Capítulo 63
Roberta Narrando
Estava na sala de espera com o Gabriel e a Lana. Fiquei um pouco nervosa porém o Gabriel conseguiu me acalmar e me fazer pensar positivo, mas mesmo assim eu estava preocupada com Luciana.
Foi tudo tão rápido, quando aquele telão na praça foi ligado, a praça que antes estava um pouco vazia... não demorou para encher de pessoas, a maioria claro desse bairro. Teve pessoas que até mesmo gravaram e ficaram surpresos com a revelação que Anastácia fez, outras pessoas não ficaram tão surpresas mas por curiosidade ficaram assistindo aquela transmissão até que acabasse.
E quando acabou, não demorou dez minutos para que um disparo fosse escutado e a correria e a gritaria começasse.
Eu pensei que havia sido atingida pois senti um corpo se colocar na minha frente, e assim que o tiro acertou o corpo que estava na minha frente, eu senti o impacto de lado. Olhei para a pessoa que havia acabado de salvar s minha vida e não acreditei que era Luciana. Me desesperei ao ver a mancha de sangue na sua barriga e ela de olhos abertos respirando com dificuldade.
Olhei em volta tentando achar quem havia atirado mas todos corriam desesperados, seria impossível saber logo agora. Tentei me abaixar mas não podia, a minha barriga está tão grande que eu estou me sentindo pesada até quando vou caminhar.
Gabriel estava perto de mim e Lana também, os dois viram tudo e Lana abraçava o Gabriel, ela estava com medo e Gabriel não estava diferente dela.
Assim que ele viu o corpo de Luciana no chão, arregalou os olhos e mandou Lana me abraçar.
Se não fosse ele para ligar para uma ambulância logo, poderia ser tarde demais.
Já chorei por pensar que Luciana pode não resisti e morrer, apesar do que ela fez comigo eu não desejo a morte dela, não desejo a morte de ninguém.
Me lembrei do momento em que vi o corpo dela caindo no chão e o sangue que começou a sair na região em que ela foi atingida, na barriga.
Gabriel : Ei - Escutei a voz do Gabriel que me afastou dos meus pensamentos, olhei para ele e ele pegou na minha mão direita.
Roberta : Aquela cena tá dando play várias vezes na minha cabeça - Digo deitando minha cabeça no ombro.
Gabriel : Tente não pensar mais nisso, vai ficar tudo bem.
Afastei minha cabeça do seu ombro e olhei para Lana que estava sentada ao lado dele, ela me olhava preocupada e não demorou para se levantar e se sentar ao meu lado, ela me abraçou de lado e eu retribui o seu abraço.
Lana : Ela vai ficar bem, ela salvou a sua vida e você ainda irá agradecer a ela por isso - Sentir meus olhos encherem de lágrimas e as mãos de Lana acariciar as minhas costas - Tem um desenho que eu costumava assistir, eu não entendia muito bem o motivo da mãe do personagem morrer mas eu entendi depois que uma mãe é capaz de tudo pelos filhos, até mesmo de arriscar a própria vida...
Não aguentando mais comecei a chorar no ombro dela e a apertei um pouco em meus braços, no caminho enquanto vinhamos para o hospital, acabei contando a verdade para o Gabriel e para a Lana.
Gabriel : Eu ainda estou surpreso, a Luciana é mesmo a sua mãe biológica.
Lana : Biel ela já tá triste - Escutei a voz da garota e dei um sorriso fechado, enxuguei minhas lágrimas e me afastei do abraço dela - Você é forte Roberta então, Luciana também é.
Olho para o Gabriel que assente.
Roberta : Você tem sorte de ter a Lana como sua irmã, eu daria tudo para ter uma irmã como ela na minha vida.
Lana : Ei mas eu já estou na sua vida e não pretendo sair - Ela me abraçou de lado me fazendo dar um sorriso fechado.
Percebi que uma pessoa caminhava na nossa direção e quando viro a cabeça para o lado para ver quem era, era Anastácia. Ela se aproximou de mim e eu me levantei para abraça-la.
Anastácia : Fiquei sabendo sobre o que aconteceu na praça. Você está bem? Já tiveram notícias? - Ela perguntou se afastando um pouco de mim para analisar o meu rosto.
Roberta : Eu estou bem, não posso dizer o mesmo de Luciana...
Ficamos aguardando por notícias e já haviam se passado trinta minutos de espera. Agradeci mentalmente quando notei que um médico com alguns fios brancos na cabeça se aproximou da gente, mas ele não estava com uma cara muito boa.
Xxx : Vocês são parentes de Luciana Pacheco?
Roberta : Eu sou... - Pausei e me levantei do sofá em que estava sentada, senti uma dor na minha coluna e eu respirei fundo. - Eu sou filha dela - Digo olhando para o médico e ignorando a pequena dor que eu havia sentido na coluna.
O médico se aproximou de mim e pegou nas minhas mãos.
Xxx : Preciso que a senhorita seja forte - Ele disse olhando nos meus olhos e eu assenti, temia que ela não tivesse resistido - Para ser sincero, a sua mãe não está nada bem. Ela entrou em coma.
Soltei um suspiro pesado e apertei as mãos do médico e o olhei, senti uma mão no meu ombro mas não desviei o olhar do médico a minha frente.
Roberta : Acredito que ela possa sair do coma, mas... quando? - Pergunto preocupada.
Xxx : Eu não sei, isso só o tempo dirá senhorita - Ele afasta suas mãos das minhas e eu encaro a cerâmica branca no chão.
Anastácia : E podemos visitá-la agora? - Escuto a voz de Ana próxima a mim, o que significava que a mão que estava apoiada no meu ombro direito, era a mão dela.
Xxx : Eu sinto muito, vocês só poderão visitá-la amanhã de manhã.
Anastácia Narrando
Pedro e JK decidiram ficar no carro esperando e foi melhor assim porque eu já pressentia que não iria demorar dentro desse hospital.
Anastácia : Certo, obrigado... Doutor Castro - Digo olhando para o crachá no jaleco que ele usava, onde estava escrito Dr. Castro.
Ele se retirou da sala de espera e eu olhei para a Roberta que estava olhando para um lugar vago da sala de espera, isso não será fácil.
Anastácia : Vamos, amanhã retornamos.
Ela só assentiu com a cabeça e percebi o olhar preocupado de Gabriel e Lana na direção de Roberta, eu não estava diferente deles e irei conversar com ela quando chegarmos em casa.
Gabriel se aproximou de Roberta e os dois foram caminhando na frente, olhei para a Lana que também me olhou e não demorou para me abraçar.
Lana : Ela vai ficar bem? - Ela perguntou enquanto caminhávamos e observávamos Gabriel e Roberta caminhando na nossa frente.
Anastácia : Eu irei falar com ela, não se preocupe - Passei a mão no seu ombro - Senti saudades e ainda sinto saudades de conversar com você.
Lana : Eu também - Ela me olhou e sorriu.
Saimos do hospital e fomos em direção ao carro do Pedro. Quando me aproximei do carro pedi para que Pedro também desse uma carona para Gabriel e Lana, ele assentiu e não demorou para eu, Roberta, Gabriel e Lana entramos no carro e sentarmos no banco de trás. Lana quis se sentar no meu colo e eu não vi problema, ela deitou a cabeça na minha clavícula e eu olhei para a Roberta que parecia pensativa.
O caminho inteiro foi silêncio.
Pedro deixou Gabriel e Lana em casa e em seguida, dirigiu pelas ruas até chegar na casa em que eu e Roberta moramos.
Abri a porta do carro e sai, dei a volta para ir para a calçada e foi chegando na calçada que dei de cara com minha mãe.
Ela estava de braços cruzados e agora me encarava, já tenho uma noção do porquê ela está aqui.
Ela se aproximou de mim e eu continuei olhando para ela, ela com certeza já sabe o que fiz a algumas horas atrás ou até mesmo... chegou a ver.
Roberta : É... eu te espero lá dentro.
Olho para a Roberta que já estava na calçada e ao lado dela, estava o Pedro. Dei um sorriso fraco pois sabia que ele iria cuidar dela por enquanto, olhei para o JK que estava encostado no carro do Pedro e parecia que falava com alguém ao telefone.
Paula : Anastácia filha, por que mentiu para mim? Você só voltou porque queria se vingar do Pietro e da sua própria irmã? Sempre esteve querendo vingança? - Ela perguntou e pelo tom de sua voz eu notei que ela estava chateada.
Anastácia : Mãe... - Iria continuar falando mas ela levantou sua mão direita, o que significava que era para eu me calar.
