✥ㅡ O CAMINHO ㅡ✥
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Viajamos por um dia sem parar. Quando a noite chega, sequer saímos de Drysand. Korian tentou montar um mapa mental para que eu pudesse visualizar o caminho que seguimos, mas é difícil me concentrar em algo diferente além de sua voz grave sussurrando em meu ouvido.
Mas pelo que já estudei, não devemos estar longe da fronteira do Reino Lunar. O ar, mesmo poluído por aqui, mudou um pouco durante a tarde. Ficou mais frio. Com mais névoa nos envolvendo. Uma característica marcante de Lunia, sempre envolto em neve.
Porém, mesmo sendo chicoteada pelo vento frio durante a noite, não consigo parar de pensar a respeito das coisas mais esquisitas que aconteceram ultimamente. Foi incrível a forma como, de um minuto a outro, minha vida mudou drasticamente.
Nunca tive ideia que seria espiã de Korian, muito menos que me tornaria sua noiva. Aprendi a nutrir ódio por sua raça, mas agora, rodeado por eles, como me sentir assim? Maldição, eu provavelmente sou algo parecido e talvez apenas não esteja pronta para admitir o fato. Dakar, Deamir e sua companheira Malina e até mesmo Lena me chamaram de rainha. Como ignorar algo assim? Poderia ter achado que era brincadeira, mas não vi nada além da seriedade e orgulho presente no rosto da minha protetora quando me incentivou a continuar a aventura.
Esta aventura? Viver prisioneira e ser obrigada a levar um homem até um poço de poder para vê-lo se apossar dele e, provavelmente, assisti-lo dominar Taryan? Althaea era a deusa mais poderosa que já existiu aqui, então não posso subestimar seus poderes. Porém, não consigo deixar de pensar que jamais posso permitir que Dakar coloque as mãos no Círculo. Taryan passará por tamanha dor que jamais poderá ser medida. Até mesmo os humanos irão sofrer. Com a barreira separando os dois mundos estando mais fraca há décadas, todas as criaturas da floresta serão libertas e estarão com livre acesso a qualquer humano que passe por seu caminho.
A lua brilha e reflete em um lago há poucos metros de onde estou sentada com as costas apoiadas em uma árvore, perdida em pensamentos. Passo horas encarando as estrelas, quase como se quisesse ver ali as respostas para todas as minhas perguntas. Mas a noite estrelada nada pode me dizer; o que me resta é apenas apreciar a beleza noturna de um lugar terrível que me promete tantas adversidades.
Korian parece estar pensativo também. Seu rosto, uma máscara de preocupação, se franze enquanto ele mexe nervosamente no botão da camisa. Desde que descemos do cavalo ele tem estado estranhamente calado, sempre adquirindo este olhar perdido.
ㅡ O que acha que vai acontecer se ele pegar os poderes do Círculo? ㅡ pergunto baixinho, tentando manter nossa conversa longe dos ouvidos curiosos dos guardas de plantão.
Korian suspira.
ㅡ Eu estou tentando não pensar nisso, Asterin. Você...
ㅡ Eu não consigo tirar isso da cabeça.
ㅡ Tirar o quê?
ㅡ Alguma coisa não está se encaixando bem aqui, Korian. Não consigo enxergar o porquê de Dakar seguir o caminho que eu tracei e não ter dúvidas que é o lugar certo.
Ele franze o cenho.
ㅡ Talvez ele conheça onde o Círculo esteja.
ㅡ Ele não conhecia, isso eu garanto. Não consigo encontrar uma resposta para isso.
ㅡ Você não é sempre a mais inteligente?
Fuzilo-o com o olhar.
ㅡ Não preciso ser inteligente para perceber que algo está extremamente errado aqui.
O lobo está observando.
Não confie nele, Asterin.
A maldição vai ser extinta, humana. Não da forma como eles pensam, mas de uma maneira que ninguém, absolutamente ninguém espera.
As antigas palavras, agora tão enraizadas em meu coração, retornam com força, cravando-se em minha mente e me forçando a aceitar a verdade.
Você pode estar escondendo um segredo enorme, e não tem coragem de admitir para si mesma o dom raro que possui.
