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✥ㅡ O LIVRO ㅡ✥

✥ · ✥ · ✥

   A conversa se estendeu por mais tempo do que eu esperava. Em certo tempo, os criados apareceram com as refeições e me lançavam olhares esquisitos quando saíam. Como se estivessem se sentindo traídos por eu, há algumas semanas, estar falando mal de Korian até para as plantas e agora estar confraternizando com ele e seu bando como se fôssemos bons amigos. Não os culpo; pensaria da mesma forma.

   A comida é boa e gordurosa. O aroma fresco da carne macia misturada com o cheiro suave das flores ao nosso redor são um contraste adocicado e apimentado ao mesmo tempo; uma mistura de sabores. O sol quente brilha mais agora no pico da manhã, criando sombras de folhas e arabescos na mesa por conta da estrutura de metal. Os refrescos postos em cima da mesa são a única coisa que me fazem aguentar a conversa irritante de Korian e Golen. Os dois iniciaram um papo nada agradável sobre a forma como os Darkanianos atacaram vilas meio abandonadas e estraçalharam tudo o que viram.

   O enjôo sobe pelo meu corpo enquanto mastigo e imagino as cenas desastrosas. Eles parecem alheios à agonia que rola por meu corpo ao pensar nas crianças atacadas... inocentes e sem nenhuma chance de defesa.

   Aperto o cabo da faca até quase querer cortar minha mão, absorvendo a dor. O fogo penetra minhas veias em um rompante quente e assume posição em meu coração quando os homens continuam conversando como se fosse a coisa mais normal do mundo falar sobre tragédias durante a refeição. Não permito que a chama se extrapole; seria nada agradável causar uma cena agora no meio dos inimigos.

   Tirando da cabeça qualquer resquício de fúria por isso, penso em como não visitei a biblioteca secreta nos últimos dias. Passava a maior parte do dia trancada lá dentro, tentando parar em meu coração o desejo de abrir o diário de Masorian e descobrir tudo o que lhe aconteceu. Para estar em um castelo rico e poderoso como o de Korian e seu pai, precisa ser uma criatura altamente importante ao reino. Ou a Taryan.

   Lembro-me de xeretar os livros de Lena enquanto ela estava ocupada e roubava alguns de seus livros para me entreter enquanto tentava parar o terror em meu coração quando o dia 23 se aproximava. As histórias sobre Taryan eram a única coisa que mantinha minha mente acesa para qualquer astúcia que visse em minha frente; aprendi diversas coisas com este livro. Como se portar diante de um imortal, como não ae acorvadar ao ser atacado. Usei a maioria destas técnicas com Kennai, o que foi motivo para que ele me perseguisse ainda mais.

   Mas, ainda assim, treinava escondida o quanto podia. Fugia das responsabilidades na cozinha e me travava em um dos quartos do subsolo que eram os menos visitados. Usava todo o material que encontrava no quarto de Lena para aprender a defender, atacar e levantar. Se tem uma coisa que aprendi nos torturosos treinamentos da mansão, é que levantar na luta é quase tão importante quanto ela. Se não levantar, a luta acaba e você é um perdedor. Um que desistiu e não enfrentou os medos.

   É claro que espadas de madeira e escudos feitos com cacos grandes de vidro nunca seriam aceitos em um real treinamento, mas para quem vivia a maior parte do tempo presa a um fogão ou catando comida por uma floresta assustadora e terrível era bem aceitável.

   ㅡ O que você está pensando tanto? ㅡ a voz de Korian penetra meus pensamentos. Faço uma careta para ele por me interromper dos devaneios e encaro meu prato ainda cheio de comida.

   ㅡ Não lhe interessa, príncipe.

   ㅡ Hmm... acredito que interessa. Sabe, Golen acabou de me falar que concordou em treinar você, mas sob uma condição.

   Minha mente suspeita imediatamente, e me sento mais ereta na cadeira. O som suave dos pássaros cantando pelas colinas e árvores é uma calmaria para minha vida turbulenta.

   ㅡ Que condição?

   ㅡ Ele mesmo lhe dirá durante os treinos. ㅡ um sorriso torto cruza seu rosto. Franzo a testa para Golen.

   ㅡ Você realmente não espera que eu acredite nisso, certo?

   Ele cruza os braços e me fita com divertimento.

   ㅡ Por que não aceitaria? Faz tempo que quer treinar seus poderes, não é? Sua chance está bem aqui. Eu apenas quero um favor em troca.

   ㅡ Então me diga.

   ㅡ Não.

   ㅡ Agora posso ter certeza de que ou sua capacidade de tentar soar convincente desceu ralo abaixo ou é burro o suficiente para acreditar que eu realmente vou confiar em um imortal.

   Ele se inclina de volta na cadeira, me encarando com peculiaridade. Golen não pareceu raivoso ou ofendido; muito pelo contrário. Sua cara divertida me enche de fúria quando se dirige à Korian.

   ㅡ Muito doce essa convidada sua, meu amigo. Achei que gostava das humanas quietas e conservadas, não uma barraqueira e agitada como esta.

   O bastardo retribui o sorriso.

   ㅡ Realmente prefiro. Esta foi um golpe de sorte.

   Golpe de sorte...

   Me ergo em um rompante, atraindo os seus olhares diretamente a mim. Tentando esconder a raiva, fuzilo as duas caras perfeitas que me encaram e digo com a maior ferocidade que consigo:

   ㅡ Talvez não tenham percebido que, mesmo eu sendo uma humana que a qualquer momento posso ser devorada por estas criaturas horrendas que me cercam, não sei me defender. Não preciso da sua ajuda ㅡ me viro para Golen ㅡ, ou a sua. ㅡ Aponto para Korian. ㅡ Nunca quis qualquer coisa que viesse de você ou da sua gente porque, digo mais uma vez, não quero me contaminar com a sua existência. Para mim, não passam de um bando de filhos da puta que se acham muito mais do que realmente são.

   Saio batendo os pés como uma criança. No meio do caminho, noto que Korian, pela primeira vez, não usou seu poder para me manter pregada na cadeira como fez das outras vezes. E ele havia dito que o homem que nos abordaria seria o mesmo que conheci na sala escura, o tal Martin. Por que Golen? Por que justo ele? Se já não queria me enturmar com seus guardas, agora muito menos.

   Entro no castelo furiosa, tentando desacelerar o ritmo de meu coração. Sigo diretamente em direção à biblioteca escondida, passando pelos criados como um furacão e quase fazendo-os derrubarem as bandejas. Meu "me perdoe" murmurado parece não ter feito muita coisa para ajudar. Continuam me fuzilando.

   Bato a porta velha com força, juntando de volta meu orgulho despedaçado pela discussão lá fora. Em um ato de completa fúria, pego o diário de Masorian da prateleira e volto para meu quarto rapidamente. Korian havia me dito há alguns dias para não mexer em nada que não me pertencesse neste castelo, mas já deveria me conhecer o suficiente para saber de minha total incapacidade de ficar longe de problemas. Inclusive problemas que envolvem este reino maldito.

   Me jogo na cama e abro o diário com ódio, vendo a caligrafia delicada e curvilínea da mulher. A raiva se dissipa um pouco quando passo levemente os dedos pelas linhas marcadas, como se quisesse absorver um pouco da essência de Masterin.

   Voltando ao início, começo a leitura.

    ✥ · ✥ · ✥

   Segunda lua, ano 1289

   É meu primeiro baile de aniversário. Papai comprou tantas coisas para decorar minha casa que mal consigo conter a agitação de me vestir rapidamente, mesmo estando adiantada seis horas.

   Mamãe apareceu em meu quarto há pouco tempo, chamando-me para um chá com os novos duques de Betroen. O semideus Neil é absolutamente irresistível naquele casaco preto de couro e calças apertadas e... por Taryan, mal posso acreditar que estou escrevendo isso. Madame Aneline me mataria se soubesse de meus pensamentos em relação a Neil. Mas o que posso fazer? Semideuses do Reino Lunar sempre foram bem vistos, e agora que dois deles foram convidados a meu baile e confirmaram a presença, são ainda mais peculiares.

   Gosto de ouvir os pássaros cantarem enquanto espero. Costumo sentar na varanda de minha janela e apenas observar o céu enquanto ele muda de cor lindamente. As flores que estão ao redor de nosso castelo mudam durante a noite e se tornam mais brilhantes e cativantes, tudo devido à magia de meus pais.

   Ao longe, o som suave do violino penetra meus ouvidos. Bem parecido com uma música que ouvi em um evento beneficente na casa de um amigo, mas ainda assim me deixa confusa. Mamãe estaria tocando mesmo? A esta hora e com o sol ainda se pondo? Quando levantei para ver se era verdade, levei um grito tão estridente dela que simplesmente gritei de susto e voltei correndo ao meu quarto. O que há com aquela mulher? Quase me matou do coração!

   Terceira Lua, ano 1289

   Quanto desastre em apenas uma noite! Minha mãe me critica por estar chorando o tempo inteiro ㅡ inclusive ao escrever neste diário ㅡ, mas não consigo evitar. Odeio o que Kena fez em meu baile de aniversário e o que roubou de mim.

   O céu estava tão escuro que nem mesmo a magia de meu pai pôde combater com ela. Lembro-me muito bem do terror nos olhos de minha governanta quando fomos atacados e ela matou o único homem que amei em toda a minha vida bem na minha frente. Os pesadelos que me aprisionam na noite sempre contém as mesmas cenas: seu sorriso maldoso enquanto cortava a cabeça de meu príncipe e o olhar dele escuro preso ao meu. Até o seu último suspiro.

   As águas mudaram. Os ventos estão diferentes. As árvores perderam seu brilho e eu agora estou presa dentro de mim mesma. Quero rasgar estas folhas e nunca mais tornar a escrever, mas não consigo.

   Talvez seja melhor rasgar a mim mesma.

   Sexta lua, ano 1289

   Passei meses sem escrever. Não consigo pensar em muita coisa para fazer isso, na verdade. Em minha mente só consigo imaginar o terror de meu amado homem enquanto era assassinado pelas mãos nojentas da pessoa que eu chamava de melhor amiga. Este fatídico dia ficará para sempre em minha memória, cravada em meu coração com uma flecha indestrutível. Jamais esquecerei.

   Primeira lua, ano 1290

   A morte tem um significado estranho para mim. Contaram-nos, quando éramos crianças, que a morte é um gatilho para a vida melhor que teremos após ela. Como o céu que vemos durante a manhã, a morte brilha da mesma forma. Me esperando.

   Segunda lua, ano 1290

   Ganhei um presente hoje. Meu coração quase saiu pela boca de tanta alegria quando vi quem o havia mandado. Neil! Ele falou comigo! Mas me perguntei por várias horas como e onde ele faria isso, já que estava morto há meses.

   Não consegui enviar uma resposta de volta. Onde quer que ele esteja, não conseguirei encontrá-lo. Meu coração não aguenta. Tenho recebido cartas constantes de mamãe e broncas de meu pai para que não deixe o castelo, mas meu amor não pode esperar. É por isso que estou deixando esta parte do diário repousada sobre o travesseiro de minha mãe, para que, quando acordar, saiba que estou segura e feliz. Realizando meu sonho.

   Quinta lua, ano 1290

   Traidor.

    ✥ · ✥ · ✥

   Meus olhos doem depois de terminar. Mas o que diabos foi isso? Olhando o resto das folhas, percebo que ele para quase no final do diário, cada folha preenchida até a última linha.

   Quem seria este tal de Neil que Masorian considerava o amor de sua vida? Um traidor, como falara? Isso tudo aconteceu em um intervalo de menos de 1 ano, e agora a menina era conhecida como maluca.

   Estremecendo interiormente com a história aparentemente fatídica de Masterin, ponho o diário debaixo de meu colchão e o escondo com os tufos das almofadas. O cubro inteiro e ponho o colchão macio em cima novamente, vendo que ficou muito bom. Apenas um imortal que pode ler mentes conseguiria saber seu esconderijo.

   E estou cercada deles. Que ótimo.

   Só tenho tempo de terminar de esconder o diário e me cobrir na cama com o edredom espesso antes que Korian abra a porta com força e adentre meu quarto como se fosse o dono. Tenho que ficar me lembrando que é mesmo.

   ㅡ Que porra é essa? ㅡ eu falo alto, ignorando o bombear forte em meu peito quando ele atravessa o quarto e vem diretamente em minha direção, o olhar perigoso.

   Um grito esganiçada sai da minha boca antes que eu consiga detê-lo quando arranca meu lençol com um puxão violento. Enquanto eu estou paralisada em choque, ele enfia a mão debaixo de meu colchão e arranca o diário de lá, jogando-o ao meu lado. Seu olhar homicida me assustaria se eu já não estivesse assustada; quem é ele?

   ㅡ Você não deveria mexer onde não é permitida, humana. ㅡ Sua voz calma não me ilude nem um pouco. Vejo a veia saltando de seu pescoço; aquela que pulsa fortemente quando ele está com raiva.

   Korian vem até mim com calma deliberada, e agarra meu queixo. Sua mão forte me segura até que eu paro de tentar arrancar meu rosto dela, e ele começa a falar.

   ㅡ Só para você saber, Asterin ㅡ mais uma vez, ele fala meu nome como se fosse uma maldição em seus lábios. ㅡ, essa mulher que você muito bem invadiu a privacidade é uma maluca que enlouqueceu completamente após ter tentado trazer alguém de volta da morte.

   Uma sobrancelha minha se ergue. Eu finalmente consigo falar após um ligeiro momento se hesitação.

   ㅡ E como você sabe disso?

   ㅡ Deveria saber, humana. A história de Masorian é uma das mais contadas nas terras humanas.

   ㅡ Mentira.

   Um sorriso.

   ㅡ Acredite no que quiser, querida. Eu não estou aqui para ser seu amigo.

   Ele me solta e caminha de volta para a porta com a possessividade que sempre exalou. Mas quando está quase para cruzar o ombral da porta, vira para mim e ergue uma sobrancelha enquanto avalia meu corpo de cima a baixo agora vestido com uma camisola fina e transparente.

   ㅡ A propósito, não deveria se vestir assim. Sabe, alguns imortais adoram ver as silhuetas de humanas, e eles podem simplesmente querer pular dentro do seu decote.

   Ele some antes que o travesseiro atinja sua cabeça.

✥ · ✥ · ✥

   ㅡ Você está segura comigo, Asterin.  ㅡ A voz do homem sem rosto flutua até mim como o mais suave vento de primavera. Aqueles olhos azuis penetrantes me encaram com seriedade e preocupação, e também com afeto. Ele acaricia minha cabeça gentilmente quando tento levantar de seu colo e me empurra de volta à proteção de seu peito.

   Meu corpo pequeno se ajusta com facilidade ao seu gigante tronco, e o homem desconhecido pega minha mão minúscula e esquelética entre as suas, soltando um pequeno rosnado quando meus ossos frágeis quase se quebram com seu leve aperto.

   ㅡ Onde você mora, menina? ㅡ ele pergunta, devolvendo minha mão para minha barriga. Meu rosto machucado lateja sem parar, e já posso sentir o inchaço rondando meus olhos e bochechas.

   ㅡ Na mansão dos governadores.

   Minha voz soa patética até mesmo para mim.

   ㅡ Por que eles a fazem caçar fora da fronteira? Todos sabem que crianças são estritamente proibidas de sair da guarda de seu

   ㅡ Não estou fora da fronteira. E eu caço porque é a única forma de conseguir comer alguma coisa no fim do dia.

   Posso quase ouvir os pensamentos que rolam pela cabeça do homem sem rosto: menina pobre e desprezível. Eu deveria abandonar essa criança aqui mesmo e deixá-la ser devorada pelos imortais rondando a floresta.

   ㅡ Então caça por conta própria.

   Balanço a cabeça. Ele suspira e acaricia meu cabelo sujo gentilmente, e depois meu rosto. O latejar infinito começa a ceder um pouco com seu toque, como se ele fosse justamente o remédio que precisava para me curar por completo. Quando sua mão se vai, solto um gemido dolorido e a trago de volta até mim. Sua risada baixa aquece meus ouvidos infantis.

   ㅡ Não mais, humana. Eles não podem saber que eu curei você.

   Ele se move atrás de mim, e me pega no colo quando se levanta. Olho para aqueles olhos azuis imensos me encarando com preocupação e fecho os olhos, apreciando o sonho. Em breve ele irá embora e eu me encontrarei no meio da floresta novamente com os imortais acima de mim babando como animais, sedentos pela minha carne. Tremo interiormente pensando em como minha morte miserável pouco irá afetar os moradores da mansão. Se afetar alguma coisa.

   ㅡ É ali que você mora? ㅡ a voz dele vai penetrando minha cabeça aos poucos. Estreito os olhos para a luz incandescente do sol batendo em meu rosto e avisto a estrutura borrada da mansão se estendendo há alguns quilômetros.

   Estranho. Parece que de alguma forma eu estou tendo o mesmo sonho diversas vezes, cada uma de uma forma diferente. Estes olhos... parecem sempre se encaixar a cada memória em minha cabeça quando durmo; não são sonhos diversos e diferentes que interferem no que sonhei na noite passada e me fazem questionar se o que aconteceu é real ou não. De alguma forma, ele parece real.

   ㅡ Você vai me deixar sozinha? ㅡ pergunto baixinho, agarrando seu peito por cima da roupa manchada. O som de seu sorriso me faz sorrir também. Não posso ver seu rosto, no entanto. Quando o olho, apenas os dois lindos olhos azuis são visíveis sobre sua pele morena.

   ㅡ Eu nunca vou te deixar sozinha, Asterin. ㅡ ele sussurra, pegando minha mão quando me agarro ainda mais em sua túnica. Meu corpo é tão minúsculo em sua musculatura gigantesca que consegue me segurar com apenas uma mão sem esforço. Meus olhos começam a pesar duramente enquanto tento me manter acordada. Meu protetor começa a caminhar em direção à mansão calmamente, me apertando contra seu peito enquanto sussurra: ㅡ É uma promessa.

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