✥ㅡ O TEMPLO ㅡ✥
✥ · ✥ · ✥
ㅡ Você é um deus? ㅡ pergunto ao homem luminoso de olhos azuis sentado ao meu lado.
Ele ri baixinho, virando a cabeça para me olhar.
ㅡ Não, mas tão poderoso quanto.
ㅡ Legal.
Abro um sorriso, que ele retribui. Estamos sentados na beira do lago após eu ter machucado meu pé horas atrás e ele ter me ajudado. Não esperava acordar três minutos depois da cura, mas o homem de olhos azuis me trouxe de volta até meu lugar favorito e se sentou comigo. Não saíamos daqui há horas, apenas conversando.
O sol brilhava forte sobre nossas cabeças, e as nuvens escuras que de manhã mostravam sinais de impossível tempestade, se dissiparam subitamente. Agora, uma brisa fresca e suave rola sobre nós, me fazendo suspirar com o doce aroma das flores que tem na floresta que o vento trás. Olho para meu pé direito submerso na água, podendo enxergar daqui as pequenas cicatrizes rodeando meu tornozelo fora da água. A dor abrandou bastante desde que o homem me pediu para fazer isso, e sinto que agora posso retornar para casa sem precisar de um remédio feito por Lena até a hora de dormir.
O homem se vira novamente para me olhar, os grandes olhos brilhantes se demorando nos meus, dourados.
ㅡ Ainda está doendo? ㅡ pergunta, indicando meu pé. Balanço a cabeça, sorrindo.
ㅡ Acho que a água gelada ajudou.
ㅡ Ajuda mesmo. Posso dar uma olhada?
Não tiro o pé da água, receosa. Viro o olhar entre ele e meu pé, pensando se ele poderia, de alguma forma, piorar a situação dele.
ㅡ Não vou machucar, prometo ㅡ garante a mim com um sorriso.
E eu não sei o porquê, mas confio nele.
Abro um mínimo sorriso em resposta e tiro o pé da água, colocando-o em seu colo. Em comparação com o outro, este pé é um verdadeiro desastre. Cicatrizes, ossos irregulares, um dedo mais escuro que os outros, além das três unhas pretas manchadas de sangue. Nunca consegui tirá-lo.
As cicatrizes seguem até meu tornozelo, onde o imortal quebrou os ossos ali também. Mas o dano é menor, já que com uma boa bandagem a dor ali cede consideravelmente. Em meu pé, nunca vai embora. Sou forçada a conviver com uma dor excruciante o dia inteiro, e lutar com ela certamente não é muito confortável. Nos treinamentos que Grant faz comigo, ele não para de me fazer atacar até que eu esteja a ponto de gritar de dor. Meu irmão entende e sempre me deixa sair mais cedo, o que resulta em ter que deixá-lo cuidar do meu pé até que consiga dormir durante a noite para o outro dia de trabalho árduo.
Enquanto o homem segura meu pequeno pé com uma de suas grandes mãos, olho para as minhas. Um dedo está envolvido com um curativo, resultado de brincar com facas na cozinha enquanto ninguém estava olhando. Acabei quase tendo o dedo decepado e uma boa repreensão de Lena e Grant.
ㅡ No que tanto pensa? ㅡ pergunta o homem, sem me encarar, levantando minha perna e olhando meu pé de todos os ângulos possíveis.
Dou de ombros.
ㅡ Tem uma guerra se aproximando, não é? ㅡ pergunto ao invés, olhando-o. Ele finalmente me encara.
ㅡ Uma guerra? Como sabe disso, criança?
ㅡ Ouvi Lena falando. Meu irmão vai? ㅡ ele deve ter ouvido o medo em minha voz.
ㅡ Eu não sei, Asterin. Por que acha que ele vai ser recrutado?
Olho para minhas mãos.
ㅡ Kennai tem treinado com ele sem parar ㅡ digo, a emoção deixando minha voz embargada. ㅡ Eles treinavam uma vez por semana, agora é todos os dias. E meu irmão sempre aparece com ferimentos nos braços e um monte de hematomas.
Ele ergue uma sobrancelha.
