Luan Narrando

Quando me despedi de Gabriel e desejei um boa sorte para que ele e Lana tivessem uma conversa, resolvi voltar para o morro. Cheguei no morro e fui direto para a minha casa, tomei outro banho e minha nossa... que noite maravilhosa que tive com aquele crocodilo, foi maravilhoso foder ele e escutar ele gemendo meu nome... simplesmente maravilhoso. A noite passada ficará marcada tanto para ele como para mim também.

Me arrumei como de costume e fui para a minha loja, vendo algumas coisas usadas e outras novas mas minha loja... não passa de uma loja de fachada. O que eu realmente vendo mesmo são outras coisas como armas de todos os tipos e algumas drogas.
Recebi uma mensagem do LP me dizendo que JK queria me ver no seu escritório.

Tinha que ser ele, e eu só passei uma noite fora.
Tranquei minha loja e minha casa e guardei as chaves no bolso da bermuda, jeans que eu estava usando, estava tão animado que fui até cantarolando raplord.

Apressei os passos enquanto cantarolava baixinho até que acabei esbarrando em alguém, olhei para a pessoa para poder se desculpar mas acabei me surpreendendo e arqueei uma sobrancelha.

Luan : Amélia?

Amélia : Veja só com quem eu dou logo de cara - Ela disse levantando um pouco a mini saia que vestia - Luan, quanto tempo não?

Luan : Pois é, quanto tempo. Fiquei sabendo que você estaria de volta - Digo analisando a mesma que não havia mudado nada.

Tá aí a mulher que é louca pelo JK... Amélia.

Amélia : Pretendia voltar semana passada mas não deu - Ela cruzou os braços e sorriu - Já que você esbarrou em mim... você sabe onde está o gostoso do patrão? Eu voltei e estou louca para voltar a ser dele - Ela mordeu o lábio inferior e não duvido que ela deva estar pensando no JK.

Luan : Acho que você sabe exatamente onde ele está, só não sei se ele irá te querer - Digo dando de ombros e voltando a caminhar, tinha certeza de que agora ela havia ficado irritada.

Fala sério. Não gosto de diminuir as pessoas porém se comparar a Amélia com a Anastácia, a ruiva sai ganhando.
Cheguei na casa do JK e dei meus toques para os caras que estavam na entrada, caminhei na direção do escritório do patrão e abri a porta, o mesmo estava sentado na sua poltrona de couro preta e olhando alguns papéis.

Fechei a porta atrás de mim e rir de canto quando vi JK revirar os olhos.

Luan : Cheguei para a sua felicidade - Digo e ele continua encarando os papéis - E para a sua infelicidade ou felicidade não sei, a prostituta da Amélia já voltou - Quando eu disse isso o mesmo largou aqueles benditos papéis na sua mesa e me olhou.

JK : Como assim já voltou? Pensei que só seria semana que vem.

Luan : Meu caro patrão, ela me disse que se pudesse teria chegado no morro semana passada. Mas ela já está por aqui com a mini saia colada dela e andando pelo morro inteiro se achando a última bolacha do pacote - Digo e vejo ele passar as mãos nos cabelos - Você vai pedir para que ela venha?

Observei ele que ficou pensativo e calado durante alguns minutos, ergui as sobrancelhas surpreso pois ele sempre ficava animado com a chegada dela. Agora ele não parecia nem um pouco animado.

Luan : JK...

JK : Não, não vou pedir para que ela venha - Ele disse apoiando a mão no queixo e encarando a mesa bagunçada com vários papéis e canetas.

Luan : Eu escutei direito?

JK : Sim você escutou - Ele se levantou da sua poltrona - Mas vamos mudar de assunto.

Luan : Não vamos não - Sorrio caminhando na direção da sua mesa e me sento em uma cadeira de frente para a mesa - Você desde que conheceu Amélia, nunca a rejeitou. O que mudou agora?

Observo ele que não demora para acender um cigarro e começar a fumar. Ele andava para lá e para cá e eu sabia que ele estava inquieto com alguma coisa.

Luan : Quer dizer logo o que está havendo?

JK : Estou me sentindo horrível - Ele disse e eu o olhei confuso - Não estou conseguindo desejar nenhuma mulher - Abrir um sorriso pensando que finalmente o patrão poderia passar para o lado colorido da vida - Somente aquela desgraçada - Ele disse fazendo meu sorriso se alargar mais.

Luan : A desgraçada tem nome - Provoco e ele me encara - Ah vai acontece, e eu pensando que isso iria demorar um pouco para acontecer.

JK : Não viaja Luan. É só desejo, atração e

Luan : Sei sei sexo - Reviro os olhos e me levanto da cadeira que estava sentado - Já entendi. Enquanto você não consegue desejar nenhuma mulher exceto ela, ela deve conseguir desejar vários homens além de você - Digo vendo em seguida a fumaça sair pelo seu nariz e ele fechar os olhos - Foi você que começou isso e não faz nem uma semana.

JK : Acha que eu não sei disso? Por mim ela pode ficar com quem ela quiser, mas que eu desejo outra mulher além dela - Ele disse rindo de canto e negando com a cabeça - Mas agora é sério, encerrou esse assunto. Não te chamei aqui para falar de mim ou dela, te chamei aqui para saber porquê diabos a sua loja estava fechada ontem a noite e logo cedo? 19:00 horas e sua loja fechada, o que deu em você?

Luan : Ah eu fui me divertir, estava precisando - Me sento novamente na cadeira e olho para o meu relógio no meu pulso.

JK : Se divertir? Tá bom, quem foi o maluco agora? - Ele perguntou se afastando da estante e caminhando na direção da sua poltrona, ele se sentou e me olhou.

Luan : O crocodilo - Digo e ele me olha desentendido - O Gabriel caralho.

JK : Então não sou o único a dar apelidos aqui. O Gabriel? É quem eu estou pensando que é? - Ele arqueou uma sobrancelha e eu gargalhei.

Luan : Sim o amigo da ruiva.

JK : Você só descansou quando conseguiu o que queria - Ele sorriu enquanto tragava o cigarro - Para você ter sido capaz de manter sua loja fechada durante uma noite, o crocodilo vale a pena não? Cuidado meu caro, pode acabar se apaixonando por ele.

Luan : Patrão eu não tenho medo de me apaixonar, diferente de certas pessoas que tem não é mesmo?

Anastácia Narrando

Voltei para casa depois de ter ficado batendo um bom papo com Pedro na cafeteria, ele não iria contar para ninguém que estou planejando me vingar dos dois imbecis vulgo Pietro e Paola, e eu não irei contar para ninguém que ele desvia dinheiro da empresa dos Pachecos. Mal sabe ele que Roberta já sabe disso e principalmente quem está recebendo o dinheiro que está sendo desviado da empresa.

Quando cheguei em casa só precisei girar a maçaneta que a porta estava aberta, Roberta já havia chegado. Encontrei ela no sofá e com a tv ligada porém percebi que ela não assistia, ela parecia pensativa e isso eu estava estranhando pois ela não é de ficar assim.

Fechei a porta e dessa vez passei as chaves para que a porta fosse trancada, caminhei na direção dela que estava tão pensativa que nem percebeu que eu me sentei ao seu lado no sofá.

Anastácia : Roberta? Você está bem? - Pergunto já estranhando seu comportamento, do jeito que ela costuma falar muito... se ela estivesse bem já estaria dizendo como foi passear pelo bairro.

Toquei no seu ombro e ela pareceu se assustar mas em seguida pareceu respirar aliviada já que me viu ao seu lado.

Roberta : Ana... que horas voltou?

Anastácia : Eu acabei de chegar. Como foi o passeio? - Pergunto e ela coça a nuca.

Roberta : Foi legal e também não foi legal, eu iria morrer - Ela disse me fazendo olhar incrédula para ela - De verdade - Passou as mãos nos cabelos e eu apoiei minha mão no seu ombro.

Anastácia : O que houve Rô?

Roberta : Um velho amigo do meu pai que não era meu pai eu acho, me disse que eu fui largada no morro dentro de um cesto e depois dele me contar essa história ele quis me estuprar. Ele disse que iria vingar a morte do meu "pai" - Ela disse fazendo aspas quando pronunciou a palavra "pai" - Ele ainda falou que se eu gritasse ou tentasse correr iria morrer naquele momento mesmo, mas aí... uma mulher surgiu sabe se lá Deus de onde e matou ele na minha frente com vários golpes de faca. Se não fosse por ela eu nem estaria aqui agora te contando tudo isso.

Anastácia : Espera que é muita coisa para digerir de uma vez só, como assim um velho amigo do seu pai que não era seu pai? - Pergunto confusa e ela me abraça, retribuo seu abraço e passo a mão nos seus cabelos - Ainda bem que você está bem, ele chegou a te machucar? - Ela se afasta do abraço e me olha.

Roberta : Graças a Deus não, foi o seguinte... - Ela começou a me contar como tudo tinha ocorrido e percebi que ela olhava várias vezes para o teto, ela tentava segurar o choro mas foi em vão.

Roberta : Eu estou tão confusa. Não paro de pensar nas palavras daquele homem desde que cheguei - Ela enxuga as lágrimas que estavam escorrendo pelo seu rosto - E se o que ele falou é verdade? Por que me largariam em um cesto e ainda mais em um morro? Que tipo de pessoa teria coragem de abandonar uma criança assim?

Anastácia : Do tipo cruel. Não fique assim, vamos descobrir se isso é verdade mesmo ou não... te prometo - Ela da um sorriso fraco e sussurra um "obrigada Ana".

Ela encosta sua cabeça no meu ombro e quando eu iria falar como havia sido a minha conversa com o Pedro, escuto meu celular tocando dentro da bolsa.
Retiro o celular da bolsa e desbloqueio para ver quem me ligava.

Minha mãe me ligando e a essa hora? Alguém morreu não é possível.
Atendi sua ligação e vi Roberta pegar a minha bolsa.

Ligação On 📲

Anastácia : Olá mãe, quem morreu?

Paula : Olá querida e ninguém morreu, Anastácia pare com isso - Ela disse me fazendo dar um sorriso fechado.

Anastácia : Se ninguém morreu então, o que aconteceu?

Paula : Nada aconteceu, mas está para acontecer.

Anastácia : Mãe...

Paula : Seu pai organizou um jantar para amanhã a noite em comemoração a volta de um velho amigo dele e o filho desse amigo dele também estará presente.

Anastácia : E o que eu tenho a ver com isso?

Paula : O que você tem a ver? Você terá que estar presente nesse jantar já que sua irmã viajou com o marido dela para a Argentina.

Anastácia : Como? - Pergunto surpresa - Viajaram? Hoje?

Paula : Sim, disseram que precisam de um tempo sozinhos. Foram hoje mesmo de manhã.

Não duvido que Paola queira esquecer o que fez de madrugada.

Anastácia : Ok. E onde será esse tal jantar?

Paula : No restaurante Italianni, eu conversei com seu pai e ele concordou que você fosse para substituir o lugar de sua irmã.

Anastácia : Gostaria de não poder ir para deixá-lo irritado.

Paula : Minha filha, chega dessa rivalidade com seu pai - Ela disse me fazendo revirar os olhos.

Anastácia : E então... esse amigo do meu pai gosta de comida italiana?

Paula : Segundo ele, sim.

Anastácia : A Roberta pode ir? - Pergunto porém Roberta levanta a mão direita indicando que não queria ir - Esquece, ela não quer ir.

Paula : E também não teria como, seu pai não autorizaria.

Anastácia : O meu pai que vá a merda.

Paula : Olha a boca Anastácia...

Anastácia : Perdão.

Paula : É amanhã ás sete horas da noite, venha para cá que daqui nós iremos juntos.

Como uma família feliz imagino.

Anastácia : Tá bom, tchau mãe.

Paula : Tchau querida, beijos e a mamãe te ama filha.

Anastácia : Te amo também e não é pouco - Digo fazendo ela rir.

Paula : Tchau - Ela encerrou a chamada.

Ligacão Off 📲

Agradeci mentalmente por minha mãe já estar bem, fiquei tão preocupada com ela.
Coloquei meu celular no braço do sofá e olhei para a Roberta que já havia se afastado um pouco de mim e me olhava agora curiosa.

Roberta : O que houve?

Anastácia : Um jantar que meu pai organizou e será amanhã a noite, infelizmente minha mãe teve a ideia de conversar com ele para que eu fosse incluída nesse jantar - Digo fechando os olhos e escuto Roberta rir baixinho.

Roberta : Você terá que estar presente.

Anastácia : Infelizmente - Abro os olhos e vejo a morena pensativa - Você quer ir? Diz que sim por favor.

Roberta : Eu não, tô caindo fora disso - Ela sorriu - Iria te perguntar se a Lana não gostaria de vim para cá? Me fazer companhia enquanto você está fora.

Anastácia : Ela vai adorar isso, irei falar com o Gabriel - Digo e Roberta assente, ela olhou para a tv e depois para mim.

Roberta : Se eu fui mesmo abandonada, será que meus pais biológicos ainda são vivos?

Anastácia : Devem ser... ou não, nós iremos descobrir fique tranquila.

JK Narrando

20:37PM

Terminei de revisar aqueles malditos papéis, alguns tinham haver com o pagamento das drogas que alguns caras não tinham pago e se eles não pagarem daqui a três dias, eles estarão com os dias contados. Estarão não, já estão.
Os caras inventam de pegar as drogas fiado e depois não quer pagar, aí já quer graça.
Telefonei até para o gerente da boca de fumo que é o TY, ele está nesse cargo desde que meu pai assumiu tomar conta desse morro.

Sai do meu escritório e decidi andar um pouco pelo morro para saber como estavam as coisas, passei em algumas favelas e tinha uns pivetes fumando baseado, eles acenaram para mim e eu acenei de volta. Nada estava fora do normal porém, quando decidi voltar para casa... foi só eu entrar na favela que dava para me chegar mais rápido em casa que, avistei Amélia e ela também me viu na hora. Ela veio praticamente correndo na minha direção, como um cachorrinho que corre assim que ver o dono.
Só que eu não sou o dono dela, nunca fui.

Amélia : JK quanto tempo meu amor - Ela disse se aproximando de mim e a mesma vestia um vestido colado e curto no seu corpo, seus cabelos longos estavam soltos e ela tinha um sorriso largo no rosto.

JK : Quanto tempo não é mesmo?

Amélia : Sim... e então, hoje rola? O tempo que estive fora não parei de pensar em você - Ela colocou suas mãos no meu pescoço e eu dei um sorriso fechado.

JK : Eu lamento te dizer mas não, não rola não - Digo e tiro as mãos dela do meu pescoço.

Amélia : Então o L3 estava certo... você tem outra não é? - Ela perguntou séria - Vamos me diz quem é essa vadia que está querendo ocupar meu lugar? - Ela cruzou os braços e eu gargalhei.

JK : Amélia acorde, você nunca teve um lugar na minha vida - Digo dando leves tapinhas no seu ombro - Agora preciso ir e não me siga.

Saio da frente dela e volto a caminhar.

Amélia ; Eu vou descobrir quem é ela, isso não vai ficar assim - Escutei sua voz alterada e cada vez que eu caminhava menos escutava a voz irritante dela.

Por um momento rir de canto imaginando se Anastácia conhecesse Amélia, as duas de frente... não iria dar certo.

Quando cheguei em casa a empregada Lety estava terminando de arrumar a sala, fechei a porta que graças ao vento acabou fechando com força e isso assustou Lety.

JK : Não quis te assustar Lety.

Lety : Eu sei que não patrão - Ela disse ainda sem olhar para mim organizando algo em cima da mesinha da sala, quando terminou ela me olhou - Hoje irei para casa de minha tia cedo, vou ver minha irmã que não vejo a anos e também... amanhã eu faço aniversário.

JK : Olha só, parabéns antecipado então - Digo e ela me olha confusa. Está bem eu nunca desejei um "feliz aniversário" para ela durante todos esses anos que ela trabalha para mim, apesar de me ter dado de cara com Amélia eu estou de bom humor.

Caminhei até o sofá e me sentei.

Lety : Obrigado, bom... tenha uma boa noite senhor - Ela disse se preparando para caminhar na direção da porta.

JK : Lety - Chamo a atenção dela que para perto da porta e olha para mim - Você trabalha a tantos anos para mim que eu acho que devo te recompensar então, qual lugar gostaria de ir amanhã? - Pergunto fazendo a mesma me olhar surpresa - Aproveite meu bom humor.

Desvio o olhar dela e não duvido que ela esteja surtando por dentro, eu praticamente a convidei para sair. Que ela não se iluda, é só para recompensar o esforço dela.

Lety : Um restaurante patrão - Olhei para ela que havia cruzado os braços e se encostado na porta - Eu gosto muito de comida mexicana, mas amo comida italiana.

JK : Um restaurante italiano então? - Pergunto e ela da de ombros - Iremos a um restaurante italiano e não se preocupe pois você não precisará pagar nada, tudo por minha conta. Só peço a você que não saia comentando sobre isso, sabe como as pessoas do morro são - Aviso e ela concorda com um aceno de cabeça.

Lety : Está bem, muito obrigado patrão. Antes de me ir embora eu quero que o senhor saiba que pode ficar tranquilo e... o que já aconteceu entre nós eu já esqueci, tenho um grande respeito e admiração pelo senhor - Ela disse dando um sorriso fechado e eu agradeci com um maneio de cabeça.

Ela foi embora e fiquei pensando alguns minutos sentado naquele sofá, até que sair para jantar fora pode me ajudar um pouco a parar de pensar em uma certa desgraçada.

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Espero que tenham gostado votem e comentem...

Vai prestar muito esse jantar KKKKKK

Bjoooooooooooos 😍🖤❤