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Parte I

A paisagem passava depressa do lado de fora do carro, eu olhei para trás, sorrindo ao avistar meu vestido de noiva pendurado ali. Eu não podia acreditar, sete dias, sete dias era tudo o que restava de minha vida de solteira e eu não podia esperar para acabar.

Fazia três anos que Andrey e eu nos conhecíamos, e apesar de nosso início conturbado, eu não podia mais imaginar minha vida sem sua presença.

— Garotinha, você pode parar de namorar esse vestido? — meu pai pediu com um sorriso orgulhoso no rosto, sem tirar os olhos da estrada enquanto dirigia — ele não vai fugir.

— Quando chegarmos ao hotel vou experimentar ele outra vez — eu garanti — você acha que o Drey já chegou?

— Eu falei com sua mãe enquanto você estava no ateliê, ela garantiu que todos os Ivanovs estão no hotel — ele comentou — Ele já está cuidando de cumprir a sua programação.

Eu sorri diante da informação. Todos os convidados passariam uma semana no hotel que meu pai reservara para o casamento e todos os dias teríamos um evento diferente, inclusive nossas despedidas de solteiro.

— Eu quero te agradecer mais uma vez, pai — eu observei o homem no banco ao lado — isso é tudo o que eu queria e você…

— É claro que eu realizaria, garota — ele desconversou, não sendo muito dado a gestos sentimentais — pra quem afirmava para o pobre rapaz que não se casaria antes dos trinta, você mudou de ideia depressa.

Eu gargalhei diante daquele comentário. Eu sempre afirmei ao Andrey que era muito nova para sequer cogitar a ideia de me casar, mas quando ele me mostrou o anel que havia comprado em meu aniversário de 23 anos, não pude resistir.

— Ele fala de casamento há dois anos, pai. Acha que mudei de ideia depressa?

Meu pai se limitou a rir de minha resposta, encerrando de vez aquele assunto. O silêncio tomou conta do carro e eu me limitei a observar a paisagem do interior de Maryland, onde ficava o hotel em que estaríamos hospedados.

Toda aquela região era muito bonita, e renderia ótimas fotos da cerimônia. Meu olhar foi atraído por uma placa à beira da estrada. A placa estava velha, com as letras quase apagadas e coberta pela vegetação, poucos metros à frente, um desvio para uma estrada secundária que também começava a desaparecer com o tempo fez a curiosidade queimar em meu interior.

— O que é aquilo? — eu chamei atenção de meu pai.

— Aquilo o que?

— Aquela estrada — eu expliquei olhando para trás pela janela — para onde leva?

— Docinho, nós estamos no meio do nada, você tem sorte de eu saber chegar nesse hotel — ele me lançou um olhar enviesado.

— Pensei que você soubesse de tudo, velho — eu o provoquei.

— Por que você não volta a namorar seu vestido? — ele riu em resposta.

Nós permanecemos em silêncio até entrar no terreno do hotel, meu sorriso foi imediato ao avistar o prédio.

Tudo estava perfeito em cada detalhe.

Meu pai guiou o carro pela alameda principal até estacionar na entrada do lugar, os funcionários logo vieram nos recepcionar enquanto saíamos do veículo. Eu olhei em volta encantada pela bela construção que poderia se passar por um pequeno château inglês.

Eu respirei fundo, deixando o ar puro invadir meus pulmões enquanto observava o céu azul sem uma nuvem sequer. A previsão para o casamento era de clima quente e seco até domingo, quando finalmente trocaríamos nossas alianças ao pôr do sol, no jardim do hotel.

— Aí está você, toda sonhadora — Hannah, minha cunhada envolveu meu braço — me diz, como é ser a noiva mais bonita do mundo? Pelo menos até eu decidir me casar, então eu vou passar a ser a noiva mais bonita…

— Você é tão convencida — eu sorri — o que você achou do hotel?

— Eu sou a melhor cunhada do universo — ela garantiu me arrastando para dentro — esse lugar é maravilhoso, o seu pai está de parabéns. O Dreyshka está com a minha mãe, resolvendo alguns detalhes do ensaio de sexta.

— Algum problema? — eu franzi o cenho diante daquele apelido ridículo, a acompanhando através do saguão do hotel.

— Problema algum. É coisa de mãe e filho, estão preparando uma surpresa e você vai amar. Isso é tudo o que vai conseguir arrancar de mim — ela avisou com um sorriso.

Eu sabia que poderia arrancar o que quer que fosse aquela surpresa com facilidade. Hannah não era conhecida por guardar segredos, aliás, ela me ligou para me contar que o irmão me pediria em casamento assim que saiu da joalheria com ele. Mas sexta-feira não estava tão longe e eu tinha um pouco de controle no fim das contas.

— Vem, eu vou te mostrar meu vestido — eu a puxei.

Mais tarde, eu estava com Andrey e nossos amigos mais próximos, reunidos em uma das salas particulares do hotel, assistindo ao jogo de segunda a noite.

— Eu aposto que ele erra esse passe — Jake apontou para a tv com uma lata de cerveja em mãos.

— Você pode parar de torcer contra o meu time? — Meredith reclamou.

— Eu não sei que graça vocês vêem nisso — Hannah reclamou.

— Nem tente discutir, Han. Você é a única que não gosta de football — meu noivo avisou.

Nós dois estávamos acomodados no chão, eu estava sentada no meio de suas pernas e ele cuidava de me alimentar, como se eu fosse uma espécie de divindade que necessitava ser adorada.

E é claro que eu amava aquilo.

— Aisha, eu estava pensando, nós temos atividade para todos os dias da semana? — Angeline questionou quando o jogo finalmente foi para o intervalo.

— Basicamente. Por que? — eu me endireitei.

— Eu fiz amizade com os rapazes do hotel…

— É claro que fez — Greg a provocou.

— Eu não me lembro de ter te incluído nessa conversa, Walker — ela devolveu.

Angeline e Gregory tinham uma história não muito boa. Os dois costumavam ser um casal, até que Angeline decidiu que não sentia tanta vontade assim de estar em um relacionamento monogâmico. E ao que me consta, ficaram sentimentos feridos por ambas as partes.

Os dois acabaram entrando em acordo para se suportarem pelo bem do nosso grupo, mas de vez em quando, alguma indireta surgia.

— Como eu dizia, me contaram a cerca de uma cidade e acho que deveríamos conhecer, seria divertido — ela sorriu.

— Nós vamos até Lutherville amanhã — Meredith citou a única cidade da região.

— Não é essa — ela negou observando a todos com um olhar entusiasmado e voz carregada de mistério — é uma cidade fantasma...

Eu franzi o cenho, me lembrando da estrada abandonada por onde passamos antes de chegar ao hotel, e de repente, a curiosidade queimou em mim, apesar de todos estarem afirmando que aquilo era besteira e uma péssima ideia.

— Eu vi uma estrada abandonada, o que você sabe? — eu interrompi o discurso de Hannah que afirmava não ter ido até ali para explorar lendas absurdas em uma cidade em ruínas.

— Você realmente está interessada? — Andrey franziu o cenho ao me observar.

— Silêncio — eu murmurei enquanto incentivava Angeline a prosseguir.

— Max me contou…

— Vamos por partes, quem é Max? — Meredith interrompeu.

— Ele trabalha aqui no hotel, não tenho certeza do que ele faz — Angeline ficou pensativa.

— Ok, foco — eu pedi — o que ele disse sobre a cidade?

— Tudo bem… ele disse que eles tem a própria versão de Salem aqui, em Maryland — ela voltou — apesar da história ser um pouco mais obscura.

— Salem?  Como as bruxas de Salem? — eu franzi o cenho.

— Até você tem que admitir que isso é idiotice, Aisha — Hannah me encarou.

— Eu só quero saber a história!

— Tudo bem, termine logo, Angeline — Andrey suspirou.

— No século 19, essa cidade, chamada St Vlad estava em ascensão na região — Angeline começou a contar sua história — seus moradores, vindos do leste europeu, trouxeram muitas riquezas e novas técnicas de cultivo, o que acabou transformando-os em um dos vilarejos mais prósperos da região.

— Leste europeu, podem ser seus antepassados, Drey — eu zombei.

Andrey havia vindo da Rússia com sua mãe quando era criança, Hannah nasceu alguns anos depois, já na Califórnia, onde morávamos, fruto do segundo casamento de minha sogra.

— Por mais que seja difícil para você acreditar, Aisha. Não existe apenas a família Ivanov na Rússia — ele zombou antes de me dar um beijo rápido.

— Enfim, longa história curta, Todos os moradores acabaram sendo acusados de bruxaria e durante o casamento da filha do prefeito, atearam fogo na cidade — Angeline relatou — se alguém sobreviveu, nunca veio a público.

— No dia do casamento dela? — eu a encarei chocada com o desfecho.

— Sim. Algumas pessoas dizem que às vezes dá pra ouvir o som dos sinos da igreja anunciando o casamento. Dizem que é o local mais assombrado da região e algumas pessoas inclusive desapareceram lá — ela declarou animada — e então, podemos ir?

Eu ainda me sentia triste por saber o que aconteceu. Por que tinham que atacar justo no casamento?

— Você quer fazer a Aisha ir a uma cidade assombrada? Boa sorte — Hannah gargalhou.

— Hey!

— Fofa, você tem medo — Hannah insistiu em sua provocação.

— Eu não tenho! Conta pra ela, Drey — eu me virei para ele.

Andrey me encarava com diversão por conta de minha curta explosão.

— Meu amor, você tem — ele sorriu — não me leve a mal, você é muito corajosa com todas as outras coisas. Não tem medo de insetos, animais, ou qualquer outro ser sobrenatural, mas você não sabe lidar com espíritos.

Eu me levantei, me sentindo chateada por aquela declaração. Claro, eu não sentia vontade alguma de ir a uma cidade assombrada, mas com todos zombando de mim, e ele, de todas as pessoas.

— Vamos, não fique chateada — ele pediu — não tem nada de errado em ter medo de fantasmas.

— Eu não tenho medo, porque não existem. E não tenho razão para temer algo que não existe! — eu murmurei — e eu acho que vou dormir agora.

— Aisha...

— Boa noite — eu murmurei saindo da sala, ainda me sentindo frustrada pela forma que as coisas se desenrolaram.

Eu tentei dormir, mas minha mente permaneceu presa naquela história horrorosa, quando o sono finalmente chegou, foi apenas para me trazer um pesadelo.

Finalmente era o dia do meu casamento, eu estava do lado de fora de uma igreja antiga. Por que eu mudei de idéia? Eu sempre quis me casar em um jardim!

Aquele pensamento foi interrompido quando a marcha nupcial começou a soar, me colocando em movimento conforme as portas do templo se abriam. Eu comecei minha caminhada rumo a minha nova vida. Eu não conseguia parar de sorrir, eu estava tão ansiosa, e Andrey certamente estaria perfeito no smoking e…

Meu sorriso morreu ao ver que ele não estava ali. E ao olhar em volta, o terror começou a tomar conta de mim ao ver todos os convidados cobertos de sangue.

O que é isso? O que está acontecendo?

Eu me virei, me preparando para fugir daquele lugar, apenas para encontrar a porta de entrada em chamas que logo se espalharam por toda a estrutura do local.

As chamas tomavam conta de tudo, enquanto os convidados banhados em um rio de sangue sorriam e me aplaudiam, como se nada anormal estivesse acontecendo.

E então um buraco se abriu logo abaixo de mim.

Eu despertei quando atingi o chão ao cair da cama de meu quarto no hotel.

— Mas que droga foi essa? — Eu murmurei me apoiando na cama para levantar.

Minha cabeça ainda girava com as lembranças daquele sonho, e por mais que tentasse, não consegui obrigar minha mente a esquecer tudo o que vira e voltar a dormir.

Mesmo com o nascer do sol, minha mente não conseguiu apagar o que eu vivenciei durante a madrugada. Eu não conseguia esquecer aquela história esquisita e me sentia assombrada por aquele pesadelo, apesar de me esforçar para esconder aquilo de todos os outros. Eu não queria ser motivo de chacota mais uma vez por me impressionar tão facilmente.

— Tem certeza que você está bem? — Andrey me encarou desconfiado na manhã seguinte.

— Sim, eu estou — eu garanti — apenas estou animada.

— Amor, eu sei quando você está animada. Por que está mentindo? — ele respirou fundo.

— Não estou, eu….

Eu sabia que ele não se deixaria enganar com tanta facilidade.

— Eu estou ansiosa e com medo de que algo dê errado — eu apontei.

Aquela declaração parece tê-lo aliviado.

— Tudo será perfeito, Aisha. Como você sonhou — ele garantiu antes de trazer seus lábios até os meus.

Após um beijo rápido, eu me afastei dele, sentindo aquela nuvem negra que me cercava desde que despertei daquele pesadelo, começar a se dissipar.

— A florista me ligou, teve algum problema com o buquê e vou ter que ir até a cidade resolver — eu avisei.

— Eu vou com voc

— Tá maluco? Você não vai ver nada antes da hora — eu gargalhei me afastando.

— Leve a Hannah — ele pediu.

— Será rápido, antes do almoço eu estarei de volta — eu o tranquilizei.

Ele não parecia convencido, mas aceitou minha decisão sem questionar.

E eu não estava mentindo, a florista precisava me mostrar uma prévia do buquê, já que teve que alterar algumas flores de última hora e eu não queria incomodar minha cunhada com isso.

Eu usei o GPS para chegar até a cidade e menos de duas horas depois, eu estava voltando para o hotel. Eu não me lembrava mais de sonho algum, a única coisa em minha mente era meu casamento.

Isso durou até que me aproximei da entrada da estrada que levaria até a St Vlad. Por um momento aquele pesadelo retornou com força à minha mente. Eu diminuí a velocidade conforme me aproximava da saída, pensando no que fazer.

Eu devo estar ficando louca por sequer pensar em uma coisa dessas. Mas então, as palavras do Andrey ecoaram em minha mente.

"Você não sabe lidar com espíritos"

Isso era ridículo, eu não tenho medo e provarei a ele!

Com esse pensamento, eu acionei a seta do carro e entrei no desvio. Por alguns metros, o asfalto ainda existia. Era castigado e bastante esburacado, mas existia. Mas isso não durou tanto. Logo uma estrada de terra, cujo a grama crescida havia tomado conta completamente, substituiu o asfalto esburacado de antes. Uma onda de arrependimento começou a me atingir, meu carro não tinha sido feito para isso.

Mas eu já tinha ido longe demais para voltar atrás. Com uma teimosia típica de meu caráter, eu segui em frente, esperando encontrar logo a cidade. Pouco mais de três quilômetros depois de sair da estrada principal, eu passei por uma placa muito apagada e logo as primeiras construções começaram a surgir.

Eu prendi minha respiração diante daquela visão. Haviam lojas, casas, tudo o esperado para que uma cidadezinha pudesse funcionar. Mas tudo estava em ruínas. A vegetação havia tomado conta dos prédios que ainda estavam em pé, enquanto outros estavam na mais completa devastação.

Eu parei o carro de qualquer jeito e saí, sentindo um calafrio tomar conta de mim naquele momento. Talvez eu devesse ter ido direto para o hotel.

— Isso é besteira, Aisha. São apenas ruínas de uma cidade velha — eu murmurei para mim mesma, tirando o celular de meu bolso.

Uma cidade velha onde muitas pessoas morreram.

Aquele pensamento trouxe novamente aquele calafrio ao meu corpo. Eu me forcei a dar o primeiro passo, tirando uma foto do cenário. Apesar de ser um pouco obscuro, não era tão ruim. Conforme eu caminhava através do que eu imaginava ser a rua central da cidade, imaginando como seria a vida ali há muitos anos atrás, em seus dias dourados, o medo me deixava à medida que eu tirava cada foto, fazendo com que eu me sentisse mais à vontade.

Eu não tinha o que temer, era apenas um monte de ruínas queimadas. Nada que me preocupasse. O sol ainda brilhava, o dia estava claro e quente.

Tudo certo.

Eu avistei uma grande mansão em ruínas ao longe e eu imaginei como seriam as pessoas que moravam ali. Outra construção que deveria se tratar de uma espécie de hotel, estava ao meu lado direito na rua, sem pensar muito, caminhei naquela direção, tomando cuidado ao subir os degraus apodrecidos da varanda.

Eu empurrei a porta que estava apenas encostada e ela se abriu parcialmente com um rangido. Eu olhei para o salão sujo e escuro do lado de dentro, decidindo se deveria ou não arriscar.

Aquela sensação ruim de quando cheguei à cidade voltou a me atingir com força, me fazendo morder o lábio inferior enquanto me afastava devagar.

Não. Aquilo já era uma loucura. Eu não vou entrar ali!

Eu dei as costas, descendo a varanda depressa e de repente, o dia não parecia mais tão bonito e brilhante, a atmosfera daquele lugar era quase sufocante. E o cheiro.

Eu não tinha prestado atenção naquele cheiro antes. Era uma mistura de madeira podre, terra e algo mais profundo. Morte talvez.

— Isso é ridículo. Morte não tem cheiro, Aisha — eu balbuciei para mim mesma, começando a seguir em direção ao carro.

Acho que já vi bastante desse lugar!

Foi quando eu ouvi. Como se estivesse há muitas milhas de distância, o som dos sinos da igreja soando.

Minha mente voltou imediatamente para a história de Angeline. Mas era apenas uma lenda!

— Ótimo, você ficou tão impressionada que está ouvindo coisas — eu murmurei.

E então soou outra vez.

Eu pisquei atordoada e olhei em direção à velha igreja de pedra que ficava no fim daquela rua. Ela parecia tão abandonada quanto quando eu cheguei e seus sinos não se moviam — na verdade, não acho que houvesse algum sino para se mover ali.

Inconscientemente dei um passo em direção ao templo, sentindo meus batimentos cardíacos ficarem temporariamente suspensos.

Isso é apenas minha mente me pregando peças. É isso. Não está acontecendo nada demais.

Após o que pareceu uma eternidade, eu parei na porta da velha congregação e agora mais do que nunca, o medo gritava em mim. Eu já tinha visto aquele lugar.

Sim, eu o vi em meu sonho!

Eu vi um pequeno ponto preto flutuar diante de meus olhos e então outros surgiram, como uma espécie de neve negra. Eu franzi o cenho, erguendo a mão com a palma estendida para cima até que alguns daqueles flocos se acumulassem ali. Eu os esfreguei entre o indicador e o polegar, vendo como se desfaziam diante de meu toque.

— Fuligem…

Eu mordi o lábio inferior, não tão certa sobre o que eu deveria sentir. Para garantir a mim mesma que aquilo não passava de talvez uma alucinação de minha mente impressionada, eu empurrei a porta da igreja.

A porta se abriu
com um alto rangido, revelando o interior devastado do lugar. Pedaços de madeira queimados estavam espalhados pelo salão em lugares estratégicos, me fazendo pensar que provavelmente se tratavam dos bancos. Eu dei um passo em direção ao interior do templo observando todos os estragos causados pelo incêndio, abandono e tempo.

O telhado havia despencado junto ao altar e um grande buraco se abriu em uma das paredes onde eu suspeitava que antes havia uma janela. O lugar, na verdade, estava bem conservado, tendo sido consumido pelo fogo há mais de um século atrás era uma grande surpresa que ainda estivesse em pé.

Eu estava já no meio do salão, quando aquele calafrio percorreu novamente meu corpo, eu ouvi alguns sussurros à minha volta, fazendo meu coração disparar. Por minha visão periférica, eu era capaz de perceber movimentos, como se o lugar estivesse cheio de pessoas, mas cada vez que me virava para tentar olhar diretamente, eu o encontrava vazio.

— Quer saber, eu definitivamente já vi o bastante desse lugar — eu sussurrei antes de me virar em direção à saída da igreja.

Mas assim que me virei, meu coração parou. Poucos metros de distância, justamente no meio do meu caminho, havia uma mulher vestida de noiva.

Seus cabelos eram loiros e estavam presos em um elaborado penteado, ela tinha um corpo esbelto e traços delicados, combinados com olhos verdes que provavelmente transformaram seu rosto em uma bela imagem.

Provavelmente, porque a metade esquerda de seu rosto estava derretido. Seu charmoso vestido, estava chamuscado pelas chamas e manchado de sangue. A lateral de seu braço esquerdo estava com uma queimadura tão feia que era possível ver os ossos expostos e seu olhar, que deveria ser belo, estava preso em mim, de maneira aterrorizante.

Um grito começou a surgir em minha garganta, mas foi sufocado pelo horror que eu sentia naquele momento, e então tudo apagou.

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