Paula : Vingança não leva ninguém a nada Anastácia e você sabe disso. Se sua intenção foi humilhar Paola e Pietro na frente de todos, parabéns você conseguiu - Ela disse ainda me olhando e eu cruzei os braços.
Pelo menos minha intenção só foi essa, eu poderia ter planejado matar os dois mas não fiz isso. Estaria indo longe demais.
Paula : Para ser sincera eu não esperava que sua irmã teria a coragem de se envolver com Pietro, que era seu noivo na época. Ela errou feio Anastácia e Pietro também, mas por que vingança filha? Por que registrar tudo aquilo? Eu estava na praça assistindo a tudo pelo telão e sentir vergonha por eles dois.
Anastácia : Eles mereceram, a senhora foi para a praça por vontade própria ou alguém te avisou o que estava acontecendo?
Paula : Me avisaram e eu fui ver porque não estava acreditando no que a vizinha havia me contado por ligação, chego na praça e vejo que é verdade... para piorar a situação, Luciana levou um tiro e está em estado grave não é mesmo?
Anastácia : Em coma - Digo vendo minha mãe arregalar os olhos e apoiar a mão direita na testa.
Paula : Que ela consiga se recuperar.
Anastácia : Sim... mas mudando um pouco de assunto, o que a senhora faz aqui? Creio que não está aqui só para me dar um sermão, ou está? - Pergunto arqueando uma sobrancelha e minha mãe me faz descruzar os braços e pega nas minhas mãos.
Paula : Você está certa, eu não estou aqui só para te dar um sermão. Mas antes que eu diga o verdadeiro motivo para me estar aqui, quero que você me responda algo - Ela diz me olhando nos olhos e eu maneio a cabeça para que ela continue falando - Como se sente depois de ter feito aquilo?
Anastácia : Eu não sei... eu diria que bem e feliz - Sou sincera e solto um suspiro - Mas ao mesmo tempo sinto que não foi o suficiente para eles dois, não sei.
Paula : Filha... você está deixando se levar pelo ódio de novo. Nunca se deixe levar pelo ódio porque o ódio, ele só traz a vingança e sabe o que acontece? A vingança pode se virá contra você mesma entende? - Ela pergunta enquanto me olhava e eu passo a encarar o chão da calçada - É preciso aprender a perdoar filha, todos nós erramos.
Anastácia : Perdoar aqueles dois? Eles nunca me pediram perdão e eu nunca vou esquecer o que eles fizeram comigo - Digo olhando para a minha mãe e sentindo meus olhos lacrimejarem.
Paula : Tudo bem, eu imagino a sua mágoa mas mesmo que eles não te peçam perdão pelo que fizeram com você... perdoe eles aqui - Ela afastou sua mão direita da minha e apoiou a mesma no meu peito - Não guarde mais rancor, se você continuar guardando esse rancor ele irá te destruir por dentro e você sabe que estou certa.
E está mesmo... se livrar de rancores e ódios não é tarefa fácil, e perdoar com o coração também não é. Quem sabe com o tempo eu perdoe aqueles imbecis mesmo assim.
Como se minha mãe escutasse os meus pensamentos, ela me abraçou e eu retribui.
Paula : Vai ficar tudo bem - Fechei os olhos e abracei forte a minha mãe, apesar do que fiz ela está aqui e ainda me dando conselhos - Agora o motivo para me estar aqui - Ela se afastou do abraço e eu a olhei - Eu realmente queria conversar com você e também te pergunta mais uma coisa, depois que aquela transmissão acabou... para onde Paola foi?
A olhei confusa e tirei uma mecha do seu cabelo ruivo que estava na frente do seu rosto, a colocando atrás de sua orelha.
Anastácia : Eu não sei para onde ela foi, eu fui a primeira a sair daquela casa e ainda tenho que ligar para o dono para devolver a chave e...
Paula : Anastácia, Paola não foi vista desde que aquela transmissão encerrou. Nem mesmo Pietro foi visto depois disso mas eu não me importo com esse homem, eu só quero saber onde está a minha filha - Ela disse me interrompendo com um tom de voz preocupado e eu a olhei confusa.
Anastácia : Já ligou para alguma colega dela?
Paula : Ela não está em nenhum lugar filha, não está na casa que mora com Pietro, nem na casa de alguma colega próxima... ela simplesmente sumiu. Já liguei para todos que a conhecem mas ninguém sabe onde ela está nesse momento.
