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Capítulo 18 | Eu Cuido de Você

Hadassa Luz

A noite avançava, e o cansaço do dia ainda pesava sobre meus ombros. Cancelamento de shows, reorganizar a agenda de Noah e lidar com compromissos que pareciam se multiplicar tinham me sugado completamente. Decidi deixar o resto para depois e me render a um momento de paz. Após um banho quente, lavei o cabelo, hidratei a pele e vesti um baby doll confortável, com pantufas que abafavam o som dos meus passos pela casa.

A cobertura estava envolta em silêncio, iluminada apenas pelo brilho suave que atravessava a vidraça da sala. Subi as escadas, ainda imersa em pensamentos, mas parei no último degrau ao avistar Noah na cozinha. Ele estava ali, de costas, aparentemente absorto enquanto mexia em algo no balcão. Usava um moletom preto e calça branca, o contraste acentuando seus ombros largos e a tranquilidade confiante de sua postura.

Me aproximei sem pressa, mas ele notou minha presença. Virou-se lentamente, e nossos olhares se cruzaram. Ele me analisou dos pés à cabeça, sem sequer tentar disfarçar. Seu olhar era intenso, e, no instante em que nossos olhos se encontraram, parecia que uma faísca incendiava o ar ao nosso redor. Desviei o olhar, tentando aparentar indiferença.

— Cinderela... — ele murmurou, a voz grave e rouca rompendo o silêncio como um sussurro cheio de intensidade. Havia algo no modo como ele pronunciava a palavra. O som parecia aquecer o ar entre nós, e, por um instante, me perdi completamente naquele apelido.

— Não sabia que estava aqui — murmurei, tentando parecer casual enquanto me sentava no banco do balcão, mesmo com meu coração acelerado.

— Não me senti muito bem... Resolvi preparar um café — disse ele, os dedos ágeis manipulando a cafeteira com uma calma descontraída. — Quer um também?

— Aceito. — Minha voz saiu mais suave do que eu pretendia, meus olhos capturando cada movimento dele. Até as coisas mais simples pareciam lotadas de um charme natural e irresistível quando feitas por ele. — Por que não está bem?

Ele parou por um momento ao servir as xícaras, me lançando um olhar que parecia me atravessar.

— Estou com frio e... A garganta dói — confessou, a rouquidão em sua voz soando mais grave, mais profunda.

— Está com febre? — perguntei, preocupada, mesmo que meu coração estivesse muito mais atento ao magnetismo que emanava dele do que à resposta que ele daria.

Noah colocou a xícara diante de mim. Quando peguei, a ponta de seus dedos quase tocaram os meus.

— Não sei, não conferi. — Ele deu de ombros, tomando um gole do café sem nunca desviar o olhar.

Levantei-me, mais pela preocupação com o Noah do que por qualquer outra coisa, e fui buscar a maleta de primeiros socorros. Meu coração batia rápido demais, e eu sentia o olhar dele me seguindo, como se ele estivesse consciente de cada pequeno detalhe, cada respiração acelerada minha, cada batida forte em meu peito. Voltei com o termômetro e parei diante dele.

— Posso? — perguntei, levantando o termômetro.

Noah sorriu, lento e provocador, antes de tirar o moletom, revelando uma camiseta que se moldava ao contorno de seus músculos. Meu ar ficou preso na garganta por um instante. Ele pegou o termômetro das minhas mãos, mas o toque dos seus dedos nos meus parecia calculado, como se ele soubesse exatamente o impacto que aquele pequeno gesto teria em mim. Havia algo intencional na delicadeza do contato, quase desafiador. Ele colocou o termômetro sob o braço, mas não desviou o olhar de mim nem por um segundo, como se quisesse testar até onde eu aguentaria aquela tensão silenciosa.

O bip do termômetro soou, mas ele não se mexeu. Apenas me olhou com aquele meio sorriso típico seu. Peguei o aparelho com cuidado, tentando não tremer ao sentir seus dedos tocarem os meus de novo. Ele estava fazendo de propósito, e isso era o que me desestabilizava.

— Trinta e oito graus — murmurei, minha voz falhando um pouco.

— Sabia que existe um termômetro que mede na testa, não sabia? — Ele arqueou uma sobrancelha, o sorriso se alargando.

— E você sabia que deveria estar deitado em vez de brincar comigo, não sabia? — retruquei, tentando soar firme, mas a força do meu tom foi eclipsada pela intensidade daquele momento.

Ele riu, baixo e rouco, o som reverberando entre nós como uma nota que atingia o tom perfeito. Aproximou-se novamente, seus olhos fixos nos meus, e eu percebi que não era a febre que fazia o ambiente esquentar, mas a proximidade que Noah insistia em criar, ignorando completamente o contrato entre nós – ou talvez apenas testando meus limites, como ele mesmo havia mencionado outrora.

O silêncio entre nós parecia ganhar um significado próprio enquanto eu o encarava, tentando me manter firme, apesar da atmosfera tensa que ele provocava com tanta facilidade. Noah apenas inclinou a cabeça, aquele sorriso meio debochado ainda dançando em seus lábios.

— Não sabia que cuidar de mim incluía me dar ordens, Hadassa — respondeu, a voz mais intensa, deslizando como um toque invisível pela minha pele que me fez estremecer.

— E não sabia que você era tão difícil de lidar — retruquei, tentando manter a compostura enquanto ele se aproximava, o calor do corpo dele irradiando em ondas que desafiavam minha determinação – que já havia sumido faz tempo.

Ele parou tão perto que mal havia espaço para respirar, seus olhos fixos nos meus com uma intensidade que me deixava aturdida. As sombras suaves da cozinha pareciam conspirar, tornando cada detalhe mais marcante – o contorno da linha de sua mandíbula, a profundidade nos olhos, a provocação no sorriso.

— Difícil? Eu? — Ele inclinou-se levemente, reduzindo ainda mais a distância. — Talvez você só não tenha descoberto o jeito certo de lidar comigo.

Minha respiração ficou presa por um segundo, e mesmo que eu quisesse responder algo, minha mente estava vazia. Eu estava sem palavras. Talvez tenha esquecido até o meu nome, ou como se respira. Ele sabia exatamente o efeito que tinha sobre mim e parecia estar se divertindo com isso – não só parecia, como estava.

— Noah, você está com febre. Isso não é hora para joguinhos — murmurei, sem muita convicção, meus olhos traindo minhas palavras ao permanecerem presos nos dele.

— Joguinhos? — Ele riu de novo, baixo e suave, o som vibrando no espaço entre nós. — Ah, Hadassa... Se fosse um jogo, você já teria vencido.

Senti meu rosto aquecer, mas antes que pudesse reagir, ele recuou um passo, pegando a xícara de café e tomando mais um gole, como se nada tivesse acontecido. Ainda assim, o olhar que lançou por cima da borda da xícara dizia muito mais do que qualquer palavra – e eu conseguia decifrar, mas meu mundo estava girando demais para acreditar nisso.

— Você está com febre, Noah! — insisti novamente, meu tom mesclando preocupação e firmeza enquanto o observava beber mais um gole de café, indiferente. — É melhor tomar um remédio e dormir.

— Não vou dormir. — Ele se afastou, com aquele ar obstinado que parecia parte de sua essência. Vestiu o moletom novamente e completou, despreocupado: — Vou pro sofá.

Sem discutir, apenas o observei atravessar a sala e se jogar no sofá com um cansaço óbvio, como se desafiar meu cuidado fosse sua maneira de lutar contra qualquer vulnerabilidade. Ele largou a caneca na mesinha de centro, deitou-se com o braço cobrindo os olhos, e mesmo assim, ele ainda exalava uma imponência inegável. Suspirei, sentindo a familiar frustração misturada àquele inexplicável magnetismo que Noah tem, e fui até ele. Sentei-me na mesinha à sua frente, encarando-o.

— Noah, você precisa de remédio. — Minha voz era firme, mas suave, tentando equilibrar cuidado com insistência.

— Eu não quero remédio, Cinderela. Eu tô bem... — Sua voz rouca, claramente afetada pela inflamação da garganta, mas cheia de resistência, soou como um aviso. Ele moveu o braço por um instante, revelando os olhos que agora me encaravam com uma intensidade que sempre me desarmava. — Minha garganta tá doendo muito.

— Eu tô percebendo. Você quase não consegue falar mais. — Soltei um sorriso leve, mas ele apenas me observava, como se pesasse cada palavra.