As bruxas de Amelin tinham criado o Artefato de Aramina que Dakar possui. Eram conhecidas por seus poderes magníficos, muitas vezes superiores aos de muitos semideuses. Mas nunca foi descoberto com certeza se elas eram videntes. Se conseguiam enxergar muito além do que o Destino via, ou se podiam mudar aquilo que já fora preparado há tantos anos.
Cada palavra me assombra como o pior pesadelo. A aceitação da verdade, de quem eu tento fugir há tanto tempo, veio para me assolar quando estou cercada de tantas dúvidas. Não sei no que acreditar. Não sei em quem acreditar. Todos os sinais apontam para algo que não consigo enxergar, mas que também me guiam através deste caminho até que possa encontrar as respostas corretas.
Minha rainha.
Você é uma rainha.
Dom raro que possui.
Olho para as algemas, sentindo uma pequena faísca de fogo lutando para incendiar dentro de mim. Mas aquela magia ㅡ mais antiga do que posso contar ㅡ me mantém cativa. Segura pelas mãos do homem que me força a trilhar o seu caminho em busca de algo que destruirá Taryan.
E a mim. E Lena. E Korian.
Suspiro pesadamente, deixando o corpo cair na árvore. O cansaço inteiro da viagem durante o dia agora está cobrando seu preço.
ㅡ Você devia descansar um pouco.
Olho para Korian com o canto do olho.
ㅡ Você também.
ㅡ Não consigo dormir.
ㅡ Nem eu.
Ele bufa uma risada para minhas respostas inexpressivas. Parece que nós dois estamos tentando evitar a conversa sobre o que aconteceu há algumas horas, no cavalo.
ㅡ Korian...
ㅡ Sim?
Fecho os olhos rapidamente.
ㅡ Aquele homem que costumava me treinar em Fanillen. Seu amigo. Ele é um Inferior?
ㅡ Golen? ㅡ Korian franze a testa. ㅡ Por que a pergunta?
ㅡ Ele conhecia as bruxas de Amelin.
ㅡ O quê? ㅡ ele se endireita. ㅡ Como você sabe?
Hesito por apenas um instante, mas deixo escapar a verdade.
ㅡ Eu o encontrei uma vez na vila. E talvez tenha o obrigado a me treinar.
Korian bufa.
ㅡ Considerando sua total capacidade de pedir o que quer, acredito plenamente nisso.
Mesmo sem querer, abro um sorriso.
ㅡ Ele não foi muito amigável.
ㅡ Considerando a aversão dele a humanas tempestuosas que chegam lhe dando ordens, também acredito plenamente nisso.
Uma risadinha me escapa, irradiando dor pelas minhas costas.
ㅡ De qualquer forma, Golen conhecia as bruxas. Ele até mesmo me mostrou um livro que tinha as letras invisíveis. Nunca tinha visto um.
ㅡ Em Taryan, não existem muitos. Em minha biblioteca nunca houve um.
ㅡ Eu estava procurando informações sobre como matar uma bruxa.
ㅡ Uma bruxa? ㅡ ele repete, estupefato. ㅡ Você perdeu a cabeça?
ㅡ Era uma boa ideia na época.
ㅡ Não, não. Nunca foi uma boa ideia. O que fez a pobre bruxa para merecer seu ódio?
Seguro o revirar de olhos.
ㅡ Ela quase me matou, além de me encher de enigmas que não fazem o menor sentido.
ㅡ Você já leu o que era escrito por elas?
ㅡ Pelas bruxas?
ㅡ Sim. Eram livros extremamente enigmáticos. Não conheço ninguém que já conseguiu decifrar algo que estava lá.
ㅡ Suponho que você, com toda sua onisciência, também não conseguiu.
Ele ri.
ㅡ Nem tentei. Mas encher sua cabeça com enigmas é a especialidade delas. O que elas lhe falaram?
ㅡ Não importa ㅡ desconverso. ㅡ Golen agiu como se as conhecesse. Agora eu... estou me perguntando se Yura não é uma bruxa.
Korian rapidamente se empertiga, os olhos arregalados procurando os meus. Ele se aproxima o máximo que as algemas permitem, ficando a poucos metros do meu rosto. Seu olhar se volta para o guarda que se aproximou sorrateiramente de mim quando viu sua investida, antes de me encarar novamente.
