✥ㅡ FALHAS ㅡ✥
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As horas demoraram a passar depois da conversa na sala do trono. Depois da dispensa arrogante que recebi, fiz o favor de deixar para trás o rastro de fuligem que saía dos meus pés no magnifico tapete real que estava no chão. Saí dali não sem antes ver a incredulidade na cara dos dois idiotas antes que a raiva tomasse conta de seus olhos. Mas, nesta hora, eu já estava longe e rindo de suas caras.
Fanillen está iluminada nesta noite. Na praça central, bem no meio da cidade e onde há uma bela flor gigante esculpida nas pedras, estão os postes decorados com as pequeninas luzes que se movimentam levemente com o vento. Pura magia envolve este lugar, desde as decorações nas paredes até os instrumentos sendo tocados por ninguém. A noite, apesar de estar sombria e silenciosa, aqui está calma e alegre, com pessoas dançando no meio da flor gigante e rodando entre si com grandes sorrisos. Em paz.
Observando os casais se movimentando pelo círculo, lembro da época feliz de minha vida onde eu e Lena dançávamos na cozinha enquanto a comida assava. Fomos proibidas pelo próprio governador de fazer isso depois que a sua refeição passava a ser servida um pouco bem passada demais. Não que estivesse ruim ㅡ o tempero de Lena é o melhor que eu já tive a oportunidade de experimentar ㅡ, mas todas as ações daqueles que estava acima de nós sempre estava voltada para a vontade de se mostrarem maiores. Em todos os sentidos. Desde ordens pequenas até as mais complexas.
Mas o tempo em que durou nossa pequena brincadeira foi bem gratificante. Os poucos passos de dança que sei foi por conta de Lena e nossas aventuras na cozinha. Mais uma lembrança deixada para trás. Mais um pesadelo em minha cabeça.
As luzes se movem mais uma vez, desta vez centralizando bem a flor grande e os vários casais agora ocupando-a com seus passos sincronizados. A noite cheia de estrelas é um belo contraste com a dança e a pouca iluminação do lugar; nos permite observar e apreciar a imensa beleza do céu azul escuro da noite estrelada. Uma luz na escuridão.
Nas histórias, Fanillen era considerada a cidade do Reino Floral com a noite mais bela. Estando presente aqui e agora, talvez possa concordar com isso. O vasto céu parecendo como veludo acima de nossas cabeças e se estendendo até o infinito onde as colinas terminam e a Floresta Negra começa é apenas mais uma certeza da beleza deste lugar. As flores, bem ao fundo e sendo iluminadas pelos vagalumes vagando por entre elas repetidamente é uma das imagens que se fixaria em minha cabeça caso eu ainda tivesse meus materiais de desenho em mãos.
Este lado da cidade está animada e cheia de alegria. Mas o lugar onde Korian me enfiou para espiar os infiltrados é sombrio e fedorento. Um bar.
Os homens são porcos. Fazem quase tanta baderna quanto crianças. A pequena construção de madeira é o suficiente para apenas abrigar as bebidas e o balcão onde o barman atende com rapidez todos os que fazem seus pedidos. Deve haver apenas umas três mesas com duas cadeiras cada; nem perto do suficiente para abrigar as dezenas de imortais que vejo.
Com o álcool rolando nas veias, a magia se desprende de seus corpos. Sinto-a passando por mim quando me aproximo. Como folhas voando ao vento do outono.
Franzo o nariz para o cheiro forte de bebidas nojentas de imortais. Os homens riem tão alto que daqui posso ver suas gargantas palpitando com as risadas exageradas.
Eles não notam minha presença. Ou, se notam, me ignoram por completo. Mas, mesmo assim, faço o que Darion me obrigava a fazer em nossos raros treinamentos. Libero minha mente de qualquer pensamento precioso que possa me denunciar nestes lugares. Sei que, mesmo estando bêbados e não estarem prestando muita atenção às coisas ao seu redor, as mentes continuam atentas ao que se desenrola. Isso significa que estão tentando ler mentes desprotegidas para que tirem proveito disso.