Então ele murmurou, quase inaudível:

— Será que tá começando? Será que já tô perdendo a voz?

A insegurança em sua pergunta me atingiu em cheio. Por trás da teimosia, havia um medo evidente, e eu sabia que ele odiava se mostrar vulnerável. Respirei fundo, buscando manter a calma, mesmo que por dentro meu coração se apertasse.

— Claro que não, Noah. — Minha resposta saiu firme, mas gentil, numa tentativa de tranquilizá-lo. — Sua garganta deve estar inflamada. É normal ter febre. Mas você precisa confiar em mim e tomar um remédio, tá bom?

Quando me levantei para buscar algo, sua voz me chamou de volta:

— Cinderela... — O som de sua voz pronunciando o meu apelido fez meus passos hesitarem. Eu me virei, encontrando seus olhos fixos nos meus. — Odeio remédio, e não vou conseguir engolir um comprimido com a dor que tô sentindo.

— Vou chamar o Lorenzo — anunciei, pegando o celular, mesmo sabendo que ele não ia gostar da ideia.

— Não! — Ele se moveu de repente, como se fosse se levantar, mas o cansaço o impediu. — Não chame o Lorenzo.

Suspirei, frustrada, mas não consegui evitar um sorriso. Ele era teimoso, sim, mas havia algo na maneira como me olhava que tornava impossível ficar irritada com ele.

— Tá bom, tá bom. Só não se levante. Fique deitado. — Aproximei-me novamente, sentando-me no mesmo lugar, e perguntei: — Por que não quer que eu o chame? Ele é seu médico, Noah. Ele pode te ajudar.

— Não preciso dele. — Seu olhar encontrou o meu, cansado, mas cheio de convicção. Ele suspirou, a resistência dando lugar a um pedido inesperado: — Já que insiste em cuidar de mim... Aceito um chá.

O sorriso fraco que ele esboçou era quase ingênuo, mas ainda assim, tinha aquela serenidade irresistível que me deixava encantada.

— Tá bom, teimoso. Vou preparar seu chá. — Levantei-me, ignorando o calor que subia pelo meu rosto por estar tão próxima dele. E enquanto me afastava, sentia o peso do olhar de Noah em mim, e isso me fazia esquecer até como se anda.

Na cozinha, o som da água fervendo e o aroma do chá de gengibre, mel e limão preencheram o ambiente, mas minha atenção estava totalmente na figura de Noah no sofá. Deitado sob a luz fraca que invadia a sala, ele parecia uma escultura viva, cada linha de seu corpo acentuada de forma irresistível. Meu coração disparava, mas forcei-me a respirar fundo, tentando ignorar o turbilhão que ele causava em mim.

Com o chá pronto, voltei à sala.

— Aqui está, Popstar — anunciei, entregando-lhe a xícara. Ele tentou se sentar, um gesto simples que parecia exigir esforço.

— Obrigado, Cinderela. — Sua voz saiu fraca, mas transparecia uma vulnerabilidade que eu nunca tinha ouvido antes.

Ele levou a xícara aos lábios, mas parou imediatamente, fazendo uma careta. Tive que morder o lábio para não rir.

— Não consigo engolir... dói muito — confessou, devolvendo a xícara e deitando-se novamente com um suspiro pesado.

Eu percebi que Noah estava ficando mais fraco e exausto, e o arrepio que subiu por seu braço exposto me deixou alerta.

— Fica aí, quietinho. — Levantei-me sem pensar duas vezes e corri até o meu quarto, pegando uma manta. Quando voltei, ele tremia levemente, e cobri-o com cuidado. Sentei-me ao lado, observando-o, tentando manter o controle. — Tem certeza que não quer que eu chame o Lorenzo e nem quer tomar o remédio?

— Absoluta. — A firmeza em sua voz contrastava com o estado frágil em que ele estava. Ele abriu os olhos e me encarou de forma intensa, aquele olhar que parecia atingir o fundo da minha alma. — Está tão preocupada comigo, Cinderela... — provocou com um sorriso que fez minhas pernas quase cederem.

— Minha função é cuidar de você, Noah — respondi, a doçura escapando em minha voz antes que eu pudesse controlar.

