Capítulo Trinta e Três
Eu havia aprendido a definir Bastiel como complicado, assustador, traumático, forte, determinado, mas nunca como um grande idiota; mas agora eu tinha a leve expressão de que ele era completamente idiota.
Observo-o correr em direção a um lobo, dando um soco em seu focinho, me deixando zonza.
--É o Bastiel...--Digo o óbvio, olhando para Chace que confirmava com sua cabeça.
--O que ele pensa que está fazendo?
--Socando um lobo...
Eu estava perplexa, olhos arregalados. De onde Bastiel havia saído? A um segundo atrás só havia os animais aparecendo, agora Bastiel estava socando um lobo em nossa frente, com vários outros animais se aproximando, que fitavam a cena de uma forma estranha, mas sem atacar. Por que não estavam atacando?
--BASTIEL?!--Grito seu nome, não recendo resposta alguma.--AONDE VOCÊ ESTAVA ANTES?!--De novo, não obtenho resposta, então bufo, totalmente irritada.
A gente ataca?
Levo um susto ao escutar a voz de um dos animais, olhando para de onde vinha. Raposas vermelhas eram fofas... Na minha cabeça.
Não sei, estou presa na luta do meio touro com o lobo.
Diálogo interessante, muito interessante, se quisessem poderiam dialogar por dias a fio que eu pouco me importaria.
Na briga no chão, eu não sabia quem venceria.
Bastiel!
Me tremo toda ao escutar Clarisse, tremendo mais ainda aos rosnados começarem, seguidos de um chorinho do lobo que lutava contra Bastiel.
As Coisas estavam aí, juntos com as Fadas, pareciam bem... Pareciam, porque eu não tinha certeza. Aparentavam certo grau de medo, fitando a cena de forma assustada. Poucas Coisas, muitos animais. Felizmente nenhum animal tinha magia. Eu achava que não tinham magia... Bem, eu rezava para não terem magia.
--AONDE VOCÊS ESTAVAM?!--Grito em direção a elas, querendo ter certeza que elas me dariam alguma explicação plausível pelo sumiço.
Ela nos prendeu, nos deixou no escuro, não tivemos a mínima chance!
Eu havia dito para a Floresta deixar as Coisas de fora, mas ela havia quebrado a promessa, os trancando no escuro.
Querida, você disse no sentido de não os machucar e não os matar, mas não disse que eu não poderia mantê-los totalmente fora deixando vocês dois sozinhos.
Gano de raiva, não pelo o que ela havia dito, mas sim por estar lendo meus pensamentos.
--Você pode fazer o favor de parar de ler meus pensamentos?!
Um de seus costumeiros risinhos soa.
Querem saber? Lutem, podem lutar, dessa vez eu não estou blefando, então se vencerem, eu livro a Vila dos Perdidos das minhas garras, vocês e as Coisas estarão livres também e eu deixo de atacar humanos. Já as fadas, bem... Estarão livres.
Ela estava blefando, eu a conhecia o suficiente para saber que ela estava, mas eu também a conhecia o suficiente para saber que ela acreditava plenamente que iríamos morrer, o que significa que poderia não estar blefando. Nós só precisávamos vencer, mas como?
Dou pequenos passos para trás ao ver os animais começarem a se aproximarem de nós, cada vez mais perto de nossos corpos pequenos e desprotegidos.
Olho para as Coisas logo atrás de nós dois. Pareciam assustadas, sem saberem o que fazer perante aquilo, como se ainda estivessem presos no escuro.
Certo, então vamos lutar...
Arqueio uma sobrancelha em direção à Bastiel, que agora já se levantara de cima do lobo, esse que se encontrava morto no chão em sua frente.
--Clarisse?
Ela volta seus olhos para mim. Uma raposa estava quase pulando em cima de nós dois.
Se morrermos, pelo menos foi por uma boa causa...
Pulo para trás, puxando Chace junto comigo quando a raposa pula, fazendo com que ela caia de cara no chão. Corro em direção às Coisas, vendo-as se prepararem para atacar. Algumas empurravam as crianças para longe, as impedindo de se machucarem.
Sinto muito por termos sumido, não fazia parte do plano. Ela também nos ameaçou na escuridão.
Me viro em direção à Hanna, suspirando diante de sua confissão. Era óbvio que a Floresta havia as ameaçado, mas elas não abaixaram as cabeças, por isso que a última parte do que a Floresta disse antes de nos deixar a beira da morte havia soado tão irritada e com um rosnado.
--Eu sinto muito por meter vocês nessas...
É uma revolução, não?
Tranco minha respiração ao ver todos atacarem.
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