Minha mente se prende na bebida que peço ao barman. Ele me observa com olhos semicerrados. Avalia minhas roupas de homem e a postura relaxada e depois encara meus olhos. Lhe mando um olhar afiado, vendo-o erguer levemente a sobrancelha antes de começar a bater a bebida.
Aqui as luzes são baixas. Algumas poucas velas pontuam o espaço, deixando tantas sombras que fico me perguntando se não usam isto para sua própria vantagem no caso de acontecer algo inesperado.
Apuro os ouvidos para a conversa que se desenrola com os quatro homens ao meu lado.
ㅡ Ouvi dizer que você pegou mesmo a filha da sacerdotisa, Naen. ㅡ um deles diz, dando um tapa forte nas costas de um homem mais alto. Este tem um sorriso gigante no rosto, distorcendo a cicatriz feia na mandíbula.
ㅡ Pode concordar comigo que ela é uma gostosa, não? Tinha que ouvir seus gemidos, meu amigo. Pareciam sons do céu.
O grupo ri, e eu preciso esconder meu nojo atrás do capuz preto.
ㅡ Sabe, qualquer dia desses, você poderia arrumar uma mulher para mim. Desde o Dia da Consagração tenho sentido um cheiro de humano forte aqui em Fanillen. Estou tentando encontrar a dona desse cheiro há dias e nunca tenho sucesso.
ㅡ Como sabe que é uma mulher? ㅡ o cara sentado na bancada pergunta. Este parece estar mais bêbado do que os outros; suas palavras são arrastadas e lentas, sinal do álcool excessivo fazendo efeito em seu sistema.
O homem para quem faz a pergunta ri com o copo na boca, se inclinando para trás e bebendo até a última gota de bebida. Os outros três bradam de alegria quando ele consegue engolir tudo.
ㅡ Eu reconheço o cheiro de uma fêmea há milhas de distância. Certamente gostaria de me divertir com ela antes de devorar sua carne.
Fico mais ereta no banco, não ousando levantar os olhos para o barman quando coloca o copo de bebida à minha frente. Ele vai embora sem dizer nada, mas sinto seu olhar constante sobre mim enquanto continua trabalhando.
ㅡ Uma humana iria fugir de você antes mesmo que tivesse a oportunidade de tocar nela.
ㅡ Humanos não conseguem fugir de mim, Naen. Sabe disso, meu amigo.
Decido não prestar mais atenção a esta conversa. Ouvindo apenas um pouco mais, torna-se tão cheia de sacanagem que prefiro escutar outras coisas.
Um casal conversa no meu outro lado. A mulher é ruiva e está vestida de couro dos pés à cabeça, combinando com o homem à sua frente que parece ser seu marido. Os dois conversam perto o suficiente para que seus rostos se encostem levemente. Presto um pouco mais de atenção ao que eles conversam, precisando me inclinar um pouco para ouvir as vozes baixas.
ㅡ O rei Armon e seu filho estão preocupados com a fronteira, Deamir. Enquanto nós estamos fazendo o trabalho sujo de Dakar, ele ataca as fronteiras apenas para ter o sabor da vingança que sempre quis com o Reiro Floral. Não estamos ganhando qualquer coisa aqui. Vamos embora, por Taryan.
O homem concorda. Fico mais eriçada na cadeira, me perguntando se realmente achei os infiltrados e se eles seriam burros o suficiente para se encontrarem em um local tão público.
ㅡ Dakar tem estado tão centrado ultimamente que nem liga para o fato de estarmos aqui em perigo e sob os olhares de todos os guardas.
A mulher se sobressalta no banco, olhando os arredores. Me encolho no banco, fingindo tomar a bebida e apenas a encostando nos lábios. Só olho de volta quando ela se aquieta e volta a encarar seu companheiro.
ㅡ Você acha que sabem sobre nós?
O homem ㅡ Deamir ㅡ sorri para ela e passa a mão em seu rosto carinhosamente. A mulher inclina a cabeça para sua carícia, suspirando tristemente. Minha testa franze em confusão. Até onde eu sei, os infiltrados que espiam o reino realmente querem estar aqui, mas eles não parecem sentir o mesmo. Devem se sentir incomodados e em perigo constantemente, ainda mais sabendo sobre a guarda aumentada em Fanillen.
Acredito que o único desejo do casal agora seja voltar para casa e deitarem juntos abraçados e ter uma boa noite de sono. A aparência deles ㅡ mesmo estando bem armados e com roupas que escondem sua verdadeira forma ㅡ parece cansada, sinal de que minhas conclusões talvez estejam certas.
Eles não são maus. Apenas estão cumprindo ordens.
Ou, se estão fazendo este pequeno show apenas para mostrar aos arredores sua defensiva, está dando certo. Não vejo olhares esquisitos em sua direção. Todos os ignoram. Talvez seja isso que eles realmente querem. Passar despercebidos por todos como se fizessem parte da sociedade e conseguir se enturmar o suficiente para se tornarem amigos para depois soltar a bomba em cima de suas cabeças.
Um ataque de gênio. Frio e calculista.
ㅡ Tenho quase certeza de que não sabem de nada, meu amor.
ㅡ Sabe que Armon colocou mais guardas nos portões da cidade. Não teremos como sair daqui, Deamir.
ㅡ Sempre demos um jeito, não é? ㅡ ele acaricia seu rosto novamente, parecendo completamente como um homem apaixonado.
ㅡ Um jeito que quase me fez perder você várias vezes. ㅡ a voz dela está carregada de desespero.
Pela expressão dos dois, imagino que esta vida de espiões também não seja fácil para eles. Sei sobre os perigos que poderiam encontrar caso fossem descobertos e as consequências que isso iria causar. Sejam elas boas ou ruins.
Do modo como ela falou, eles já deveriam ter chegado tão perto da morte que a mulher agora teme perder seu companheiro. Dakar tem obrigado seus escravos a trabalharem vinte e quatro horas, claro sinal de que ou está desesperado ou vantajoso demais. Sua astuta, pelo que ouvi falar aqui, é tão estudada e tramada que nem mesmo o mais inteligente general de Taryan consegue decifrar o próximo ataque de Dakar.
Porém, mesmo sendo tão inteligente, não trabalha em equipe. Seus escravos apenas fazem o trabalho mais pesado enquanto ele soma seus ganhos e aumenta seu poder. E, na hora da briga, faz tudo completamente sozinho.
Este foi um dos motivos pelo qual tantos seguidores deixaram de segui-lo. Os perigos que ele os expunha era tão grave e malicioso que era como se Dakar estivesse jogando-os literalmente na cova dos leões.
Ele é o maior vilão das histórias de criança que Lena lia para nós. As crianças, incluindo Grant e eu, tínhamos tantos pesadelos com ele que nunca arriscamos sair da mansão sem a permissão de Lena até que ela pudesse nos acompanhar para fora. Mas, depois de um tempo, a rebeldia de todos foi aparecendo aos poucos e em pouquíssimo tempo estávamos todos viajando pelo reino como se não tivéssemos temor algum.
O medo vai embora depois de um tempo. Mesmo que demore, um dia ele vai evaporar como fumaça sumindo ao vento.
Observo o casal mais uma vez, olhando mais claramente para as protuberâncias em vários lugares de suas roupas. Armados até os dentes. Pelo formato da pequena elevação na cintura da mulher, diria que ela carrega ali pelo menos três adagas. E aprendi a ver as armas escondidas no corpo das pessoas, de forma que enxergo perfeitamente as facas nas meias e armas de fogo no peito.
ㅡ Não se preocupe, meu amor. Vamos sair daqui ilesos e depois de pagarmos a dívida que temos com Dakar, vamos embora daquele lugar e encontraremos um lugar só nosso.
