Capítulo Nove
Se tivessem me dito quando eu tinha 5 anos que eu teria que salvar Chace Franklin de criaturas meio humanos e meio animais, eu teria rido feito uma doída da cara da pessoa. Agora eu vagava entre as árvores, ouvindo animais conversarem entre si, me fazendo duvidar se tinha animais que não falavam a minha língua naquele lugar.
Aquela humana parece apetitosa...
Amei o cabelo dela...
Acorda, ela é humana!
Estava começando a entrar em pânico, algo normal levando em conta que eu estava me segurando desde o momento que acordei naquele lugar. Eu estava andando ao maior tempão em direção ao leste. Não havia achado as Coisas... Não havia tido um vislumbre delas. Será que haviam ido em outra direção? Será que eu acharia Chace? Será que ele estava vivo? Meu peito subia e descia rapidamente, minhas pernas estavam começando a ficar bambas, meus pensamentos só vagando para os lugares errados. O que eu faria se ele não estivesse mais vivo?
Chace Arthur Franklin morreu porque Meredith Elizabeth Riley não chegou a tempo de lhe salvar e ainda comeu um monte de frutas e bebeu água fresca enquanto ele estava sendo devorado por criaturas meio humanas e meio animais em um lugar desconhecido.
Bufo irritada, eu estava muito perdida, acabada, perfeitamente destruída. Nunca sairia daquele lugar com vida. Nunca sairia daquele lugar sem Chace, nunca me daria ao luxo de achar a Vila dos Perdidos sem Chace. Eu precisava daquela anta, eu precisava de Chace Franklin!
Ei!
Travo no chão. Eu me lembrava daquela voz, eu me lembrava muito bem daquela voz.
Me viro devagar, rezando para não ser o que eu achava que era. Mas olhando para o meu azar, era meio óbvio que seria. Aquela ursa, aquela maldita ursa estava em minha frente, me olhando irritada.
Você não estava doente?!
Tusso falso e começo a fazer as minhas pernas tremerem, vendo-a me olhar de forma estranha. Fingir novamente não custava nada. Só esperava ser tão boa atriz quanto Chace naquela encenação.
--Sim, eu estou doente, acho melhor você se afastar.
Aonde está o garoto?
Pela primeira vez eu agradeço por Chace não estar comigo.
--Morreu, eu estou sozinha agora, prestes a morrer também, não estar vendo? As minhas pernas estão bambas.
Vejo ela dar alguns passos para trás, olhando para os lados antes de focar em minhas pernas que estavam bambas.
Foi bem rápido, não sabia que doenças matavam tão rápido.
--Bem, esta mata, mata muito rápido, tanto que eu encontrei Chace morto hoje de manhã. Ele não sobreviveu à noite, e eu acho que não passo dessa manhã.
Tusso umas cinco vezes seguidas, vendo ela dar mais quatro passos rápido para trás, acabando por tropeçar em uma raiz, mas se mantendo em pé.
Certo, espero que tenha uma morte tranquila.
Vejo ela sair de forma lenta da minha frente, me olhando com os olhos ferozes, esses que me fazem tremer mais. Ela provavelmente não estava tendo muita sorte para encontrar uma comida decente.
Okay, eu havia quase sido morta duas vezes pela mesma ursa. ee ela não me entendesse, eu já estaria em outro lugar. quem sabe, junto a Chace.
Por que eu insistia em pensar que ele estava morto? Isso era deprimente.
Respiro fundo, voltando a andar. minhas pernas ainda tremiam devido ao nervosismo, fazendo com que eu tivesse que me segurar nas árvores, temendo cair no chão. Mas eu tinha certeza que acabaria caindo novamente. Não estava tendo muita sorte, estava apavorada, as chances eram imensas de eu acabar morta naquele chão até o final do dia.
Quem sabe fosse mais fácil se eu não procurasse, se eu aceitasse que ele poderia já estar perfeitamente morto e que minha caminhada para achá-lo provavelmente não levaria a nada. Mas eu conhecia Chace, eu sabia que se eu estivesse perdida, ele me procuraria até o fim. Ele não desistiria de mim, pelo menos não até ter certeza que eu estava morta.
Respiro fundo, me acalmando aos poucos. Não poderia me dar ao luxo de não conseguir me mexer. Chace precisava de mim, da mesma forma que eu precisava de Chace.
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