ㅡ O que a fez ter essas suspeitas? ㅡ pergunta ele o mais baixo que consegue.
ㅡ Quando eu estava em Fanillen, entrei nessa caixa preta que as bruxas usam para suas... maquinações.
Korian balança a cabeça.
ㅡ Eu sabia que havia algo estranho quando você ficava encarando aquelas colinas.
ㅡ Sim, sim. E o tempo todo que a bruxa conversava comigo, era como se ela... soubesse o meu futuro. Neste momento, algumas das coisas que ela me falou fazem sentido.
O semideus franze a testa em preocupação e segura minhas mãos.
ㅡ O que ela falou? Ela lhe deu alguma pista sobre o paradeiro do Círculo?
ㅡ Não, nada disso. Mas deixou várias frases em aberto, quase como se estivesse esperando o que aconteceria depois.
ㅡ Asterin, isso são apenas suposições?
ㅡ Eu não sei ㅡ suspiro, baixando a cabeça ligeiramente. ㅡ Só sei que a mulher que eu vi... me encontrou de novo. Desta vez, na vila. Foi ainda mais esquisito e suspeito. E sempre há essa sensação de... frio quando chego perto de Yura. Senti a mesma coisa com a bruxa de Amelin.
Korian franze a testa novamente, e não responde. Espero que me chame de mentirosa, ou que tente me convencer que tudo isso não passa de um monte de baboseira. Mas ele me surpreende ao se inclinar em minha direção e sussurrar:
ㅡ Você acha que tem algo a ver com o Artefato de Aramina? Foi criado por elas. A bruxa que encontrou não deu qualquer indício que procurava por ele? Dakar, mesmo sendo uma criatura poderosa por agora, ainda possui menos poder que algumas bruxas e poderia facilmente ser rastreado por uma delas. Talvez elas queriam lhe guiar por este caminho até que encontrasse o Artefato e o levasse de volta para elas, assim poderiam ajudá-la.
Tenho um sobressalto. Agora que ele falou isso, realmente faz sentido. Os enigmas, as conversas horripilantes. Até mesmo as expressões da bruxa, sempre parecendo tediosa ou cheia de si, me deixaram suspeita. O modo como eu não podia me aproximar ou ver seu rosto. É claro que faz sentido. Mas enquanto eu estava preocupada procurando por Golen para assassinar uma bruxa, eu na verdade preciso da ajuda delas enquanto Dakar ainda é mais fraco.
As bruxas de Amelin eram requisitadas em cidades que não possuíam qualquer tipo de magia. Mesmo onde eu morava, podia sentir o fiapo de poder serpenteando pelas ruas. Não fazia a menor ideia de a quem pertenciam, mas estava lá todos os dias. Mas então, por que a grande caixa estava lá naquele momento? E por que, no mesmo dia do ataque de Hethan, onde ele me levou para Fanillen, apenas eu e outra jovem conseguíamos enxergá-la?
Bruxas não nasciam com magia. Eram humanas, mas com o sangue mágico correndo por suas veias. Suas mães, se assim podem ser chamadas, as jogavam, ainda bebês, em um lago. Se as pequenas crianças sobrevivessem aos ataques sombrios das criaturas que vivem ali, elas poderiam fazer parte da corte das bruxas. Se não, não somente a criança, mas a mãe dela viveria em extrema vergonha pelo resto da vida. E a linhagem morreria ali. As bruxas, por mais poderosas que sejam, adquiriram seu poder ao longo dos anos. As de Amelin, em especial, possuem seu próprio poder depois de séculos procurando por semideuses que poderiam roubar. Foi assim que surgiu o Artefato de Aramina.
Aramina foi uma humana que não nasceu do ventre de uma bruxa. Ela caiu em uma armadilha delas, mas era filha de um Inferior. E mesmo que sua magia jamais seria tão forte quanto a de uma bruxa, ela conseguiu escapar das garras afiadas delas. Foi descoberto tempos depois que Aramina foi adotada por uma delas, e criada como uma bruxa. Repassaram seus poderes como se ela realmente pertencesse à linhagem, e a mulher se tornou uma das bruxas mais poderosas que Taryan já viu. Depois que criou o Artefato, ninguém mais poderia lhes deter. E é claro que, sabendo disso, os astutos e invejosos olhos de Dakar foram em direção a ele.
Eu podia chamá-las até aqui? Não conhecia a política das bruxas que eram convocadas.
Fiquei perdida em pensamentos por tanto tempo que Korian precisou agitar a mão na frente dos meus olhos para me acordar do transe.
ㅡ Acho melhor você compartilhar um pouco dos seus planos antes de ficar maluca de vez. Está pensando tanto que dá pra sentir.
Ele consegue ver um brilho de empolgação em meus olhos. Sei disso pelo olhar desconfiado que toma conta do seu rosto.
ㅡ Você sabe alguma coisa sobre convocar bruxas? ㅡ pergunto.
Korian franze o cenho.
ㅡ Meu Deus, Asterin, não me diga que você quer...
ㅡ Tudo bem, não vou dizer.
ㅡ Isso é loucura!
ㅡ Você já me disse isso antes.
ㅡ É claro, porque todos os seus planos são loucura.
Quase reviro os olhos.
ㅡ Não estou pedindo que você invoque uma dessas... criaturas aqui. Só estou perguntando se é possível.
Korian parece relutante em responder, mas logo cede com um suspiro.
ㅡ Não. Elas não são invocadas dessa forma que você está pensando. Não como uma criatura que é criada por outra criatura.
ㅡ Então como é?
Ele me olha com suspeita.
ㅡ Deuses, espero que eu não acorde com uma bruxa maldita do meu lado ㅡ murmura bem baixinho.
Eu daria risada se a situação não fosse tão complicada.
ㅡ Fale logo! ㅡ lhe dou um tapa no braço.
ㅡ Você sabe que as bruxas não ficam pertos de criaturas mágicas.
ㅡ Mas eu tenho magia.
ㅡ Sim, tem. E é, inclusive, a primeira vez que você admite isso em voz alta.
ㅡ Foco, Korian. Foco.
ㅡ Certo, certo. As bruxas não ficam com criaturas mágicas porque sofreram um tipo de maldição quando o Artefato de Aramina foi roubado por Dakar. Sem ele, elas não podem ficar perto de pessoas como nós porque precisam... se alimentar.
Recuo um pouco.
ㅡ Alimentar como?
ㅡ É assim que elas conseguem aumentar seus poderes. Não tomam apenas a magia com o Artefato de Aramina, mas a essência da pessoa com seu próprio poder. Elas precisam disso para viver ㅡ Korian faz uma pausa. ㅡ Se elas não se alimentam, ficam fora de controle e pegam o que virem pela frente.
Respiro fundo.
ㅡ Isso quer dizer que eu...
ㅡ Poderia ter morrido? Sim, sem dúvidas. Na verdade, não sei como conseguiu sair dali viva.
Korian suspira pesadamente e olha para o chão. Quando me encara novamente, seus olhos estão cheios de pesar.
ㅡ Meus deuses, Asterin, as coisas que você não sabe... e ainda assim arrisca desse jeito.
Ergo uma sobrancelha, chocada com a preocupação real em sua voz.
ㅡ Por que você está...
Antes que eu possa terminar a pergunta, Korian me beija.
Não é um beijo desesperado como o primeiro, tampouco um breve roçar de lábios como o que demos no cavalo. Este é muito mais doce, suave, que me faz suspirar de encontro à sua boca.
Korian segura minhas mãos mais forte, não podendo esticar os braços por causa das algemas. Ele move seus lábios contra os meus em uma perfeita dança lenta, em sincronia com as mãos suaves que me seguram. Seu toque é tão... perfeito que causa um aperto no meu coração.
Taryan está em perigo. Maldição, nós estamos em perigo. Porém, ainda assim existem momentos significativos como este que me fazem suspirar de contentamento.
Me movo para mais perto dele, precisando sentir o calor emanando de seu corpo em encontro ao meu. Korian geme em minha boca e então se afasta, a respiração tão pesada como a minha. Ele apoia a testa na minha e suspira.
ㅡ Acho que nós dois devemos descansar um pouco ㅡ ele sugere, os olhos fechados. Mas preocupação ainda nubla suas feições.
Levanto a mão e acaricio seu ombro, ignorando a picada das algemas quando ferem minha pele.
ㅡ Ou poderíamos continuar assim, se você quiser.
Ele levanta os olhos torturados para mim. Perco o fôlego diante do que vejo. Aqui está o Korian que tenho certeza que pouquíssimas pessoas já viram; deprimido e preocupado.
ㅡ Asterin... ㅡ sussurra, fechando os olhos novamente e me dando um beijo suave.
ㅡ Vamos encontrar uma maneira de sair dessa ㅡ digo, mesmo que não faça a menor ideia de como fazer isso. Mas ao mesmo tempo em que penso nisso, um plano começa a surgir em minha cabeça.
Eu só preciso esperar o momento exato para atacar antes que seja tarde demais.
ㅡ Asterin ㅡ chama Korian. Olho para ele, tentando manter longe do pensamento qualquer pista sobre o plano. O semideus não parece perceber nada quando continua. ㅡ Quando tudo isso acabar... e quando recuperarmos seu irmão...
Ergo as sobrancelhas em expectativa quando ele não continua.
Então, a coisa mais maravilhosa acontece: o rosto de Korian fica vermelho como um tomate.
ㅡ Eu quero dizer que... ㅡ ele se atropela com as palavras, me divertindo ainda mais. ㅡ Estou querendo perguntar se você... e seu irmão, é claro, gostariam... na verdade, meu coração está cheio de...
ㅡ Pare ㅡ peço, quase soltando uma gargalhada. Mas pela expressão desesperada dele, sei que fiz bem em esconder o tamanho da minha diversão. ㅡ Vá com calma, Korian. O que está tentando propor?
Ele respira fundo. Até mesmo o seu pescoço adquiriu um tom rosado.
ㅡ Eu queria perguntar se depois que tudo isso acabar... quando Dakar nos mandar embora, se você e Grant não gostariam de... um lugar em minha corte.
O quê?
Pisco várias vezes, o choque me fazendo ficar momentaneamente calada. Korian encolhe os ombros quando vê minha cara, e sei que devo estar parecendo uma idiota com a boca aberta e olhos esbugalhados.
Mas... o quê?
ㅡ Korian, está falando sério?
Me arrependo da pergunta assim que ele volta os olhos cheios de vergonha para os meus.
ㅡ Não. Quero dizer... sim, sim, estou falando sério. Mas eu...
Ah. Ele está pensando que estou questionando sobre o lugar em seu reino?
Antes que Korian tenha um colapso nervoso ㅡ pelo seu rosto, é bem possível ㅡ, seguro suas mãos mais apertado e abro um sorriso.
ㅡ Não estou falando sobre uma casa para mim em Fanillen, Korian ㅡ digo rapidamente, rindo quando ele expira com força, obviamente aliviado. ㅡ Estava questionando se você realmente pensa que Dakar nos deixará sair assim, sem mais nem menos.
Korian parece confuso por um instante, mas logo engole em seco.
ㅡ Você não acha que vamos sair dessa com vida ㅡ afirma, os dedos agarrando os meus com a mesma ferocidade.
Dou de ombros.
ㅡ Se sairmos vivos, duvido que Dakar nos deixará sair de sua vista. Nunca mais seremos livres, Korian. Eu sinto muito que...
ㅡ Não! Não se desculpe, pelos deuses. Nada disso é culpa sua.
ㅡ E nem sua ㅡ respondo baixinho, sentindo a intensidade do seu olhar sobre mim.
Ele respira fundo.
ㅡ Então, parece que vamos ter que montar nosso próprio reino onde quer que estejamos.
Abro um sorriso.
ㅡ Eu acho que gosto dessa ideia.
Korian ri baixinho e me beija. Os lábios ficam nos meus por um tempo antes que se afaste.
ㅡ Então, de volta aos planos. Quero saber o que estava passando pela sua cabeça antes de me distrair com esses pensamentos que não tem o menor sentido.
Droga. Ele é mesmo muito perceptivo.
ㅡ Demais ㅡ responde.
E eu talvez possa lhe esfaquear quando estiver dormindo.
ㅡ Você não faria isso.
Não, não faria. Mas imaginar não faz mal algum.
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