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✥ㅡ PENSAMENTOS ROUBADOS ㅡ✥

✥ · ✥ · ✥

   Um animal enjaulado. Era isso que eu era.

   Como se já não bastasse a janela com grades, agora a porta também é segurada trancada através da magia de Korian. Impostor maldito que consegue controlar seu poder a quilômetros de distância e nem fica preocupado com o fato de que eu poderia simplesmente barrar sua magia e fugir daqui.

   Acredito que ele deve me achar tão estupidamente burra que jamais conseguiria sequer acertar uma chama na madeira.

   Eu poderia continuar com este pensamento se não tivesse colocado a mão na maçaneta e levado um choque tão grande que meu corpo convulsionou várias vezes antes de finalmente se aquietar e eu poder xingar Korian dos piores nomes que conhecia. E as vezes, jurava que ouvia a risada dele soando pelo corredor. Ou em minha mente, o que ele tem o prazer de fazer em quase todos os momentos onde meu único desejo é arrancar sua cabeça.

   E todas as noites eu tinha o mesmo pesadelo.

   Estar trancada aqui como um passarinho engaiolado mandou de volta todas as lembranças perturbadoras que estavam em minha cabeça desde sempre. O desespero de estar confinada em um lugar apertado e o sentimento de sentir as paredes se fechando ao meu redor cada vez mais, prontas para me esmagar. A aflição de ver a porta trancada, me aprisionando e não ter nenhuma forma de sair. Ainda me lembro das risadas dos meninos maus amigos de Kennai que amavam me atormentar me prendendo na sala da despensa. Também foi ali onde estava escondida quando o imortal me encontrou e me marcou para o resto da vida.

   Acordava todas as madrugadas suada e sem fôlego, e corria para a porta para tentar abri-la e receber um pouco de ar, o que fazia com que eu fosse eletrocutada imediatamente. A dor era bem-vinda as vezes, sabe. Me lembrava dos monstros que eles eram e que não tinham a menor intenção de me tratar bem por qualquer motivo que fosse.

   Também, eles não têm culpa nessa questão. Nunca fui educada e vivia xingando a todos pelos corredores. E além disso, fugi há quatro dias. Desde então, não senti a grama verde do jardim tocando meus pés ou pude apreciar os raios do sol penetrando minha pele sem as grades da janela nos separando. Meu corpo começou a definhar com o desespero, e nem mesmo meu fogo poderia me curar deste sentimento.

   Trancafiada. Presa.

   Era um pesadelo desesperante para mim. Ficava deitada na cama o dia inteiro, e mal tocava na comida que as criadas humana vinham trazer. Em todas as vezes, elas me encaravam com tanta pena que o ódio simplesmente vinha com força e avassalador, me fazendo jogar todos os pratos na parede e obrigá-las a limpar dois segundos depois.

   Não me sentia bem ao fazer isso, afinal, também tinha sido uma escrava e sei que não é bom. Mas calava as bocas e cessava os olhares. Nem mesmo elas me olhavam errado agora.

   O sol penetra meu quarto com um brilho forte. Lá no fundo, desejava estar lá fora e sentir seu poder. E o máximo que conseguia era sentar na sacada e enfiar os braços pelos espaços das grades para pelo menos minhas mãos terem um pouco do sentimento. Ficava horas nestas posições, e trocava os braços várias vezes. Observava o sol sumir e dar lugar à lua e ao céu escuro e cintilante. As estrelas me faziam companhia quase tanto o sol, brilhando por aquele céu escuro e me chamando ao seu encontro.

   Olho para os braços, e as linhas onde minhas cores se dividem em um bronzeado um pouquinho mais escuro.

   Há dias não sonho com os olhos azuis. Com os pesadelos sempre em meus pensamentos, não tenho espaço para um momento de paz. Só tortura. Korian não conhece meus medos. Nunca os deixei transparecer em minha mente para que ele não soubesse de minhas fraquezas. Aprendi com Kennai de que nunca se deve mostrar fraco diante do inimigo que é, claramente, mais forte e poderoso do que você.

   É com este pensamento que, lentamente, me levanto da cama e estico o corpo algumas vezes, sentindo a dor nos músculos por passar tanto tempo deitada e sentada. O mais fortemente que consigo, atraio meu fogo para o centro de meu corpo e o faço se transformar em cura. As chamas ondulam ao som de meu chamado, atendendo ao meu poder. Queimam forte a cada segundo, o calor em meu coração se espalhando para o resto do corpo quando ordeno a cura para a viagem.

   Meus pés e pernas são restaurados. Sinto a força neles restaurar aos poucos e lentamente subir para o resto do corpo. Quando chego à cabeça, meu fogo diminuiu para uma pequena chama em um graveto. Perdeu seu poder por conta do trabalho de se espalhar pelo resto do corpo.

