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▓ CAPÍTULO VINTE E UM ▓




Com um giro suave, encaixo a chave na fechadura da casa de Dom, trancando-a com cuidado, como se selasse um santuário. Em seguida, guardo a chave em minha bolsa. Sempre que passo por uma dessas portas enormes, imagino São Pedro por trás dela, pelas minhas referências, suspeito que são inspiradas na entrada do céu ou algo do tipo. É, isso é uma bobagem da minha parte, que deve ter raiz no meu preconceito com exageros.

A casa não está totalmente escura. A luz de um poste na rua se soma a de uma luminária de três pernas palitos, com sua cúpula lembrando um abajur comum, clareando a sala. Não sei onde ficam os interruptores, então me arrisco no escuro. Com meu humor atual, eu fico confortável em me espreitar na escuridão.

Após alguns passos, alcanço a escada, ficando mais exausta só de encarar os degraus à minha frente. Apesar dos momentos com Dom, o dia foi longo, cansativo e no fim perturbador. É como se eu tivesse vivido tudo em vinte quatro horas — paixão, raiva, sorrisos, lágrimas, coragem, medo —, um turbilhão de certezas e incertezas.

Comemoro internamente por ser véspera de um feriado municipal prolongado, não é do meu feitio ficar feliz com essas folgas exageradas, é que preciso realmente de um tempo. Esses dias, longe de tudo, serão perfeitos para acalmar os ânimos, principalmente com Otávio, quer dizer, não tanto porque ainda será publicada a entrevista no Diário de Belo Rio.

Eu me arrasto com esforço até o primeiro andar. Mesmo cansada, não tiro os saltos, evitando ser pega por Dom com os sapatos na mão. Tudo o que eu quero é que ele me ache bonita. Pode parecer bobagem, mas quando seus olhos azuis me admiram, os meus problemas simplesmente somem.

O resultado da noite deveria ter me deixado bem, afinal, Otávio não conseguiu me dobrar como queria, enquanto ganhei respaldo público com a ideia de usar um colunista de fofocas. Há pouco, encontrei algum resquício de força dentro de mim, mas essa energia sumiu, como se eu estivesse em uma gangorra de sentimentos e agora fosse a vez de ficar no chão.

Com cuidado, abro a porta devagar para não assustar Branca. O ar condicionado parece ser ajustado para um frigorífico, pois um ar extremamente congelante me envolve assim que adentro o quarto. Procuro a leoa, mas não a encontro em lugar algum. Dom surge na entrada do closet, enxugando os cabelos ruivos, vestindo apenas uma calça de pijama, presa quase no final do caminho da felicidade. Ao me ver, ele para e apoia a toalha envolta do seu pescoço, segurando nas duas pontas. Coloco minha bolsa em um móvel ao meu lado, atenta à atmosfera que se cria entre nós.

Uma memória do nosso tempo no almoxarifado ressurge. Lembro especificamente de quando me falou: "Se eu quisesse, você já estava nua sem eu encostar um dedo num fio de cabelo seu". Naquela época, eu não compreendia o significado por trás disso, mas agora tudo se encaixa. Seu olhar fascinado, percorrendo cada curva do meu corpo, incendeia minha pele com um ardor intenso. Quase ouço os seus pensamentos: " Tira a roupa...".

Minhas mãos ficam inquietas envolta do meu quadril. Essa é a veneração que quero para tornar a noite melhor! Quando estou na presença dele, parece que sou afetada por um desejo constante, incapaz de se esgotar, incapaz de se satisfazer. É tudo tão irracional ou simplesmente puro instinto, mas totalmente real e com tanta força que chega a me deixar tonta.

Dom está imóvel, embora eu o sinta por todo o meu ser. Meus dedos agarram a barra do meu vestido e vejo uma sutil expectativa tomar conta do seu rosto. Dançando lentamente ao som de uma música imaginária, revelo um pouco das minhas pernas ao puxar o tecido para cima, e meu coração fica palpitante. Levo uma mão para a minha coxa e acaricio a parte interna, gostando do meu toque, gostando de como ele se sente provocado.

Subo mais um pouco o meu vestido colado, deixando ele em minha cintura. Brinco vagueando o meu indicador pela borda da minha calcinha, sendo assistida com uma curiosidade ávida e um interesse indiscreto. Degusto a mim mesma através dos meus carinhos, estimulada pela vontade de brincar com as fantasias de Dom.

Ao me virar, deslizo com elegância o vestido pelos braços, revelando uma lingerie rendada carmim. Meus longos cabelos caem suavemente sobre meus ombros estreitos, quando a roupa passa pela minha cabeça. Aprecio a mistura suave do tom cappuccino da minha pele com os fios castanhos que caem sobre o meu busto. Dom fica com a visão das minhas costas nuas e um belo fio dental entre minhas nádegas arredondadas. Um suspiro profundo escapa de seus lábios, enquanto um sorriso satisfeito se forma nos meus, sabendo que estou no caminho certo.

Minhas mãos alcançam o fecho do sutiã em minhas costas. Com habilidade, solto as pequenas travas, fazendo meus seios firmes pesarem. Enquanto removo a lingerie, meus dedos roçam sobre as aréolas, que exibem a tonalidade de um figo maduro. As alças escorregam suavemente pelos meus braços, e a peça é abandonada no chão, ao lado do vestido.