ㅡ E acha que, por isso, ele vai para a guerra?
ㅡ Eu perguntei na vila se os filhos dos mercadores iam. Todos eles disseram que sim, e que já foram alistados. Já estavam preparando as malas.
O homem suspira, soltando meu pé para colocá-lo de volta na água.
ㅡ Eu não quero que ele vá ㅡ digo com a voz chorosa, vendo o rosto dele ficar borrado pelas lágrimas que obscurecem minha visão. ㅡ Grant é uma criança, como eu.
ㅡ Ele é mais velho.
ㅡ Mas é uma criança! ㅡ digo, talvez alto demais, e o homem de olhos azuis faz um sinal com as mãos para que eu me acalme. Olho para ele nervosamente. ㅡ Se Grant for embora, quem vai ficar comigo?
O homem sorri gentilmente e se move para segurar minhas mãos, as palmas calosas contra as minhas.
ㅡ Você não tem uma mãe?
Balanço a cabeça, sentindo os olhos lacrimejando. Ele aperta meus dedos.
ㅡ Não tem problema, Asterin ㅡ sorri, gentil. ㅡ Sabe o que eu faço quando sinto a falta de alguém?
ㅡ O quê?
ㅡ Eu penso e chamo por ele. Você vai ver que funciona. O pensamento é mágico, criança. Faz muitas coisas retornarem à sua mente.
Inclino a cabeça.
ㅡ Se eu pensar no meu irmão, ele volta para casa?
ㅡ Volta. Mas tem que ter os pensamentos felizes e não pode ficar triste.
Abro um sorriso para ele.
ㅡ Então eu também posso pensar em você? Você me ajudou hoje, como Grant faz quando fico machucada.
O homem de olhos azuis solta uma risadinha e deposita minhas mãos de volta em meu colo.
ㅡ É melhor me manter longe dos pensamentos ㅡ afirma, me deixando confusa.
ㅡ Mas você disse antes que íamos nos ver de novo.
O homem franze a testa.
ㅡ Antes? Antes quando? Eu não disse isso hoje.
ㅡ Não hoje. Você disse isso no dia em que um bicho me seguia na floresta. Eu sonhei com isso. Com você.
Ele parece atordoado. Seus olhos se arregalam e a luz dourada ao seu redor parece ficar mais forte. Já percebi que quando isso acontece é porque ele está surpreso ou muito feliz. Não sei bem qual dos dois está sentindo agora.
ㅡ Asterin ㅡ começa com cuidado, os dedos agarrando os meus mais uma vez. Fico preocupada quando encaro seus olhos, pensando que fiz alguma coisa errada. ㅡ Não, não fez nada de errado, querida. Apenas estou surpreso. Você disse que sonhava com a perseguição na floresta?
Afirmo com a cabeça.
ㅡ E você se lembra do que eu falei?
ㅡ Não muito. Só o que conversamos no caminho para casa.
Fico espantada ao ver um sorriso brilhando em seu rosto.
ㅡ Por que está sorrindo? ㅡ pergunto. O homem ri baixinho.
ㅡ Porque acabei de perceber uma coisa muito importante, criança. Seu pé ainda está doendo?
Pisco com a mudança rápida de assunto.
ㅡ Por que estava sorrindo? ㅡ insisto, a cabeça inclinada de uma forma que Lena sempre dizia que eu fazia quando começava a ficar irritada.
O homem ri.
ㅡ Deuses, você é igualzinha a ela. Não temos tempo para tantas perguntas, Asterin. Você já passou da hora de voltar, e seu irmão deve estar preocupado.
Franzo a testa quando ele se levanta e me ajuda a erguer o corpo da beira do lago. Imediatamente sinto o latejar constante no meu pé quando o apoio no chão, mas é bem fraco comparado com a dor de antes.
ㅡ Você mudou de assunto de propósito ㅡ acuso, sequer me importando em resistir quando ele segura minha mão e me puxa para longe do lago. Vou seguindo mancando atrás dele, olhando feio para sua nuca.
ㅡ Estamos sem tempo, querida. Da próxima vez, conversamos mais, combinado?
ㅡ Quando você vem me ver de novo? ㅡ pergunto, imediatamente mais animada. O homem de olhos azuis, como descobri, é uma pessoa extremamente gentil. Sorri muito, cuida de mim, e sempre parece disposto a conversar sobre qualquer coisa. E por mais que eu saiba que mal o conheço, gosto de ficar com ele quando nos encontramos.
O homem se vira para me olhar, suspirando quando balanço a cabeça em negação no momento em que faz menção de me pegar no colo. Então balança a cabeça com um pequeno sorriso e volta a pegar minha mão.
ㅡ Eu a verei novamente quando for necessário plantar uma semente, Asterin ㅡ responde ele finalmente, suas palavras enigmáticas entrando em minha mente e soando tão confusas que torço o nariz.
ㅡ O que isso quer dizer?
ㅡ Eu tenho uma coisa para você ㅡ O homem declara, se ajoelhando à minha frente com um sorriso e segurando a bolsa branca que carregava. De lá, tira o que parece ser um livro dourado. ㅡ Eu tenho um desafio para você, Asterin. Consegue fazer uma coisa por mim?
ㅡ É claro ㅡ declaro, convicta, já curiosa para saber o que há naquele livro.
O homem sorri e me entrega. A cor reflete no sol, criando partículas que se desprendem da capa e voam suavemente ao nosso redor. Sorrio para o desenho de sol em relevo estampado na capa, passando o dedo sobre ele. Olho para o homem de olhos azuis.
ㅡ O que quer que eu faça com o livro?
ㅡ Quero que o leia ㅡ diz, simplesmente, rindo quando meu rosto contorce em raiva. ㅡ É muito importante, querida. Muito mais do que imagina. Leia este livro tantas vezes quanto puder, combinado?
ㅡ Mas por quê?
Ele suspira.
ㅡ Promete que não conta meu segredo para mais ninguém? ㅡ pergunta bem baixinho, se inclinando em minha direção com um sorriso cúmplice.
Balanço a cabeça, concordando, imediatamente mais animada.
ㅡ Neste livro, há coisas que ninguém nunca deve saber, Asterin ㅡ fala, sem tirar os olhos dos meus. ㅡ Você deve ler diversas vezes. O que puder decorar, decore. Há pessoas más que buscam este livro, e podem fazer coisas muito ruins com ele.
ㅡ Que coisas ruins?
ㅡ Muitas batalhas já foram feitas entre aqueles que buscam este livro. Você deve escondê-lo muito bem no seu quarto, e só mostre para quem realmente confia.
Balanço a cabeça, entusiasmada, mais feliz do que deveria por termos um segredo. O homem sorri.
ㅡ Eu tenho que ir embora agora, e você precisa voltar. Venha aqui.
Ele não espera pela minha resposta e simplesmente me ergue em seus braços. Resmungo, irritada, e ele ri, mas permito que me carregue com a rapidez que nunca conseguiríamos atingir comigo mancando o caminho inteiro até a mansão. Abraço o livro com força, olhando para os pequenos desenhos intrincados no ouro. Até mesmo as bordas das folhas são de ouro.
Inclino a cabeça para o lado, pensativa.
ㅡ Nem mesmo pense nisso ㅡ a repreensão do homem, que me olha feio, chega como um balde de água fria em meus planos.
Assumo uma expressão inocente.
ㅡ O que foi?
ㅡ Você não pode vender o livro para impedir que seu irmão vá para a guerra.
ㅡ Eu não ia fazer isso ㅡ Droga! Ele descobre tudo muito rápido.
Ele me olha desconfiado.
ㅡ Ia, sim ㅡ O homem me coloca no chão quando chegamos perto o suficiente dos jardins para não levantar suspeitas e me segura quando cambaleio com o peso do corpo no pé machucado. ㅡ Guarde o livro, Asterin. A futura humanidade depende disso.
ㅡ Humanidade? ㅡ franzo a testa. ㅡ O que quer dizer com isso?
O homem olha por cima do meu ombro. Me viro para encontrar Kennai sondando as terras ao redor da propriedade em busca de mim. Atrás dele, o sol se põe em cores fortes. Eu saí durante a manhã. É obvio que estava pensando que eu morri.