O olhar triste não sai do rosto da mulher. Ele ainda não disse seu nome. Nomes são importantes na hora de tentar identificar os infiltrados, de forma que fico bem atenta à hora em que ele vai me revelar isso. Ele não o diz de propósito? A mulher não teve problemas em falar o dele, percebi. Tudo é proposital nesta conversa?
ㅡ Dakar nunca vai nos deixar partir, Deamir. O máximo que fará vai ser nos matar e jogar nossos corpos no Mar dos Pesadelos.
Deamir suspira.
ㅡ Como faremos nosso sonho se tornar realidade se você não acredita, Malina?
Malina. Anoto estes dois nomes mentalmente para contar a Korian depois. Malina e Deamir se olham preocupadamente, ambos imersos em seus próprios medos. O dela, de perder o amor de sua vida. O dele, de nunca poder dar à mulher que ama o lar que sempre prometeu. Estes dois desejos foram, muito provavelmente, o motivo pelo qual aceitaram trabalhar para Dakar. Para pagar sua dívida e irem embora. Mas ele não trabalha assim.
Por mais que talvez nesta missão dos dois o coração esteja falando mais forte do que a cabeça, não tiro a razão de nenhum. Arriscando-se para realizar seu sonho. Já fiz isso tantas vezes que nem me lembro mais, e as consequências disso nunca foram favoráveis ou boas. No mínimo eu era pega por Kennai ou Lena e era proibida de comer durante todo o dia e ficar de castigo no quartinho minúsculo.
Até que o medo começou a aparecer. E então parei de tentar e simplesmente me atentei ao fato de que jamais fugiria dali sem que alguém me encontrasse. É basicamente o que os dois devem estar tentando fazer.
Tentando fugir, mas não ousando fazer isso sem antes pagarem a dívida que possuem com Dakar. Isto o faria correr atrás deles como um lobo raivoso e faminto atrás de um cordeiro suculento.
ㅡ É melhor nos atentarmos ao fato de que Dakar nunca nos deixará ir embora, Deamir.
ㅡ Vamos falar disto depois, combinado? Por enquanto temos que nos preocupar em atacar o castelo sem que nos percebam.
Sua voz baixa para um sussurro quase inaudível. Preciso me esforçar para ouvir em meio àquela barulheira toda dos bêbados ao meu lado conversando em alta voz.
ㅡ Soube por boatos que uma humana está morando no castelo. E tenho sentido seu cheiro por aqui.
Deamir cheira o ar, levantando o rosto levemente. Suas sobrancelhas se franzem com o que encontra, e os olhos se movem rapidamente pelos arredores. Enfio meu rosto para baixo e me escondo dentro do capuz preto que cobre meu rosto. Finjo brincar com o copo de vidro e os espio levemente pela borda da capa. Eles não me encaram, mas movem os olhos por todos os lugares.
ㅡ É verdade. Também sinto seu cheiro. Mas longe, não sei. ㅡ Se levanta da cadeira e segura sua mulher pela cintura, trazendo-a para perto de seu corpo.
Não sei o motivo, mas sinto o perigo rondando meu corpo. O modo como as costas de Deamir endureceram e como seus olhos movem-se rapidamente pelo espaço ao redor me fazem ficar mais alerta do que o normal. Ele é perigoso e eu estou completamente exposta. Não sei qual deve ser seu poder, mas não deve ser nada bonito se ele decidir usá-lo contra mim.
Lentamente e parecendo mais despreocupada do que a verdade, me ergo do banco e deixo o copo com a bebida ainda pela metade, percebendo o olhar constante do barman sobre mim. E, quando já estou de pé, xingo baixinho pelos dentes cerrados.
Se antes eu consegui deixar meu cheiro totalmente acumulado dentro de meu corpo, agora consegui retirá-lo completamente. Agora com certeza todos sabem da existência de um humano bem perto.
Tento caminhar com a maior calma que posso, mas é quase impossível aguentar a pressão de não olhar trás quando estou sentindo seus olhares queimando minhas costas. Dou mais alguns passos antes de finalmente dar uma espiada para trás. E paraliso.
Deamir, a mulher dele e o barman me encaram diretamente, sem hesitação ou duvidas de que eu sou aquela que está os espionando. O perigo não passa despercebido por mim em seus olhos queimando de raiva. A mulher ao seu lado se posiciona, abrindo levemente as pernas e me encarando com um misto de desconfiança e sede de morte.
Posso ver as faíscas de podes escapando de seus dedos, aqueles pequenos feixes de luz me fazendo lembrar de seu poder.
Uma manipuladora da luz.
Quando o homem começa a correr inesperadamente, meu corpo se vira e eu me ponho a correr o mais rápido que posso. As pessoas nos olham quando passamos voando pelas barracas, e a falta de exercício físico começa a pesar em meus pulmões. Menos de 2 minutos correndo e já estou ofegante e com o pé doendo tanto que quase paro para tomar um ar. Eu não sou sou comparada a um imortal que tem o dobro ㅡ ou até mesmo o triplo ㅡ da velocidade de um humano.
E ele não me deixa esperar.
Suas pernas gigantes se movem como um flash quando Deamir se joga para cima de mim e me derruba no chão, arrancando um grito de minha garganta quando o concreto bate forte em meu rosto.
Me debato contra ele, tentando livrar meu corpo daquele peso gigantesco e conseguindo apenas um aperto mais forte em meu braço que faz suas garras se enfiarem lentamente em mim.
Sua magia escapa. Eu dou um grito quando queimação rola por meus braços e pernas, dando a volta em piruetas pelo meu corpo até alcançar o peito. Meu coração bate descompassado, a adrenalina da correria e da magia me fazendo perder as forças contra seu aperto. Não grito ou me debato mais; apenas sinto a dor até que penso que ela poderia durar para sempre.
Sinto o nariz dele em minha nuca. Cheirando. Apreciando. As pessoas ao redor cochicham entre si sobre o acontecido, e entre as palavras deles ouço "Kanae" e "animal de estimação do príncipe".
A mulher que estava com Deamir se abaixa ao meu lado, erguendo meu rosto com uma garra afiada. Trinco os dentes para o novo corte acima do pescoço, quase cuspindo em sua cara quando abre um sorriso malicioso.
ㅡ Uma humana. Isto é novidade, Deamir. Será que Korian e seu pai cansaram de mandar seus homens para fazer o trabalho sujo de seu castelo e passaram a contratar humanos fracos?
Sua testa franze, e a expressão confusa de seu rosto me faz ficar igual. A outra mão se move, arrancando meu capuz com um gesto violento.
Os cochichos aumentam quando todos visualizam meu rosto. Quase sorrio. Sim, uma mulher espiã nunca deve ter sido vista no Reino Floral. Minhas capacidades podem não ultrapassar àqueles que são realmente treinados, mas ainda posso ouvir conversas sussurradas e ter conhecimento de coisas que ninguém mais sabe.
ㅡ Uma mulher? ㅡ Deamir pergunta, ainda me segurando.
ㅡ Ei, que tal vocês a largarem e me deixar tomar conta do bichinho? Prometo que a viagem dela por minha cama não será demorada. ㅡ um homem grita da multidão. As risadas entre eles começam, e meu rosto fica vermelho de raiva. Me contorço nas mãos de Deamir, querendo me libertar e mostrar que tipo de viagem eu vou ter sobre ele.
ㅡ Eu gosto de uma gata selvagem. ㅡ Deamir sussurra ao meu ouvido, e imediatamente minha cabeça voa para trás em seu nariz, atingindo-o não tão fracamente. Ele deve sentir a dor por um tempo.
ㅡ Desgraçada! ㅡ a mulher diz, e seu punho agarra a túnica que me envolve e ergue metade de meu corpo até a altura de seu rosto. Já prevejo seu punho na minha cara segundos antes de ouvir o a voz que pertence ao homem que causa meus pesadelos.
ㅡ Algum problema por aqui?
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