Anastácia : Bem... isso não é problema meu mãe, eu não faço ideia de onde ela possa estar então, deveria ligar para a polícia - Dou de ombros e minha mãe me encara - O que quer que eu faça?
Paula : Que me ajude, não acho que seja necessário ligar para a polícia. Ela te disse alguma coisa antes de você sair daquela casa? Ela disse que te odiava?
Fechei os olhos me lembrando do que Paola havia me perguntado, minha mãe não sabe de nada mas irá saber agora porém, isso irá deixá-la mais preocupada do que já está.
Anastácia : Paola disse que estava grávida e que não era de Pietro.
Pietro Narrando
Assim que Anastácia saiu pela porta, fui consumido pelo ódio e me levantei do chão. Encarei Paola que parecia pensativa ainda com o lençol enrolado no corpo.
Pietro : Eu fui humilhado por ela, isso não vai ficar assim. Ah mais não vai mesmo - Digo me preparando para sair da casa mas escuto a voz de Paola me chamando, encaro ela e a mesma também me encara.
Paola : Pietro... sejamos sinceros agora, nós merecemos passar por isso, nós erramos e o que ganhamos mentindo para Anastácia há alguns anos atrás? Ganhamos isso. Já está na hora de reconhecer os seus erros, eu já reconheci os meus e quero te pedir desculpas mesmo sabendo que você não irá aceitar - Ela disse eu comecei a rir.
Pietro : Aceito suas desculpas só se, você aceitar se vingar de Anastácia comigo. Do mesmo jeito que ela planejou se vingar de nós dois, podemos planejar a nossa vingança contra ela também.
Paola : Não, para mim já chega. Não quero me vingar da minha irmã - Ela disse se levantando do sofá e começando a pegar as suas roupas que estavam espalhadas pelo chão.
Pietro : Ah então agora você a chama de irmã? O que deu em você? - Pergunto sério e ela volta a me encarar.
Paola : O que deu em mim? Eu reconheci que errei e me arrependo, me arrependo muito de verdade e de ter se envolvido com você principalmente.
Pietro : Sendo assim, não aceito as suas desculpas e boa sorte com a criança que você está esperando... tomara que ela morra ai dentro - Digo vendo a mesma apoiar a mão na barriga e reviro os olhos. Saio da casa deixando Paola sozinha e pego meu celular que estava no bolso da calça, se o plano deu certo ou não, irei saber agora.
Não acreditei quando minha mãe disse que eu tinha uma irmã, ainda mais por parte de pai e que ainda nasceu primeiro que eu, o que significa que ela é a mais velha. E eu pensando que minha mãe havia me telefonado para me pedir perdão por ter me falado coisas horríveis mas não, ela me telefona para falar que tenho uma irmã e que eu deveria saber que tenho uma irmã.
Quando soube que era a amiga de Anastácia, aquela tal de Roberta... foi impossível não sentir raiva. Além de ser amiga daquela ruiva idiota, também é minha irmã? Não, eu não aceitei e ainda não aceito.
Na verdade eu não aceitei desde que minha mãe disse que eu tinha uma irmã, eu prefiro ser o filho único, FILHO ÚNICO.
Por isso pedi um favor a uma mulher que conheci e está com algumas semanas, ela tem sido minha única amiga e segundo ela, eu também sou o único amigo que ela tem.
Eu a mandei dar um fim em Roberta hoje mesmo, não importava o local eu exigi que ela atirasse em Roberta, assim como a mandei dar um fim no falso do Pedro mas a desgraçada falhou.
Pedro era meu grande amigo, mas foi só ele conhecer e se aproximar da... Anastácia que simplesmente, mudou.
Ah Anastácia você vai me pagar e eu farei questão de te matar.
Disquei o número de Amélia no meu celular e esperei que ela atendesse, não demorou e ela atendeu a minha ligação.
Ligação On 📲
Pietro : E então?
Amélia : Pietro, a bala iria pegar nela mas porra a sua mãe se colocou na frente e o tiro pegou nela e não na tal da Roberta.
Pietro : Puta que pariu, você matou a minha mãe então?
Amélia : Eu não sei porra, eu não iria ficar lá olhando se não eu iria ser presa e iriam me descobrir. Mas... eu soube que sua mãe foi levada ao hospital, se está viva eu já não sei e eu sinto muito por isso.
Pietro : Não sinta, se ela está viva ou morta eu não me importo. Ela escondeu de mim que eu tinha uma irmã.
Amélia : E o que pretende fazer agora? Eu vi o que aconteceu na praça... na verdade quase todas as pessoas que moram nesse bairro viram. Sinto muito por isso também.
Pietro : Não sinta, eu não vou ficar mais um minuto aqui no Rio de Janeiro. Eu vou embora e vai ser agora, se quiser vir comigo...
Amélia : Ir com você? Até que não é má ideia.
Pietro : Então, nos encontramos no mesmo lugar que nos conhecemos?
Amélia : Estarei lá te esperando. Mais uma coisa, eu odiei essa Anastácia cara ela te humilhou na frente de muita gente e você vai deixar assim? barato para ela? - Ela perguntou e eu gargalhei.
Pietro : Não meu bem, do mesmo jeito que ela foi embora e voltou para se vingar... eu também voltarei para me vingar dela.
Amélia : Vou adorar te ajudar com isso e me desculpa se eu fui muito incompetente por não ter matado as duas pessoas que você me mandou dar um fim. Eu cresci em um morro e também quando cresci aprendi a usar uma arma, mas isso não quer dizer que sou boa de mira.
Pietro : Isso já não me importa tanto. Agora é melhor nos apressarmos, te encontro daqui a uma hora.
Amélia : Espera, eu não tenho tanto dinheiro assim e creio que você também não. Como iremos embora desse jeito?
Pietro : Faça a sua parte e me encontre no lugar em que nós nos conhecemos, essa questão de dinheiro... deixe comigo.
Ligação Off 📲
Anastácia Narrando
Depois de minha mãe insistir para caramba para que eu fosse procurar por Paola com ela, acabei cedendo e ainda chamei o JK para ajudar. Minha mãe percebeu a minha aproximação com o JK mas não perguntou nada, aquele não era o momento.
Pedro levou Roberta para a mansão dele e me disse que cuidaria dela. Eu, minha mãe e JK estamos procurando por Paola já faz horas... procuramos por ela nas ruas mais próximas e até nas ruas que eram um pouco mais longes, minha mãe batia de porta em porta perguntando se alguém tinha visto a Paola e também mostrava uma foto dela no seu celular, mas todas as respostas eram não.
O que se passava na minha cabeça? Que ela teria fugido, teria ela ido para algum lugar bem longe daqui?
Eu estava prestes a bater na porta de uma das casas da mesma rua em que minha mãe estava quando avistei JK correndo na esquina com alguém nos braços, forcei um pouco a vista e consegui reconhecer que era uma mulher que estava em seus braços... era a Paola.
Minha mãe se afastou da porta da casa em que estava e eu também, corremos na direção do JK que estava segurando Paola nos braços.
Quando nos aproximamos, Paola gritava apertando a própria barriga e pelo visto ela estava sentindo muita dor.
Paula : Meu Deus! Eu vou chamar um táxi agora mesmo, você precisa ir para um hospital - Minha mãe disse já discando um número que eu não duvido que seja de um dos amigos táxistas dela.
Olhei para a Paola que fechava os olhos com força e gritava de dor, olhei para o JK que começou a me contar que havia encontrado Paola sentada na calçada do outro lado da rua e pedindo por ajuda.
JK : Essas ruas aqui cruz e credo viu, se deixar a pessoa bate a biela e ninguém vem socorrer - Ele disse fazendo um sinal de negação com a cabeça.
Realmente, nunca estive nessas ruas em que estamos agora mas apesar de Paola está gritando de dor, ninguém saiu para fora de casa para olhar o que está acontecendo.
Paola : M-meu Deus... que d-dor... m-muita dor - Ela dizia com muita dificuldade e minha mãe já estava falando com o táxista para ele vim - E-ela tá chutando m-muito... aaaah e eu s-só estou... com 6 meses - Ela gemeu mais uma vez de dor e eu me aproximei dela notando que a mesma suava frio.
Ela está grávida de uma menina... fiquei preocupada ao ver o estado dela e passei a mão nos seus cabelos, fiz um coque frouxo e quando iria me afastar, a mesma pegou na minha mão. Sua mão também suava frio e isso também me preocupou.
Paola : A-anastácia... me p-perdoe, me... perdoe por tudo que... fiz a você - Ela disse com as lágrimas rolando pelo seu rosto e eu me aproximei para enxugá-las.
Anastácia : Calma, fique tranquila e pense na... sua filha. Tenta não falar muito e aguentar mais um pouco essa dor está bem? - Pergunto e ela aperta a minha mão.
Paola : P-preciso... saber se você... me perdoa. P-por favor... eu estou t-tão... arrependida e
Anastácia : Shh - Coloco meu dedo indicador em cima dos seus lábios impedindo que ela continuasse falando - Depois conversamos sobre isso - Solto um suspiro e minha mãe acena para o carro que havia acabado de entrar na rua em que estávamos.
O carro parou perto da calçada em que estávamos e minha abriu a porta do banco de trás, ela entrou primeiro e JK levou Paola até o carro e a colocou no banco de trás também. Ele se apressou para ir se sentar no banco da frente e eu também me aproximei do carro para me sentar no banco de trás, Paola dizia que sentia muita dor e que não iria aguentar.
O amigo de minha mãe que era táxista, não demorou para dar partida e eu mais uma vez senti Paola pegando na minha mão. Olhei para ela que estava pálida e a mesma deu um sorriso fraco.
Paola : M-me... perdoe Aninha.
Me surpreendi quando escutei ela me chamar pelo apelido de quando eramos crianças, ela me chamava de Aninha...
Por que é tão difícil perdoar alguém que errou com você?
Paola : Cometi e-erros... mas me... arrependo - Ela disse com dificuldade e soltou a minha mão para poder abraçar a própria barriga - Que dor!
Paula : Aguente firme filha, já estamos chegando - Minha mãe disse apoiando sua mão na barriga de Paola e eu continuei olhando para ela, ela em também me olhou e encostou a cabeça no banco de couro do carro.
Paola : Me perdoe - Ela sussurrou baixinho mas eu consegui escutá-la, respirei fundo enquanto olhava para ela. Suas palavras me pareciam sinceras e ela realmente estava demonstrando que estava arrependida.
Apoiei minha mão em cima da sua e continuei olhando para ela.
Anastácia : Se você está arrependida de ter errado comigo... eu te perdoo - Ela dá um sorriso fraco e sussurra um "obrigada maninha".
Eu estava até mesmo estranhando o comportamento dela, parecia que a Paola orgulhosa e ambiciosa não estava mais ali e sim outra versão de Paola. Ela desviou o olhar de mim e passou a olhar para nossa mãe.
Paola : M-mãe...
Paula : Chegamos - Minha mãe disse com a voz um pouco alterada e quando iria sair do carro, Paola pegou em seu pulso, fazendo com que minha mãe olhasse para ela.
Paola : Nunca fui... de d-demonstrar o que sinto... m-mas saiba que eu... amo você.
Minha mãe a abraçou rapidamente e enxugou as lágrimas que escorriam dos olhos de Paola.
Paula : Eu também amo você querida, agora você precisa ser forte - Minha mãe desvia o olhar do rosto de minha irmã e passa a olhar para a sua barriga, vejo os olhos de minha mãe se arregalarem e quando olho na direção da barriga de Paola, estava sangrando perto de suas coxas.
Paola foi levada em uma maca para dentro do hospital e eu, minha mãe JK ficamos esperando por notícias na sala de espera. Já é a segunda vez que piso nesse hospital e sinceramente... as notícias que recebo não são muito agradáveis.
Já faziam horas que estavamos esperando por alguma notícia, minha mãe não quis se sentar. Já eu estava sentada e com o rosto apoiado no ombro de JK, que estava ao meu lado e afagando os meus cabelos.
Eu só conseguia pensar em como Paola poderia estar...
Ela estava tão pálida, antes eu não estava me preocupando com ela e muito menos com a criança que ela está esperando, mas agora, eu estou preocupada com as duas.
Um médico que usava óculos caminhou na nossa direção, ele se aproximou de minha mãe com alguns papéis nas mãos e eu me levantei para escutar o que ele tinha a dizer.
Xxx : Parentes de Paola Lessa?
Paula : Sim, como ela está doutor? E o bebê? - Minha mãe perguntava preocupada e eu me aproximei dela para tentar acalmá-la enquanto o médico, tinha uma expressão triste no rosto.
------------------------------------
Espero que tenham gostado votem e comentem...
Bjoooooooooooos 😍❤🖤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro