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Capítulo Quatorze


Maluquice. Nós havíamos conseguido o impossível, agora não sabíamos como lidar com a situação. As Coisas estavam furiosas, desde as mais novas até as mais velhas. Eles queriam vingança e, conforme mais pediam, mais forte a chuva ficava.

Olho para Chace. Estávamos sentados em um canto da caverna, comendo algo de aparência duvidosa, mas era aquilo ou comer terra molhada.

--O que faremos?

A minha pergunta não havia saído como eu queria que saísse de minha boca, ela havia saído cansada, fraca e estranhamente molhada.

Era possível que a voz saísse molhada?

Chace larga a comida no chão, aparentemente preferia terra molhada.

--Nós temos que ajudá-los também, não apenas ajudarmos a nós mesmos, a Floresta não os trata como deveria.

Concordo com suas palavras, até eu havia ficado magoada com a negligência e maldade da Floresta para com as Coisas.

--Okay, mas como faremos isso?

Escuto um suspiro sair de seus lábios secos antes de ele me olhar com uma sobrancelha erguida.

--Não faço a mínima ideia, você faz?

Abro a boca para dizer algo, mas não consigo terminar ao ver Bastiel aparecer em minha frente. Sua expressão ainda feroz, com seus passos duros e pesados complementando o meu medo.

Por que ele tinha que ser tão assustador?

Eu não sabia que ela podia controlar o tempo, mas essa chuva está de matar, já entrou vários animais aqui dentro. Estão fazendo um ensopado de coelho, querem um pouco?

Eu queria saber onde que havia ido parar aquela voz assustadora, porque agora ele estranhamente estava utilizando uma voz muito mais humana e doce, como se a um tempo atrás não tivesse feito a gente tremer diante dos seus olhos furiosos, de sua voz grossa e animalesca e de seus passos pesados.

--Bem, acho melhor não, mas o que é isto? --Levanto o que eu estava comendo.

Bastiel pega a coisa da minha mão, me fazendo revirar os olhos. O que custava apenas olhar? Tocar não parecia ser necessário.

--Isso é rã, alguns aqui amam.

Sinto o vômito subindo, porém consigo o trancar na minha garganta. Eu estava comendo rã? Eu estava comendo rã! Seria muito melhor se eu não tivesse ficado sabendo.

--A aparência era suspeita.

Olho para Chace irritada. Eu deveria ter largado a carne estranha antes, agora ele viveria me lembrando que eu havia comido uma rã pelo resto de minha vida, que poderia ser tanto curta quanto longa.

--Carne de rã, poderiam ter me dito...

Bastiel não diz nada, fitando um ponto fixo na parede, o que me faz levantar uma sobrancelha de forma confusa, esperando ele dizer algo.

Eu amava o meu filho... A mãe dele morreu durante o parto, foi o pior dia da minha vida. Meu filho era imensamente parecido com ela, sempre tentando sair da Floresta... Sabe, ele sempre gostou de olhar as crianças brincando na Vila, ele queria ser totalmente humano, mas nós somos aberrações...

Sinto algo doer em meu peito, aberrações... Eles eram mantidos na Floresta como o lixo era mantido no lixão da Vila... Longe de todos.

--Eu sinto muitíssimo, --Começo. -- Nós iremos vingar ele, eu prometo.

Era óbvio que a Floresta havia dado um fim nele por achar que era uma ameaça. Ela queria que ninguém soubesse da existência das Coisas, já o filho de Bastiel queria sair da floresta e se mostrar para as pessoas da Vila, coisa que ela não poderia deixar acontecer.

Ele precisa ser vingado...

--Como era o nome dele mesmo?--Chace pergunta, seus olhos atentos em Bastiel, esse que ainda fitava um ponto fixo na parede de pedra atrás de mim.

Joseph... O nome dele era Joseph...

--Nós iremos vingar a morte de Joseph, custe o que custar.

Eu não tinha certeza se acreditava em minhas próprias palavras, mas eu sabia que Joseph precisava ser vingado. A Floresta não poderia sair impune de seus males.


A chuva não se encontrava disposta a cooperar. Parecia que a Floresta realmente tinha poder sobre o tempo, o que me deixava realmente nervosa. Como poderíamos derrotar algo tão forte? Nós não tínhamos chances contra ela.

Nós encontrávamos em frente à entrada/saída da caverna e fitávamos a chuva como se ela fosse um obstáculo, o que de fato era. Tínhamos que dar um jeito de parar de chover, ou ao menos de passarmos por ela de alguma maneira, embora nós não soubéssemos o que iríamos fazer depois disso acontecer... Nós também nem iríamos sobreviver caso conseguíssemos passar, mas valia à pena tentar, mesmo que soasse suicida.

--Bastiel, alguma ideia?

O meio touro se encontrava atrás de mim, sua expressão zangada fitando a chuva.

Eu imaginava que a Floresta deveria estar escutando tudo que dizíamos, estando totalmente a par no nosso plano de ir contra ela.

