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Capítulo 08 | Insônia

Hadassa Luz

Já passava da meia-noite, e eu ainda não conseguia dormir. Eu estava ansiosa, minha mente um turbilhão. Mateus e eu havíamos passado as últimas duas horas em uma ligação tensa — uma mistura de conversas sentimentais e discussões exaustivas. Ele insistia em falar sobre como eu deveria administrar meu dinheiro para o nosso casamento e, ao mesmo tempo, não escondia seu ciúme. Mateus tinha medo de que eu me perdesse nessa cidade imponente e que, eventualmente, me apaixonasse por alguém mais rico que ele.

A paciência já havia me abandonado. Firme, disse que precisávamos conversar pessoalmente quando eu voltasse dos Estados Unidos. Foi aí que ele explodiu:

— ESTADOS UNIDOS? Já vai começar a viajar sozinha com ele?

Foi a gota d’água. Meu coração afundou e minha mente ficou nublada. Mateus estava ultrapassando todos os limites, mostrando que não confiava em mim nem um pouco. Eu, que já lutava para manter a chama do relacionamento acesa, me questionei: como continuar com alguém que não acredita na minha integridade, que não entende meus valores?

Sentada na cama, encostada na cabeceira, respirei fundo. Eu usava um baby doll confortável e um coque bagunçado prendia meu cabelo. Acendi o abajur, mas o quarto parecia sufocante. Levantei, vesti um robe por cima, peguei meu celular e saí. O corredor estava silencioso, e a casa inteira parecia dormir. Perfeito. Era o momento que eu precisava para escapar.

Cheguei à sala da cobertura. A enorme vidraça revelava o mar e uma cidade iluminada, vibrante, mesmo de madrugada. A brisa noturna carregava um friozinho acolhedor, e fiquei ali, por alguns minutos, olhando para a grandiosidade daquela vista. Aos poucos, senti meu coração se acalmar.

Fui para a cozinha e acendi as luzes pendentes sobre o balcão, criando um ambiente aconchegante. Decidi preparar um chá de camomila. Algo simples, mas que me ajudaria a colocar os pensamentos em ordem. Sentei no banco do balcão, com a xícara quente nas mãos, e deixei o celular de lado. Fiquei ali, pensando em tudo. O silêncio era profundo, como se a casa inteira estivesse ouvindo a conversa que eu estava prestes a ter com Deus.

— Senhor — comecei, quase num sussurro —, por que me trouxe até aqui? Qual é o Teu propósito para mim nesta casa, trabalhando com Noah, um astro mundial, mas Teu servo? E o Mateus? Por que tantos me dizem que ele não é pra mim? Eu o amo, mas não sei se é porque foi meu primeiro namorado ou porque realmente quero passar o resto da vida com ele. Ele é tão... ciumento. Tão obcecado com dinheiro. Estou perdida, Pai. Não consigo entender por que o Senhor, que conhece meu coração simples, me colocou no meio de tanta grandiosidade. Para onde devo ir?

Minha voz embargou. Tomei um gole do chá, tentando encontrar algum tipo de resposta. Meus olhos vagaram pelo ambiente, até pousarem em uma Bíblia de capa preta esquecida no canto do balcão. Senti um impulso de pegá-la.

Folheei suas páginas com mãos trêmulas, buscando algo, qualquer coisa que me trouxesse paz. Quando parei em Isaías, um versículo grifado em neon chamou minha atenção:

"Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz nas suas costas dirá a você: ‘Este é o caminho; siga-o’.” (Isaías 30:21)

Meu coração acelerou, e um sorriso tímido escapou. Deus estava ali, me respondendo. Ele estava me guiando, mesmo em silêncio, mesmo quando tudo parecia confuso. Fechei os olhos e cruzei os braços sobre a Bíblia, deixando aquelas palavras ecoarem dentro de mim.

Enquanto tentava absorver a profundidade do que havia lido, algo diferente aconteceu. Era como se uma voz sutil, mas poderosa, brotasse dentro de mim, fazendo um frio percorrer meu estômago:

"Nem tudo é o que parece, Hadassa. Você não entende agora o que estou fazendo, apenas confie em Mim."