Começo a me perguntar até quando Dom vai se segurar. Olho de viés vendo que continua atento ao meu stripe tease. Nunca me vi fazendo algo assim, mas confesso que está sendo prazerosamente desafiante soltar a cinta-liga da meia-calça e deixar ela cair pelas minhas pernas diante de um olhar salivante.

Gracejo ajeitando o fio dental e ouço ele arfar. Puxo as laterais da calcinha para cima, esticando o tecido ao máximo, balançando a minha bunda, roçando a renda no meu clitóris. Volto o elástico para o meu quadril, mas não por muito tempo, pois passo a descer a lingerie lentamente por minhas pernas, ainda enluvadas nas meias escuras, empinando a minha bunda para trás.

Dom se aproxima e acaricia a minha polpa com as mãos extremamente quentes, depois fricciona a sua rigidez contra mim, mostrando o quanto está excitado. Seus dedos apertam o meu quadril, ergo o meu corpo novamente, ele segura com firmeza os meus seios, enquanto seu nariz aspira o perfume em meu pescoço.

— O seu corpo é lindo — diz descendo a mão para a minha intimidade, e o seu toque desequilibra a minha respiração. — Quando lembro de você nua, fico louco — revela me deixando mais molhada quando me aperta entre as pernas. Eu perco o ar por alguns segundos.

— E o que faz para acalmar a sua loucura? — pergunto com a voz arfante, Dom sorri em meus ouvidos, pressionando mais os dedos em mim, sem matar a minha curiosidade. — Que foi, por que não responde?

Ele junta o meu cabelo em suas mãos, puxando a minha cabeça para trás e fala sobre a minha boca:

— Suas perguntas estão indo para outro nível — alerta com um olhar malicioso e fico irritada por me tratar como uma adolescente traumatizada.

— Qual é o problema, ainda sou muito criança para você? — Eu me viro para ele e seguro com firmeza a sua ereção. — Sou muito delicada? Muito... inexperiente? — Os seus lábios tentam esconder um sorriso sutil quando digo a última palavra. — É isso... você me acha inexperiente. Pensa que não vou entender se me disser que você se toca quando lembra do meu gosto na sua boca, ou supõe que posso até chorar se me disser que goza sozinho pensando em me foder — provoco.

— Dalena... — repreende a minha acidez.

— Sabe, Dom... foi legal brincar, na verdade, foi incrível transar com você como se eu fosse uma boneca de porcelana. Só que aqui na sua frente tem uma mulher, então me trate como uma ou encontre alguma jovem inexperiente para ficar nessa de papai e mamãe. — Eu me solto dos seus braços, deixando Dom embasbacado.

Com os saltos fazendo uma pancada sensual sobre o carpete, saio em direção ao banheiro. Eu, provavelmente, vou me matar afogada no sanitário depois desse desabafo escroto que fiz, mas totalmente sincero. A três passos de distância de Dom, ele me puxa para si e me empurra até a parede, onde prende o meu corpo de costas entre o seu. Firma os meus cabelos em seus dedos, vira o meu rosto e chupa o meu maxilar, pressionando sua ereção em minha bunda.

— O meu pau lateja quando lembro de você nua — sussurra com a voz quente no meu ouvido, e estremeço quando o imagino sozinho querendo o meu corpo. — Hoje de manhã, eu precisei bater uma antes e depois no banheiro do seu apartamento, porque não aguentava a vontade que eu estava de comer você. — Engulo em seco e me viro para Dom.

— Eu sabia. — Sorrio mordiscando a minha boca. Caramba, duas vezes? Isso justifica os banhos demorados quando acordou e depois que eu deixei ele sozinho no banheiro.

— Espero que saiba também o quanto é teimosa — fala, passando o polegar no meu lábio inferior, como se punisse a minha boca por provocá-lo a esse ponto.

Dom parece prestes a tomar meu corpo com toda vontade que pulsa dentro dele, mas vejo que ainda se segura por ter medo de me machucar. Talvez, ele não me ache só inexperiente, e Coalhada não tenha deixado marcas só na minha memória. Desconfio que também esteja evitando se parecer com o garoto que me atacou, quem sabe até com Sandoval.

— Saiba que eu quero que se liberte. Eu já me libertei, Dom. O que ainda te prende? Eu não vou quebrar — sussurro. Encaro a sua boca e também mordisco o meu lábio inferior, como ele está fazendo. — Quero que me mostre o quanto você me quer de verdade — murmuro, deixando a minha mão passear pelo seu abdômen.

Aperto a sua cintura e encosto meus seios em seu peito, enquanto espalho beijos ardentes em seu ombro. Seus dedos se cravam com tanta força nas minhas nádegas, que quase os sinto entrar na minha pele. É isso o que eu quero!

Arfo.

