Capítulo Dezenove
Me sento no chão, pernas cruzadas no espaço vazio. Era a clareira, mas em minha cabeça, sem barulho nenhum para deixar a minha mente barulhenta em silêncio. A Floresta havia feito questão de me prender em mim mesma.
Me sentia ansiosa, pensamentos correndo na mesma direção, ansiosos para saberem como estava tudo entre os Lobisomens, Chace e as Coisas. Chace e as Coisas estariam vencendo ou os Lobisomens? Será que Chace já havia morrido? Quais eram as chances de vencerem dos Lobisomens? Tudo bem que as Coisas pareciam ser imensamente fortes, mas eu duvidava que fossem capazes de derrotar um monte de Lobisomens. Eram cruéis, assustadores e não pensariam muito antes de atacarem as Coisas e as matarem a sangue frio.
Bufo, levando as mãos aos olhos, limpando o local encharcado... Me sentia tão fraca por estar chorando no momento. Era tão idiota... Eu deveria estar sendo forte, forte para a Floresta não ficar rindo da minha cara... Mas era tão impossível, tão completamente impossível...
Eu era fraca, eu era o significado de fraqueza.
Como era possível que eu ainda estivesse viva? Eu já deveria ter sido morta há muito tempo... Eu era uma completa inútil.
Pensava nas Fadas, naquelas criaturas magicas que haviam me salvado... Tracy e Hanna.. Sem elas eu não estaria viva, o que provava o fato de eu precisar dos outros para me manter salva... Ou seja, era inútil, além de um peso nos ombros de todos.
Nozes havia morrido para ajudar a mim e a Chace. Eu era grata pelos poucos minutos que ele havia respondido as minhas perguntas? Eu era grata por ele ter dado a vida para ajudar a mim e a Chace quando ele poderia simplesmente nos deixar morrer? Eu era horrível o suficiente para não ter chorado em prantos pela sua morte desnecessária?
Eu era horrível, eu era terrível.
Eu não gostava de chorar, eu odiava chorar, mas ultimamente estava me achando tão familiarizada com a tristeza, que eu me via incapaz de fazer outra coisa que não fosse me entregar a elas... Elas me entendiam, mais que qualquer um.
Se Chace não tivesse inventado a Doença da Perna Bamba, eu também não estaria viva, ou seja, eu também devia a minha vida àquele garoto apaixonante, que agora estava lutando para me salvar das garras dos Lobisomens, das garras da morte, a qual eu havia me oferecido de bom grado para lhe salvar.
Pelo visto eu havia falhado em tudo, havia falhado em tudo desde o início.
As minhas lágrimas desciam desesperada pelo meu rosto, me levando a um estado onde eu já não era capaz de saber se eu estava viva ou morta.
Viva, eu infelizmente estava viva.
Deplorável.
Raiva, aquela voz estava impregnada de raiva.
Não consigo pensar em uma resposta decente para lançar, até pelo motivo de não fazer ideia se ela se referia a mim, ou a o que havia acontecido na clareira. Eu não fazia ideia do tempo que estava encolhida naquele chão de grama seca. Será que já havia acabado o que acontecia fora de minha mente? Ou ela apenas estava aí por ter se cansado do que acontecia?
Sim, você com toda a certeza ser encontra em um estado lamentável.
Reviro meus olhos, sentindo os mesmos arderem devido o esforço. Eu realmente não poderia ir contra o que ela havia dito. Estava terrível, seria mentira se dissesse que estava bem.
--Com.. Como anda a si..situação?--Pergunto com um esforço plausível, não saboreando o riso que ela havia dado em seguida.
Será que a situação estava mesmo deplorável, ou a Floresta não havia se dirigido a situação, mas sim à garota na grama seca?
Não há sinal de vitória para ninguém, mas o seu namoradinho se encontra bem machucado...
Levo um susto ao ver uma luz forte em minha frente, ofegando ao aparecer em minha frente uma imagem perfeita do que acontecia com Chace agora, esse que se encontrava no chão, sendo amparado por uma das Coisas. Estava completamente machucado, felizmente eu não era capaz de ver se uma parte de seu corpo estava quebrada. Mas seu rosto, seu rosto lindo estava ralado, além de seu terno lindo está todo rasgado.
A imagem desaparece, quase que rápido demais.
Chace... Por quê?
Meu porquê poderia significar muitas coisas, mas eu era incerta nessa questão.
Ele estava desacordado, desmaiado, muito provavelmente logo o matariam para valer e, com isso, seria adeus Chace Arthur Franklin.
Uma lágrima solitária escorre por minha bochecha, pingando em câmera lenta na grama seca... Diante do silêncio que se estabeleceu, quase fora possível ouvi-la caindo.
Por que, o quê, querida?
Respiro fundo, amassando a grama entre meus dedos.
Era idiota chorar, era idiota chorar, era idiota chorar...
Que eu continuasse repetindo isso até meus olhos secarem.
Okay, já que você não irá me responder, eu irei voltar lá. Logo volto aqui para lhe informar.
Aquela voz vinha tão cheia de maldade, tão cheia de que estava correta em tudo, que eu era incapaz de pensar que ela realmente estivesse errada na sua vingança.
Era a Mãe Natureza, com toda a certeza estava correta.
Me deito no chão, não me importando com mais nada ao começar a chorar em posição fetal. Eu era humana, humanos têm sentimentos... Eu errei, errei mil vezes, humanos erram, humanos não são perfeitos.
Eu havia errado ao pensar que Chace me deixaria morrer... Chace era uma pessoa ótima, eu por outro lado, sempre fora uma pessoa péssima, grossa, fria, que ninguém poderia amar de verdade.
Se Chace tivesse ao menos saído daqui quem sabe pudesse encontrar alguém melhor do eu, alguém que fosse capaz de o salvar de verdade... Alguém que não fosse tão cheia de defeitos.
Agora me sentia como uma fruta estragada naquele chão seco.
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