Minha respiração ficou suspensa. Arregalei os olhos, sentindo cada palavra cravar-se em meu coração. Não era só sobre Mateus. Não era só sobre Noah. Era algo maior, algo que Deus estava orquestrando, mesmo que eu ainda não pudesse ver.

Apoiei o queixo nos braços e, por alguns minutos, apenas encarei o nada, absorvendo aquela revelação. Deus estava à frente. Tudo o que eu precisava fazer era confiar.

Uma onda de borboletas tomou conta do meu estômago quando percebi uma movimentação atrás de mim. O cheiro sutil de perfume e um leve calor no ambiente anunciaram sua chegada antes mesmo que eu o visse. Olhei para o lado e lá estava Noah, impecável mesmo àquela hora, caminhando até o banco ao meu lado. Ele se sentou com uma naturalidade inconfundível, como se estivesse lendo algo além do meu rosto cansado.

— Sem sono? — ele perguntou, com aquele tom rouco que sempre fazia meu coração tropeçar.

Balancei a cabeça, assentindo.

— Não consegui dormir. Resolvi vir aqui, esfriar a cabeça e tomar um chá pra ver se ajuda. — Sorri de leve, tentando parecer relaxada. — Quer que eu prepare um pra você?

Ele inclinou a cabeça, divertido.

— Só vim buscar minha Bíblia. — Ele apontou para o livro aberto à minha frente, e eu arregalei os olhos, sentindo o sangue subir para as bochechas.

— Meu Deus, Noah, desculpe! Eu... eu não sabia que era sua...

Ele riu suavemente, como se meu constrangimento fosse a coisa mais fofa que já viu.

— Está tudo bem, Hadassa. Está aqui para isso — disse, despreocupado. — Estou com insônia, nem consegui manter os olhos fechados.

Eu soltei o ar que nem tinha percebido que estava segurando, enquanto ele se levantava e ia até a cafeteira. Pegou uma caneca e preparou um café expresso, com um toque de açúcar. Mesmo do outro lado do balcão, a luz dos pendentes parecia conspirar a favor dele, destacando cada detalhe de sua presença quase intimidadora. Eu me obriguei a desviar o olhar antes que fosse óbvio demais.

— Está com insônia e ainda bebendo café? Isso é praticamente sabotagem! — brinquei, e ele me respondeu com uma risada que fez meu coração dar outro salto.

— Gosto de viver perigosamente. — Ele me olhou com aquele sorriso descontraído e, por um segundo, esqueci completamente como se respirava.

— Ah, claro, o típico astro que desafia as regras... — provoquei, enquanto ele bebia um gole do café e permanecia me encarando, como se estivesse me estudando. — Esse perigo vai te deixar sem sono e você vai se sentir exausto pra viajar à noite.

— Se o café fosse o único motivo da minha insônia, seria ótimo. — Ele suspirou e desviou o olhar, como quem guarda segredos demais.

Por um instante, o ambiente ficou mais denso. O olhar do Noah se tornou distante, como se estivesse afogado em memórias. Eu sentia uma mistura de nervosismo e curiosidade. Ele deu a volta e voltou a se sentar ao meu lado, apoiando o café no balcão. Eu baixei o olhar, lembrando-me de repente da discussão que tive com o Mateus e que estava me consumindo.

— Sabe, Lisa sempre faz esse mesmo olhar quando está incomodada com algo. E, honestamente, o seu olhar não é muito diferente do dela agora. — Ele me encarou, como se pudesse ler meus pensamentos.

Eu me ajeitei, tentando manter a compostura. Eu sabia que não podia desabafar com o Noah.

— Talvez você esteja certo... Talvez. — Sorri de lado, arrancando outra risada dele.

— Podemos fazer o seguinte... — Ele pegou meu celular que estava sobre o balcão, deslizando o dedo na tela de maneira casual, como se fosse dono do aparelho. — Sei que temos um contrato, e que nem eu devo me meter na sua vida pessoal nem você na minha. Mas... digamos que você estivesse enviando um áudio para uma amiga, e eu, por acaso, estivesse ouvindo. Não é como se você estivesse me contando nada, certo?

Arqueei as sobrancelhas, meio incrédula, e acabei mordendo meu lábio inferior, tentando não rir. Ele era ousado, confiante, e isso só tornava tudo mais... perigoso.

— Isso soa muito conveniente, não acha? — brinquei, mas já abrindo a conversa com Evy. Comecei a gravar o áudio, contando sobre minha discussão com Mateus. Enquanto falava, Noah fingia interesse em um armário qualquer do outro lado, mas eu sabia que ele estava ouvindo cada palavra.

Chamei o Mateus para conversar pessoalmente porque já não aguento mais essa situação. Acho que está na hora de abrir os olhos e pensar mais em mim. Já estou cansada, amiga. — Finalizei e enviei o áudio com um pequeno sorriso no rosto.

Noah voltou a me olhar, e o brilho travesso em seus olhos quase me fez rir.

— Hadassa, deixa eu te perguntar algo. Se você trabalha em uma empresa onde não é valorizada, você ainda teria motivação para continuar lá? — Ele inclinou a cabeça, sério.

— Acho que não... — respondi, confusa com a direção da conversa.

Ele deu um gole no café, apoiando a xícara com um leve tilintar.

— Então por que insiste em trabalhar lá, sabendo que não tem futuro? Existem outras empresas, empresas melhores, que dariam tudo por uma funcionária como você. — Ele me lançou um olhar enigmático e se levantou, finalizando com um sorriso. — É só algo para você pensar.

Fiquei ali, congelada, enquanto ele saía da cozinha, deixando no ar uma mistura de confusão e algo que eu não conseguia nomear. O pior? Ele tinha razão. E saber disso só fazia meu coração bater ainda mais rápido.

Respirei fundo, sentindo uma onda de frustração me dominar. Peguei o celular do balcão e voltei para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim com mais força do que pretendia. O ambiente, antes silencioso, agora parecia opressor. Joguei-me na cama, afundando o rosto no travesseiro macio, como se ele pudesse absorver todo o caos na minha mente.

A imagem de Noah ainda pairava nos meus pensamentos — seu sorriso travesso, suas palavras certeiras, e aquele jeito de me fazer sentir vista de um jeito que Mateus nunca conseguira. Fechei os olhos com força, tentando afastar a ideia, mas era inútil.

Como eu iria ter essa conversa com Mateus? Como dizer a ele que eu estava exausta de carregar o peso de sua desconfiança e ciúmes? De justificar cada passo que eu dava, cada escolha que fazia? E, pior, como lidar com o fato de que, no fundo, eu já sabia o que precisava ser feito?

Soltei um suspiro longo e virei de lado, abraçando o travesseiro, enquanto minha mente ia e voltava entre as memórias de Mateus e os momentos inesperados com Noah. Algo precisava mudar, e eu não tinha ideia de por onde começar.

Acordei com o despertador tocando alto no quarto. Esfreguei os olhos, sentindo a luz invadir o espaço pela cortina aberta. Suspirei, lembrando da conversa com Noah na noite anterior. Não consegui evitar o sorriso que surgiu ao pensar nele — aquele jeito leve, o olhar provocante e o sorriso que parecia destinado a desarmar qualquer resistência minha.

Levantei, lavei o rosto e escovei os dentes, tentando me concentrar no que precisava fazer. Depois, ajoelhei-me para orar, buscando forças e clareza. Um banho rápido e revigorante foi o suficiente para me colocar de volta nos trilhos. Escolhi um vestido amarelo social e o combinei com um blazer preto. Nos pés, saltos finos — elegantes, mas não altos demais. Finalizei com acessórios simples, uma maquiagem leve e um perfume que sempre me fazia sentir confiante.

Ao sair do quarto, fui até a cozinha e encontrei Marta ocupada com o café da manhã. Ela, como sempre, estava radiante.

— Bom dia para a moça mais linda dessa casa! — disse, sorrindo calorosamente.

— Não precisa exagerar, Marta — brinquei, me sentando no banco do balcão.

— Não é exagero, querida. Aliás, teve alguém que perguntou por você logo cedo — ela disse, com um brilho nos olhos.

— Quem? — perguntei, intrigada.

— Lorenzo. Veio deixar uns remédios para o Noah e perguntou por você — respondeu com naturalidade, enquanto eu arqueava as sobrancelhas em surpresa.

— Lorenzo? Por que ele perguntaria por mim?

— Ah, você sabe por quê. Já falei, você roubou a atenção dos dois — ela comentou, um sorriso travesso. Eu ri, incrédula.

— Dois? Marta, não exagere.

— Por que não? Uma moça linda como você conquistando o olhar de dois moços lindos como os primos Martins? — Ela disse como se fosse óbvio. Mas uma palavra chamou minha atenção.

— Primos Martins? — perguntei, surpresa.

— Ah, você não sabia? Noah Tremblay Martins. Esse é o nome completo dele — revelou como se fosse um detalhe qualquer.

Minha cabeça deu um nó. Martins? Ele nunca havia mencionado esse sobrenome em nenhuma entrevista e não está em nenhuma biografia. Antes que eu pudesse processar, Noah apareceu, acompanhado por Ângela, que estava deslumbrante em um vestido longo laranja. Eles vinham da sala e, ao se aproximarem, Ângela nos cumprimentou com um sorriso.

— Bom dia! Só vim me despedir — ela disse.

— Não vai tomar café? — perguntou Marta.

— Não posso, tenho gravação cedo — respondeu, lançando um beijo no ar em despedida. Respondi com um sorriso, mas não pude evitar ouvir o beijo rápido que ela deu em Noah ao sair. Marta olhou para mim com uma expressão de reprovação, revirando os olhos. Ri discretamente.

— Vamos tomar café? — Marta perguntou, e fomos para a varanda, onde uma mesa já estava posta.

Noah parecia exausto, com os cabelos desgrenhados e um charme despretensioso que era difícil ignorar.

— Não dormi um segundo — confessou, a voz rouca transparecendo o cansaço.

— Tá tirando onda? Como vai conseguir viajar hoje? — perguntei, preocupada.

— Vou dormir a tarde inteira — respondeu, servindo café para nós dois. Observei as opções na mesa e notei que também havia suco. Ele simplesmente serviu o café sem me perguntar nada. Ri disso.

— Perdão, esqueci de perguntar se você preferia suco — ele disse, percebendo minha reação.

— Noah, você tem um show importante amanhã, precisa descansar. Está claro que está exausto — comentei, enquanto pegava um pão de queijo.

— Por isso que, quando eu entrar no avião, vou dormir a viagem inteira. E no hotel também — respondeu, os olhos pesados de sono.

— E a rouquidão? Você precisa de muita água — falei, preocupada.

— Sei que você é minha assistente, mas parece que está levando bem a sério essa ideia de cuidar de mim — brincou, com um sorriso que me desarmou completamente. Meu rosto esquentou, e eu disfarcei bebendo um gole do café.

— Preciso garantir que esteja bem no show, certo? — retruquei, tentando manter a compostura.

Peguei meu MacBook e comecei a enviar e-mails, adiantando a reunião que seria meio-dia, para o quanto antes.

— O que está fazendo? — perguntou, olhando para a tela do MacBook.

— Adiantando sua reunião para agora de manhã — respondi, enquanto digitava rapidamente.

— Impressionante... Você realmente é eficiente — disse, com um olhar de admiração.

Finalizei os e-mails e confirmei a mudança.

— A banda também? — perguntei.

— Não, a banda já embarcou. Eles vão direto para o hotel — explicou.

— Perfeito. Tudo confirmado — avisei, e ele se levantou, colocando os óculos escuros que estavam pendurados no colarinho.

— Pra que os óculos, Noah? — perguntei, divertida.

— Pra esconder o sono — respondeu, lançando aquele sorriso torto antes de sair.

Fiquei observando enquanto ele se afastava, e um pensamento me ocorreu: lidar com Noah era como tentar manter o controle em uma tempestade. E eu não sabia se estava pronta para ser levada pela correnteza.

Noah seguiu para o escritório, e eu o acompanhei, observando cada detalhe da sua expressão. Ele estava visivelmente cansado, os óculos escuros disfarçando as olheiras, mas a tensão no maxilar entregava o quanto aquele dia pesava sobre ele. Apesar disso, ele manteve o porte altivo e decidido, mesmo bocejando a cada instante. Eu não pude deixar de achar engraçado — conhecer o dia a dia do Noah era muito interessante.