Não sei como passaremos pela Chuva, mas imagino que seria super divertido se nós fossemos até a Vila. Eu sei como encontrar a saída, ela não pode tirar isso de mim. Podemos nos mostrar para os humanos, podemos ficar na Vila...

Bastiel soava tão sonhador, tão certo de que conseguiríamos ir contra a Floresta, que eu temi falar que não era tão fácil, que as pessoas da Vila não aceitariam eles, que muito provavelmente gritariam e pediram pela morte deles, jogando pedras, atirando com as armas de caça, essas dificilmente usadas.

--Claro, nós entraremos na Vila com vocês, mas eu peço que tenham paciência, já que muito provavelmente não irão aceitar vocês fácil... Eles irão pensar que estão atacando.

Ele concorda com a cabeça, ainda sem tirar a expressão de seu rosto. 

Eu pensava ser Bastiel costumava acampar com Joseph, se ele costumava contar histórias para o garoto quando ele era criança. Pensava se Joseph gostava de brincar com as outras Coisas pela floresta... Bem, ao menos eu sabia que a dor de Bastiel era tão grande que ele estava sendo capaz de ir contra algo muito maior que ele.

Olho para Chace, ele avaliava a chuva forte, os trovões e o vento grotesco que entrava pela entrada da caverna. 

Se a Floresta era tão forte, por que ela ainda não havia tentado desabar a caverna em cima de nós? Bem, soava idiota eu pensar em algo assim, ainda mais porque eu estava basicamente que dando uma ideia, mesmo sem falar.

Será que ela era capaz de ler mentes?

Eu nunca pensei que eu fosse precisar daquilo...

Levanto uma sobrancelha para Bastiel.

--O quê?

Ela não vai ficar muito feliz...


Okay, eu acreditava em tudo que havia acontecido até o momento, mas como eu poderia acreditar no que Bastiel havia acabado de me dizer? MAGIA! Era a mesma coisa que Nozes havia dito. Ele havia dito que o riacho era movido por magia. Magia não existia, estava longe de ser algo real, mesmo que animais falantes, criaturas meio humanas/animais, também não deveriam existir, mas existiam.

--Bastiel, me explique. Como assim nós poderíamos passar pela chuva usando magia?

Ele suspira, olhando para as Coisas atrás de nós antes de voltar a sua atenção para mim. A sua expressão se encontrava pensativa.

Bem, eu não posso fazer magia, nenhuma outra Coisa aqui consegue, mas a minha avó pode... Ela é feiticeira, não está aqui entre nós... Digamos que ela não gosta muito de se mostrar, principalmente depois do que fez...

Uma avó capaz de fazer bruxaria? Bastiel não aparentava ser tão novo, quantos anos será que a sua avó tinha?

Balanço a cabeça. Eu não estava afim de saber,  era demais para mim pensar que magia existia, também era péssimo o pensamento da única Coisa aí capaz de fazer magia ser muito velha para conseguir nos ajudar.

--Certo. Onde está a sua avó?

Bastiel faz uma careta, sinalizando para mim e Chace seguirmos ele. Sinto Chace pegar a minha mãe, me guiando pelo caminho que Bastiel nos levava.

Em cada parte da caverna que eu estive, fora possível ver que é um local extremamente limpo, porém, estranhamente, o caminho pelo qual Bastiel nos levava não era muito higiênico. Havia inúmeras teias de aranhas espalhadas pelo corredor, além de eu poder ouvir as donas das teias falando a minha língua, mesmo que elas fossem aracnídeas.

Eu sentia o meu coração acelerado. Estava começando a ficar com medo da avó de Bastiel. Quem vivia em um lugar tão mal cuidado?

Bastiel para de andar, tossindo antes de bater na única porta de madeira que eu havia visto naquela caverna.

O momento de espera fora agonizante, ainda mais pelo motivo de uma aranha chata ficar tentando subir em cima da minha cabeça, mas eu ou Chace sempre dávamos um jeito de tira-la de perto de mim, tento que aguentar os insultos nenhum pouco filtrados dela.

A porta se abre, arrancando um suspiro de mim, porém eu acabo engasgando ao ver a aparência da avó de Bastiel.

--Quantos anos você tem?

Tampo a minha boca. Como que aquilo havia saído de mim?

A "idosa" não aparentava ter mais de trinta anos, o que me fazia ficar "levemente" assustada. Olho para Chace com uma sobrancelha arqueada, vendo que ele fitava a mulher de forma intensa, seu rosto contorcido em uma careta, as perguntas saindo soltas de seus olhos.

Você é idosa?

Bastiel nos enganou ao dizer que você é a avó dele?

O que você usa na pele?

Okay, essas não eram as perguntas de Chace, mas sim as minhas, já que era impossível de acreditar que aquela mulher fosse mesmo avó.