Ele riu, aquele som que sempre me fazia estremecer, e virou o rosto para o teto. Notei uma gota de suor escorrendo lentamente por sua têmpora.

— Está suando? — perguntei, preocupada. Peguei o termômetro, mas antes de usá-lo, ele me deteve com outra provocação:

— Não use o termômetro... use a mão, Cinderela — ele disse, a voz quase falhando, se esforçando para pronunciar uma frase inteira.

— Você sabe que não posso. — Murmurei enquanto lutava para colocar o termômetro sob o braço dele, mas o moletom grosso dificultava. Ele sorriu, aquele sorriso travesso, e me ajudou a remover a camada de tecido.

Quando o aparelho apitou, olhei o número e senti o estômago revirar.

— Meu Deus! Quarenta graus, Noah. Isso é muito sério. Você vai tomar o remédio ou eu vou chamar o Lorenzo, escolha. — Minha voz era firme, minha determinação clara.

Ele revirou os olhos e bufou.

— Tá bom, tá bom, eu tomo o remédio.

Sorri, vitoriosa, e fui até a cozinha pegar o comprimido e um copo d’água. Voltei e o entreguei. Noah tomou o remédio com uma expressão de total desconforto, como se fosse a coisa mais difícil do mundo, bebendo apenas um gole de água antes de se jogar de volta no sofá.

— Drama — murmurei, mas com um sorriso que ele não viu. Mas sabia que não era drama, aquilo parecia desconfortável demais, e eu estava muito preocupada com o Noah.

Voltei para cozinha para pegar um pouco de água em temperatura ambiente na tigela, molhei um pano e voltei para a sala. Peguei um puff e me sentei ao lado dele, ajustando o pano úmido em sua testa. Evitei ao máximo o contato direto, mas era impossível ignorar o calor que emanava dele – não só da febre, mas da presença avassaladora que ele sempre tinha.

Enquanto eu passava o pano, ele abriu os olhos, me olhando de uma forma que me deixou sem ar. Seu sorriso, dessa vez, era diferente. Sincero, profundo e íntimo. Não tinha provocações ou ironia, era apenas... Puro.

Minha mão vacilou, e minha respiração ficou presa por um instante. Tentei me concentrar, mas seus olhos prendiam os meus, e por um momento, esqueci de tudo. A única coisa que existia era ele, e o silêncio que preenchia o espaço entre nós.

— Cinderela... — ele murmurou. Cada letra dita naquele timbre rouco fazia um arrepio subir pela minha espinha. — Quero ir pro quarto.

Meu coração deu um salto.

— Quê? Que quarto? — perguntei, incerta.

— Meu quarto. Lá é mais confortável do que esse sofá — ele respondeu, já tentando se levantar, com uma determinação teimosa.

— Você vai conseguir andar até lá? — perguntei, preocupada, enquanto o via se sentar com dificuldade.

— Claro que sim... Eu sou forte, Hadassa. Claro que consigo ir até o meu quarto — respondeu, em tom de superioridade. Mas, ao se levantar, balançou e caiu sentado novamente, passando a mão pela testa. — Fiquei tonto... meu Deus.

Eu não consegui segurar a risada, cobrindo a boca com a mão enquanto o via balançar a cabeça, como se quisesse afastar o desconforto.

— Por que não fica aqui mesmo?

— Já disse, lá é mais confortável. — Ele me lançou um olhar de desafio.

Suspirei, sabendo que discutir com ele era inútil.

— Tá bom, eu te ajudo. — Mas o problema era como ajudá-lo sem tocá-lo. Era impossível. Eu precisava fazer isso, ou veria um Noah caído no chão. — Vem, Noah. Me abraça e finge que nada disso está acontecendo.

Ele passou o braço pelo meu ombro, e eu o segurei pela cintura. Foi uma péssima ideia. Ele era forte, musculoso, e senti cada centímetro disso quando seu peso se apoiou em mim. Meu coração parecia uma bateria descontrolada, mas continuei firme, tentando chegar no quarto com Noah tropeçando até com o vento.

— Nunca vou me esquecer disso — ele comentou com um sorriso travesso, enquanto caminhávamos lentamente até o quarto. — Mas espero que você se esqueça... Moça do sapato de cristal.

Continua...

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