•Capítulo Dezenove•
Olhei para trás, tentando achar algo para me cobrir, mas só tinha os cachorros dormindo ali. Peguei o vestido em farrapos e os usei para tapar os seios. Soszac riu ao meu lado.
— Qual é a graça? — perguntei, soltando fogos pelas ventas.
— Ela é a sua irmã, nunca te viu nua?
Olhei para ele, Pati já tinha me visto nua, mas não nua e me agarrando com um homem, no caso, meu marido.
— Sim, já! Mas ela nunca me viu com um homem! — olhei para trás de novo, e lá estava, o vestido amarelo que eu usaria para deixar a festa essa noite.
O peguei e muito desajeitada e o vesti. Pati não nos olhava mais, mas estava me esperando do lado de fora do carro, podia ver como estava nervosa, murmurando para si mesma.
— Acho isso muito bom. — Soszac respondeu-me, me dando uma olhada especuladora.
— O que foi? — perguntei, juntando os meus cabelos em um coque apertado em cima da cabeça.
— Nada. — ele abriu a porta do lado do motorista e saiu.
Me abaixei e calcei os saltos com pressa. Soszac deu a volta na frente do carro, girando a chave no indicador. Pati o notou e arregalou os olhos, então deu um passo para trás quando ele abriu a porta para mim.
Olhei para o chão, envergonhada quando Pati me olhou de cima a baixo, parecia que tinha visto um fantasma, estava vermelha como um tomate.
Engoli em seco e sorri para ela.
— Eu tenho uma surpresa para você. — ela piscou várias vezes, confusa.
— Ham?
Meneei a cabeça, rindo.
— Aqui. — abri a porta de trás do carro e a chamei.
Pati veio até mim desconfiada e deu uma olhada dentro do carro. Todo o seu comportamento mudou quando ela viu os dois cachorrinhos.
— Oh meu deus! Que fofuras! — exclamou alto.
Ri, feliz pela sua reação, e olhei sobre o ombro para Soszac que estava encostado no carro.
— Aquele pintadinho é o seu, o amarrozinho é meu. — falei, me inclinando para dentro do carro.
Peguei os dois cachorrinhos e entreguei o branco com manchinhas pretas a Patrizia.
Ela abraçou o cachorrinho, que abanou o rabinho e lambeu seu rosto, rindo.
— Fofo, fofo, fofo! — ela afastou o rosto e tocou o nariz no do cachorro, franzindo-o enquanto ria. — Neném ‘biíto’, quem é o neném ‘biíto’?!
Balancei a cabeça, fazendo carinho no cachorrinho nos meus braços. Ele estava quietinho, muito abatido, diferente do irmãozinho.
— Vamos para a festa? — chamei Pati.
Ela olhou para mim, então arqueou as sombrancelhas.
— Ah! É mesmo, papai mandou eu vir atrás de vocês, já de passaram quase três horas desde que saímos da igreja, ou já são três, e vocês sequer entraram no salão... E depois que vocês entraram no carro de novo... Bem... uh...
Ela olhou para Soszac atrás de mim, aparentemente amedrontada por falar demais.
— Tudo bem, não precisa falar mais nada. — segurei o cotovelo dela com a mão livre. — Vamos entrar?
Pati olhou para Soszac atrás de mim e depois, para o cachorro nos braços dela.
— E os cachorros? — perguntou. — Não acho que papai vai deixar eu ficar com ele.
Olhei para o animal enroscado no braço dela. Não tinha pensado nisso, papai não gostava muito de animais.
Um braço forte circulou a minha cintura e me puxou para um corpo firme. Olhei para Soszac ao meu lado, como sempre, não tinha nada na sua expressão, apenas aquela máscara fria.
— Não se preocupe, eu direi que é um presente meu e de Tiziana para vocês. — levantei uma sombrancelha e sorri.
— Isso, papai não vai poder recusar. — falei, voltando a minha atenção para Patrizia, que fitava o braço de Soszac em volta da minha cintura como se fosse uma cobra peçonhenta e não o braço do meu marido.
— Patrizia? — chamei, ela voltou a atenção para mim, piscando várias vezes.
— Hum?
Meneei a cabeça, rindo.
— Nada. Meu deus, vamos entrar logo. — Soszac me puxou com ele para o salão e Patrizia nos seguiu de perto.
Assim que passamos pelo arco de flores brancas, todos os nossos convidados nos receberam com aplausos e assobios.
Segurei a vontade de sair correndo dali quando várias pessoas vieram nos cumprimentar. Seria uma tarde muito, muito longa.
(...)
Soszac
Batuquei os dedos no volante, uma estranha calma tomando conta de mim. Tiziana dormia no banco ao meu lado, o cachorro sarnento no seu colo.
Ela estava cansada, o que significava que eu não teria um gostinho da boceta dela hoje, e sinceramente, estava tão cansado quanto parecia.
O dia fora corrido, muitos acontecimentos, pessoas demais a minha volta por muito tempo, e pior, tinha o pai de Tiziana me fazendo ameaças a cada momento que tínhamos sozinhos. O velho era corajoso, tinha que admitir, mas a minha quota com ele já estava vencida.
Encostei a cabeça no banco, esperando o sinal mudar, e quando o mesmo o fez, eu pisei firme no acelerador e dirigi de volta para a mansão.
Passei pelos grandes portões e dirigi os mais trezentos metros de estrada de pedra e jardim até a mansão, dei a volta na fonte em frente a mesma e estacionei. Um dos soldados que fazia a guarda durante a noite veio pegar o carro. Saí do mesmo e dei a volta, estremecendo quando o ar frio da noite bateu no meu rosto.
Abri a porta do lado de Tiziana e me inclinei para dentro do carro, passei um braço sob suas costas e sob os joelhos e a tirei do veículo, tomando o cuidado de manter o pequeno cachorro entre nós, para que ele não caísse.
— Humm... — murmurou, se aconchegando mais contra mim.
Olhei para o soldado antes de subir as escadas para dentro da mansão, me certificando de que ele ia guardar o carro. Abri a porta e entrei com Tiziana, então a tranquei e fui para a ala Sul, que era onde eu ficava. Entrei no corredor largo, cheio de quadros dos dois lados nas paredes e cheguei na entrada das alas Sul e Oeste.
Me lembrei da noite anterior, que quase tive Tiziana contra a janela bem ao meu lado. Ficara tão irritado quando não a tive, nem mil punhetas resolveram o problema com a minha ereção durante o resto da noite.
Subi as amplas escadas que levavam a ala Sul, segurando Tiziana com firmeza nos meus braços. Espremendo o cachorro um pouco enquanto subia.
Cheguei a sala de estar da ala Sul e subi o segundo lance de escadas que levava aos quartos no terceiro andar. Assim que cheguei no corredor cheio de portas, fui para a porta do lado direito da última que dava de frente para o corredor, que era o meu quarto, e a abri. Levei Tiziana para a cama de casal em seu quarto, e a coloquei lá cuidadosamente. Peguei o cachorro com uma mão e coloquei ao seu lado. Me sentei na beirada da cama, sentindo o meu coração bater com força dentro do meu peito enquanto tirava os saltos dos pés de Tiziana. Me levantei de novo e a cobri com os cobertores.
Olhei para ela por um momento, dormindo. Tiziana roncava, oh sim, podia ouvir aquele barulhinho fino que ela estava fazendo. Dormindo como um maldito anjinho. Porra.
Suspirei e verifiquei se as duas janelas com vidraças quadradas estavam trancadas e puxei a cortina, bloqueando a luz da lua que entrava no quarto. Não podia ser descuidado sobre isso, os russos vinham invadindo a minha mansão nos últimos meses, mesmo que nunca chegassem a porta da frente vivos. Agora eles sabiam que eu tinha me casado e iriam vir com tudo para cima de mim.
Saí do quarto e fechei a porta. Fui para o meu quarto e apertei o botão para descer as cortinas de todas as seis janelas do mesmo. Tirei o paletó e o deixei no chão, o resto das minhas roupas tiveram o mesmo destino, e quando eu estava usando só uma cueca, fui para a minha cama me deitar.
Precisava descansar um pouco, acordaria a minha pequena esposa de um modo muito intenso na manhã seguinte.
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