Okay, ela não era bovina da cintura para cima, mas sim da cintura para baixo, o que deixava a gente ver os cabelos loiros ou brancos (eu não conseguia ter certeza, parecia que as duas tonalidades se misturavam), descendo pelos ombros em ondas. Os olhos eram castanhos escuro, iguaizinhos aos de Chace, o que me faz engolir em seco. Eu não queria que mais alguém tivesse os olhos magníficos de Chace Arthur Franklin. A cintura era fina, os seios aparentemente eram perfeitamente levantados e medianos. O rosto não aparentava ter nenhuma ruga... A mulher deveria mesmo saber fazer magia.

Bastiel, aconteceu alguma coisa?

Bastiel suspira, olhando para mim e Chace como se perguntasse se valia à pena ele estar fazendo aquilo... Eu tinha a leve impressão de que ele tinha medo da avó, mas não estava afim de provocá-lo.

Bem... Nós precisamos da ajuda da senhora para fazer algo...

Observo ela levantar uma sobrancelha, avaliando Bastiel antes de olhar para mim e Chace. Seu rosto era uma careta, fazendo com que algumas poucas rugas aparecessem em sua face, mas nada que deixasse ela menos impecável.

Bem, vejo que andaram ocupados, irá pedir para eu matar esses humanos como na última vez que apareceu aqui?

Arregalo meus olhos, puxando o braço de Chace e o abraçando. Eu queria confiar em Bastiel, então esperava que ele não mudasse de ideia e dissesse para sua avó nos matar.

Um trovão canta ao longe, me fazendo estremecer, sentindo Chace chegar mais perto de mim, me deixando abraçar o seu braço de uma forma melhor. Chace estava com medo ou querendo me proteger... Pelo olhar dele, estava bem claro que era medo.

O quê? Não, eu não quero que você os mate, eu quero que você faça outra coisa...

Deixo um suspiro escapar de meus lábios, afrouxando o aperto que eu dava no coitado do braço esquerdo de Chace.

A idosa, nem tão idosa assim, levanta uma sobrancelha para Bastiel.

E o que seria?

Bastiel suspira, movendo os cascos de uma forma extremamente nervosa.

Por que será que ele tinha tanto medo da avó?

Nós queremos ir contra a Floresta... Descobri hoje que ela mentiu para mim... Meu filho foi encontrado morto, seu bisneto foi encontrado morto... Eu estou sem chão, precisamos da sua ajuda...

Aquelas palavras tiveram um peso enorme, não só para mim e Chace, que provamos da melancolia de Bastiel antes, tanto quanto agora, mas para a avó, que diante de tais palavras, envelheceu uns trinta anos.

Dou três passos longos para trás, puxando Chace junto comigo, esse que solta um gritinho nada feminino ao se chocar contra uma teia de aranha, essa que envolve toda a sua cabeça. Ajudo ele a tirá-la, olhando em seguida para a idosa, que agora já voltara a ter um aspecto jovem e belo.

Joseph foi morto?

Aquela pergunta corta o meu coração, não pelas três palavras proferidas, mas pela forma que aquilo havia sido expelido da boca da mulher. Uma voz cansada, fraca e melancólica... Quase tão triste quanto a de Bastiel.

Foi, o que significa que você não tem mais motivos para me aturar, assim como eu não tenho para a aturar...

Você ainda é o meu neto Bast...

Eu não estava entendendo onde a conversa deles estava chegando. O que significava que a avó não tinha mais motivos para aturar o próprio neto? Tinha a ver com o medo de Bastiel ao falar com a mulher?

Olho para Chace com uma sobrancelha erguida, mas esse não devolver o olhar por estar absorto nas duas Coisas à nossa frente.

Eu sei que eu sou o seu neto vovó, mas você bem sabe do porquê disso, bem sabe do porquê de não convivemos...

Eu estava com uma vontade extrema de perguntar o porquê de eles não conviverem, mas Bastiel se vira para nós, me fazendo automaticamente mudar de ideia.

O que vocês estão fazendo tão afastados? Vêm para cá!

Sigo ainda abraçada ao braço de Chace até Bastiel, me parando bem em frente a idosa, nem tão idosa assim, que passa a olhar para mim como se eu fosse um objeto de muito valor.

Nós precisamos que você faça a sua mágica, para a chuva parar, de uma forma que a gente consiga ir até a Vila.

Ela levanta uma sobrancelha para Bastiel, seu olhar dizendo que ele era louco de pedir para ela fazer algo tão perigoso.

Você só pode estar brincando? Você está querendo ir contra uma coisa muito mais poderosa que nós dois juntos. Tem ideia de que isso é uma burrice?

Com toda a certeza era a avó mais sincera que eu conhecia... Agora estava com medo de Bastiel não conseguir convencê-la.

Vovó, ela matou o meu filho, ela matou o seu bisneto. Eu quero vingança, pelo Joseph e por todas as coisas péssimas que ela nos faz passar. Por favor...

Ela não parecia convencida, nem eu me convenceria tão fácil, mas tinha algo no olhar dela, na forma que ela fitava Bastiel de forma intensa, que me fazia acreditar que ela nos ajudaria.

Por favor... Eu faço qualquer coisa...

A mulher suspira, adquirindo alguns anos a mais antes de olhar para mim e Chace de forma atenta.

Por Joseph, farei isso por Joseph.

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