Capítulo único
Japão, Tókio, cinco anos antes, mansão da família Shuichi...
Kurama Shuichi
Fazia um ano que eu estava noivo de Shizuka Kowabara — nós nos conhecemos no último ano da faculdade, e ao conhecê-la, bem no auge da minha juventude, eu me apaixonei perdidamente por ela e ela se apaixonou por mim. Começamos a namorar, e naquela noite de sexta-feira estávamos oficializando o nosso noivado.
Nossos amigos e parentes foram em peso para brindarem a nossa felicidade. A festa estava quase completa, pois estava faltando só a presença de meu amigo Shinobu Sensui — um amigo que eu prezava tanto e que o tinha como meu irmão. Porém, Shinobu se encontrava na França, e provavelmente ele não poderia ir para a festa do nosso noivado, fato que me deixava um pouco triste. Afinal, eu desejava que ele estivesse junto de mim, para partilhar da minha felicidade.
A festa seguia a todo vapor, todos estavam se divertindo, e para minha surpresa Sinobu apareceu para na festa, me deixando ainda mais feliz.
Eu apresentei minha noiva a ele. A princípio, eles conversaram só o básico. Mas ambos vieram se aproximando mais e mais, se tornando amigos bem próximos, e essa amizade só vinha crescendo mais a cada dia.
Num belo dia frio de inverno, eu resolvi visitar Shizuka de surpresa, em seu apartamento. Comprei um buquê de orquídeas para ela e um vinho bom. Porém, ao chegar em seu apartamento, e por eu ter a cópia das chaves, eu adentrei ao mesmo como sempre eu costumei a fazer. Só que dessa vez esse meu simples ato me rendeu uma visão horrível que dilacerou meu coração e me fez mudar por completo... Ao presenciar minha amada noiva na cama, com meu estimado amigo e irmão de consideração, meu coração se dilacerou e me transformei por completo num ser totalmente desalmado e sem coração.
Logo nós rompemos o noivado, pois ela decidiu ficar com ele...
Itália, Venesa, dias atuais...
Passaram-se anos, e mesmo assim o coração de Kurama continuava repleto de dor e puro ódio. Ele passou cinco anos arquitetando um plano perfeito, ou quase perfeito, de vingança, pois aos poucos conseguiu reunir valiosas e importantes informações de Sinobu e Shizuka. O homem ficou sabendo que os dois estavam casados há pouco mais de três anos, e que ambos viviam um casamento perfeito. Porém, ainda com seu coração cheio de ódio, veio para Veneza motivado por sua vingança.
Ele estava disposto a tudo para cumpri-la, custasse o que custar. Iria se vingar de ambos, e foi isso o que ele fez.
Numa noite fria de inverno, em que a neve castigava severamente a linda e romântica cidade de Veneza, ele pôde colocar seu plano de vingança em ação. Após subornar o chefe de segurança da casa de Sinobu, ele conseguiu entrar facilmente em sua mansão. Foi andando cuidadosamente e vagarosamente pelo vasto jardim coberto de neve, e ao passar pelo vasto jardim, conseguiu entrar ao interior da mansão que por sinal era bem grande.
Seguiu subindo a enorme escadaria branca, até chegar num vasto e largo corredor cheio de portas, as quais ele deduziu serem suítes. Então, assim começou a sua procura pelo casal, fato que não demorou muito por causa dos gemidos vindos de uma das suítes. Ao adentrá-la, possuído por um ódio mais extremo por ver tal cena, deu vários disparos no casal que fazia amor — ele atirou até descarregar a sua arma e logo o sangue de ambos manchavam os lençóis brancos de cetim.
Após ter matado os dois, saiu correndo da mansão, mas antes “se livrou das provas” e forjou um cenário de homicídio seguido de suicídio, conseguindo então retornar para a sua terra natal.
Mas devidas as investigações do juiz Uramechi Yusuke, o homem que pensara que cometeu um crime perfeito, foi descoberto, sendo preso para cumprir anos de prisão.
Realmente valeu apena o que ele fez? Valeu apena acabar com duas vidas, mesmo tendo sido traído, e agora saber que perderá sua juventude na prisão?
Atualmente, amargando atrás das grades, ele enfim percebeu que a vingança não leva a lugar nenhum, a não ser a desgraça...
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