fosse possivel de existir. E aquela casa... Aquela casa de campo era o resumo de toda a historia deles, foi lá que se beijaram a primeira vez, foi lá que os dois se entregaram um ao outro em todas as formas possíveis e foi lá que Louis havia pedido Harry em casamento. Ele não deixou de imaginar como seria se aquele sonho virasse mesmo realidade.
Então ele sentiu um certo temor que Emma não pudesse ser dele, ser sua filha, que ela tivesse outros parentes. Mas Harry não vira ninguém procuando por ela na noite anterior, ninguém se preocupando com ela e nem dando falta se seu sumiço, nenhum parente pelo menos, e temeu que ela ficasse sozinha. Teve um mínimo momento de alegria ao pensar que poderia adota-lá, ele queria ela, queria cuidar dela e ama-lá como ela merecia ser amada. Mas as palavras de Spencer haviam surgido em sua mente como um tapa na cara fazendo seus olhos se encherem de lagrimas. Ele não poderia adota-lá. Não na situação que estava. Não sem Louis.
----------------------------------------------
OOII!! Eu me sinto tao inspirada para escrever essa fic que nossa!
Fiz esse cap pra acabar com os feels de td mundo (sou mt ma) nao sei se vou conseguir mas sei que estou sensível aqui dps de escrever esse cap
Espero que gostem, não esqueçam de votar e comentar oq estao achando!!
E pra quem quiser, me sigam no tt : @larrycrux
PS: Leiam Little and Precious e Lost World da minha amiga Mourir_amour
XOXO!
Du!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro