Jungkook

Eu cheguei cansado da confeitaria, me joguei no sofá, e é nele que estou nesse momento.

Um anime na TV, mas eu não conseguia prestar atenção no que estava vendo. Minha mente estava a um milhão.

A chuva do lado de fora estava começando a se intensificar, o que dava a esse momento um ar  depressivo.

Eu estava quase dormindo, quando ouço uma voz gritando o meu nome. Namjoon! O que ele estava fazendo aqui a essa hora? Por que gritar, e não apenas tocar a campainha?

Levantei rápido e corri até a porta. Quando à abri me deparei com meu amigo todo molhado, com alguém em seus braços.

- Nam, o que aconteceu? - Sai de sua frente para que ele pudesse entrar.

- Tira tudo o que estiver no sofá agora. - Ele disse andando até a sala.

Eu apenas fiz o que ele pediu, ele parecia muito cansado, devido ao esforço que fazia, pude ouvir seu suspiro de alívio ao colocar o corpo no sofá.

Me aproximei e assim que reconheci que era, quase desmaiei. Um alívio percorreu meu corpo, Jimin estava aqui.

- Onde o encontrou?

- No parque em um dos bancos. Eu preciso de uma toalha, uma bacia com água quente e a coberta mais quente que você tiver. - Meu amigo parecia tentar manter a calma, mas pude ver o quanto estava preocupado.

Corri até a cozinha para esquentar a água, fui até o armário e peguei uma toalha e a coberta que havia ganho de natal de minha mãe.

Assim que tinha tudo o que me foi pedido, corri até meu amigo.

Ele havia tirado as roupas de Jimin, que ainda eram as mesmas que eu havia lhe dado.

Ele pegou a toalha da minha mão e começou a secar o corpo pálido e magro, eu me aproximei, era triste ver alguém tão jovem naquela situação, ou melhor era triste saber que muitos estava na mesma situação que o garoto em nossa frente.

Namjoon o cobriu com a coberta, dobrou a toalha e mergulhou sua parte ainda seca na água quente, ele a colocou sobre a testa do loirinho.

- Você sabe o que está fazendo? - Não queria jugar, mas não acho que aquilo ajudaria em algo.

- Não, mas é o que posso fazer no momento, não temos nenhum documento dele, e você sabe que os hospitais da cidade não atendem sem os documentos, isso é revoltante, não posso garantir que ele viva e os que podem não querem ajudar pessoas como ele. - Namjoon bufou raivoso, ele era contra essa política, mas a maioria das pessoas era a favor, não podíamos fazer nada, o atendimento eram todos particulares, até em casos de emergência.

- E agora? O que vamos fazer?

- Agora esperamos ele acordar, se ele acordar. - Nam suspiro se sentando em uma das poltronas que havia na sala, eu apenas copiei seu gesto.

E assim passamos a noite, observando o garoto desacordado em meu sofá.