   Decidi não me esconder mais. Não me afetar por medos bobos, mesmo que em todo o tempo eles me fazem relembrar do passado. E não temer a mão inimiga quando ela vier me assombrar.

   Decididamente, marcho até a porta e fico de frente para o poder rondando-a. Korian teve a criatividade e maldade de fazer com que eu sentisse seu toque através da porta, assim, a cada vez que eu tentasse sair, seria como se ei estivesse tocando nele e é desta maneira que Darion conhece meus movimentos. Se eu fugisse, ele seria o primeiro a estar aqui com seu poder semideus de teletransporte.

   Talvez se eu batesse na porta com tudo ela abriria? A pergunta rola por minha mente cada vez mais até que eu considero a ideia uma idiotice.

   Ou talvez não seja.

   Bem, não custa nada tentar.

   Juntando força e me distanciando vários passos da porta, conto até três mentalmente e corro a toda velocidade com o ombro preparado.

   E recebo uma descarga de energia tão forte que desta vez meu corpo convulsiona várias e várias vezes. Meu cérebro parece que virou geleia quando me assento no chão, ainda sentindo o grosso carpete machucando meu rosto.

   Olho para a maldita porta e a xingo de todos os nomes feios que conheço.

   Bem, primeira tentativa não deu muito certo. Agora, o plano dois é tentar atrair Korian até aqui e mantê-lo distraído até poder bater em sua cabeça com algo forte e duro e deixá-lo desacordado enquanto fujo de uma vez por todas.

✥ · ✥ · ✥

   ㅡ Bem, parece que você esteve bastante ocupada nos últimos dias, não?

   Levo um susto com a voz de Korian. Estava quase desfalecida em cima da cama, com a cabeça para fora do colchão e pendurada de cabeça para baixo. Estive tão ocupada e preocupada em tentar passar pelas barreiras dele que minha cabeça agora zune e mal posso ouvir meu próprio coração batendo. E nem o ouvi entrar. Depois de tantos choques, tê-lo ouvido seria uma surpresa.

   Ele se formou em meu quarto como fumaça; sombrio e silencioso. Suas roupas de hoje são de ouro couro; calças pretas e coladas, camiseta branca simples e uma jaqueta grossa de couro jogada por cima. Ela está manchada de terra em alguns lugares, por isso imagino que ele estivesse treinando. O suor também cola a gola de sua camisa ao seu pescoço, mostrando bem os peitorais musculosos despontando pela camiseta.

   Não me preocupo em mudar a posição. Observo-o de braços cruzados de cabeça para baixo como um morcego na escuridão. Seu rosto duro tem uma pontada de diversão quando me encara ofegante e suada.

   Estive mais uma vez tentando abrir a porta. O esforço foi tão inútil quanto tentar lutar contra Korian e ter certeza de que iria ganhar. Eu respiro pela boca, tão ofegante que é difícil acalmar a respiração depois do esforço. Levei tantos choques que mal sinto minhas mãos ou ombros, que era onde eu atingia a porta para tentar abri-la usando a força em vez da magia.

   Tentei também juntar o fogo e assim tentar consumir a porta inteira e me dar a chance de escapar. Triste tentativa. Acabei colocando fogo na cômoda ao lado da porta, e agora ela jaze solitária no canto do quarto completamente carbonizada. O olhar de Korian fica mudando de mim para a bagunça que se tornou o quarto antes considerado bonito.

   ㅡ Minha vida andava muito chata aqui durante este tempo. Então, decidi me divertir. ㅡ respondo, sorrindo fracamente e ironicamente. Ele ergue uma sobrancelha para mim.

   ㅡ Levar choques não me parece exatamente uma diversão, humana.

   ㅡ Então por que não tira sua magia daqui? Causaria menos danos, não acha?

   ㅡ Não exatamente. Ainda quero saber o motivo de ter escapado dos meus guardas e do castelo.

   Sorrio mais uma vez, levantando um pouco a cabeça quando o latejar piora.

   ㅡ Senti que faltava diversão em sua vida, príncipe.

   Tento limpar a mente de toda a conversa que ouvi dele e a tal Adeline. Ele não precisa saber que estava escondida no corredor escutando cada detalhe de sua discussão.

   Seus olhos se estreitam, e sinto ligeiramente um peso em meu cérebro. Ele está vasculhando e sabe que estou escondendo algo.

   ㅡ Acho que já contamos que a mentira não é bem-vinda aqui, humana.

   ㅡ Está vasculhando minha cabeça, príncipe. Então sabe que não é mentira o que digo.

   Korian caminha calmamente até a escrivaninha, passando os dedos levemente pela quina banhada em ouro. Nunca a usei; nunca quis tocar em algo tão extravagante que pertença a este lugar.

   ㅡ Os pensamentos estão confusos, mas sinto no fundo de sua cabeça que existe algo que não quer que eu descubra. ㅡ ele diz, voltando a me encarar e pegando uma caneta na mão. ㅡ O que quer que seja, humana, eu vou descobrir. Não se preocupe em tentar me esconder nada, porque eu vou descobrir. Agora, eu quero saber de uma coisa. O que foi fazer quando fugiu?

   Me sento na cama, tentando ignorar o latejar irritante da cabeça. O cansaço causado pelo estresse de tentar administrar meu poder mais perfeitamente ao ponto dele causar algum dano consome meu corpo, deixando-o tão cansado que mal consigo me mover.

   Olho para ele, tentando encontrar algo em suas feições que possa usar contra ele. Raiva, com certeza. Diversão, um pouco. E definitivamente há curiosidade ali; então ele realmente não faz ideia do que eu fui fazer ontem. Sorrio por dentro. Bom trabalho ao esconder meus pensamentos dele.

   ㅡ Isto não lhe diz respeito, príncipe. Precisava acertar umas contas.

   ㅡ Em um lugar onde não conhece ninguém? Não me engane, humana.

   A raiva em sua voz pode ser percebida. Ele pode estar irritado comigo, mas mais ainda com ele mesmo porque não consegue me decifrar agora. Me tornei a caixinha de segredos que sempre lutei para ser quando era mais nova, e finalmente aprendi a utilizar esta esperteza contra alguém que está disposto a tirar vantagem de minha fraqueza momentânea.

   ㅡ O que eu fiz ou deixei de fazer não é da sua conta, semideus estúpido. ㅡ Aumento a voz de propósito, querendo cutucar aquele tigre dentro dele e fazê-lo sair das sombras.

   Mas não é exatamente isso que acontece.

   Korian, com o rosto retorcido de raiva, agarra meu pescoço com aquelas mãos invisíveis e o aperta até o ponto de cortar meu ar. Caio de volta na cama, agarrando o pescoço e tentando parar com aquela pressão. Luto por ar respirando pela boca, mas nada adianta. A cada vez que tento, as mãos se apertam mais e mais até eu sentir que minha morte está mais perto do que nunca.

   Ele caminha calmamente até onde estou me contorcendo na cama, e se senta ao meu lado. Tenho vontade de arranhar sua cara presunçosa quando me encara, mas as forças saem de meu corpo quando o ar é cortado por completo.

   ㅡ Eu poderia acabar com sua vida apenas com meu pensamento, humana. ㅡ Ele cantarola, passando a garra afiada em minha mandíbula. ㅡ Você não passa de alguém esperta que usa o sarcasmo para fugir do medo, não é? Alguém tão esperta como você certamente poderia ser promissora se não arrumaste problemas por onde passasse.

   A garra desce por meu queixo e passa pelo pescoço, deixando um rastro de fogo por onde passa. Trinco os dentes contra a dor, lutando por respirações a cada vez que aquelas mãos se fecham contra mim. Neste momento, minha vida está em suas mãos. Cada pedaço de mim poderia ser quebrado se ele quisesse e usasse seu poder para fazer isto. Odeio estar dependente dele desta forma, mas ser uma humana contra um semideus é um pouco ridículo imaginar que eu poderia ganhar.

   ㅡ Me... Solte. ㅡ ordeno, a voz cortada e rouca pelo aperto. Minhas costas se arqueiam na cama quando a garra dele que viaja pelo meu corpo se enfia um pouco na parte alta de meus seios, abaixo da clavícula. Ele me segura no lugar com aquela unha maldita, apertando ali até que eu me aquiete e aceite a tortura que ele está me proporcionando.

   ㅡ Onde esteve ontem, Asterin? ㅡ pergunta novamente. Sinto a garra saindo de minha pele e a queimação deixada para trás na ferida aberta. Ele vai me picar por onde passar? ㅡ Será que isto tem algo a ver com aquilo que somente você viu enquanto passávamos pela vila? O que era?
 
   Fecho a boca, não lhe dando a satisfação de ofegar novamente quando a mão afrouxa um pouco o aperto para que eu possa responder. Não vou. Ele pode morrer com esta dúvida, e eu ainda ficarei calada.

   A mão aperta novamente quando percebe que não vou abrir o bico.

   ㅡ Não vai responder? ㅡ Korian diz, a voz com um toque de desacreditamento.

   Balanço minha cabeça em sinal de não, e sinto como se tivesse assinado minha sentença de morte. Ele agarra meu rosto com tanta violência que não tenho forças contra seu ataque quando seus olhos prendem os meus com firmeza.

   Então o verdadeiro ataque começa.

   Sinto as mesmas mãos invisíveis em mim, mas desta vez é dentro de minha cabeça. Elas procuram e procuram, ávidas pelas respostas que eu me recusei a dar. Tento me soltar de seu aperto, mas seu poder me mantém quieta na cama. Submissa à sua tortura.

   As mãos se prendem no muro que guarda meus pensamentos, e quando penso que poderia lutar contra ele... as mãos me destroçam.

   Eu grito com força ao sentir a dor de ter meus pensamentos violados. Os flashes da conversa com a bruxa passam por minha cabeça, seguida da briga de Korian e Adeline no corredor e outras pequenas coisas que espiava da porta. A expressão de Korian não muda quando continua a violar minha mente, prestando atenção a cada detalhe.

   Meu corpo está inerte na cama. Depois que ele ousou se aproximar tanto de mim ao ponto de saber todos os meus pensamentos, as forças e luta sumiram. Permito que ele veja cada pedacinho de mim e descubra o que quer; nunca tive privilégios em minha vida e a privacidade certamente nunca existiu.

   Quando termina o escrutínio, larga meu rosto como se ele fosse uma doença contagiosa. Fico na cama, olhando para o nada e tentando me recuperar. Korian parece estar quase ao ponto de me atirar pela janela e queimar meu corpo numa fogueira por dias. Sua expressão perturbadora me causa mais calafrios do que sentir aquelas mãos asquerosas roubando minha privacidade.

   ㅡ Você viu uma bruxa do clã de Amelin. ㅡ Ele diz. Não uma pergunta, por isso nem me dou ao trabalho de responder. Ele já viu tudo por sua conta.

   Viro o rosto para o outro lado, me distanciando dele e xingando-o de todos os semideuses asquerosos que eu conheço. Não me importo com sua ingestão pesada de ar quando com certeza ouviu meus pensamentos; se ele está se doendo por alguns xingamentos, não deve ter nenhuma ideia do que estou passando agora.

   ㅡ Asterin. O que diabos você disse a esta bruxa do demônio? O clã de Amelin não é confiável.

   A raiva consome meu corpo tão rápido que nem eu mesma consigo compreender meu salto da cama antes que esteja cara-a-cara com ele e encare seus olhos verdes.

   As minhas palavras saem em ofegos, a respiração curta enquanto o encaro com a falsa diversão mascarando a fúria iminente.

   ㅡ E daí? Por que se importa comigo? Não acabou me violar tão covardemente e leu todos os meus pensamentos? O que tem a ver com as coisas que eu faço? Sua importância na minha vida não passa de zero, semideus idiota e maldito. Você não é meu amigo e eu muito menos sou a sua, por isso não se aproxime de mim. A maldição que você se tornou em minha vida é pior do que a praga que rola pelo mundo. Agora, saia daqui e me deixe sozinha!

   Grito as últimas palavras, extravasando a raiva acumulada dentro do meu corpo de uma só vez. Minhas mãos tremem tanto que preciso fechá-las em punho para tentar deter a fúria.

   Korian não parece diferente. Seus olhos faíscam de raiva quando me encaram, a promessa de vingança perfeitamente visíveis.

   ㅡ Eu nunca a considerei minha amiga, humana inútil. Se dependesse de mim, você já teria virado farelo em meus dentes e seu sangue estaria espalhado pelas minhas garras. Não confunda minha pena com a compaixão, porque nós fomos amaldiçoados com estes sentimentos e eles foram tirados de nós. Sua vida ou morte não teria o menor significado para mim, pois só está viva porque Hethan a mantém aqui com a promessa de que ele mesmo a devorará quando a soltarmos para os lobos da floresta. Mas se quiser ver seu irmão vivo, é melhor começar a se comportar.

   Suas palavras demoram um pouco a se registrarem em minha cabeça, até depois que ele vai embora e quase arranca a porta das dobradiças. Pude sentir seu ódio em cada palavra que proferiu contra mim, a borda afiada e silenciosa da promessa de morte não me passou despercebida.

   Fico um bom tempo deste jeito. De punhos apertados e encarando a janela aberta. As grades e o confinamento. Eu nunca serei a amiga dele, e ele muito menos o meu. Se dependesse de mim, ele já estaria morto e enterrado.

   E, quando me deito na cama e luto para fechar os olhos e relaxar, um pensamento me vem à cabeça.

   Bem, pelo menos ele não trancou a porta com magia desta vez.

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