Segurando o meu quadril, ele ergue o meu corpo até a altura do seu rosto, como se o meu peso não fosse absolutamente nada. Sorrio surpresa, inebriada de desejo. Sua boca avança para o centro das minhas pernas, explorando cada centímetro, até me invadir com sua avidez. A imagem dele, saboreando o que tenho de mais íntimo, golpeia o meu estômago com ondas intensas de ardor. A sua língua circula dentro de mim ao ponto de me fazer pensar que eu me desmancharei de prazer.

Arfo.

Gemo.

Ele solta rosnados guturais.

Ele passeia comigo pelo quarto, me mantendo no ar, me mantendo no céu, me chupando.

Encosta o meu corpo novamente na parede.

Dá uma longa lambida...

Devagar... muitoooo devagar..., como um aceno de despedida da sua língua e me coloca de volta no chão.

Colando o seu corpo no meu, eu rebolo friccionando em sua intimidade. Dom tira o seu membro de dentro da calça e meu corpo vibra em expectativa. Do seu bolso sai uma camisinha que, prontamente, reveste o seu membro. Antes de me preencher, ele desliza dois de seus dedos bem fundo, abrindo espaço, suas pupilas dilatam levemente ao me sentir.

Suas mãos em brasa me seguram por baixo das minhas coxas para suspender o meu corpo. Ainda contra a parede, Dom se encaixa em mim, em seguida empurra a cabeça, me dilatando. Minha boca se transforma num "O" perfeito, meu olhos se espremem. Meus tornozelos se cruzam em suas costas. Ele empurra mais. Quanto mais sofro, mais quero, até que me sinto preenchida.

— Com força — exijo, sendo consumida pelo ardor que irradia entre nós.

Não tenho tempo de respirar, fiz minha exigência e sou atendida. Agarrada pelo quadril, sou consumida em fortes estocadas selvagens. Meus gemidos se misturam a gritos provocados por um prazer corrosivo. Fixo minhas unhas em sua pele, não me solto do seu corpo, não limito Dom em nada, me abro mais para receber a sua grandeza em movimentos mordazes no meu estreito espaço.

Isso, marque sua presença em mim.

Os olhos azuis se mantêm atentos às minhas reações, parecendo disposto a parar ao menor sinal de dor, desconforto ou falta de vontade. No entanto, a minha necessidade de substituir qualquer memória malquista pela que estou vivendo, aplaca qualquer objeção. Uma, duas , três, quinze... Dom é uma máquina. Vinte, trinta... Peço por mais e mais, quero ir ao limite de algo que ainda não sei o que é.

— Não para... não para... — suplico com a voz arfante.

Estou muito excitada, estou com raiva, estou com medo, estou apaixonada, estou tensa, estou... estou... confusa. Não quero pensar, quero sentir. Beijo Dom, me apertando mais a ele, nosso beijo é tão árdego quanto o nosso sexo. Nossas bocas parecem estrangular uma à outra.

Sem um instante de alívio, engulo o desejo de Dom. Minha bunda se choca mais contra o concreto frio, meu corpo se contrai explodindo, meus gritos se expandem, a respiração dele vira o som rouco de uma vogal, aquela que é a primeira da palavra amor.

Estremeço.

Ele pulsa em mim.

Minhas pernas fraquejam.

Meu corpo amolece.

Me desmonto em seus braços.

Dom beija o meu rosto e me leva até a cama. Sinto quando me deita sobre o colchão e sai, deixando um oco no lugar que ocupava. Seus lábios repousam num toque suave sobre o monte inchado, como se fizesse um carinho depois de socá-la com toda a sua força.

Ele sai para ir ao banheiro.

Eu choro.

Eu me despedaço.

Eu me encolho.

Não entendo o que quero ou o que estou vivendo. Tenho a sensação que me perdi completamente, que tornei o meu desejo uma arma contra mim e que ela realmente me atingiu, me feriu. Dom só viu o que eu quis mostrar, só ouviu o que eu quis falar. Consegui erguer um muro ao redor do meu íntimo.

Seguro a minha vagina. Ela ainda está quente, sensível, dolorida... mas amando as sensações alucinantes que viveu. Sinto como se fosse uma parte autônoma de mim e não entendesse a minha mente ou o meu coração. Tudo está desconectado.

Eu me afundo dentro da minha confusão.

Quando volta para o quarto, Dom encontra uma vítima de si mesmo moribunda em cima da cama. Distante dali, ouço ele me chamar e me sacudir quando não respondo. Estou tão longe de mim, eu preciso sair um pouco do meu corpo, preciso de um tempo. Mas as lágrimas que encharcam as íris azul como num dia de sol com chuva, me mostram que não aceitam.

— Está tudo bem — balbucio.

— Você não está bem — diz olhando nos meus olhos. Odeio ver o seu azul triste, odeio a forma como me enxerga nesse instante. Não quero que veja justamente essa parte de mim, quero que veja como ama o meu corpo nu. — O que está acontecendo, Dalena? — Ele me acolhe em seus braços. — Eu te machuquei? — Seu corpo se aperta contra o meu.

Eu tenho vergonha de dizer que eu só precisava sentir que o seu desejo é maior do que o de qualquer um. Não podia ser só uma gota, precisava preencher o meu oceano. O que me machuca é carregar a sombra dos meus traumas e nove anos vendendo o meu prazer. Sempre achei que estava tudo bem, enquanto no fundo eu sabia que não queria nada daquilo.

Eu contei tantas mentiras para mim.

Sufoquei meus sentimentos.

Enclausurei tantas dores.

— Você e eu — sussuro segurando o seu rosto.

De início ele não entende, franze o cenho e me avalia preocupado, talvez se perguntando se sou caso de internação numa clínica psiquiátrica. Depois, aceita que só preciso me encolher um pouco, sem perguntas, enquanto minhas partes quebradas, parecem finalmente prontas para se reconstruir.

Seu corpo encosta no meu, meus seios descansam em seu peito nu. Recebo beijos leves pelo rosto, florindo tranquilidade em meu coração. Sua companhia me aquece por dentro, enxergando que a felicidade não é encontrada apenas num sorriso alegre, ela pode estar num abraço de amor quando tudo desmorona.

— Eu te amo, Dalena — a declaração de Dom soa repleta de ternura e se torna um lindo refúgio para meus conflitos.

Seu olhar está dentro do meu, vejo que não espera uma troca de declarações, apenas deixou as palavras saírem do seu coração. Dou um suspiro longo, pois tenho a impressão que corri milhas e milhas para alcançar esse sentimento, um amor real, um amor sincero.

— Eu sempre te amei, Dom — admito para ele o que nunca confessei nem mesmo no meu íntimo, acendendo um olhar surpreso em seu rosto.

A declaração não aconteceu como nas minhas fantasias, onde havia flores, céu e mar. A realidade é bem diferente da linda cena de filme que imaginei. No entanto, não estou decepcionada por descobrir o seu amor justamente quando eu me sinto sombria, impura e com medo. Não quero que ele me veja assim, mas fico feliz por saber que me ama até na minha fragilidade, e isso, torna tudo perfeito.

Ao me soltar por um instante, Dom tira os meus sapatos e as minhas meias, volta para a cama e me acomoda em seu corpo. O seu nariz passeia pelo meu rosto. Fecho os meus olhos para descansar na segurança dos seus braços. Ele me cobre com uma manta ao sentir minha pele gelada. O meu sono chega e não resisto, adormeço embalada pelo meu amor.

︻╦╤─



— Dalena...

Desperto com as pálpebras pesadas estranhando o quarto. Num sobressalto me sento sobre o colchão, olhando em volta a imagem do quarto se misturar a lembranças do meu sonho. Começa a se dissolver em minha memória, como uma fumaça no ar, a imagem de uma criança que eu amava. Ora era menino, ora era menina. Ela tinha um sorriso contagiante e pude sentir perfeitamente as suas mãozinhas segurando o meu rosto.

A iluminação do ambiente está bem escura. Através de alguns feixes de luz que ultrapassam algumas brechas na cortina blackout, percebo que ainda é dia, me pergunto o quanto dormi, pois pela claridade que vem de fora, tenho a sensação de que o sol está se despedindo.

— Dalena... — A voz de um homem repete o meu nome, batendo continuamente à porta com delicadeza.

Noto que ainda estou sem roupas, eu puxo a manta cobrindo o meu corpo, enquanto sinto a minha intimidade dolorida, reclamando da atividade intensa em que a meti na noite anterior. Pensar nisso faz uma avalanche de lembranças ser derramada na minha cabeça.

A entrevista. Otávio enfurecido. As ameaças de Torres. As tentativas do senador em me controlar. Antônio Carlos. Dom. A intensidade. O peso. As declarações...

— Dalena... está tudo bem? Dom está preocupado, ele pediu para você olhar o celular.

— Certo! — Minha voz sai baixa devido as minhas cordas vocais estarem adormecidas. — Está bem! Vou falar com ele — aviso, forçando a minha fala sair mais alta, imaginando que seja Tiquinho do outro lado da porta.

— Ah! Fico mais tranquilo agora. Se estiver com fome, é só ir até a cozinha — oferece parecendo simpático. — Dom separou um espaço para você no closet, sua mala está lá. Ele pediu para avisar que se o espaço não for suficiente para as suas roupas, pode falar comigo que dou um jeito — Tiquinho passa o recado do outro lado da porta.

— Tudo bem, obrigada! — agradeço, ainda da cama.

— Fique à vontade, a casa é sua — diz, antes da sua sombra sumir por baixo da porta.

Vou até a minha bolsa e confiro o meu celular. Além das mais de cem chamadas de Otávio, confirmo as minhas suspeitas de que já é o final da tarde. Respondo as várias mensagens me parabenizando sobre a live e a entrevista de Henriqueta, que foi capa do Diário de Belo Rio.

Acesso o site e confiro a manchete "Vereadora de Belo Rio encabeça projeto de bem estar social voltado para a mulher". A lide da notícia traz mais informações sobre a minha inexistente aliança política com o senador e o prefeito, além da possibilidade de ser um exemplo para outros municípios do estado. A entrevista foi fiel às minhas falas. A foto usada, me mostra discursando no dia em que apresentei o ofício. Feliz, mando uma mensagem de agradecimento a Henriqueta junto do trecho de um dos poemas de Auta de Souza.

"Quando me vires chorar,

Que sou infeliz, não creias;

Eu choro porque no mar

Nem sempre cantam sereias."

Sinto que esse poema é muito mais do que um carinho para a jornalista, é um desabafo decodificado. Isso, porque, refletindo sobre ontem, concluí que não sou necessariamente um poço de confusão devido a tudo o que já passei, mas tive uma reação confusa diante dos traumas que carrego. A ideia de que nem sempre as coisas são tão perfeitas ou encantadoras como parecem ser, como também não são tão tristes, define a minha história.

Olho novamente a tela do celular. Sem nenhum peso na consciência, ignoro as mensagens do senador, acabei de acordar e não preciso dele me enlouquecendo nos primeiros minutos do meu dia. Confiro o aparelho de Dom, vejo algumas chamadas perdidas, além de algumas mensagens justificando que precisou sair. Respondo que acabei de acordar, mas que não se preocupasse que eu estava bem.

É isso. Apesar das preocupações com Otávio, estou me sentindo bem. Que louco.

Enrolada na manta, vou até o closet e me deparo com um espaço vazio maior do que necessário para ocupar com apenas o volume de uma mala pequena, enquanto as roupas de Dom se espremem do outro lado. Fico constrangida com o transtorno que causei, pois ficarei só por uns dias, provavelmente, menos de uma semana, até porque já penso em encontrar um apart-hotel decente para morar.

Sozinha no closet, olho melhor em volta, obviamente que não vou resistir em bisbilhotar as coisas de Dom. Passo a mão em suas roupas e cheiro algumas. Ele está sempre vestido num estilo mais casual com tênis, embora seja tudo de grifes caríssimas.

Ocupa o centro do closet um comprido armário de joias com uma base de vidro mostrando vários relógios. Abro a primeira gaveta para conferi-los de perto, encontrando diversos modelos da Rolex. Acredito que todos juntos valem mais do que a casa em que estou.

Exploro o armário descobrindo correntes de ouro e anéis dos quais nunca os vi usar, suponho que ele só queira ter, não parece o seu estilo. Em uma das últimas gavetas, eu encontro várias fotos de quem acredito ser sua família. Prováveis irmãos, sua mãe, seu pai, Tiquinho mais jovem, Dom em várias fases da sua vida, e na medida que vai crescendo as imagens mostram um cenário mais humilde com o passar dos anos. São poucas memórias em álbuns simples e bem deteriorados.

Mais ao fundo estão nossas revistas e o livro que deixei para trás no almoxarifado. Os sentimentos dos poemas me invadiram no momento em que pus meus olhos na lombada, lendo o título "Estações e Metamorfoses" da escritora Waleska de Oliveira. Folheio as páginas e encontro o poema que me fazia pensar em Dom nas horas que eu ficava sozinha.

"(...) Na tua ida me congelastes,

mas como estações viestes me ver."

O trecho desse poema me soa como uma prece, como se fosse um reconhecimento da presença dele naqueles dias que me senti fora do mundo. Ele era o meu acalento, como foi ontem, também era uma paisagem que me causava frisson sempre que o encontrava. Fico feliz em relembrar com tanta vivacidade essa memória e por Dom ter guardado um pouco da nossa história.

Na última gaveta, só encontro cuecas, puxo um pouco mais para ver até o fundo, e ela acaba vindo completamente. Quando vou colocá-la novamente no lugar, tenho a impressão de ter encontrado um compartimento secreto, solto a gaveta de cuecas ao meu lado para tentar levantar uma tampa que parece um fundo falso.

No compartimento me deparo com algumas armas que desconheço o modelo, passaportes e documentos de Dom com inúmeros nomes falsos. Dólares, pequenas barras de ouro, que juntas devem valer uma fortuna. Um pequeno aparato para o atender em uma urgência, imagino.

Deixo tudo no lugar antes de ir tomar um banho. Ao voltar para o closet, abro a minha mala sobre uma das prateleiras, escolho uma calça jeans, um tênis, uma camiseta e me visto. Procuro as minhas roupas pelo chão do quarto, mas não encontro. Dom deve ter colocado para lavar junto das roupas dele.

Apesar de não sentir muita fome, desço até a cozinha para cumprimentar Tiquinho. No caminho, não encontro Branca. É provável que ainda esteja na chácara. Ela está fazendo falta na casa, quero tanto me aconchegar nela.

— Boa tarde! — Eu me anuncio para Tiquinho, que está de costas cortando algumas verduras.

— Ah, boa tarde! Dormiu bem?

— Dormi...

— O que gostaria de comer? Você deve estar com muita fome.

— Na verdade não... quando os meus pensamentos estão cheios, a minha barriga também fica — digo.

— Cabeça cheia? É a coisa do centro? — sonda. — Dom tem conversado comigo.

— É a coisa do centro — confirmo, e ele me lança um olhar penoso. — Onde está Dom?

— Lutando com a vida dele. — Tiquinho me dá um sorriso dolorido. — Ele é como um general em guerra, sabe?! Todos os dias encara um conflito, monta as suas estratégias, elimina os inimigos quando é necessário e volta pra casa tentando manter a consciência limpa. — Faz um dar de ombros, com a testa franzida.

— E ele consegue? — Tiquinho me olha parecendo não entender. — Manter a consciência limpa?

— Acho que ele dá o seu melhor para isso. — Comprime os lábios. — A coisa só esquenta mais quando tem disputa de território, conflito com a polícia, mas o tempo de Caldeira derramou muito sangue por todos os lados, isso deixou todo mundo querendo tempos de paz. Ainda somos uma cidade pequena, não é?

— Eu não diria pequena, e sim abandonada. Territorialmente falando somos maiores do que muitos países, também temos um grande número populacional, só que não vamos querer ter essa conversa desagradável agora, não é? — pergunto com um sorriso.

— É verdade... — concorda cortando as suas verduras.

— Que tal uma mãozinha aí? — ofereço.

— Será muito bem vinda — diz animado.

Ajudo Tiquinho a preparar um ensopado de carneiro, enquanto conversamos bobagens. Ele é um homem gentil e muito preocupado com Dom, como um verdadeiro pai. Quando termino de ajudar, volto ao quarto para começar a finalizar o meu trabalho de conclusão da faculdade.

Tento ocupar ao máximo a minha cabeça buscando aliviar os meus pensamentos. As horas se passaram, paro um pouco com o trabalho acadêmico e faço companhia a Tiquinho no jantar. Não me atrevo a perguntar que horas Dom volta, claramente as atividades que ele exerce não tem horário de início ou fim. Conversamos muitas bobagens, e me peguei pensando que parecia que nós nos conhecíamos de uma vida inteira.

Quando termino o agradável jantar, retorno para o quarto. Henriqueta responde as minhas mensagens, revelando que a reportagem gerou uma certa resistência na redação do jornal. Temos uma longa conversa e descubro sobre muitas coisas em comum entre nós. Com tanta afinidade, combinamos de nos encontrar para assistir Pânico 6, ela também é fã da franquia. Um tempo depois, convido a Potira para nos acompanhar, será ótimo fazer algo normal para variar.

Sem sono ou com a falta do que me ocupar, passo horas vagueando entediada pela internet. No início da madrugada, Dom dá duas batidas na porta e entra com cuidado, suponho que esperava me encontrar dormindo. O semblante dele está caído de tão exausto, mas se ilumina ao me ver desperta na cama.

— Ainda acordada?

— Pois é... Dormi tanto que perdi o meu sono e o meu dia, gostaria de ter aproveitado para ir à praia com Lourdes. Eu nunca saía muito... Otávio não gostava — comento, insatisfeita. — Não que me proibisse diretamente, mas ficava um clima chato, então eu evitava. Agora quero aproveitar mais. Inclusive, amanhã vou ao cinema. — Me ajeito na cama, abrindo espaço para Dom sentar ao meu lado.

— Por que ficou com ele tanto tempo? Não pensou em arrumar um trabalho? — Dom segura a minha mão e deixa um beijo.

— Otávio ficava me mostrando o quanto era vantajoso e seguro permanecer ao seu lado. Eu me vendi, enquanto passava a maior parte do tempo nos projetos da faculdade, até que me surgiu a vontade de entrar na política. Além do meu interesse em criar projetos como o centro, eu teria o que sempre busquei, condições de não depender de ninguém. Quebrei a cara, porque descobri que na política não se trabalha sozinho.

— Em nenhum lugar — corrige.

— Exato — concordo e continuo. — Eu tentei transformar a minha relação com Otávio para ter um aliado político, mas na cara que tudo desandou completamente.

— Tudo desanda facilmente quando tem sexo envolvido. É muito complicado misturar as coisas e terminar bem, principalmente com alguém como o senador Otário — comenta, pensativo.

— É experiência própria? Fala isso por causa de Suzanna? Achei que tinham uma boa relação.

— Não achou não. Sacou na hora que tivemos um rolo.

— Mas não foi pela questão de se estranharem... pelo contrário, dá para ver o quanto são íntimos. E ela até ofereceu o próprio apartamento para você ficar perto de mim, Otávio jamais faria isso.

— Por isso falei, já é complicado com alguém feito a Suzanna, imagina igual ele.

— Como foi o seu dia? — pergunto, avaliando o cansaço dele.

— Pesado e com muita saudades de você. — Um sorriso ilumina o meu rosto ao ouvir que lembrou de mim.

Eu me ajoelho na cama para o beijar. Quando encosto a minha boca na sua e sinto o sabor do uísque. Solto os seus lábios afastando o meu rosto do dele com o cenho franzido, claramente deixando duas perguntas estampadas no meu rosto: "Por onde andou? Estava se divertindo enquanto fiquei aqui sozinha?"

Dom pigarreia.

— Eu havia promovido um baile para os gerentes das bocas na boate do Greek Kiss — responde, entendendo completamente o que me ocorreu —, minha presença é sempre fundamental nessas festas. Te liguei para avisar, mas você só me mandou aquela mensagem e não me retornou — justifica.

— Não queria te atrapalhar, acho que não é muito legal interromper o que quer que esteja fazendo para me atender. — Faço um dar de ombros, em seguida meu rosto queima ao pensar sobre a boate. Algumas das garotas de Lourdes conseguiram trabalhar lá, o gerente seleciona a dedo só mulheres que considera bonitas. — Greek Kiss é aquela boate que...

— Não pense besteira — interrompe me puxando para um beijo. — Vou precisar fazer isso muitas vezes, mas não sou o senador — assegura.

Eu me afasto novamente de Dom, pensando sobre o que me disse.

— Dalena... — suplica, aflito.

— Tudo bem, é só que...

— Eu sei que não bem. — Ele me puxa para si outra vez. — Não precisa mentir, só preciso de um pouco mais da sua confiança em mim. Também não quero te pressionar a isso agora, pode pensar direitinho e até me mandar dormir no sofá — sugere, ajeitando o meu cabelo atrás da minha orelha. Acabo dando um sorriso idiota. — Como foi o seu dia? Fiquei preocupado depois de ontem.

— Eu estou estranhamente bem, apesar de ter muita coisa na cabeça agora — digo voltando a me sentar no colchão.

— O que está te preocupando mais?

— Tudo. Inclusive, precisa saber que Otávio e o prefeito estão planejando dizer que você está impedindo a construção do centro no morro. Eles querem criar uma cortina de fumaça e minar o seu poder no morro. É algo até bem óbvio, pois foi exatamente o que eu fiz com Pampa, talvez seja até a vida me cobrando o meu crime — avalio um pouco exasperada. — Ainda não tenho uma ideia para resolver isso, porque a minha cabeça está bem cheia, mas eu vou pensar em algo para evitar te jogar nessa história. Não se preocupe.

— Eu não estou — diz com tranquilidade.

— Não? — pergunto, confusa. Ele balança a cabeça em negativa arrumando os meus cabelos novamente, percebendo no meu olhar de estranheza que deixou escapar algo que não quer que eu saiba. — Ué? Confia tanto na minha capacidade de solucionar as situações, porque não parece quando me manda deixar o centro de lado — comento com certa ironia.

— Tudo é o centro. Podemos conversar sobre isso outra hora? — pergunta, afagando a minha nuca.

— Não. Não mesmo. — Tiro a sua mão de cima de mim, encarando-o com desconfiança, e Dom engole em seco. — Não quando está bem claro que me esconde muito mais do que as atividades criminosas de Otávio.

Ele inclina o rosto, evitando me olhar. Em seguida, seus olhos se encontram com os meus, e neles vejo um brilho triste e melancólico. Sua expressão se torna murcha, como se todas as suas cores desvanecessem de repente, como se estivesse com medo. Se Dom está assim, é porque sabe que eu não vou gostar nada do que está me escondendo.

— Por favor... me diz a verdade — peço com um turbilhão de emoções caindo sobre mim.

Não seja como Otávio, Dom.

— Você é muito ligeira, Dalena, pega tudo no ar. — Sua sobrancelha se ergue e suas mãos inquietas alisam o seu cabelo, enquanto cruzo os meus braços.

— Não enrola... já basta ter mentido.

— Primeiro, eu não menti para você, só não contei tudo — alerta, desconfortável com a situação.

Dom não consegue falar.

Meus pensamentos parecem engrenagens funcionando a todo vapor diante da sua resistência em contar de uma vez o motivo de não estar preocupado com o plano de Otávio. Passo a ligar os pontos um a um. O jantar no farol, os alertas que me fez, a insistência em me fazer desistir do centro. O contato na prefeitura.

Porra!

Porra!

Dom consegue ver no meu olhar que eu descobri e se aflige ao me ver saltar da cama. Ele prontamente para na minha frente.

Porra!

Porra, Dom!

Contorno ele indo em direção ao closet. Eu não quero falar nada, eu não quero chorar.

Meeeeeerda!

Merda! Merda! Merda!

— Dalena... — chama o meu nome, enquanto, descontrolada, tento fechar a minha mala. — Dalena, não é como está pensando.

Estende as mãos diante de mim quando me viro para o encarar com um olhar fulminante, Dom parece se conter para me impedir de ir embora. Jogo a mala em pé no chão e puxo a alça violentamente.

— Para um pouco e me escuta, Dalena — pede, controlando a voz para não mostrar o seu desespero.

— Por isso Susanna saiu do próprio apartamento, não é? — pergunto ao me surgir mais uma dúvida. Os meus olhos piscam freneticamente. Só uma otária como eu, acreditaria que ela era uma mulher muito madura. — Ela não ia sair para abrir o seu caminho para mim. Ela saiu... ela saiu, Dom. Ela só saiu para te ajudar a me enganar. Para impedir a questão do centro.

— Não, Dalena! — Dom me empurra até a parede, onde encosta o meu corpo. Suas mãos passeiam sobre mim, como se um campo magnético o impedisse de me tocar.

Porra! Ele me disse ontem que me amava.

Como eu sou otária. Uma baita otária.

— Qual era o plano? Queria me confundir com o caso de Iris e Otávio? Achava que isso me deixaria longe da prefeitura? Que eu esqueceria o centro e de quebra você paga de mocinho, enquanto eu pago de trouxa? — minhas perguntas saem das minhas entranhas, tamanha é a dor e o nojo que estou sentindo. — Estou te dando a chance de falar — digo entre os dentes.

Dom permanece mudo, se contorcendo por dentro. Eu queria realmente que me dissesse que não é o que estou pensando. Meus olhos não conseguem mais conter as minhas lágrimas, é demais sentir ele junto de mim depois que me entreguei completamente e fui brutalmente apunhalada num golpe tão baixo.

— Mais uma chance. Uma pergunta mais direta. Por que você não está preocupado com o plano de Otávio, Dom? — insisto.

Ele toma um fôlego de coragem, embora saiba que não tem mais volta. Ele mentiu.

— Porque eu financiei a campanha do Valmir Mar. Ele não é só o meu contato, ele não pode ir contra o que eu mandar — sua voz é fria e simétrica. — O centro nunca será construído naquele terreno, não enquanto eu precisar dele.

Minha cabeça pende sucessivas vezes para baixo em afirmativa. Minhas lágrimas disparam do meu rosto.

— Otávio não sabe da sua aliança com Valmir?

— Não sabe... Ele teve essa ideia desde que nós nos beijamos na Ponta dos Golfinhos. O Valmir está administrando a situação, o nosso acordo na campanha foi que eu controlo tudo em Tia Ondina, não me interessa o dinheiro do roubo deles, nem o resto da cidade, mas eu que decido tudo do morro. — Dom revela sem nenhuma expressão no rosto. — Independentemente de mim, eles jamais construiriam esse centro e isso não muda nada entre nós, Dalena.

— Ah... é. Não muda. Enquanto você é o dono da bola, o jogo pode acontecer a vontade, não é?

Bem típico.

Bem Otávio.

Ele fode comigo à vontade, fala que me ama e fica tudo certo, desde que eu coma na palma da sua mão.

— As coisas não são assim. Você já sabia da minha influência na prefeitura.

— Realmente, influência e mandar na porra toda são exatamente as mesmas coisas. Caso não tenha percebido, contém ironia. — Bufo um riso atravessado. — Você não é só o dono do morro, é dono de Tia Ondina em qualquer lugar. Entendi errado?

— Eu te falei o que precisava saber, não podia e não posso comprometer o tráfico, isso coloca não só a minha cabeça a prêmio, coloca a sua cabeça também. Por acaso entende isso?

— Entendo... entendo o que Otávio disse, eu sou só uma palhaça chamando a atenção da plateia e por trás do picadeiro é onde os ratos engordam. Não foram essas as exatas palavras, só que é justamente sobre isso. Pensando bem, ele foi mais até mais honesto do que você. Traduzindo: Em nenhum momento, desde que nos reencontramos, você foi honesto comigo — a raiva que estou sentindo transpassa em cada palavra dita.

— Dalena... — sussurra. Dom contorce o rosto, enfurecido com minha resistência. — Você não conhece esse cara! — ralha e desfere um soco contra a parede.

— E você, eu conheço?

Nossos olhos parecem cheios de perguntas e respostas, porém, nada é dito. O silêncio reina enquanto nos encaramos, reprimindo uma infinidade de sentimentos controversos. Dou um passo para o lado saindo debaixo de Dom, vou até a minha mala, seguro na alça passando a arrastar as rodinhas até o quarto. Tiro o telefone de Dom da minha bolsa e deixo no móvel. Em seguida, passo pela porta sem olhar para trás, indo embora dali, arrasada.

O sonho acabou.


|NOTA DA AUTORA|

Oiê... Estou escrevendo essa nota com medo kkkkkkkk

Então... nem vou dizer muita coisa kkkkkk

Mas não posso evitar de perguntar o que acharam do capítulo e qual é a expectativa para o próximo?

Um aviso, é que com relação aquela promessa de postar mais capítulos por semana, ela está perto de se concretizar. 

Amo vocês! Obrigada a cada um que acompanha sem falta o andamento da história. Essa obra em particular, exige muito do meu tempo e do meu raciocínio para deixar tantos pontos conectados e sem furos. provavelmente, haverá uma sucessão de atualizações em julho, porque pretende colocar a obra para concorrer ao prêmio Wattis, mas será apenas para melhorar questões ortográficas, o enredo permanece.

Bom, além de vocês leitores, alguns escritores fazem questão de acompanhar A VIDA NO MORRO COMEÇA CEDO porque acreditam no meu trabalho. Então, gostaria de deixar um agradecimento especial para eles, porque não é fácil dividir as escritas com a leitura. Eu fico extremamente honrada com esse carinho, e para mim é um grande prestígio ser lida por autores incríveis. 

Obrigada  idale  TAC  TAC  @wn_akira @ARPampam @amhverse @adylsownscritas  allyangellbr  - Espero não ter esquecido ninguém!!

Um agradecimento especial vai para a  Carol7Wal  , o trecho da obra "Estações & Metamorfoses" lida por Dalena é dessa escritora fabulosa, que me deu a honra de deixar um pedacinho dela aqui. Gratidão!

Fica aqui a minha indicação para conhecerem o trabalho dessa turma maravilhosa!! 

Falei demais hoje kkkk!! Vejo vocês em breve... Um abraço e até a próxima quarta!! ✿◕‿◕✿

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