Quando viro para a frente de novo, o homem já se distanciou vários passos de mim. Ergo a mão para ele, preocupada que vá embora agora, mas ele se afasta ainda mais.
ㅡ Eu virei vê-la depois ㅡ garante, com um sorriso grande. ㅡ Até lá, cuide-se, criança. Não arrume confusão.
Ah. Ele não sabe com quem está falando.
Aceno com a mão livre e com a outra, abraço o livro mais apertado. Ele acena de volta e desaparece em meio à floresta. Suspiro e olho para o objeto em minhas mãos. Ao ouvir passos pesados soando atrás de mim, me viro. Kennai vem a todo vapor em minha direção, parecendo tão furioso que dou um passo atrás. Mas depois percebo que não devo me acovardar.
Então ergo o queixo e vou em direção à confusão.
✥ · ✥ · ✥
O Templo ergue-se sobre nós, imponente e poderoso, o mármore branco brilhando sobre as primeiras luzes da manhã. A estrutura mais pesada foi completamente destruída, mas dois grandes pedestais ainda estão de pé. Rodeados de pedras preciosas, o templo se tornou o perfeito esconderijo para o Círculo, percebo. De difícil acesso, e praticamente destruído por completo. Ninguém suspeitaria dele, a menos que estivesse com interesse nas pedras caídas sobre a superfície e fundo do mar e encontrasse o tesouro por acidente.
Korian me aperta contra seu corpo pela cintura. Esteve assim desde que saí da cabine horas depois de adormecer. Acordei com Malark sobre mim, dizendo que Dakar convocava a todos no convés para uma reunião, o que acabou se tornando uma briga de sangue depois que diversos marinheiros protestaram sobre com quem ficaria com as joias que encontrassem. Korian, eu e Malark ficamos no fundo do navio, entediados, observando a briga por nada e suspirando dramaticamente. O guarda tirou do bolso a garrafa de Citramel, e minha boca salivou. Ele percebeu, sorriu, e guardou-a novamente. Tenho estado de mau humor desde então.
Mas ao ver a enorme construção se aproximando à nossa direita, toda a chateação foi embora. Não consigo tirar os olhos do templo. Para a magia voando pelo ar. Até mesmo alguns marinheiros ficaram ao nosso lado, embasbacados com a beleza do lugar, mesmo que estivesse parcialmente em ruínas.
A água do oceano, quando chegamos perto do covil das criaturas, se tornou escuro como água suja. Ao redor do templo, em um círculo gigante envolvendo-o como um manto sagrado, a água salgada é cristalina como o mais precioso diamante, refletindo a luz do sol em sua margem e brilhando na luz das pedras preciosas no fundo.
ㅡ Joguem a âncora!
ㅡ Abaixem as velas!
ㅡ Liberar cargas!
As ordens são berradas com rapidez ao nosso redor, mas não me movo. Korian me abraça mais apertado quando estremeço, não percebendo qualquer saída que pudesse me livrar do destino horroroso que estamos prestes a encarar. Malark suspira ao meu lado.
ㅡ O lugar está intocado desde que Caedrus deixou o Círculo escondido ㅡ diz ele. ㅡ Vários interesseiros tentaram chegar perto, mas essa água limpa ao redor do templo é uma forma de mantê-lo puro para que a verdadeira dona dos poderes da rainha venha resgatá-lo.
ㅡ Mas eles teriam que passar pelo ninho dos monstros mesmo assim ㅡ digo, ainda encarando o mar.
ㅡ É claro, mas até mesmo os monstros sentem a verdade. Conhecem a lenda, porque eles eram humanos que foram amaldiçoados por seus atos. Pessoas cruéis, sombrias, que tentaram roubar o que não lhes pertencia.
Me viro para ele, chocada.
ㅡ Está dizendo que eles são... eles tentaram roubar o Círculo?
Malark assente.
ㅡ É o que diz as lendas. Faz mais sentido se imaginar que nunca ninguém voltou para contar história quando tentaram chegar perto do templo. A magia ao redor dele permite que você toque no Círculo, mas você é imediatamente amaldiçoado pela magia de proteção de Althaea. Então, fica aprisionado para sempre no corpo de um monstro marinho.
ㅡ Uau. Isso é... chocante.
ㅡ Isso irá acontecer conosco se não formos os escolhidos? ㅡ Korian pergunta, sério, acima de mim.
Malark olha para ele por um instante, o rosto duro suavizando em um pequeno sorriso.
ㅡ Vai, sim. Eu não sei o que acontece com humanos, mas espero que você não perca esse rostinho bonito, querida.
Korian grunhe, sacudindo as algemas. Quando viro a cabeça para olhá-lo, encontro-o rosnando para Malark e encarando-o como se quisesse matá-lo.
Malark sorri largamente para ele e se recosta na beira do navio.
ㅡ Ora, homem, vamos lá, como se você não soubesse a humana linda que ela é.
Escondo um sorrisinho quando Korian se endireita em toda sua altura e grunhe ainda mais para ele, obviamente querendo soar ameaçador. Malark sorri ainda mais.
ㅡ Não precisa eriçar os pelos. Tudo bem, tudo bem. Vou ficar calado.
Ele pisca para mim com diversão e se vira para observar o movimento ao redor do navio. Olho para Korian, que ainda olha feio para Malark, mesmo que ele não esteja mais encarando-o.
ㅡ Ciúmes? ㅡ pergunto, inclinando a cabeça. Ele olha para mim espantado, e me arrasta para mais perto.
ㅡ É claro ㅡ o tom infeliz me faz sorrir.
Mas logo o sorriso some quando vejo Dakar se aproximando por trás de Korian. Ele puxa Yura por suas algemas, e ela não veste nada mais que uma camisola transparente, deixando à mostra para quem quiser ver os arranhões provocados por unhas em seus seios e pescoço. Trinco os dentes com a visão, e a tensão do meu corpo parece alertar Korian. Ele se vira, ainda me abraçando, apenas para encontrar o sorriso malicioso de Dakar.
ㅡ Ora, minha querida Yura, isso não é bonito? ㅡ graceja, e a pobre menina se encolhe quando o inimigo coloca um braço ao redor de sua cintura e a puxa para seu lado como Korian faz comigo. ㅡ Dois pombinhos encarando seu destino.
Mordo a língua antes de perceber que não preciso lhe dar a satisfação de uma resposta.
ㅡ Como podem ver, crianças, o navio já está atracado e o templo está bem ali ㅡ continua ele, apontando para o mar. ㅡ Malark vai acompanhar vocês dois até lá, mas só você, Asterin, pode pegar o Círculo.
ㅡ Eu? Por que somente eu?
ㅡ Porque Korian vai fazer outra coisa para mim. Malark vai acompanhar a humana até o tesouro, e mandarei outro guarda com você para recuperar o que quero.
ㅡ E por que você, seu idiota, não vai pegar? ㅡ rosno antes que possa parar minha língua. Yura olha assustada para mim.
Dakar ri.
ㅡ Por que eu faria isso se tenho vocês para fazer o trabalho?
Tento avançar em sua direção, mas Korian passa o braço ao redor da minha cintura e me segura. Meu olhar de puro ódio parece divertir nosso inimigo, que se afasta ainda rindo com Yura em seu encalço.
Atrás de nós, Malark suspira pesadamente.
ㅡ Ele é tão dramático ㅡ diz apenas, erguendo a garrafa com Citramel até os lábios, dando uma grande golada.
Olho para Dakar do outro lado do navio enquanto ele conversa com o comandante da embarcação.
Korian está tenso desde que nosso inimigo lhe contou que tinha outros planos. Ficarmos separados nunca pareceu tão desesperador, e agora minhas mãos o agarram com toda força que consigo.
Ele me aperta de volta, os olhos verdes como a mais nova folha na primavera segurando os meus com intensidade. Sua voz melodiosa em minha mente promete me manter segura.
Confio nele. Mesmo sabendo que isso é impossível.
✥ · ✥ · ✥
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro