Cap 58 - O Passado
OLÁ PERSONAAS ❤
Então... peço a vocês MIL desculpas por ter demorado a postar esse capítulo, eu terminei de concluir ele hoje mesmo pois, eu tinha parado de escrever ele desde que fiquei sabendo da morte de Cameron Boyce, e saber que ele se foi... me deixou e ainda me deixa muito triste. O que falar dele não é mesmo?! Um ser humano incrível que agora se tornou um anjo lindo. Que ele descanse em paz. 💔❤😭
---------------------------------------------------------
Anastácia : Quero que me conte tudo que sabe, Lisete - Cruzo os braços encostando minhas costas no sofá e a mulher apenas assente.
Lisete : Tudo bem... eu conheci o seu avô quando ele pisou no meu pé sem querer na rua, lembro que ele estava no telefone e nem se quer se virou para me pedir desculpas... então eu o xinguei, xinguei tanto que ele no instante encerrou a ligação em que estava e me encarou. Ele havia estragado o esmalte da minha unha e eu era tão vaidosa que aquilo me deixou furiosa, eu tinha mais o menos a sua idade na época - Ela sorriu e eu dei um sorriso fechado.
Anastácia : Imagino.
Lisete : Foi então que seu avô me pediu desculpas, ele havia conseguido me irritar naquele dia e mesmo assim eu aceitei as suas desculpas. Ele logo foi se apresentando e eu também me apresentei para ele e derrepente, já falávamos como se fossemos velhos amigos e eu nunca havia me dado tão bem com alguém daquele jeito. Só faziam minutos que eu o tinha conhecido... conversa vai conversa vem, e eu me lembrei da hora e fui embora com as sacolas nas mãos, voltei para a mansão dos Pachechos pois eu era empregada de lá e obedecia as ordens dos pais da Luciana. Eu era a cozinheira da mansão Pacheco e eu também tinha uma amiga lá, a Mary, que também era outra empregada.
Estava achando a história toda e interessante e confesso que queria saber no que iria dar, não queria saber sobre a Luciana mas se essa senhora trabalhou para os pais dela e infelizmente isso envolve o sobrenome dela e do infeliz do Pietro, eu quero saber mesmo assim.
Anastácia : Como meu avô se chamava? - Pergunto olhando para ela que ficou cabisbaixa.
Lisete Narrando
A jovem ruiva sentada no meu sofá parecia querer saber mais da história e eu iria lhe contar tudo, como ela mesma me pediu, irei contar tudo que sei.
Lisete : Seu avô se chamava Hector... Hector Lessa.
Flash Back On 💥
Estava na cozinha preparando o jantar, uma bela sopa de grão-de-bico, carne de porco e legumes. Logo Mary adentrou a cozinha com a nossa patroa que se chamava Ellen.
Ellen estava com um semblante triste no rosto e eu não entendia o motivo, ela sempre quis engravidar e agora que está grávida não parece contente com isso.
Mary : O cheiro dessa sopa está maravilhoso, você sempre arrasa na cozinha não é mesmo Lisete? - Disse minha amiga brincalhona e com um sorriso nos lábios.
Lisete : Não diga bobagens Mary - Digo revirando os olhos e em seguida olho para Ellen que parecia pensativa - Patroa? A senhora está se sentindo bem? - Pergunto ainda mantendo atenção entre ela e a panela de sopa.
Ela passou alguns segundos em silêncio até que soltou um suspiro e resolveu falar.
Ellen : Vocês sabem que eu considero vocês duas não só como minhas empregadas, são também grandes amigas para mim.
Mary : Sim senhora.
Lisete : Sim, sabemos disso.
Terminei de fazer a sopa e desliguei o fogo, olhei para Ellen que se encostou no balcão da cozinha e colocou as duas mãos na barriga.
Ellen : Como vocês sabem eu estou grávida porém, não muito feliz... a criança não é um menino e sim uma menina.
Mary : E o que tem de mau nisso senhora?
Mary não havia entendido, mas eu sim.
Lisete : A senhora está assim por causa do Patrão... ele quer um filho e não uma filha - Digo e Ellen assente com um sorriso fechado nos lábios e Mary faz um sinal de negação com a cabeça, com certeza indignada com isso.
Ellen : Lisete... sempre tão esperta.
Lisete : Fazer o que se ele toda as manhãs quando sai para trabalhar passa aqui na cozinha e, pergunta se estou bem e começa a falar que não ver a hora de ter o filho nos braços e que torce muito para que seja um menino forte e saudável.
Ellen : Mas não é um menino que carrego em meu ventre, é uma menina e ele terá que aceitar.
Mary : Quando a senhora pretende contar para ele?
Ellen : Eu não sei... não sei como vou dizer isso a ele, eu sei que ele não irá aceitar - Ela disse passando as mãos nos seus cabelos longos e loiros, logo ela olhou para mim e para Mary - Eu quero que vocês duas me prometam uma coisa... caso algo aconteça comigo, cuidem bem da minha filha.
Mary : Ah não senhora, não diz essas coisas que eu não gosto nem de ouvir - Disse a outra loira caminhando na direção de Ellen.
Lisete : Também não gosto, a senhora vai ficar bem.
Ellen : Me prometam! - Ela disse um pouco rude e eu e Mary olhamos uma para a outra, em seguida voltamos a olhar para Ellen e assentimos.
Flash Back Off 💥
Lisete : Alguns meses depois a criança nasceu, Luciana nasceu e o patrão não gostou nem um pouco de saber que sua mulher lhe deu uma menina, ele ficou com tanta raiva que não quis nem pegar a própria filha nos braços. Eu e Mary escutamos gritos vindo do quarto dos patrões e subimos as escadas às pressas, chegando lá, ele estava chamando Ellen de inútil e ela só chorava enquanto segurava a menina nos braços que também estava chorando, eu me aproximei para pegar a menina e Ellen me entregou sua filha nos meus braços. Era mais uma discussão dos patrões só que dessa vez Ellen não quis que sua filha estivesse ali.
Anastácia : Eu estou passada com essa história toda.
Lisete : O pior veio depois querida, assim que sai do quarto com a Luciana nos meus braços e Mary do meu lado... o patrão fechou a porta do quarto dele e da mulher e eu só pude ouvir os gritos de Ellen e coisas sendo quebradas. Minha vontade foi de entregar Luciana para Mary e voltar naquele quarto, mandar o patrão parar mas se eu fizesse isso poderia perder meu emprego.
Mary até me alertou para não voltar naquele quarto e para sairmos o mais rápido possível daquela mansão com a menina, e foi o que fizemos.
Mary e eu saimos da mansão naquela noite com a menina ainda nos meus braços, o céu estava nublado e não tinha ninguém nas ruas, somente eu, Mary e a pequena Luciana... foi quando derrepente Mary esbarrou em algo, ou melhor em alguém, era o seu avô. E me assustou ver os trajes dele ensanguentados, sujou um pouco até mesmo as roupas de Mary, nós duas estavamos assustadas demais e não demorou para que Luciana começasse a chorar novamente nos meus braços.
Flash Back On 💥
Hector : Merda... não contem para ninguém que me viram assim estão me ouvindo? - Ele perguntou em um tom ameaçador e eu não estava o reconhecendo, ele não parecia nada com o homem simpático que havia pisado no meu pé a alguns meses atrás. Ele estava diferente.
Vi Mary assentir e ele logo olhou para mim.
Hector : Lisete?
Lisete : O que você fez? Por que tem sangue nos seus trajes? - Pergunto com um pouco de desespero na voz e a menina nos meus braços só chorava, entreguei ela para Mary que depois de alguns minutos conseguiu acalmá-la.
Hector : Não importa. O que fazem na rua uma hora dessas? Vocês roubaram essa criança?
Mary : Não roubamos essa criança, apenas saimos da mansão Pacheco que é onde eu e Lisete trabalhamos, as coisas não estão muito boas por lá.
Minha amiga respondeu e notei que Hector ficou com uma expressão séria no rosto.
Hector : Mansão Pacheco? Essa criança pertence a família Pacheco?
Lisete : Sim ela pertence, por quê?
Hector : Coitadinha dela, não deveria ser dessa família miserável - Ele disse um pouco rude enquanto encarava a criança que havia se acalmado e adormecido nos braços de Mary - Essa criança acordará com fome... tem uma mulher que mora no final dessa rua, a casa dela tem os portões brancos e ela perdeu o filho a alguns dias atrás, aposto que ainda deve ter leite para amamentar.
Mary : Obrigado - Mary agradeceu e nós duas voltamos a caminhar, minha amiga não viu por já estar caminhando na frente, mas Hector tocou no meu braço e sussurrou algo no meu ouvido que me deixou intrigada.
Hector : Cuidado com os Pacheco, se distancie dessa família.
Lisete : Eu trabalho para eles e eu não irei me distanciar. O que você tem contra os Pacheco? - Pergunto vendo o mesmo rir de canto.
Hector : Nada. Já fui um grande amigo do seu Patrão, suponho que ele é o pai daquela criança - Ele disse apontando na direção da Mary que havia parado de caminhar para me esperar, ela passava a mão com cuidado no topo da cabeça da criança que estava em seus braços.
Lisete : E ele é. E o que aconteceu entre vocês dois?
Hector : Não importa. Agora eu tenho que ir antes que mais alguém me veja assim, e ninguém pode me ver assim e eu espero que você e sua amiga saibam guardar segredo.
Ele afastou sua mão de mim e iria dar as costas.
Lisete : Você está diferente da pessoa que eu conheci a alguns meses atrás, não parece o mesmo - Digo fazendo com que ele voltasse a me olhar, ou melhor me encarar.
Hector : Acredite, muita coisa mudou depois daquele dia que nos conhecemos Lisete. Eu fiz coisas das quais eu não me arrependo de ter feito e ainda pretendo continuar fazendo - Ele disse tão sério que mais uma vez analisei seus trajes que estavam com manchas de sangue e dei dois passos para trás, já estava ficando com medo dele.
Lisete : Você... assassinou alguém? - Pergunto receosa e em seguida dou um sorriso fechado - É claro, isso explica o porquê seus trajes estão assim e seu semblante... não, você não é o mesmo homem que pisou no meu pé e depois se desculpou - Digo e ele tenta se aproximar de mim porém, eu me afasto.
Hector : Eu não vou te machucar Lisete e por incrível que pareça, você foi a única pessoa que durante todos esses anos da minha vida miserável... você Lisete, me fez sorrir naquele dia e eu precisava tanto me distrair, sorrir.
Lisete : Você é louco - Olho incrédula para ele e o mesmo dar um sorriso irônico.
Hector : Saiba que você é a primeira a me chamar de louco e continuar respirando. Agora eu preciso ir e como eu disse... eu espero que você e sua amiga saibam guardar segredo.
Flash Back Off 💥
Soltei um suspiro me lembrando de como Hector estava assustador naquela noite, com manchas de sangue na roupa e na testa também havia um corte.
Lisete : Depois daquela conversa ele saiu correndo pela rua como se estivesse fugindo da polícia e isso não só assustou a mim como assustou a Mary também.
Anastácia : Pensando bem, eu aceito um café.
Olho para a ruiva que estava mexendo nas pontas dos seus cabelos enquanto prestava atenção em mim, peguei Oz nos braços e me levantei da cadeira de balanço em que eu estava sentada. Caminhei até o outro sofá azul e coloquei Oz em cima do sofá, ele bocejou e vi o mesmo fechar os olhos novamente, gato preguiçoso.
Lisete : Venha querida - Chamo a jovem que ainda estava sentada no outro sofá azul, caminho na direção da cozinha e pego a cafeteira que estava em cima da mesa, em seguida pego uma xícara no armário e não demoro para despejar um pouco do café na xícara.
Percebo que Anastácia já estava na cozinha e de pé, entrego a xícara para ela e a mesma agradece com um maneio de cabeça.
Lisete : Você prefere com mais açúcar? - Pergunto antes que ela bebesse o café, a mesma nega com a cabeça.
Anastácia : Não, assim está ótimo obrigada. Bom... pode continuar - Ela disse ainda de pé e eu puxei uma cadeira para me sentar perto da mesa.
Lisete : Sente-se querida - Digo e a mesma também se senta em uma das cadeiras perto da mesa - Vou resumir para você, naquela noite eu e Mary fomos até a casa da tal mulher que morava no final da rua e, ela amamentou Luciana. Ela ainda foi muito generosa e nos deixou passar a noite na sua casa, ela disse que a menina poderia acordar a qualquer momento e com fome, ela queria cuidar de Luciana naquela noite e eu e Mary deixamos, voltar para a mansão naquela hora seria má ideia. Porém, no outro dia tivemos que voltar para a mansão e bem cedo. Eu e Mary tinhamos medo de que o patrão estivesse na mansão mas por sorte ele não estava, só Ellen... machucada e com um olho roxo, ele havia batido nela.
Anastácia : Monstro, me diz que ele morreu - Ela disse e bebeu um pouco do café na xícara.
Lisete : Sim ele morreu, já faz muitos anos - Rir de canto quando escutei a ruiva sussurrar um "ainda bem" - Ellen ficou tão feliz quando viu que a filha dela estava bem, amamentada e limpa. Os anos se passaram e quando Ellen não estava na mansão, eu e Mary que cuidavamos de sua filha, uma criança agitada demais para falar a verdade... Luciana ainda preferia passar mais tempo comigo que com Mary, segundo ela eu era a fada madrinha dela - Rir me lembrando dos velhos tempos, fiquei triste ao meu lembrar do que aconteveu alguns meses depois - Luciana já tinha 6 anos quando o pai dela me demitiu, me demitiu porque seu avô Hector havia descoberto meu número de telefone e nós dois passamos a conversar desde então, eu sempre lhe dava conselhos para que ele parasse de fazer coisas erradas. Quando o pai de Luciana descobriu tudo, além de me demitir ele também me ameaçou, disse que se eu voltasse a por os pés na mansão Pacheco ele iria mandar me matar. E toda essa revolta dele é porque ele pensava que eu era uma espiã secreta mandada pelo seu avô Hector para espionar a vida dele... eu fiquei tão triste na época por ter perdido meu emprego. Mary e Ellen também lamentaram, mas Luciana, mesmo tendo pouca idade não gostou da atitude que seu pai havia tomada e chorou, gritou pedindo para que o pai dela mudasse de ideia mas não foi o que aconteceu.
Anastácia Narrando
Nunca pensei que iria me interessar tanto na história do passado de alguém, ainda mais esse alguém sendo minha ex sogra.
Anastácia : E ela se lembra de você Lisete? Luciana sabe que você ainda está viva? - Pergunto e beberico mais um pouco do meu café.
Lisete : Provavelmente ela não se lembra mais de mim Anastácia, eu ainda era um pouco jovem quando trabalhava para os Pacheco e quando passei a cuidar dela também. Enfim, quando sai da mansão dos Pacheco consegui arrumar um emprego em um restaurante, não ganhava tanto mas dava para sobreviver, consegui alugar uma casa e seu avô... não tinha jeito, continuava executando pessoas e segundo ele, quando eu perguntava o motivo dele estar fazendo isso, ele me dizia que essas pessoas tinham lhe feito muito mal e ele só estava se vingando. Um certo dia, uma mulher apareceu na porta da minha casa dizendo que não era para confiar em Hector Lessa e que ele não era uma boa pessoa. Foi quando em uma noite chuvosa ele apareceu na minha casa dizendo que precisava conversar comigo e, eu e seu avô Hector tinhamos essa relação, eu o ajudava com conselhos e ele também me ajudava dando algum dinheiro a mais para que eu pudesse pagar o aluguel da minha casa, eu não pedia um centavo a ele mas ele fazia questão de me dar dinheiro. E naquela mesma noite eu falei para ele sobre a mulher que tinha aparecido uma vez na minha porta de manhã, eu a descrevi e ele ficou sério. Derrepente ele começou a chorar e eu fiquei tão surpresa, nunca tinha visto ele chorando, aquela foi a primeira e última vez que o vi chorando, quando ele se acalmou ele me contou que havia se envolvido com essa mulher que eu tinha descrevido, ele a deixou grávida há 15 anos atrás e eu deduzi então que ele tinha algum filho ou filha.
O traste do meu pai.
Anastácia : Um filho... meu pai no caso.
Lisete : Então, eu perguntei se Hector já tinha tido contato com o filho ou até mesmo visto o garoto, mas seu avô era um homem difícil e orgulhoso também, dizia que não havia necessidade de conhecer Aurélio.
Anastácia : Consigo até ter uma noção a quem meu pai puxou - Digo parando para pensar como seria se meu avô tivesse decidido conhecer meu pai... sai de meus pensamentos quando Lisete pigarreia chamando minha atenção.
Lisete : Eu vou ser direta querida Anastácia, você só veio aqui saber sobre os pais biológicos de Roberta e olha o que acabei te contando - Ela riu de canto - Acabei contando sobre seu avô Hector e até mesmo sobre mim quando trabalhava para a família Pacheco, sobre Luciana... me desculpe.
Anastácia : Não se desculpe Lisete, está tudo bem e eu também quis saber mais da história. Agora pode me contar quem é a mãe da Roberta, ela mora no Rio de Janeiro? - Pergunto e bebo um pouco do café que ainda tinha na xícara.
Lisete : Querida, Luciana Pacheco é a mãe biológica de Roberta - Ela disse calmamente fazendo com que eu me engasgasse com o café. Tossir um pouco e a mulher se apressou em se aproximar de mim para me ajudar, não demorou para que eu me recomposse.
Lucina é... o quê? Não acredito.
Anastácia : Como? - Pergunto surpresa e ao mesmo tempo confusa e vejo Lisete caminhar na direção da geladeira.
Lisete : Luciana teve um caso com o advogado que seu avô assassinou, eles namoravam escondidos já que o pai de Luciana não apoiava o relacionamento dos dois e a mãe de Luciana havia falecido quando ela ainda tinha 10 anos, Ellen sofreu um acidente de carro e não resistiu. Acredito que Luciana tenha sofrido nas mãos do pai dela, aquele homem era um miserável e eu soube que ele obrigou a filha a se casar com outro homem. Claro que antes dela se casar com esse outro homem ela já havia tido Roberta e o advogado já havia sido assassinado - Ela voltou com uma garrafa de água e em seguida pegou um copo de vidro no armário, despejou a água no copo e entregou para mim.
Anastácia : Como sabia que ela estava grávida? E como tem tanta certeza que Roberta é mesmo filha de Luciana?
Lisete : Bom, eu tinha sido demitida da mansão Pacheco mas ainda sabia de tudo que acontecia por lá, graças a Mary... que Deus a tenha. Nunca perdemos contato uma com a outra, ela também conheceu alguém e teve uma filha, se não me engano o nome da menina é Matilda e não acredito que Luciana tenha deixado a menina desamparada, ela amava Mary.
Anastácia : Hum... e você nunca teve filhos? - Pergunto e ela me encara.
Lisete : Nunca pude ter filhos. Continuando a história, quando o advogado ou melhor o pai da Roberta foi assassinado, tudo piorou para o lado de Luciana e Mary me dizia por telefone que Luciana não queria mais ter a criança e que não estava se importando se seu pai descobrisse que ela estava grávida. Ela estava abalada com a morte do advogado... e o pai dela descobriu que ela estava grávida com o tempo, ela não escondeu mais a barriga e o senhor Pacheco não queria que ninguém soubesse que ela estava grávida. Pediu para Mary que quando chegasse a hora, ela que fizesse o parto de Luciana e foi isso que aconteceu. Lembro de Mary me dizendo que Luciana não quis nem se quer olhar para a criança, segundo Mary a criança se parecia muito com o pai, os traços no rosto e tudo mais.
Se a Roberta souber que a Luciana é mesmo a mãe dela, não sei qual será a reação dela. E Pietro... meu Deus ele é irmão da Roberta.
Lisete : E Roberta foi abandonada aqui no morro, o senhor Pacheco mandou Mary sumir com a criança e Luciana... concordou, o pai dela estava controlando ela e manipulando cada vez mais. Ele a transformou em outra pessoa segundo Mary, Luciana mudou muito depois que teve Roberta e passou a ser e a agir pior que o pai. E assim termina a triste história de Roberta, sendo abandonada em um morro velho pela própria mãe que nem se quer olhou para trás - Ela disse soltando um suspiro e eu passei as mãos nos cabelos - Até hoje acho Roberta muito parecida com o pai, os olhos principalmente.
Anastácia : Coitada da Roberta, ela não vai gostar de saber muito dessa história. Até entendo o porquê ela disse que não queria mais saber quem eram seus pais biológicos - Solto um suspiro pesado - O nojento do Pietro é irmão dela.
Lisete : Pietro é filho do outro homem com quem Luciana foi obrigada a se casar, também já faleceu e se não me engano foi acidente de carro. Mas mesmo assim... Roberta e Pietro são irmãos, nasceram da mesma mulher.
Ela poderia ser irmã do Bob Marley, agora do Pietro? Caralho.
Anastácia : Uma pergunta Lisete, por que meu avô Hector matou o pai da Roberta? - Pergunto deixando a xícara em cima da mesa, perdi até a vontade de continuar bebendo aquele café. Bebi a água que Lisete havia colocado em um copo de vidro para mim e percebi que a mulher ainda estava de pé.
Lisete : Antes do seu avô morrer tivemos uma última conversa e ele me contou tudo. Só para esclarecer, assim que Hector assassinou o pai da Roberta, ele fugiu do Rio de Janeiro porque o tiro não era para o pai da Roberta e sim para o pai da Luciana. Seu avô passou anos fugitivo e foi nesses anos que o seu pai, Aurélio Lessa apareceu no bairro e com uma mulher grávida, sua mãe no caso e estava grávida de você.
Anastácia : Interessante. E onde Aurélio estava?
Lisete : Eu não sei querida mas não era no Rio de Janeiro, a mulher que mandou eu não confiar em seu avô e que era a mãe de Aurélio... se não me engano, fiquei sabendo que ela morreu do nada e que seu pai foi morar com uma tia dele em outro lugar. Depois de muitos anos foi que ele voltou, quando ele foi embora do Rio de Janeiro ele ainda era um adolescente.
Anastácia : Como você pode saber de tanta coisa? - Pergunto estranhando e ela rir de canto e se senta na cadeira.
Lisete : Bom, sobre a sua família o Hector sempre me contava tudo então é por isso que sei do seu pai e da sua mãe, não muito sobre você. Só soube do seu nascimento porque seu avô me disse, ele queria te conhecer e estava disposto a revelar a verdade para Aurélio, mas seu pai se revoltou e não quis saber, ele não deixou Hector te ver e nem te conhecer... você já tinha dois anos de idade. Hector insistiu e Aurélio? Se estressou e chamou a polícia, isso foi o que eu soube pelos vizinhos da rua que seus pais moravam.
Anastácia : E o que aconteceu depois?
Lisete : Ele correu para a minha casa e me contou tudo que tinha acontecido, e quando terminou de desabafar ele me disse que tinha que fazer uma coisa e por último, me abraçou me agradecendo por tudo e... pelo meu silêncio. Eu poderia ter entregado ele a polícia, mas não fiz isso, não fiz porque desde que eu tinha sido demitida da mansão Pacheco o seu avô foi meu único amigo e que conversava comigo com frequência, até mesmo Mary havia se afastado um pouco de mim e eu até entendi na época. Ela estava com a família dela e eu nunca... tive ninguém - Notei a expressão triste no rosto de Lisete e toquei na sua mão que estava em cima da mesa.
Anastácia : Você não tem família? - Pergunto e ela faz um sinal de negação com a cabeça.
Lisete : Não quero falar sobre isso. Vou resumir mais uma vez a história para você, eu só sei que depois daquele agradecimento do seu avô eu me senti estranha depois... e foi depois que eu soube que ele havia se matado. Fiquei sabendo pelas pessoas que a polícia tinha encontrado o corpo de Hector morto em uma velha casa, ele havia se enforcado na maçaneta da porta do quarto com alguns fios.
Fiquei horrorizada quando ela me falou como ele havia falecido, ele só queria me conhecer e Aurélio foi tão... imbecil. Apesar dele ter assassinado pessoas, pelo jeito que essa senhora fala dele, ele tinha um lado bom.
Afastei minha mão da mão de Lisete e encarei o copo de vidro.
Lisete : Ele fez muita coisa errada mas quando retornou depois de alguns anos, não sei como ele ficou sabendo do seu nascimento mas ele me contou que estava disposto a mudar, só precisava de ajuda e eu tentei, fiz de tudo para ajudá-lo mas... não pude evitar isso - A mulher dizia com a voz embargada e quando olhei para ela, seus olhos estavam marejados.
Anastácia : Eu não cheguei a conhecer o meu avô, mas fico triste só de imaginar que ele queria mudar e só você Lisete acreditava nele e mais ninguém, acho que isso o deixou triste, abalado.
Lisete : Eu também penso o mesmo querida - Ela disse enxugando as poucas lágrimas que escorriam pelas suas bochechas.
Senti meu celular vibrando no bolso da minha saia e em seguida o peguei para ver quem me ligava, era Roberta. Meu Deus Roberta!
Lisete : Se for quem eu estou pensando, você deve contar a verdade para ela Anastácia. Ela é a herdeira da herança que o pai dela deixou e não o hipócrita do irmão dele que se apoderou de tudo.
Anastácia : Ela é herdeira da herança que o pai dela deixou? Realmente ela precisa saber - Me levanto da cadeira e ajusto minha saia - Só tem um problema Lisete, ela não quer mais saber quem são os pais biológicos dela.
Lisete : Mas ela tem que saber querida, ela tem o direito de saber toda a verdade. A mãe dela ainda está viva.
E eu não gosto de me lembrar que é a Luciana. Ainda estou surpresa em relação a isso.
Anastácia : Eu irei contar - Solto um suspiro pesado e vejo Lisete se levantar da cadeira também - Mas não hoje, ainda estou tentando processar tudo que me contou.
Lisete : Eu entendo.
Olho a hora no meu celular e entendo o porquê Roberta me ligou, já eram nove horas da noite e aposto que ela queria saber se eu iria dormir em casa ou não.
Espera, se ela me ligou então ela está acordada... estranho, ela quando dorme de noite e cedo, só acorda no outro dia.
Resolvi enviar uma mensagem para o JK avisando que minha conversa com Lisete havia acabado.
Lisete me levou até a porta e em seguida a abriu, olhei para a rua que não tinha ninguém e cruzei os braços.
Lisete : Eu disse que a rua aqui de noite é perigosa, mas como praticamente todos já sabem quem você é então não deve temer Anastácia, se alguém mexesse com você esse alguém seria uma pessoa morta - Ela disse me olhando e eu a olhei confusa.
Anastácia : Todos já sabem quem eu sou? Mas eu não costumo vim muito nesse morro - Digo e ela sorrir, já estou começando a acreditar no que JK me disse mais cedo. Essas pessoas estão é loucas - Lisete, posso te fazer mais uma pergunta?
Lisete : Claro.
Anastácia : Por que decidiu contar sobre os pais biológicos da Roberta só agora?
Lisete : Soube que ela está grávida então, ela precisa saber que é rica. Fiquei calada tempo demais querida e eu também não sei se amanhã estarei viva - Ela deu de ombros e eu toquei no seu ombro.
Anastácia : Que Deus te dê muitos anos de vida e saúde Lisete, e felicidade também - Digo dando um sorriso fechado para ela e ela retribue. Pelo pouco tempo que conversei com ela, percebi que ela deve morar sozinha e só deve ter aquele gato preto para fazer companhia a ela.
Avisto uma moto vindo na direção da casa de Lisete e penso até em ser algum bandido, quando a moto e a pessoa que estava em cima dela se aproximou, pude ver que era o desgraçado.
Olhei para Lisete mais uma vez e agradeci por ela ter me contado tudo que eu precisava saber.
Sai de sua casa e me aproximei da moto onde JK estava, olhei para trás e a senhora já havia fechado a porta.
JK : Ocorreu tudo bem? - Ele perguntou e eu olhei para ele.
Anastácia : Sim, ela me contou tudo que eu precisava saber
JK : Ótimo, sobe aí que irei te levar em casa - Ele disse e eu o encarei.
Anastácia : Não gosto de andar moto, prefiro táxi - Digo e ele me encara e em seguida rir de canto.
JK : Táxi a essa hora? Você não vai de táxi ruivinha, vamos sobe aí - Ele me entrega um capacete e eu reviro os olhos.
Coloco o capacete e não demoro para sentar na garupa da moto, sinto um cheiro de perfume desconhecido por mim quando aproximo meu rosto do pescoço de JK.
Anastácia : Com quem você estava? - Pergunto antes que ele desse partida.
JK : Com ninguém, por que essa pergunta?
Anastácia : Esse perfume não é seu - Sou direta e escuto ele rir. Deve ser perfume novo ou não sei, por que diabos estou me importando com isso? Eu deveria ter ficado quieta.
JK : E eu achando que era ciumento - Ele riu e eu dei um tapa no seu ombro.
Anastácia : Não é ciúmes, eu só achei estranho e vamos logo - Coloco minhas mãos na sua cintura e ele rir mais uma vez.
JK : O perfume é novo madame, e eu não mordo você sabe disso então é melhor agarrar minha cintura se não quiser sofrer um acidente - Ele diz me fazendo revirar os olhos, agarro a cintura dele com força e bufo - Assim é bem melhor - Eu não estava vendo o rosto dele mas tinha certeza que ele estava com um sorriso irônico nos lábios, desgraçado.
----------------------------------------
Espero que tenham gostado votem e comentem...
Bjoooooooooooooooos 😍❤🖤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro