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Capítulo 22

No outro dia...

JK Narrando

08:00AM

Ontem deixei que Anastácia dormisse no meu quarto e eu dormir no sofá da sala de estar mesmo, na verdade eu não conseguir dormir direito, essa insônia do inferno.
Agora já estou de pé, acordei graças a minha empregada Lety que chegou a algumas horas atrás.

Estava tomando um café na cozinha quando escutei batidas na porta, me levantei da cadeira e deixei a xícara em cima da mesa. Adentrei a sala de estar e Lety iria abrir a porta, ela me olhou e eu lancei um olhar para ela para que a mesma deixasse que eu abrisse.
Ela assentiu e se retirou voltando para aos seus afazeres, me aproximei da porta e abri a mesma dando de cara com LP.
O mesmo avisou que o serviço que eu mandei ele fazer, já havia sido feito e que estaria me esperando mais tarde junto com os outros no meu segundo escritório. Esse era mais no topo do morro, ótimo, não vejo a hora de ver a cabeça do Nick em uma bandeja.

Fechei a porta e agora iria acordar a ruiva, ela ainda deve estar dormindo. Caminhei na direção das escadas e subi os degraus apressando os passos. Assim que comecei a caminhar pelo corredor, escutei a voz dela... e eu pensando que ela ainda estava dormindo.
Me aproximei da porta do meu quarto e em seguida a abri, entrei e vi que a ruiva estava sentada na minha cama e de costas para a porta com um celular próximo a orelha, ela estava falando com alguém no celular.

Ela continuou conversando com alguém no celular e foi preciso eu bater com força na porta para que ela se assustasse e se virasse para me olhar.

Anastácia : Depois nós conversamos sobre isso, vou precisar desligar agora tchau - Ela afastou o celular da orelha e pareceu encerrar a ligação, colocou o celular em cima da cama e em seguida me encarou - A educação mandou lembranças - Ela disse me fazendo revirar os olhos.

JK : Quem te deu esse celular e com quem você estava falando? - Ignoro a pergunta que ela havia feito.

Anastácia : Bom, o celular é da sua empregada e eu pedi emprestado para fazer uma ligação - Ela se deitou na cama e eu cruzei os braços me encostando na porta.

Tinha que ser a Lety.

JK : E para quem você ligou?

Anastácia : Pedro - Ela disse o nome dele tranquilamente o que me fez fechar a mão direita com força. É... parece que ela não só está "usando" ele como eu pensava, deve estar gostando dele também.

JK : Ah claro, o Shrek - Digo e ela rir se sentando novamente na cama.

Anastácia : Não chame ele assim - E derrepente a vi pegando um dos travesseiros que estava em cima da cama, a mesma jogou na minha direção porém eu dei um passo para a direita e o travesseiro bateu na porta.

JK : Você é péssima de mira Anastácia - Digo me abaixando para pegar o travesseiro que estava no chão, em seguida olho para a mesma e rapidamente jogo o travesseiro na sua direção, o travesseiro bateu no seu rosto e a mesma logo me olhou brava - Tenho uma mira ótima não é? - Rir irônico e ela colocou o travesseiro na cama.

Anastácia : É você tem - Ela disse e agora pareceu analisar o meu rosto - Você dormiu bem?

Não escutava uma pergunta dessas a anos.

JK : Na verdade, não.

Anastácia : Que trágico para você então porque, eu dormir maravilhosamente bem - Deu um sorriso fechado - Olha como eu devo te chamar? Já que a maioria das pessoas nesse morro te chamam de JK e não de Jackson.

JK : Acredite ruivinha, o Jackson morreu a muitos anos atrás e agora, só existe o JK - Digo sério e ela assente.

Anastácia : Está bem... JK. Quero te fazer uma pergunta antes de me ir embora porque eu tenho que ir embora, quero nem olhar que horas são - Ela disse se levantando da cama e descendo um pouco a sua saia branca que antes estava curta.

JK : Estou escutando - Me sento na beirada da cama e olho para a mesma, é impossível não admirá-la, ela é linda até sem maquiagem.

A ruivinha se sentou ao meu lado e fez um coque nos seus cabelos, em seguida me olhou e respirou fundo.

Anastácia : Posso ter acesso a sua conta bancária? - Perguntou e eu arqueei uma sobrancelha.

Acesso a... como é que é?

JK : Mais que ideia é essa? É claro que não, não pode - Digo encarando ela que coça a nuca.

Anastácia : Calma que eu não vou te assaltar ou algo do tipo - Ela dizia tão tranquila que estava me assustando.

JK : Nada, vai só dar o golpe - Rir irônico me levantando da beirada da cama.

Anastácia : Quer me deixar explicar o motivo? - Perguntou e eu olhei desconfiado para ela - Tudo bem, eu não vou precisar ter acesso a sua conta bancária mas vou precisar que me diga se notar alguma diferença que ocorrerá nela. É o seguinte...

JK : O que você está planejando?

Anastácia : Isso faz parte da minha vingança JK, agora me escuta. É o seguinte, eu planejei desviar dinheiro da empresa Pacheco e preciso desviar esse dinheiro para uma conta que não seja a minha, por isso, pode ser na sua? - Olhe surpreso para ela e em seguida bati palmas para a mesma.

JK : Desviar dinheiro e da empresa Pacheco? Quer desviar dinheiro da empresa da família Pacheco para a minha conta? Meus parabéns pela ideia que sinceramente, é brilhante.

Anastácia : Na verdade a ideia é fazer com que Pietro e a empresa dele vão a falência - Ela disse séria e notei que só de mencionar o nome de Pietro ela sentia raiva.

JK : Fechado então - Digo e a mesma me olha confusa - Fique a vontade para desviar esse dinheiro para a minha conta. Só quero saber duas coisas, como irá fazer isso? Vai se infiltrar na empresa Shoes Pacheco ou algo do tipo?

Anastácia : Não, isso levantaria suspeitas na hora. Iriam desconfiar que o dinheiro da empresa estaria sendo desviado e ainda mais se eu estivesse trabalhando lá - Apoiou as mãos nas coxas e encarou o piso do quarto - Não daria certo. Esse pequeno trabalho tem que ser feito por alguém em que Pietro confie muito, só assim ele não desconfiaria dessa pessoa.

JK : Está pensando no...

Anastácia : Ele mesmo - Desviou o olhar do piso do quarto e me olhou.

JK : E você acha que o Shrek aceitaria fazer isso? Ele é o melhor amigo do Pacheco, não se esqueça disso - Aviso e a mesma da de ombros.

Anastácia : Estou confiante de que irei convencê-lo a fazer isso. É certo de que pode demorar para o Pedro querer fazer isso mas como eu disse, eu irei convencê-lo. Ele terá que subtrair cheques e falsificar assinaturas, para resumir, ele terá que manipular todo o sistema para fazer parecer que o dinheiro ainda estará no caixa quando na verdade, o dinheiro não estará.

JK : Acha que ele vai conseguir manipular o sistema?

Estava duvidando que o Shrek fosse mesmo fazer isso.

Anastácia : Acredito que sim - Ela disse calmamente mas, no seu olhar eu conseguia enxergar a raiva e também o desejo que ela tinha de se vingar de Pietro e também de sua irmã.

JK : E enquanto a Paola?

Anastácia : Será tão humilhada que você nem imagina, mal sabe ela o que a aguarda.

JK : Por que não elimina logo os dois de uma vez? Posso fazer isso, se quiser é claro.

Anastácia : Não é má ideia porém, a morte seria muito aliviador para eles dois... quero fazer eles sofrerem pelo que fizeram comigo, eles tem que sofrer - Ela disse entredentes, sua raiva e magoa eram notáveis.

JK : Entendo - Digo e caminho na direção da porta, paro e olho para a mesma que continuava sentada na cama, parecia estar pensando em alguma coisa - Irei sair agora mas não demorarei para voltar e chamar um carro para te deixar no hotel.

Anastácia : Para onde vai? - Perguntou olhando para mim e eu passei a mão nos meus cabelos.

JK : Vou saber o que aconteceu com o seu amigo Gabriel, se está morto ou vivo - Digo e a mesma arregala os olhos - Tudo bem, eu duvido muito que ele esteja morto mas também não sei se está vivo.

Lety : Com licença - Minha empregada adentrou meu quarto e recolheu algumas roupas minhas que estavam em cima da poltrona preta próxima a parede, a mesma colocou minhas roupas dentro de um cesto que estava com ela e em seguida, pegou o cesto e me olhou, saiu do quarto e quando voltei a olhar para Anastácia a mesma me encarava.

Anastácia : Ela entrou aqui e esqueceu o celular dela, praticamente ela esqueceu que eu estava porque nem se quer me olhou. Olhou só para você - Ela disse com raiva se levantando da cama e pegando o celular de Lety que estava perto do travesseiro.

JK : Ciúmes ruivinha? - Pergunto e a mesma me lança um olhar assassino, rir de canto.

Anastácia : Não, eu não estou com ciúmes, por que eu estaria?

JK : Eu não sei, me diga você - A provoco mais uma vez, a mesma me encara e eu levanto as mãos em rendição - Está bem parei, agora irei sair.

Dei dos passos a frente para sair do quarto quando sua voz me fez parar de caminhar.

Anastácia : Você gosta dela? - Escutei sua voz e em seguida voltei para o quarto olhando para a ruivinha que agora, estava de braços cruzados.

JK : Como é?

Anastácia : Da sua empregada.

JK : Vamos dizer que ela trabalha perfeitamente bem, é boa em tudo que faz - Digo e ela revira os olhos.

Anastácia : Não magoa ela, ela parece que gosta de você - Ela disse coçando a nuca, esperta.

JK : Uma pena eu não corresponder a isso, temos algo em comum Anastácia. Já me apaixonei por alguém pela primeira e última vez - Digo e a mesma me olha com curiosidade.

Anastácia : E quem é ela? Ela te fez alguma coisa?

JK : Na verdade ela faleceu. Bom, agora eu vou indo.

Anastácia Narrando

Ele apressou os passos saindo do quarto sem me deixar falar ou questionar mais alguma coisa sobre o assunto. Posso dizer que desde que o vi, essa foi a primeira vez que o vi ficar sentido com algum assunto.
Quem será que foi essa mulher por quem ela já se apaixonou e que já... faleceu.

Parei de pensar nisso quando a empregada voltou para o quarto, ela iria arrumá-lo. Entreguei o celular dela e agradeci por ela ter me emprestado.

Xxx : Não foi nada dondoca. Olha, faz muito tempo que você conhece o patrão? - Perguntou e eu entendi que ela se referia a JK.

Espera, eu? Dondoca?

Anastácia : Já fomos amigos de infância.

Xxx : Aah agora tá explicado - Ela colocou o celular no bolso de sua farda de empregada, em seguida se aproximou da cama e começou a dobrar os lençois.

Anastácia : O que está explicado?

Xxx : Ah dondoca o patrão nunca deixou nenhuma mulher dormir no quarto dele, ele sempre bota as mulheres para correr depois que... você sabe dondoca - Ela disse dando de ombros - A propósito, me chamo Lety e você?

Anastácia : Anastácia, saiba que é um prazer te conhecer Lety - Cumprimento a mesma que retribui com um aperto de mão rápido - Escuta Lety... você sabe quem foi a primeira namorada de JK.

Lety : Iiih dondoca eu não sei não quem foi essa sortuda. Sabe, eu já me atrevi a perguntar uma vez para o patrão porém ele só faltou me matar com o olhar, sabe... ele detesta falar sobre esse lance.

Lance? Não seria "assunto"?

Anastácia : Entendo, faz tempo que você trabalha para ele?

Lety : Faz sim dondoca, na verdade eu conheço o patrão desde que era uma garotinha, eu tinha cinco anos quando estava brincando na rua com algumas gurias. Derrepente vejo o antigo dono do morro que era o pai do patrão, foi a primeira vez que o vi segurando o braço de um menino que não parava de chorar, quem diria que aquele menino se tornaria o futuro dono do morro que é hoje - Ela disse terminando de arrumar a cama, em seguida me olhou - Ele sofreu muito nas mãos do pai dele.

Anastácia : Eu imagino o monstro que o pai dele era.

Lety : Bem... cá entre nós dondoca, o patrão também é. Ele mata sem piedade, muitos dizem que ele adora fazer justiça com as próprias mãos e sabe o que ele mais adora? Torturar.

Torturar? É mesmo? E por que ele me incentiva a matar logo Pietro e Paola em vez de me apoiar a torturar os dois e fazer eles sofrerem?

Anastácia : Interessante, conte-me mais e não se preocupe, essa conversa ficará só entre nós - Cruzo os braços e a mulher começa a varrer o quarto.

Ela gosta de uma fofoca pelo que pude perceber.

Lety : Bom, ele já torturou muitos homens lá no escritório dele mas, não no escritório aqui em casa. É outro escritório que fica praticamente no topo do morro e é afastado de todas as casas, segundo ele, é melhor torturar quem ele vai matar lá em cima para poupar a audição das pessoas. Ele mesmo diz que acha engraçado e que se diverte vendo seus inimigos sangrarem e gemerem de dor, pedindo por ajuda sendo que ninguém irá ajudá-los... todos temem mais a ele do que temiam ao pai dele.

Anastácia : Ele é cruel - Digo pensando agora na pessoa em que JK havia se tornado.

Lety : Aah dondoca ele é mau, parece até que não tem sentimentos - Ela disse e em seguida parou de varrer para olhar a hora no relógio que estava no seu pulso, ela arregalou os olhos e me olhou - Eu esqueci a panela com água no fogo - Ela saiu praticamente correndo do quarto com a vassoura na mão.

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