Drunk
Harry havia adormecido com aquele pensamento rodando sua cabeça, e para piorar ainda tinha o cheiro de Louis penetrando suas narinas de uma forma tão violenta que era quase como um tapa na cara. Apertou o travesseiro com mais força, fechando os olhos para evitar as lágrimas de escorrerem e voltando para uma época em que tudo era literalmente flores e amores. E assim como o cheiro dele, as lembranças foram como um tapa ainda mais violento.
Lembrou-se de quando Louis o acordava com beijos, mesmo estando puto por acordar com o despertador do marido. Ou quando Louis mandou um buquê de flores para Harry no meio do trabalho, sem motivo nenhum, e com um cartão e nele escrito o lema dos dois, as palavras que sussurravam no ouvido um do outro, que sempre repetiam em qualquer situação.
You Make Me Strong.
Já haviam pensando em tatuar essas palavras, mas era algo tão íntimo e tão deles que não queriam que ninguém soubesse delas, nem que vissem, nada. Aquilo era deles e de mais ninguém. E mais, eles tinham muitas tatuagens que se completavam, mas claro ninguém além deles sabia, apenas aqueles que observassem com bastante atenção.
De repente Harry sentiu um aperto no peito. As tatuagens. Ele finalmente ele percebeu a dor que seria ter que olhar para si mesmo e lembrar daquilo que perdeu, lembrar do que um dia aconteceu e do que acabou.
Daria tudo para ter Louis ali com ele, deitado ao seu lado e com um braço em volta de seu quadril, contando alguma piada ou apenas ali com ele, dizendo o quanto o amava.
"O que aconteceu com a gente Louis? " sussurrou para o nada. "O que aconteceu?"
Então a primeira de muitas lágrimas escorreu por sua face, direto para o travesseiro dele.
**
Quando foi que tudo deu errado? Questionou-se pela milésima vez. Segurava uma garrafa de wisky, ainda fechada, ponderando se valeria a pena esquecer das últimas horas e só ficar deitado naquele quarto de hotel, perdido em um universo paralelo onde tudo estava bem.
Mas ele não iria beber. Foi ai que tudo começou a dar errado. Bebeu de mais em uma noite, fez coisas que não consegue se perdoar, e o pior é que ele gostou. Ele gostou do que aconteceu, ele sentiu coisas que não sentia mais com Harry, como uma vela reacesa depois de apagada anos atrás. E não foi só uma vez, houveram outras, houveram outros momentos que Louis procurou aquela sensação.
Se olhar no espelho era o mais difícil. Podia parecer que ele estava com raiva de Harry por causa da menininha, mas a historia era bem mais longa do que aquilo. Ele sentia raiva por Emma, pelas brigas, pelos defeitos, por tudo... Não conseguia colocar em uma lista, ele só não queria mais nada, ele só queria se divorciar e conhecer algo novo. Ele não sabia se ainda amava Harry, não sabia se amava outra pessoa. Estava tudo tão confuso... E aquela garrafa, a garrafa gritava por seu nome, implorava para ser consumida... Fazia três anos que não bebia, desde aquele dia. Mas era quase impossível de negar, tão difícil de recursar.
A unica coisa que se lembra é de abrir a garrafa violentamente e virar todo seu conteúdo quase que de uma vez. O líquido ardia a medida que descia, era uma sensação tão prazerosa que ele simplesmente não queria que terminasse, mas teve que parar pois já estava sufocado.
Sentou-se ao lado da cama, no carpete e ficou encarando o espelho da parede. Se encarando. Eu sou um bosta. Disse para si mesmo. E com esse pensamento bebeu mais, quase que três goles de uma vez só, algumas gotas pingavam para fora de sua boca direto em aua camisa ou passando pela gola direto em seu peito. De início ele não se importou, mas depois de algum tempo ele acabou arrancando a camisa de si e atirando contra o espelho. Mas dessa vez tinha algo molhado escorrendo pelo seu rosto.
Chuva? Sua mente bêbada e confusa pensou. Não, ele estava chorando. Soluçando na verdade, sentindo os pulmões ardendo pela falta de ar, mas mesmo assim ele ascendeu um cigarro, algo que normalmente o acalmava. Daquela vez, um não foi o suficiente, e ele só pararia quando sentisse seu corpo mais calmo...
**
Por volta das sete da noite, Harry recebeu uma ligação. Não atendeu as primeiras vezes, mas quando seu celular tocou pela quarta vez ele finalmente acordou e atendeu.
"Alô?" sua voz soou rouca e manhosa.
"Harry?" a voz do outro lado da linha estava tropeçando por si mesma, parecia embriagada. "Harry?" chamou mais uma vez. E ele percebeu, para seu susto que era Louis. Levantou da cama em um salto, já pensando o pior.
"Lou?! O que aconteceu?"
"Me ajuda." ele estava chorando?!
"Onde você está?!" perguntou alarmado já procurando seus sapatos, sua blusa, suas chaves... Corria de cima para baixo na casa e quando finalmente estava pronto disparou para seu carro. "Lou! Onde você está droga?!" perguntou mais uma vez.
"No nosso hotel Hazz.."
"Não sai dai! Eu to indo!"
Harry sabia onde era e não hesitou nem por um segundo de dirigir em alta velocidade, ultrapassando sinais fechados, pegando contra mão, quase se matando para garantir a segurança do amor da sua vida.
Sentiu-se idiota por um momento, estava correndo feito louco para salvar alguém ele dúvidava que faria o mesmo por ele, ao menos naquele momento. Mas Harry nunca deixou de salvar Louis, nem de sua depressão nem de nada, e por incrível que pareça eles venceram tudo juntos, conseguiram se manter firmes e fortes por bastante tempo, conseguiram construir um castelo e se trancar atrás dos altos muros, quase impossível de de ser destruído.
Estacionou o carro e correu para o elevador, alguns funcionários tentaram para-lo mas logo que disse que era convidado de um dos hóspedes eles o deixaram passar (e claro que conheciam Harry, ele era bem famoso e tinha sempre seu rosto nas capas de revistas ou seu nome saindo da boca de celebridades).
Não bateu na porta, não pediu permissão para entrar. Apenas girou a maçaneta com força, e se surpreendeu com o fato de a porta estar destrancada, não era do feito de Louis fazer isso, mas se bem que ele estava bêbado então...
Louis estava jogado ao lado da cama agarrado a uma terceira garrafa quase vazia, sem camisa e com um olhar perdido, o rosto úmido pelas lágrimas e o resto do quarto virado de cabeça para baixo. Poltronas estavam jogadas, os lençóis revirados, objetos largados no chão. Agradeceu que Louis não quebrou nada, Harry não queria ter que assinar outro cheque para pagar os danos.
Devagar, aproximou-se do mais velho e sentou ao seu lado. Usava apenas sua camisa de botão e seus pertences já estavam fora do bolso e ja colocados na mesa de cabeceira. Louis pareceu não notá-lo inicialmente, permanecendo petrificado com os olhos azuis fixos na parede.
"Lou.." Harry chamou mas foi ignorado das primeiras vezes. Apenas quando se sentou na frente de Louis e segurou seu rosto com as mãos foi que o mais baixo finalmente lhe deu alguma atenção.
Ver Louis assim era como ver um filme que já viu milhões de vezes. Aqueles olhos vazios, sem brilho algum, a expressão limpa de qualquer coisa até parecia que ele estava dormindo devido a forma que seu corpo estava relaxado e anestesiado, nem conseguir levar a garrafa aos lábios ele conseguiu e quando tentou Harry afastou o objeto das mãos de Louis.
"Lou.." chamou mais uma vez, mas mesmo assim Louis não parecia estar enxergando ele, mesmo que seus olhos estivéssem fixos nos dele. "Louis. Meu amor, eu to aqui. Pisca os olhos, murmurra alguma coisa..." ele poderia estar entrando em coma alcólico, esse pensamento fez o mais novo se angustiar, e não ajudou em nada quando Louis começou a fechar os olhos. "Ei! Olha pra mim! Louis caramba!" sacudiu o rosto dele de forma delicada, mas agitada o suficiente para que ele abrisse os olhos subtamente, e então quase ia fechando os olhos mais uma vez. "Louis!" chamou mais alto.
"Harry.." ele murmurrou, as palavras tropeçavam umas na outras e ele sua língua estava enrolada. "Eu so quero dormir, me deixa dormir... Aqui ta bom... sim aqui ta bom." seu corpo começou a pender para o lado mas Harry o segurou mais firme.
Lá vamos nós. Pensou com um suspiro.
"Já que quer dormir, vamos tomar um banho."
"Não."
"Sim. Nós vamos."
Jutou toda a força que tinha em seu corpo e ergueu Louis, apoiando um dos braços dele em seu ombro e segurando sua cintura com a outra mão livre. Arrastou Louis para o banheiro enquanto ele resmungava algo sobre "Tom e Jerry" e ria de forma farca e bem bêbada (se é que se pode definir sua risada assim). Ao entrarem no banheiro, Harry colocou Louis dentro da banheira e começou a desabotoar sua calça. Louis soltou uma risada.
"Não se aproveite de mim.. Estou de olho em você." ele moveu a mão apontando para os olhos e em seguida enfiando o dedo na cara de Harry, achatando seu nariz e ali ficou cutucando as feições do mais alto. "Covinhas." deslizou a mão para a bochecha dele e cutucou.
Revirando os olhos, o encaracolado puxou a calça de Louis pelas pernas e as jogou em outro lugar do banheiro, deixando ele apenas de cueca. Ligou o chuveiro de água gelada, e um jato foi direto na cara dele. Louis despertou um pouco, mas ainda estava bastanta bêbado, só que menos do que antes.
"Oi." disse Harry.
Louis começou a rir, mas a rir de uma forma histérica que assustou Harry. Então lágrimas vieram e o mais velho se agarrou ao mais novo, sem se importar se estava molhado ou não, e seus braços fortes puxaram o tronco de Harry para dentro da banheira e diretamente para debaixo do chuveiro. A expressão de Harry ao ver que estava molhado foi o que causou mais risos para Louis. Chutando os sapatos para fora dos pés e tirando as meias o mais novo entrou de vez na banheira (que era bem espaçosa e em um formato mais oval) e se sentou de frente para o marido que agora cantoralava alguma música que não foi possível identificar.
"Que tal desligar o chuveiro, se secar e deitar hein?" perguntou calmo e com uma voz tetando parecer animada. Louis apenas riu.
"Cade o suco?"
"Você estava bebendo whisky.." disse Harry erguendo as sobrancelhas.
"Ta eu pego." Louis tentou se levantar, mas seus movimentos estavam tão descoordenados que ele não conseguiu ficar em pé, e sem falar que Harry segurou sua mão e o puxou para baixo na tentativa de fazê-lo voltar a se sentar, mas devido ao estado de Louis ele acabou caindo em cima do mais novo. Um sorriso travesso brotou nos labios de Louis.
"Calma honey, eu não vou fugir." disse de uma forma um tanto que sexy, mas sua voz embriagada e o hálito horrível não melhoraram a situação estranha que se tornou. Louis deslizou as mãos pelo pelo peitoral de Harry que ainda estava coberto com a camisa.
Ele não se lembrava do acontecido, e isso era bem comum. Louis sempre esquecia de tudo quando bebia, ele já esqueceu que havia se casado com Harry e começou a falar de como queria a cerimônia... Claro que na época foi hilário, mas agora Harry não tinha certeza do que achar.
As mãos de Louis, ageis como sempre abriram os botões da camisa de Harry, um por um. Os olhos fixos nos dele e naquela imensidão azul havia uma chama ardendo, um desejo que estava quase impossível de ser controlado. E o pior (ou melhor?) era que o encaracolado também queria, por isso não parou Louis. Não de início.
"Eu te amo." Louis murmurrou próximo aos lábios de Harry, sua voz já não estava mais embriagada, estava um pouco embolada, mas devido a forma baixa e lenta que ele falou isso não pode ser percebido. Mesmo que Harry também quizesse, ele tinha medo agora de como seria depois, Louis iria ficar puto e gritar ainda mais com ele...
Seus pensamentos foram interrompidos quando os labios macios de Louis se fixaram nos Harry. E naquele momento, ele soube que Louis estava querendo muito mais do que só beijá-lo. A questão era apenas se Harry permitiria ou não.
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Mesmo parecendendo que foi só enrolação esse cap está mostrando alguns dos muitos problemas que Louis tem...
Desculpem se acharem uma bosta, eu não estava mt inspirada pra escrever.
Mas, mesmo assim se vcs gostarem votem e comentem bastante pq isso me faz sorrir :D kkkkkkkkkkk
tt: @larrycrux
XOXO,
Dede! (meu novo apelido aparentemente kkkkk)
PS: MAIS ALGUÉM SURTANDO COM PERFECT?? HSJAFAGATAVA
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