Capítulo 54
Anastácia Narrando
Um jardim... um jardim esquisito que estava me deixando com medo, caminhei até uma árvore alta e que parecia estar morrendo. As folhas secas dessa árvore caiam aos poucos no chão e isso me deixava triste, olhei em volta do jardim que parecia estar do mesmo jeito da grande árvore alta... morrendo aos poucos.
As plantas, os arbustros, as flores, todos pareciam enfraquecidos. Olhei para o céu e admirei a lua que estava bonita, me assustei ao sentir uma mão se apoiar no meu ombro e rapidamente me virei para olhar quem havia apoiado a mão no meu ombro.
Anastácia : Você? - Pergunto confusa olhando para a mulher a minha frente, ela vestia um vestido branco e longo. Estava com uma aparência triste e com as mãos na barriga.
Paola : Eu não vou conseguir Ana - Minha irmã dizia chorosa e apertava a própria barriga, notei que uma mancha grande e vermelha se fez presente no vestido, próximo as pernas de Paola. Ela estava sangrando?
Me preocupei e me aproximei dela.
Anastácia : Ei você está sangrando, o que está acontecendo Paola? - Pergunto preocupada enquanto via lágrimas rolarem pelas suas bochechas.
Ela do nada sorriu e afastou as mãos da barriga, suas mãos estavam cobertas por sangue mas parecia que ela não se importava mais.
Paola : Veja - Ela apontou em uma direção do jardim e quando olhei, avistei uma garotinha correndo perto das flores. Ela aparentava ter 3 anos de idade e sorria enquanto corria perto das flores, seu vestido também era branco e seus cabelos em um tom de castanho claro.
A garotinha se aproximou da fonte no meio do jardim e eu tive certeza de que se ela caísse ali dentro, poderia morrer. Tentei me mecher para salvar a garotinha mas eu não conseguia sair do lugar que estava agora, olhei para o lado e Paola havia simplesmente sumido. Tentei gritar para que a garotinha não se aproximasse tanto da fonte mas minha voz não saia, me desesperei quando vi a garota se aproximar demais da fonte... ela iria cair dentro da fonte que estava cheia de água. Para ela é fundo demais.
Derrepente, eu avistei minha mãe que saiu de trás de uma árvore e chamou pela garotinha, a garotinha então se afastou da fonte de água e correu na direção da minha mãe, as duas se abraçaram.
Sorrir ao ver que nada de ruim aconteceu até que, escutei um disparo que ecoou pelo jardim. Alguém havia levado um tiro, mais uma vez me assustei e dessa vez senti mãos geladas tocarem nos pés e quando olho para baixo para ver de quem se tratava era... Luciana? E ela estava sangrando muito.
Acordei assustada e confusa, que sonho estranho. Me sentei na cama e passei as mãos nos cabelos, resolvi fazer um coque nos meus cabelos e quando terminei respirei fundo.
Olhei para o lado e JK não estava ali, que eu não esteja sonhando de novo.
Percebi que eu estava sozinha no quarto e bocejei, com certeza ainda estava de noite. Me levantei da cama e caminhei até o guarda-roupa do JK, peguei a primeira camisa que vi na minha frente e vesti, ficou parecendo um vestido em mim mas é melhor que nada. Não vou sair do quarto nua para ir beber água lá embaixo.
Eu precisava beber um pouco de água, quem sabe consigo voltar a dormir. Sai do quarto e parei perto das escadas, que sonho esquisito... por que tive que ter um sonho justo com a infeliz da Paola?
Quando estava prestes a descer um degrau da escada, senti um vento frio vim ao meu encontro e me arrepiei por completo. Olhei para o corredor do meu lado esquerdo e no final do mesmo havia uma porta entre aberta, eu não queria ir ver o que era, mas por curiosidade eu fui. Caminhei na direção da porta que estava um pouco aberta e quando me aproximei, percebi que aquele cômodo se parecia mais com um escritório.
Avistei JK perto de uma janela grande de vidro que iam do chão ao teto, ele parecia admirar o céu ou a vista lá fora. Entrei dentro do cômodo e caminhei até ele, ficando do seu lado.
Percebi que ele estava olhando mesmo para o céu e que essa noite, o céu está bastante estrelado.
JK : Você não deveria estar dormindo? - Ele perguntou sem desviar o olhar do céu.
Anastácia : Você também não deveria estar dormindo? - Pergunto e ele me olha - Eu até gostaria de estar dormindo, mas tive um sonho ruim. Tão ruim que me acordei e agora estou aqui - Digo e ele me olha da cabeça aos pés.
JK : Minha camiseta? Sério?
Anastácia : Foi a primeira que coisa que vi e vestir - Dei de ombros e ele deu um sorriso fechado - E você? Está com insônia? - Pergunto me aproximando dele e ele confirma com um aceno de cabeça.
JK : Um pouco. Hoje seria o aniversário de minha mãe - Ele voltou a olhar para o céu através da janela e eu apoiei minha mão no seu ombro.
Anastácia : Eu sinto muito.
Olho também para o céu que sinceramente estava lindo, acho que já estava de madrugada pois também vi a vista do morro e as ruas estavam vazias... eu dormir demais.
JK : Sabe, quando ela... quando minha mãe estava viva, ela gostava de me contar histórias. E eu até hoje lembro da maioria das histórias que ela me contava, uma das histórias que ela me contava e que eu me lembro muito bem, foram sobre as estrelas - Ele disse ainda olhando para o céu estrelado e eu encostei meu rosto no seu ombro.
Anastácia : Uma história sobre as estrelas... pode me contar? - Sinto seu braço se mover e em seguida ele envolvê-lo na minha cintura.
JK : Bom, eu achava que era uma história mas está mais para uma velha lenda. Minha mãe me dizia que algumas pessoas costumavam dizer que as estrelas são as almas das pessoas que amamos e que já partiram. Claro que algumas pessoas não acreditam nisso, mas eu passei a acreditar quando minha mãe se foi desse mundo... me confortava e me conforta até hoje acreditar que ela está lá em cima, que ela é uma dessas estrelas quando o céu está estrelado - Afastei um pouco meu rosto do seu ombro para olhar para ele, ele parecia ter ficado triste ao lembrar da mãe dele.
Lembro perfeitamente da minha mãe me contando como tudo aconteceu, deve ter sido horrível. Eu nem imagino como seria minha vida se me dessem a notícia de que minha mãe faleceu, eu acho que não iria conseguir saber lidar.
Anastácia : Eu sinto muito por tudo que aconteceu com você, sei que não teve escolha - Acaricio seu rosto e vejo ele fechar os olhos - Mas de uma coisa eu sei, sua mãe ficaria orgulhosa do homem que o filho dela se tornou. Orgulhosa de você ter se tornado um traficante eu diria que não - Ele riu de canto e abriu os olhos, nossos olhares se encontraram e passei o meu polegar no seu lábio inferior - Mas você não é como o homem que dizia ser seu pai, você é diferente dele e eu sei disso, eu sinto e aposto que você também sabe disso. As pessoas te olham e te descrevem como se você não tivesse sentimentos mas você tem, só sofreu demais e passou a não demonstrar esses sentimentos para não acabar sofrendo de novo.
JK : Devo te agradecer pelas palavras ou dizer que você tem razão?
Anastácia : Eu aceito os dois - Dou de ombros e ele rir de canto.
JK : Incrível que mesmo nós dois temos nos afastados durante tantos anos, você ainda me conhece muito bem - Ele disse e sua mão foi parar na minha bochecha - Amo você - Ele sussurrou baixinho e eu só consegui escutar porque estava próxima a ele.
Fiquei supresa pelas suas últimas palavras, por fora eu estava calma e não nego, feliz também. E por dentro eu estava surtando, mas era um surto de felicidade por saber que o que eu sinto por ele é... correspondido. É recíproco.
Anastácia : Repete.
JK : Não - Ele sorriu e eu acertei um tapa fraco no seu ombro - Não faço ideia de como conseguir falar aquelas duas palavras, credo.
Mais é um desgraçado mesmo, sorte a dele que ele não é o único que está começando e voltando a amar novamente.
Anastácia : Você é um desgraçado mesmo - Ele me agarra me trazendo para mais perto dele e nossos rostos ficaram próximos um do outro.
JK : Ah vamos, você me ama que eu sei - Ele roça seus lábios nos meus e eu sorrir.
Anastácia : Talvez sim, talvez não - Beijo o mesmo levando minha mão para os seus cabelos puxando com um pouco de força, suas mãos foram parar na minha bunda e ele a apertou com força me fazendo sentir também o seu membro que já estava duro - Vai ser aqui mesmo? - Afasto meus lábios dos seus e ele beija o meu pescoço.
JK : Por que não? - Ele disse irônico levando uma de suas mãos para a minha intimidade.
E lá vamos nós de novo.
Na manhã seguinte...
Eu e JK transamos praticamente a madrugada inteira. Acordei graças a uma claridade no quarto e resmunguei, escutei o barulho de algum celular tocando e eu estava com tanto sono que pensei que não era o meu.
Mas era o meu, abri os olhos e olhei para o meu lado direito, JK não estava mais ali mas minha bolsa e meu celular sim.
Me sentei na cama e senti que minhas pernas doiam, mas era uma dor gostosa e cheia de lembranças boas. Peguei a minha bolsa e a abrir, peguei meu celular que estava tocando e sem olhar quem me ligava só resolvi atender.
Ligação On 📲
Anastácia : Alô? - Minha voz estava um pouco rouca por eu ter acababado de acordar.
Xxx : Ainda bem que você me atendeu. Te liguei duas vezes e você não me atendeu, te acordei não foi? Me desculpe por isso.
Anastácia : Não... sem problemas - Digo e olho para a minha bolsa, como ela havia ido parar ali? Eu não me lembro de ter trazido ela para esse quarto.
Xxx : Só te liguei para te lembrar do encontro as duas horas da tarde com você sabe quem, o detetive conversou direitinho com os dois homens e eles estarão no local que ele marcou para que se encontrassem. Eles vão pensar que irão se encontrar com um homem mas na verdade será você, está tudo certo para você ir?
Anastácia : Encontro? As duas horas?
Fiquei alguns segundos pensando em quem estava falando comigo na ligação e do que ele estava falando até que, me lembrei e dei praticamente um pulo da cama.
Anastácia : Ai meu Deus Pedro! Bom dia, me desculpe de novo é que
Pedro : Está tudo bem - Escutei ele rir e resmunguei enquanto pegava minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão do quarto - Só liguei para saber se está tudo certo para você ir.
Anastácia : Está sim, tudo certo.
Como eu fui me esquecer desse encontro? Eu vinha falando com Pedro sobre isso desde semana passada.
Pedro : Ok então, irei desligar e tenha uma boa tarde - Ele encerrou a chamada e eu coloquei o celular em cima da cama.
Ligação Off 📲
"Tenha uma boa tarde" como assim uma boa tarde? Peguei meu celular para olhar a hora e arregalei os olhos, 12:17???
Comecei a me vestir depressa e mais uma vez vi meu celular tocando, agora era minha mãe que me ligava... ah mãe agora a senhora irá esperar.
JK : Um encontro as duas horas, posso saber com quem? - Me assustei ao ver JK com uma expressão séria no rosto e sem camisa, encostado na porta do quarto e de braços cruzados, que tentação... não irei nem olhar muito para ele. Eu preciso ir embora, já era para me estar em casa... a Roberta meu jesus.
Coloquei meu sutiã e em seguida vesti minha blusa.
Anastácia : Tem a ver com a minha vingança, esta perto de acontecer - Digo e vejo ele fazer um sinal de negação com a cabeça.
JK : Ainda não tirou essa ideia da cabeça não é mesmo? Pietro já está falido e sua irmã está vivendo uma vida miserável. Não acha que já deu?
Encarei ele e também fiz um sinal de negação com a cabeça.
Anastácia : Não, Pietro merece sofrer mais um pouquinho e Paola também - Guardo meu celular dentro da bolsa e em seguida fecho a mesma .
JK : Como acha que sua mãe irá reagir a isso quando souber? Me escute ruivinha, você pode até chegar a concluir a sua vingança e pode dar tudo certo, mas depois que você concluir essa vingança... coisas ruins acontecerão, coisas.ruins. - Ele disse as últimas palavras pausadamente.
Anastácia : Fala como se já tivesse acontecido com você - Olho para ele desconfiada e vejo ele soltar um suspiro pesado.
JK : Quem sabe é você o que irá fazer. Está disposta a correr esse risco, e se sua mãe não te perdoar pelo que você está prestes a fazer com sua irmã?
Anastácia : Que assim seja.
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