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✥ㅡ SEM VOLTA ㅡ✥

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Yura

   Assisti com o coração apertado os três homens grandes ao redor de Asterin, preparando-a para nadar até o Templo. Desde que acordei, quando o sol ainda nem havia nascido, tenho rezado em silêncio para os deuses  ㅡ se é que eles realmente nos escutavam ㅡ para que não a deixem se machucar.

   O homem grandalhão, Malark, como me contou recentemente, assiste Asterin e Korian conforme eles vestem a roupa perfeita para a natação. A vestimenta está mergulhada em Muriella por fora, e posso ver que o semideus a sente no momento em que ela toca seu corpo. Ele faz uma careta, mexendo o corpo para os lados, testando a elasticidade do tecido e tendo certeza que não vai morrer com o veneno.

   Estou no canto do navio, amarrada à uma cadeira e amordaçada, assistindo  os marinheiros conversando com Dakar em um canto, seguido da risada dele. Estremeço com o som. Meu corpo ainda dói depois das rodadas de sexo que ele exigiu para comemorar sua vitória. Saí de seu quarto nos braços de Malark, quase desfalecida, e provavelmente teria cometido um erro fatal se ele não tivesse ficado comigo na cabine apertada. Afinal, eu ser a inútil que quase nunca era observada tinha seus pontos bons. Consegui roubar uma faca da cozinha, assim como várias lascas de madeira dos ataques dos monstros, deixando-as afiadas o suficiente para quando quisesse atacar alguém.

   Mas eu estive bem perto de cravá-la em meu próprio coração. Isso se Mal não tivesse encontrado com facilidade horripilante meu esconderijo secreto onde guardava todas elas. Ele conversou comigo a noite inteira enquanto cuidava de meus ferimentos. Sequer me importei por estar nua na frente dele, que parecia ser o mais normal entre os homens. Mas Malark simplesmente cobriu meus ferimentos com uma substância que foi maravilhosa para meu corpo e puxou o lençol acima de mim, me dando uma ordem para descansar.

   ㅡ Você se sente melhor? ㅡ tinha perguntado ele.

   Eu apenas balancei a cabeça, morrendo de medo que se abrisse a boca, podia começar a chorar como se não houvesse amanhã.

   Malark apenas sorriu e apontou com a cabeça para o esconderijo.

   ㅡ Acho que deveria afiar mais a madeira. A ponta está um pouco redonda, e pode causar muito pouco dano. Durma um pouco, Yura. Amanhã o dia será cheio.

   Foi a última coisa que ele me disse antes de sair do quarto com um sorriso perante minha expressão assustada. Passei o resto do dia pensando em que momento algum soldado apareceria para me castigar, ou até mesmo Dakar em pessoa, por esconder armas em meu quarto. Mas ninguém apareceu. E Mal foi até meus aposentos durante a noite para trocar os curativos em meus ferimentos.

   Eu o olhava, curiosa, me perguntando o porquê dele ser tão gentil enquanto passava a pomada nos cortes. E também por que se incomodava em cuidar de mim, já que os outros pouco faziam além de me jogar um balde de água e pó curandeiro que sempre carregávamos em viagens. Malark não falava nada, apenas se concentrava em sua tarefa, vez ou outra me olhando em busca de expressões de dor. Mal sabia ele que há anos eu sinto isso e jamais mostrei fraqueza perante outras pessoas.

   Agora, encarando-o do outro lado do navio enquanto falava baixo com um homem ao lado de Asterin, imaginei o que o fazia tão diferente dos outros. Ele era uma montanha, um homem imenso. Mas havia gentileza em seu toque, assim como em seus olhos, quentes e ternos, que me deixaram calma enquanto me curava.

   Fico tensa na cadeira quando vejo Dakar se aproximando, os passos leves, o Artefato de Aramina sempre em suas mãos. Minhas irmãs têm o procurado há tantos anos que sequer posso contar, e o pior inimigo delas o tem usado para fins maquiavélicos e terríveis. Mostrando seu falso poder a quem quiser ver.

   Ele chega ao centro do navio e sorri para as pessoas ao redor.

   ㅡ Senhoras e senhores, estamos prestes a ver um acontecimento jamais visto antes ㅡ proclama. Até daqui posso ver o corpo de Korian ficando tenso e a carranca de Asterin para ele. ㅡ Em cinco minutos estaremos diante de nosso futuro, irmãos. Ketrell, traga as bebidas. Vamos comemorar!

   Trinco os dentes quando o ódio chega a níveis sufocantes. Até mesmo puxo as restrições, recebendo de volta um sorriso dele quando percebe meu movimento. Os cruéis olhos vermelhos prendem-se nos meus por um instante, antes de retornar a atenção para o que o comandante do navio está lhe dizendo.

   Olho para Asterin e Korian. O semideus se aproximou dela e tem um braço ao redor de seu corpo, a mão em sua cintura apertando-a contra seu corpo. Os dois observam a movimentação de Ketrell servindo as bebidas e os gritos de júbilo dos homens enquanto erguem seus copos para o céu e gritam para os deuses como serão mais fortes do que eles.

   Asterin olha para mim, e trinca os dentes quando seu olhar bate na corda grossa prendendo meus pulsos e tornozelos, assim como o pano amarrado firmemente em minha boca. A pouca vestimenta que uso ㅡ nada mais que uma camisola transparente ㅡ a faz ficar ainda mais furiosa, fazendo-a fuzilar a nuca de Dakar. Se um olhar matasse, só as cinzas dele estariam no chão agora.

   Inclino a cabeça para ela, que me olha confusa. De forma breve e quase imperceptível, faço um sinal rápido com a cabeça, apontando para Malark. Eu sei que ela já possui uma boa suspeita de que eu seja uma bruxa, e jamais poderei lhe confirmar isso falando em sua mente. Já é suficiente saber seus pensamentos a respeito de mim; sentir a pena é muito mais do que consigo suportar. E depois que Dakar tomou meus poderes e tornou impossível para mim recuperar o Artefato e cumprir a missão que minhas irmãs me deram, é de extrema importância que Asterin jamais saiba a verdade. O resquício de magia foi o suficiente para que eu mudasse a cor de meus olhos, de um lilás vivo ㅡ a marca registrada das bruxas de minha Casa ㅡ para um verde escuro. Graças aos deuses a magia nunca falhou.

   Asterin olha para Malark, franzindo o cenho. Torço para que meu olhar penetrante de confie nele seja o suficiente para que ela compreenda. Ouvi o que os dois conversavam na manhã anterior quando estavam no escritório de Dakar. Mal falou na mente dela que a ajudaria, e desde que eu ouvi isso, não tive dúvidas que faria mesmo. Iria contra as regras que o inimigo impôs para, assim como ela, salvar quem ama.

   Malark podia ser um homem falso, que estivesse coberto de mentiras. Mas com meu minúsculo poder, que permitia que eu sentisse as verdadeiras emoções da alma ㅡ culpa, medo, paixão ㅡ pude perceber que o que ele mais sente é o medo. Desde então, vi que ele poderia realmente ser diferente. Podia ter falado a verdade quando contou a Asterin sobre sua irmã presa juntamente com Grant.

   Asterin olha para mim, erguendo as sobrancelhas. Relaxo na cadeira quando vejo compreensão brilhar em seus olhos, assim como balança a cabeça em concordância de forma imperceptível também.

   Mas quando vejo Dakar se aproximando de mim, volto a ficar tensa. Ele abre um pequeno sorriso quando agarra meu cabelo em um punho e puxa minha cabeça para trás, me fazendo grunhir.

   ㅡ Está preocupada, querida? ㅡ pergunta ele, e até sua voz me faz ter vontade de vomitar. ㅡ Estamos bem perto de conseguir o que queremos. Acho que deveria deixar de ser teimosa e me obedecer de uma vez.

   Eu sei que ele vê o desafio em meus olhos. A recusa. Dakar pensa que é um jogo, e sempre me força a fazer o que quer, por isso nem me dou ao trabalho de grunhir por trás da mordaça.

   Ele abre um último sorriso e me solta.

   A porta ao lado da minha cabine se abre, e de lá saem três homens vestidos com roupas idênticas às de Asterin e Korian, todos eles carregando o que parece ser o colar de proteção que Dakar criou para que eles pudessem respirar debaixo d'água.

   Sinto um pouco de diversão quando vejo Asterin estalando insultos para o homem que tenta colocar o colar ao redor de seu pescoço. Ele estreita os olhos e simplesmente agarra seu braço, puxando-a para longe de Korian. O outro faz o mesmo com ele, enfiando à força o objeto em seu pescoço.

   Eu sei que a hora está chegando. Mas nunca pude me preparar para este momento. Porque agora eu podia ver o tamanho da maldade e astúcia que Dakar possuía; o quanto queria ser visto e lembrado como o ser mais cruelmente poderoso que já existiu em Taryan. Se ele conseguisse roubar os poderes da rainha morta, conseguiria qualquer coisa.

   Olho para o céu, encarando a vastidão azul que sempre me fez imaginar um lugar melhor para aqueles que já tinham ido embora. Rezando para que a rainha, de onde quer que ela esteja, proteja sua filha. Que não permita que estes homens a usem para isso. E que o que pertence a ela jamais caia nas mãos de Dakar.

   Quando abro os olhos e vejo o primeiro homem pular na água, respiro fundo. E faço mais uma prece.

   Que a filha do fogo retorne com o que é dela por direito.

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