ꕥ Capítulo XIV ꕥ
Tʜᴇ Vɪʟʟᴀɪɴ Oғ Pʀɪɴᴄᴇ
Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ XIV
" Oh, no damsel in distress, don't need to save me
Once I start breathing fire, you can't tame me
And you might think I'm weak without a sword
But if I had one, it'd be bigger than yours!
— Ava Max - Kings & Queens"
"Para a minha adorável flor, Vanda Vllamir.
Soube dos acontecimentos tristes que ocorreram no território Vllamir. Lamento pela perda da Condessa, mas não devemos chorar pelas pessoas que não valem a pena. Suas lágrimas são especiais e unicamente destinadas a alguém importante. Portanto, venho por meio desta carta lhe alegrar, convidando-a para o próximo Baile de Primavera que acontecerá dentro de dois meses.
Baile este que ocorrerá como uma reunião do Jardim, assim reunindo todas as majestosas Flores deste reino.
Sua presença é indispensável.
Estarei lhe esperando, princesa Vllamir.
De seu eterno príncipe, Lowel Lencastre."
— Queria saber, o que se passa na cabeça desse idiota? — fechei os olhos imaginando como seria abrir a cabeça de Lowel e descobrir os pensamentos dele.
Os acontecimentos do Baile da Primavera ainda se mantêm frescos na minha memória. No livro, Vanda faz uma cena grotesca no meio do salão. Ela, que não tinha tido nenhuma atenção em toda a sua vida, tentou fazer com que o príncipe dançasse consigo. E ele a rejeitou, e ela como uma bobona, expressou suas emoções em público. Sendo alvo das mais maldosas línguas que ali continham. Vanda, que se sentia triste e humilhada, começou a gritar e agredir outra Flor.
Apelidada de A Flor Louca, Vanda sentiu na pele como foi ser odiada e evitada por todos na alta sociedade de RedKinolt.
Vanda era realmente uma vilã muito burra.
Levantei-me e fui em direção a escrivaninha, pegando um papel de cartas e uma caneta tinteiro. Traçando algumas palavras, escrevi uma resposta adequada para o príncipe deste reino:
"Ao meu estimado Príncipe Lowel Lencastre.
Confirmarei minha presença ao ilustre Baile de Primavera.
Porém, não sabia que o tão ocupado príncipe se preocupava com os assuntos internos da Casa Vllamir. Agradeço a gentileza e os cuidados com os seus humildes servos.
Vanda Vllamir."
Sorri ao terminar a resposta simples ao príncipe herdeiro. Assinei e carimbei com o símbolo da Casa Vllamir, um dragão rugindo com ferocidade. Dobrei o papel ao meio e o coloquei delicadamente dentro de um envelope de carta que havia dentro da gaveta. Selei a carta e entreguei a Analise que rapidamente se curvou e se retirou do quarto.
Passei os dedos pelos os longos fios negros, tentando traçar um plano para o tal evento que aconteceria em poucos meses. O príncipe certamente mudou, claro que mudaria. Eu mudei e com isso mudei o curso normal dos acontecimentos do livro. Era como um Efeito Borboleta, uma ação minha que causa vários eventos diferentes, saindo do curso normal da história.
Já que causei uma distorção, tenho que tirar proveito disso. Da melhor forma possível.
— Certo, vou ver o Conde! — respirei fundo e olhei para Aryeh, que arqueava as orelhinhas com dúvidas nos olhos.
Sorrir ao mandar Aryeh para fora para me trocar rapidamente. Tenho que aproveitar que o Conde está fragilizado com o que aconteceu com sua adorável família perfeita. Coloquei um vestido simples de cor clara, lilás, e apressadamente corri pelos corredores do castelo enorme.
Andando com a cabeça erguida, eu era a única que podia reger esse lugar.
Parei abruptamente e encarei o antigo retrato de Charlot completamente destruído. O rosto da mulher encontrava-se estripado por vários cortes feitos por um objeto afiado. E isso se repetia nos retratos seguintes da ex-condessa e também do seu filho ilegítimo. Chocada com aquilo, acompanhei os quadros da parede até o único que não havia nenhum resquício de ódio. O quadro de Lizbeth ainda continuava intacto na parede, mostrando sua incrível beleza perante os olheiros.
Apenas Lizbeth sobreviveu ao massacre aos quadros. Isso levantou uma dúvida sobre Dominic, e se ele realmente amou sua primeira esposa?
Sim, é uma teoria muito absurda. Mas é algo que pode ter realmente acontecido. Assim como Vanda sofreu bastante nas mãos de Charlot e nada foi citado no livro, um amor verdadeiro pode já ter aquecido o coração do tão temido Conde Vllamir.
Balancei levemente a cabeça, dúvidas e mais dúvidas nasciam em minha mente. O que realmente era a família Vllamir? O ódio que Dominic sentia de Vanda originou-se de quê? Mesmo ela sendo sua filha, sua primeira e única filha.
Eu não sei como abordar isso, em minha outra vida, eu não tinha um pai. Ou alguém semelhante a figura paterna. Só tive minha mãe e avó, que criaram muito bem minhas irmãs e eu. Minha mãe nunca falava sobre o meu pai e sempre que o assunto surgia, ela sorria forçadamente e mudava a conversa. A imagem do meu progenitor estava desfocada em minhas lembranças e eu nunca tentei correr atrás dele.
Minha família era ótima do jeitinho que era. Adorava isso.
Sinto saudades.
Solto um suspiro revigorante e volto ao meu trajeto final. O escritório de meu adorável pai deste mundo. O qual certamente não me receberia muito bem, já que por minha culpa sua esposa encontrava-se aprisionada sobre nossos pés, seu fiel cão estava morto e seu amado filho trancado em seu quarto. Daryl estava sendo vigiado dia e noite por guardas e estava proibido de sair do quarto até o conde decidir o que fazer com o menino ilegítimo. E por falar nele, o garoto não aceitará muito bem sua verdadeira raiz. E fez uma cena em frente ao escritório do conde, acusando-me de calúnia e de tentar destruir a condessa.
Mas Dominic não olhou mais para ele desde que colocou Charlot para fora.
Sorrir ao dar duas batidas na porta negra com detalhes marcantes.
Não houve respostas. Então voltei a bater consecutivamente até sentir o baque de algo acertando a porta e se espatifando. Encarei a madeira escura com olhos arregalados, Dominic realmente tinha arremessado algo de vidro, mesmo sem saber quem estava do outro lado da porta.
— Vai embora! — berrou ele de dentro do cômodo. — Já avisei para não me incomodar!
— É Vanda, sua filha! — gritei de volta, esperando ouvir outra coisa ser arremessada contra a porta.
Mas não, ouvir a porta sendo destrancada e aberta. O breu naquele lugar era imenso, tive que forçar a visão para poder reparar que Dominic havia virado as costas para mim e caminhava lentamente em direção à sua mesa. Certo, algo estava errado com o conde.
Caminhei para dentro do cômodo e fechei a porta atrás de mim. Forçando os olhos mais um pouco, consegui tatear uma mesinha e agarrar um castiçal. Na parte de baixo dele havia um espaço onde colocavam os fósforos, peguei um e acendi as velas ali. Iluminando o lugar, pude visualizar um ambiente totalmente destruído e revirado.
Pisquei os olhos em direção de Dominic, que pegava uma das várias garrafas de cristal de sua mesa e depositava um liquido negro em uma taça dourada. A luz da vela revelava um rosto muito consumido pelo cansaço, com olheiras, uma barba rala e cabelos bagunçados. Vestia-se com uma camiseta branca com alguns botões de cima abertos e uma calça, estava descalços e não se importava com isso.
— O que você quer? — indagou em um resmungo.
— O que aconteceu com você? — indaguei de volta, achando estranho aquele comportamento. Não era nada do que eu imaginava. Eu imaginava uma gritaria, um ódio ou uma tentativa de assassinato. Mas não uma visão terrivelmente lamentável do grande Conde Dominic Vllamir, o ser mais forte de todo o reino.
Ele soltou um sorriso de escárnio.
— O que aconteceu comigo? — virou-se para mim e deu um gole de seu liquido estranho. — Você, Vanda. Aconteceu você. — riu erguendo a taça em um brinde esquisito. — Tomou-me tudo, então, parabéns.
Dei um sorriso de lado quando ele cambaleou para trás e se apoiou na mesa. Estava claramente bêbado.
— Ainda não tomei tudo, papai. Ainda falta uma coisa. — aproximei com cautela e encarei sua face que me olhava com desdém. — Ainda falta o seu lugar. Seu posto de conde. Sua cadeira na liderança desse castelo.
Dominic me encarou até abrir a boca e começar a gargalhar. Franzir o cenho, esse homem está totalmente fora do contexto de um líder temido. No momento parecia mais um maldito bêbado de botequinho. Ri também, o que me faltava agora era um pai desestabilizado e bêbado para completar a sentença.
— Isso não irá acontecer. — ergueu o punho e limpou um pouco de liquido negro que havia ficado em sua boca.
Fiz uma carranca.
— E por que não? Só tem a mim como herdeira Vllamir. Sou eu a única filha do seu sangue! — coloquei a mão livre sobre o peito, apontando para mim mesma como sua única saída.
— Você é mulher, Vanda. — respondeu em um tom sério. Encarou-me e deu um suspiro pesadamente cansado. Pegou a garrafa de vidro na mesa e abaixou-se até o chão, sentando com as costas escoradas na mesa. — Há uma lei restritiva que nem os Vllamir's podem quebrar e ela proíbe que mulheres assumam o posto de líder.
Congelei, chocada ao ouvir aquilo.
Como eu poderia não saber disso? Li vários livros durante minha estadia nesse corpo e nada dizia sobre essa lei. Maldito seja! Como isso ainda pode ser possível? Não deixar uma mulher assumir o posto de líder.
Mordi o lábio com força, e agora? Como posso resolver esse problema? Quando acho que estou solucionando um, me aparece outro mais complicado. O posto de líder está tão perto de ser alcançado e uma parede de vidro chumbado me impede de chegar lá.
Almejei tanto o posto e nem ao menos notei que era do outro lado de um rio turbulento chamado patriarcado.
— Por que quer tanto assim o meu lugar?
— Essa sucessão de idiotas tem que acabar. — respondi friamente ao olhá-lo como se fosse um ser ignorante. — Vejo que não notou que todos que estiveram na liderança dessa família acabaram nas mãos do rei.
Ele franziu o cenho meio confuso.
— Prossiga.
— Meu pai, eu li e reli toda a história da Casa Vllamir. E pelo que me lembre, nosso lema é Superbia ante virtutem.
— Orgulho antes do poder. — pronunciou encarando-me fixamente. Seus olhos vermelhos queriam saber onde eu queria chegar.
— Nenhum homem desde o primeiro Vllamir usufruiu do seu real poder nesse reino. — sorri ao contar minha descoberta bastante avassaladora. Abaixei-me e sentei à sua frente, colocando o castiçal no meio de nós dois. —Todos, exatamente, todos os líderes seguintes não fizeram nada para avassalar mais o poder da nossa casa.
— Não precisamos de mais poder. — resmungou bebericando novamente a bebida. — Já temos mais do que o rei.
— Então por que ainda temos que abaixar a cabeça para ele? Se já temos tanto poder assim, o que aconteceu com o nosso orgulho?
Me olhando de forma pasma, Dominic quase cuspiu o liquido negro.
— Nossos ancestrais acabaram sempre morrendo da mesma forma, servindo os reis nas guerras. Servindo a uma guerra insana que os próprios reis causaram por suas incompetências de gerenciar o reino. Eles faziam suas merdas e vinham a nós, Vllamir's, para que resolvêssemos suas falhas. — apontei o dedo para a cabeça dele. — O senhor mesmo participou de guerras que poderiam ser facilmente evitadas. Quantas mortes poderiam ser poupadas? E o que ganhou com as mortes de vários soldados? Fama? Honra? Ou poder? O senhor conseguiu mais poder por vencer as guerras que participou?
— Não. — olhou para o lado, meio frustrado.
— Meu pai, preste atenção, temos mais territórios dentro deste reino que o próprio rei. Mas o que exatamente usufruímos desses territórios? — ele não respondeu, mas voltou a encarar-me intensamente. — Temos mais poder militar que o próprio rei, mas, usufruímos desse poder de forma certa? — inclinei o corpo para frente, observando atentamente o homem que ouvia algumas verdades e não se mexia. — Podemos facilmente controlar o mercado negro dentro e fora deste reino, mas, desfrutamos de tal poder?
Ri, achando graça do choque de ideais que Dominic estava tendo.
— O senhor e todos os líderes anteriores dessa família são conservadores. E se acomodaram com o que acontecia e sempre continuará acontecendo se ninguém pensar além do buraco. Poderíamos facilmente fazer com que a família real agisse como nossas próprias marionetes, mas os pensamentos antiquados que tiveram não deixaram pensar além da caixinha. — coloquei a mão sobre o peito e sorri. — Afinal, somos descendentes de um dragão. E pelo que eu saiba, um dragão adora o poder.
Ainda olhando-me de forma chocada, o Conde passou a mão livre pelos cabelos bagunçados e sorriu. Um sorriso estranho que não consegui identificar o significado.
— Está certa.
Pisquei os olhos, ele realmente disse que eu estava certa? Ou ouvi errado?
— Vendo por seu ângulo, realmente poderíamos ter mais. — coçou a barba rala e resmungou algo. — Mas você ainda continua sendo mulher, não poderá herdar o título.
Cruzei os braços pensativa.
— É, eu sei.
Fechei os olhos pensando em uma estratégia sobre esse assunto. Mesmo sendo um Vllamir e tendo mais poder, precisarei do selo real para aprovar a mudança dessa lei. Será que podemos ameaçar o rei? Chantagear? Pelo que me lembro, o rei era uma raposa astuta e muito ambiciosa. Ele e a rainha formavam um verdadeiro par de víboras.
— Você realmente se parece com ela. — ouvir a voz de Dominic soar triste e melancólica.
Abrir os olhos.
— Quem?
— Lisbeth.
Abrir a boca olhos sem saber o que dizer. Ele falou, pela primeira vez, sobre a minha mãe.
— Ela também tinha algumas opiniões bem diferentes sobre o mundo. — suspirou olhando para o nada. — Pode não falar muito, mas em sua cabeça, questionava tudo à sua volta.
O observei atentamente relembra-se da sua falecida esposa e estranhamente de uma forma diferente dos rumores.
— O que realmente aconteceu com minha mãe? — indaguei diretamente. Almejava saber, não por mim, mas sim pela verdadeira Vanda que ainda observa tudo.
Por longos três minutos ele não disse nada. Três minutos que ele analisava dentro de si e se deveria me dizer algo ou permanecer calado como fazia todos esses anos.
— Você realmente levou ela a se matar?
Os olhos dele imediatamente se voltaram para mim de uma forma furiosa e uma certa indignação.
— Não?
— Não. — respondeu seco. — Quem te contou isso?
— É o que se sabe da primeira Condessa Vllamir. — dei de ombros, dizendo que aquilo era óbvio. — A criadagem sussurra pelos cantos e é meio difícil não ouvir o que falam de minha mãe. Não só os criados, mas as pessoas do reino também. Todos pensam que você atormentou tanto a cabeça de Lisbeth, que ela simplesmente se matou.
— Está errado. — balançou a cabeça em negação. — Não foi isso.
— Então o que aconteceu? — voltei a perguntar. — Eu mereço pelo menos saber o que exatamente aconteceu com a minha mãe.
Ele olhou para a garrafa de vidro em suas mãos que ainda contia liquido negro que ele bebia com tanto gosto. A ergueu e ofereceu a mim, sem entender nada, peguei a garrafa e a levei até o rosto. Inspirando o aroma daquele líquido estranho.
Era adocicado. Cheirava como mel de flores.
Existia vários tipos de mel, um deles é extraído de uma determinada flor. Fazendo com que a abelha só colhesse os pólen de uma estabelecida flor, ela vai produzir um tipo diferente de mel. Mudando a flor, mudaria o tipo e o sabor desse mel. Estudei isso quando verifiquei as propriedades medicinais do mel.
Ainda achando estranho a aparência daquele líquido, coloquei minha boca sobre a borda da garrafa e beberiquei.
Arregalei os olhos perante aquele sabor adocicado e muito delicioso. Era realmente saboroso e estranho, causava uma leve dormência na língua e garganta. Franzi o cenho ao notar traços de álcool, não fraco, mas forte e devidamente escondido pelo sabor e a doçura do mel.
— Sabia que só os Vllamir's produzem o licor de Iristysi? — Dominic começou uma história, que eu achei que era uma forma de escapar do assunto. — Ele vem das flores de Iristysi, que é originalmente uma planta muito venenosa.
Arregalei os olhos e coloquei rapidamente a mão sobre a boca. Veneno? Olhei para o licor adocicado que beberiquei e depois para o conde e as várias garrafas vazias sobre a mesa.
— Está tentado se matar?
Ele riu.
— Não somos afetados pelo veneno de Iristysi. Para nós, esse licor é a única bebida alcoólica capaz de nos deixar embriagados. Porém, para um humano comum é um veneno muito poderoso que pode mexer com os sentidos da mente.
Meu peito começou a doer à medida que ele explicava sobre o licor preto. No livro que reli várias e várias vezes, sempre se dizia que Lisbeth havia adquirido uma doença que lhe mexeu com a mente. Que ela começou a deteriorar rapidamente e piorou ainda mais quando Vanda nasceu, tornando-se uma pessoa perigosa para sua própria filha. O livro não dizia exatamente qual era a doença, eu mesma acreditava que fosse depressão pós-parto.
Mas...
— E se não fosse? — murmurei olhando para a garrafa. — Ela bebeu o licor?
— Não. — ele respondeu.
— Então, o quê?
— Fora adicionado às suas refeições diárias, às pétalas da flor de Iristysi.
Ergui a cabeça rapidamente e lhe encarei confusa.
— Como isso foi possível? Como algo assim aconteceu debaixo do mesmo teto que você?! — perguntas e mais perguntas rodeavam minha mente. Algo está errado, pelo que eu entendi, o conde tinha um afeto especial pela primeira esposa.
— Eu estava na guerra. — a voz amargurada voltou a ressoar no cômodo. — Alguns meses antes de você nascer, o rei havia me enviado para resolver um conflito na Ilha Mortala. Onde o Império Amate estava tentando tomar posse.
Em guerra? Outra vez?
O Império Amate e o Reino de RedKnolt sempre estiveram em conflitos. Era certo que o território Amate é bem maior que o nosso, mas este reino tem os Vllamir's, aqueles que no campo de batalha são considerados incríveis bestas selvagens. E a Ilha Mortala pertence ao nosso reino, mas o império está sempre tentando tomá-la.
— Nossa família contém vários inimigos. E a morte de Lisbeth fora algo que eu não pude antever. — levou as mãos aos cabelos e os bagunçou ainda mais.
Pisquei os olhos ainda atônica. Então ele não tinha participação nenhuma com o ocorrido?
— Naquela época, capturei o antigo cozinheiro responsável pelas refeições de Lisbeth. E o interroguei, o veneno não era só para a condessa. O plano era fazer a condessa Vllamir enlouquecer pelo veneno, para que fizesse atos horrendos e falecesse dolorosamente com a criança no ventre. — apertou o punho sobre sua pena e me olhou. — Mas eles não contavam com o sangue forte de um Vllamir. Você, mesmo dentro do útero de Lisbeth, absorveu a maioria do veneno enquanto era gerada.
— Eu a salvei?
Ele negou com a cabeça.
— Apenas prolongou mais sua vida. Mas assim que saiu do ventre dela, os efeitos voltaram com força. E eu não estava aqui quando... — mordeu os lábios com força suficiente para perfurá-los.
— Ela foi assassinada? — indaguei baixinho. — Por quem? Quem nesse inferno de mundo conseguiu colocar alguém dentro desse castelo para assassinar a condessa?
Dominic encarou-me seriamente, dizendo com seus olhos vermelhos frios, que eu já sabia a resposta. Ele lambeu os lábios e o sangue que fluía por onde suas presas perfuraram.
Fitei o escuro onde a luz não chegava.
— O rei. — murmurei bem baixinho, levando a garrafa á boca e tomando uma dose cheia de licor.
Respirei fundo e fechei os olhos. O rei, por que tudo gira em torno do rei? A chegada de um novo Vllamir provavelmente não o agradara, seria mais um espinho em sua garganta para engolir. Ele não poderia atacar diretamente, pois havia o pacto de não guerra entre as duas famílias. Mas contratou capachos para fazer o trabalho sujo.
Ele deve ter rido muito quando mandou Dominic para longe de sua esposa grávida.
Mas algo ainda não estava se encaixando.
— Por que se casou com Charlot?
O conde torceu a boca em desgosto.
— Foi uma ordem do rei.
Pasma, imediatamente abrir a boca mas ele fora mais rápido.
— Então...?
— Também cheguei à mesma conclusão. — resmungou ao encostar a cabeça no punho fechado. — O rei provavelmente sabia do caso que ela tinha e se aproveitou.
— Ele sabia que Daryl não era um verdadeiro herdeiro e que se um dia você viesse a perecer, a linhagem Vllamir estava perdida.
Nos encaramos por longos minutos, provavelmente pensando na mesma coisa.
Em como dar o troco.
〖 Contém 3398 palavras 〗
Capítulo betado 02/04/2023 por Meliory
do Fuck Designs, obrigada ^..^
"Sim, alguns meses depois, eu volto descaradamente com mais um capítulo. Gostaram? Lavou tempo, meus amores, mas ai está!
Amei cada pedacinho<3
O que acham que irá acontecer? Criem teorias! Odoro!"
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