O escritório já havia sido preparado para a reunião, mas o ambiente estava longe de ser acolhedor. Havia uma tensão no ar, como se todos já soubessem que algo grande estava prestes a ser decidido. Noah se sentou na ponta do sofá, a postura rígida contrastando com o cansaço evidente. Ele olhou para a janela por longos segundos, perdido em pensamentos, até que nossos olhares se cruzaram. Um frio percorreu minha espinha, mas eu desviei antes que ele pudesse perceber.

Os primeiros a chegar foram Ricardo, o empresário, e Felipe, o agente artístico, seguidos de Eduardo, o produtor musical, e Estela, diretora de marketing. Lorenzo entrou por último, com passos firmes e uma expressão séria que fez todos se calarem imediatamente.

— Todos aqui? Ótimo — Lorenzo disse, ajustando os óculos. Ele lançou um olhar direto a Noah antes de continuar. — Vamos ao ponto.

Sentei-me ao lado de Noah, tentando manter a postura profissional, mas era impossível ignorar o nó no estômago. Ele não dissera nada até então, apenas observava, quieto.

— A saúde vocal do Noah exige atenção imediata — Lorenzo começou, sua voz firme. — Ele está com sinais claros de inflamação nas cordas vocais. Não é grave ainda, mas pode se tornar algo permanente se ele não descansar. Isso significa que, depois do show em Orlando amanhã e o próximo show, a turnê precisa ser suspensa por tempo indeterminado.

O silêncio caiu sobre a sala, quebrado apenas pelo som do relógio na parede. Estela foi a primeira a reagir, sua expressão de choque evidente.

— Suspender a turnê? Isso é catastrófico para o marketing, sem falar nos patrocinadores — disse, cruzando os braços.

— Estela, a saúde do Noah é a prioridade — interveio Ricardo, com um tom sério.

— Não há alternativa? — insistiu Felipe. — Tratamento enquanto seguimos com os shows?

Lorenzo foi enfático, balançando a cabeça.

— Não. Se ele continuar cantando, o dano será irreversível. O repouso é indispensável.

Noah suspirou profundamente ao meu lado, e senti o peso daquela decisão. Ele finalmente ergueu a voz, embora baixa e controlada.

— Eu já concordei com isso. É o melhor a fazer — declarou.

O silêncio que se seguiu foi preenchido com olhares trocados. Finalmente, Ricardo tomou a palavra, listando as ações necessárias.

— Hadassa, ajude-me com os comunicados e ajustes. Felipe, entre em contato com os produtores locais. Estela, cuide dos patrocinadores e da mídia.

— E quanto à banda? — perguntou Eduardo. — Eles já estão a caminho de Orlando.

— O show de amanhã será mantido — respondeu Noah. — Depois disso, explicaremos tudo a eles.

Enquanto a equipe debatia as próximas etapas, Noah inclinou-se levemente em minha direção, falando baixo para que apenas eu ouvisse.

— Isso está sendo mais difícil do que imaginei.

Olhei para ele, sentindo a necessidade de dizer algo que realmente fizesse diferença.

— Você está fazendo o que precisa ser feito. É o único caminho.

Ele me encarou por alguns segundos, e naquele olhar havia algo profundo, quase vulnerável, que me fez sentir como se o resto da sala tivesse desaparecido e só estivesse o Noah perto de mim.

— Obrigado — murmurou, antes de voltar à postura profissional.

A reunião seguiu com Lorenzo reiterando as medidas essenciais: repouso vocal absoluto, sem entrevistas ou gravações. Quando tudo foi concluído, Lorenzo se aproximou de Noah uma última vez.

— O que você fizer nas próximas semanas será decisivo para o futuro da sua voz. Não desvie do plano.

Noah assentiu, sério, e Lorenzo deixou o apartamento junto com os outros. Ficamos sozinhos na sala. Ele soltou um longo suspiro e passou as mãos pelos cabelos, os ombros finalmente relaxando um pouco.

— E agora? — perguntou, olhando para mim.

— Agora você segue o plano, Noah. Eu vou garantir que tudo corra bem.

Ele sorriu, mas havia algo no brilho dos seus olhos que me fez desviar os meus.

— Vou precisar mais de você do que imagina, Hadassa.

— Estou aqui para isso.

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