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▓ CAPÍTULO TRINTA ▓




Enquanto me vejo no espelho, coloco cuidadosamente a peruca sobre minha cabeça, Suzanna me entregou na noite anterior junto com os documentos falsos. Os fios cacheados e longos, em tons de champanhe com loiro escuro, são bem diferentes dos meus castanhos. Eu ajusto, prendendo firmemente e só depois penteio, certificando-me de que fique natural, sem falhas.

Visto roupas simples e discretas para se adequar ao meu disfarce. A arma que tem sido minha constante companheira, ficará guardada ou não passarei na revista da cadeia onde Caveirinha está preso. Eu me olho no espelho e sinto uma sensação estranha de estar me escondendo, mas sei que é necessário para a minha segurança.

Respiro fundo, tentando me acalmar e me concentrar na minha missão. Preciso ser cuidadosa e ficar atenta aos detalhes para não ser descoberta. Também estou focada em convencer o testa de ferro de Otávio que é hora dele ser o verdadeiro senhor do tráfico do Morro Grande. Eu pego minha bolsa e me preparo para sair, sabendo que não posso dar para trás na hora de agir.

Ao sair pela porta, tentando parecer o mais natural possível com o meu cabelo falso, sinto o meu coração bater forte. Tenho consciência que essa é uma situação de risco, mas estou determinada a cumprir minha missão, seja qual for o custo. O tempo também não está ao meu favor. Apesar de ter me afastado completamente da questão do centro, sei que Otávio não vai me esquecer e, como Dom me alerta, na oportunidade que tiver, virá ao meu encontro. Para a minha sorte, venho conseguindo me manter abaixo do seu radar desde que me mudei.

Os motoristas de aplicativo recusam a viagem até a cadeia municipal e desisto de continuar solicitando. Caminho pelas ruas até o ponto de ônibus, checando tudo à minha volta. Os meus olhos estão em constante movimento, procurando por qualquer sinal de que estou sendo seguida. Independentemente de se tratar de Dom ou Otávio, nenhum será bem-vindo neste dia.

Eu chego à cadeia e me apresento na recepção, mostrando os documentos, tento controlar o nervosismo de apresentar uma identificação falsa para um policial. Após explicar o motivo da minha visita, alegando ser assistente da nova advogada de Caveirinha, sou levada até uma sala de revista feminina.

A guarda me olha de cima a baixo, enquanto eu tiro meus sapatos, apoio minha bolsa em cima da mesa e me viro para que ela possa me revistar. Sinto-me exposta e vulnerável, como se todos os meus segredos estivessem prestes a serem descobertos.

Tento manter a compostura, segurando a tremedeira que quer me consumir e controlando a minha respiração. Eu sinto os olhos da oficial em mim, tanto quanto sua mão investigando meus bolsos, procurando por qualquer coisa que eu possa estar escondendo. Ao me apalpar rapidamente, como se estivesse somente cumprindo uma formalidade, ela não nota os meus cabelos falsos.

Finalmente, dá o sinal de que estou limpa. Pego minhas coisas, tentando me recompor e ser indiferente ao medo de ser descoberta. Escoltada por um guarda, caminho pelos corredores da cadeia, me dirigindo à uma sala de conversas privadas.

Ao passar pela porta de metal pesado, Caveirinha me olha de forma dura. Ele tem o rosto envelhecido, apesar de ser mais jovem do que aparenta. Nas partes expostas da pele, não encontro nenhuma tatuagem que o ligue a seus crimes ou a facção que pertence. Cabelos ralos e uma estrutura ossuda, definem bem o homem de olhos escuros e pele pálida, devido ao pouco contato que tem com o sol.

— Sou a vereadora Dalena. — Eu me apresento rapidamente sob um sorriso incrédulo nos lábios do detento.

— Usou um nome falso para entrar aqui? — pergunta, insatisfeito. — Tudo bem, cinco anos a mais ou a menos não me farão diferença, já que vou passar a vida aqui dentro — resmunga.

— Eu não vou ser descoberta — garanto. — Já me conhece?

— Claro! Não é por sua causa que Otávio quer virar o Nero e tocar fogo em Belo Rio? — faz uma pergunta retórica. — Ele que te mandou aqui? — Nego ao balançar a cabeça.

— Já sabe sobre a sua esposa? — Vou direto na ferida.

— Veio aqui porque está sentindo ciúmes do senador? — Sorri debochado.

— Não. Quero alinhar os nossos interesses — esclareço o motivo da minha visita.

— Já posso sentir que, com certeza, não é para ajudar o senador a derrubar Thundercat — observa, com um sorriso animado. Eu confirmo. — Acho difícil uma saída para derrubar Otávio vir logo de você, mas digamos que estou curioso.

Ele parece alguém inteligente e que gosta de desafios.

— Eu vou matar Otávio, mas preciso que assuma a autoria. — Uma risada explode em sua garganta.

— Caralho, desde que você entrou, tenho a impressão que vai desmaiar a qualquer momento e quer matar um senador da república? — questiona, enquanto se diverte.

— Eu gostaria que fosse preso pelos seus crimes, mas nenhuma prova será suficiente para manter Otávio na cadeia — admito.

Sem sombra de dúvidas, Caveirinha não vai se importar com os crimes do seu comparsa. Claramente, o interesse dele em me ouvir é para dizer tudo ao senador, mas ao me escutar, posso convencê-lo. Eu sabia que seria um risco, mesmo assim, estou apostando no meu poder de persuasão.

— Você faz parte de tudo no que o senador está envolvido?

— Só comando o morro; ele nunca quis crescer muito para não ficar exposto. É a primeira vez que quer peitar outra facção por disputa de território, e sabemos bem o que o senador realmente quer — comenta, pensativo. — Qual é a tua nóia com o senador? É porque o cara tá indo pra cima do teu homem?

— Ele não é meu homem e não precisa de mim para se defender. Se estamos falando do mesmo Thundercat, sabe melhor que eu — Sua testa tensiona. — Descobri que o senador está fazendo algo que abomino. Sei que ele jamais irá parar, porque preso não fica.

— Tipo?

— Presumo que isso não tem importância para você.

— Isso, eu quem decido.

— Ele está traficando menores para serem escravas sexuais — conto. Caveirinha fica em silêncio por um longo momento, sem demonstrar qualquer reação.

— Óbvio que não ficará preso por isso. Você vê alguém como ele aqui dentro? E olha que a turma aqui não fez nem a metade disso — diz demonstrando certa indignação, e fico satisfeita. — Mas... digamos que você consiga matar ele, e aí? O que eu ganho com isso? — pergunta de forma alegórica. — Porque sou totalmente oposto a Thundercat.

— Muito. Você vai ganhar muito.

— Muito é uma medida relativa, o que é muito para você, pode não ser para mim — explica com um olhar inquisitivo. — Sabe o que significa quando um preso diz quantos matou e quantas mortes tem nas costas?

— As mortes nas costas quer dizer que você assumiu a autoria, mas não matou, e, provavelmente, recebeu alguma coisa por isso — respondo, soltando o ar pelas narinas, impaciente. Não tenho tempo a perder e está na cara que ele é carente de atenção.

— Cria de morro mesmo, por isso que preferiu um bandido de suas origens ao invés do engravatado — observa com divertimento. — Eu matei menos do que o seu namorado e tenho algumas mortes nas costas, é que isso dá um bom dinheiro para manter o conforto dos meus filhos, minha querida mãe e a vadia da minha mulher. Então, o que eu ganho assumindo a sua travessura?

— Ser o dono do Morro Grande bom para você? Até porque, teoricamente, já é seu. E também, qual é a diferença de assumir a morte de um senador se já estiver preso?

— Olha, justiceira... eu tenho tudo aqui, esse mundo é meu. Por causa da parceria com o senador, estou acima de qualquer um, até do diretor. E olha que enquanto ele usa um perfume de duzentos reais, eu uso um perfume que custa mais de mil. Cheira aqui — Ergue o pulso. Eu me aproximo e aspiro o perfume em seu pulso, reconhecendo ser de uma marca importada. — Otávio me trata como rei.

— Do tipo de rei que dorme com a mulher dos seus aliados?... Não sei porque isso nunca termina bem — provoco, e ele fica em silêncio. — Sabe... eu tenho certeza que se Otávio for morto pelo tráfico de Morro Grande, é capaz de ter seus crimes expostos por algum promotor que já esteja em seu rastro ou que queira aparecer.

— Como assim?

— Se eu quisesse que Thundercat matasse Otávio, ele já estaria morto. Mas quanto tempo eles usariam a linha investigativa de que foi um crime passional, mesmo não tendo nenhuma ligação? — Faço ele refletir.

— É, vão cair em cima de vocês fácil e o resto será esquecido.

— Se você assumir a autoria, ficará difícil eles conseguirem me associar, ainda que seja eu a puxar o gatilho. Isso vai despertar muitas perguntas e a principal será o envolvimento do senador com você — explano o meu raciocínio, e Caveirinha se mostra interessado.

— Verdade. Uma cortina de fumaça.

— Todos que teriam interesse em tentar fazer uma represália com a morte dele para mandar um recado, vão fazer de tudo para abafar e se afastar para não se expor, entende? Ninguém vai querer chamar atenção. A polícia não vai poder fazer nada. Você será o próprio rei — finalizo.

sintonizando na sua ideia — diz pensativo

— Se você fosse um homem livre, te colocariam como bode expiatório, toda a atenção seria colocada em você, até que fosse morto e ninguém ligaria. Só que te matar aqui dentro, atrai mais a atenção, já que fica óbvio ser queima de arquivo. Se ficar de bico fechado e mantiver as relações, a história será esquecida e os crimes de Otávio, como disse, apenas a cortina de fumaça da sua própria morte. — Ele ouve atentamente, mas permanece cético.

— Tudo na teoria é perfeito, mas sempre acontecem imprevistos, ninguém tem tanto domínio assim dos acontecimentos. — Penso em como Dom segurou bem e sozinho o desenrolar da morte de Pampa. — Quem garante que não vai tremer na base, ou vendo o que você me disse, nada me impede de usar o seu plano.

— Verdade, mas qual será a graça de matar o homem que come a sua mulher pela mão de qualquer um? Não quer imaginar a cara dele quando souber que estou do seu lado? — eu argumento, e ele solta uma risada cheia. — Sem contar que corre o risco do plano vazar e aí, já era. Também não vão conseguir chegar no atirador tão fácil.

— Você é muito boa! Sério! — alardeia. — A polícia não terá como te conectar a mim e pouquíssimas pessoas sabem que é a razão do conflito das facções. Quem sabe não vai falar.

— Exatamente.

— Eles só vão pensar que fui eu, mas quem puxou o gatilho será um puta mistério — fala embasbacado. — Eu quero entrar nessa só para assistir isso acontecer — ele concorda finalmente, me deixando aliviada.

Caveirinha é apocalíptico, gosta de riscos, de sentir emoção.

— Só tem dois problemas — alerto, fazendo Caveirinha me olhar com curiosidade. — O local e o motorista.

— Eu mando matar o motorista fácil.

— O único que vai morrer é Otávio.

— Como queira, mas será mais difícil. Onde está pensando em encontrar com ele?

— Tem que ser em Morro Grande, num local onde eu possa entrar e sair sem ser vista por ninguém. Você é de lá, conhece o local melhor e precisa montar essa parte do plano.

— Preciso de tempo para pensar — avisa. — E o motorista?

— Otávio não entra nos estabelecimentos humildes com segurança para não parecer soberbo, só que ao menor sinal, ele vai se materializar e pode me pegar — pondero. — E se uma mulher o atrasar para eu ter tempo de fugir?

— Uma mulher que distraia ele?

— Sim. Mas se tiver contato com o Marlon, será procurada depois. Vai ficar na cara o envolvimento dela, é melhor não — rejeito a ideia.

— Posso usar uma profissional, conexão minha de outro estado. Assim que ele precisar ir até Otávio, ela nunca mais será encontrada. O cara vai ficar super à vontade, o Morro Grande é a casa deles, são tratados como astros lá.

— Isso é verdade, já visitei a comunidade ao lado dele.

— Então...

— Tenho que ir, o tempo está acabando — digo, olhando o relógio. — Esse é o meu número, a gente vai se falando. — Passo um papel para ele. — Não temos muito tempo para executar o plano, decida o que precisa com urgência.

— Mas, se estiver a fim, ainda temos tempo para eu te dar um trato rapidinho.

— Nem sonha... — Franzo o cenho. — Tem uma última coisa.

— O que quiser.

— Vou colocar no projeto de lei orçamentária do ano que vem um centro de acolhimento à mulher em Morro Grande, e você vai fazer das tripas coração para isso acontecer — aviso.

— Aí você me fode.

— Sem isso, nada feito.

— Como assim, me dá o doce e depois quer tirar? — Eu me mantenho séria, enquanto ele balança a cabeça ansioso. — Fechado, mulher. — Estende a mão, e eu a aperto.

— Gostaria que me desse uma cortesia. — Ele sorri, vendo que estou abusando da sua abertura. — Quem é o X9 que está entregando informações de Tia Ondina?

— A facção de Tia Ondina é minha rival, porque eu vou ajudar nisso?

— Diplomacia. Boas relações com Thundercat, podem evitar dores de cabeça para você no seu começo como verdadeiro dono do Morro Grande. Sabe muito bem que ele não quer guerra, mas não vai perder essa. Ele tem o comandante da polícia na mão.

— Roman.

Levanto, trocamos mais um aperto de mão e deixo a sala sabendo que ainda há muito o que fazer, principalmente, avisar a Dom sobre Roman. Saio da cadeia, com uma sensação mista de alívio por ter Caveirinha no meu plano e uma tremenda incerteza martelando a minha mente, afinal, tudo pode dar errado. Essa é apenas uma etapa de um longo caminho.

Ainda na parada aguardando o ônibus, ligo para Suzanna.

— O que quer agora? — sua voz soa impaciente

— Roman é o X9 — aviso e desligo.

Duas horas depois, o ônibus chega, entro e escolho um lugar para sentar. Estou cansada, mas com a mente a mil. Hoje foi um dia longo e desafiador, visitando um criminoso na prisão com o objetivo de convencê-lo a se tornar meu aliado. Conversar com Caveirinha foi mais fácil do que eu pensei, esse deve ser o motivo de Otávio o usar como testa de ferro.

Tento me distrair olhando pela janela, vendo as ruas passarem enquanto o ônibus segue seu caminho, me levando de volta para casa. O sentimento de estar prestes a matar Otávio não é de vitória, é de como se eu afundasse mais na minha vida. Também me sinto um pouco insegura, não há uma certeza de que Caveirinha realmente vai seguir em frente com o acordo que fizemos.

Acabo querendo planejar minhas próximas ações, só que é difícil me concentrar quando ainda estou absorvendo tudo o que aconteceu hoje. Finalmente, o ônibus chega em minha parada e eu desço, caminho atenta para casa. É horrível andar tão preocupada com a possibilidade de estar sendo seguida.

Abro a porta, tiro meus sapatos e me jogo no sofá. Aproveito a falta de conforto que o estofado da minha casa oferece. Agora entendo porque Dom não conseguiu dormir, as almofadas parecem feitas de rochas, enquanto a cama dele parece uma nuvem. Viajo um pouco para os dias que fiquei em sua casa. Estou prestes a fechar os olhos e lembrar daqueles bons momentos quando o telefone toca, é Suzanna.

— Você estava certa sobre o X9, e sobre o conflito, o que está fazendo, começou a ter resultados. — A chamada é encerrada.

Otávio acreditou em mim.

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Quinze dias se passam, alguns ônibus são queimados, trocas de tiros acontecem, presos se rebelam, mas tudo ocorre apenas de forma midiática, para demonstrar o poder de cada facção. A manchete sobre a morte de Roman estampou a capa dos jornais, ele foi a única morte noticiada em meio a guerra, deixando apagada a notícia sobre uma ex-garota de programa que foi pega com setenta quilos de cocaína no carro.

Suzanna é a nova gerente geral. Ela ficou imensamente grata com a informação sobre o X9 e cuidou com muito empenho de toda a armação contra Josy. Minha antiga amiga vai pagar por seus crimes, mesmo sendo presa por algo de que não tem culpa. Não tenho a consciência tranquila, agir por meios errados traz um sabor amargo, embora a sensação seja de dever cumprido.

Eu me mantenho escondida, longe dos olhos do senador, saio de casa somente para o estande de tiro. Dom não me procurou. Luzia, Henriqueta e Potira são as únicas pessoas com quem ando conversando por telefone. Caveirinha me passou o local onde vai acontecer a emboscada a Otávio, está tudo acertado.

Meu único contato pessoal é com Suzanna na hora de treinar a minha mira. Mudei para uma arma mais comum no tráfico, o mesmo modelo que Caveirinha vai malocar no mato das dunas do Morro Grande para ser usada contra Otávio. Estou melhorando a minha pontaria e tentando não desistir da ideia, a verdade é que me sinto cada vez mais cansada do mundo. Nesses últimos dias venho definhando lentamente, lutando para me manter em pé. A ideia de ser presa ou morta já não me assusta.

Deitada no sofá, com o olhar perdido na tv iluminando a sala escura, enquanto uma série qualquer é transmitida, me concentro apenas nos meus pensamentos. O barulho de um carro parando na porta de casa chama a minha atenção, interrompendo meus questionamentos sobre se um dia eu terei uma vida normal.

Vou até a janela e vejo Dom descer da sua Range Rover. Ele me olha preocupado quando nota a minha presença, acredito que minha figura pálida o assustou. Sinto uma azia constante. Não ando me alimentando bem, muito menos dormindo. E quando isso acontece, acordo nos lugares mais variados da casa. Cheguei a instalar uma grade de proteção na escada, de nada adiantou, pois eu consigo abrir como se estivesse acordada.

Dom caminha na direção da porta. Não esperava vê-lo hoje depois de tanto tempo de um silêncio tão machucado entre nós. As últimas palavras ditas permanecem circulando à nossa volta com o peso do que falei e dos nossos segredos, mesmo assim, ele está aqui.

Ainda me sinto intransigente em relação ao comportamento dele, mas eu não quero pensar sobre isso, nem que seja para satisfazer a minha razão. Neste momento, faltam forças para resistir a Dom, ando sentindo tanto a sua falta.

Vou até a entrada, abro a fechadura, escancarando a porta. Uma brisa entra levantando alguns fios castanhos dos meus longos cabelos, ela me acalenta, como se soubesse do meu desamparo. Estou tão nervosa quanto desconcertada, lutando para deixar minha postura firme diante dele.

Eu sou uma piada, pois sinto que a qualquer instante confessarei o quanto foi triste ficarmos separados por tantos dias. Agora que estou reencontrando o seu cheiro, a sua presença, o seu azul, o seu laranja, serei incapaz de o mandar embora.

Estremeço por dentro.

Dom se aproxima, eu posso ver o amor e a dor em seus olhos. Estamos tão magoados. Eu diminuo a distância entre nós, lembrando vagamente que necessito ser coerente, pois nada mudou. Mesmo assim, ignoro por completo essas questões atravessadas na garganta. Os meus dedos tocam sutilmente os seus abaixo da nossa cintura. Esse simples contato faz meu peito arder.

Ah, como eu preciso dele...

— Oi. — Tomo a iniciativa, já que Dom parece travado. Escuto apenas um pigarro em resposta, embora o encontro de nossos dedos continue sem se importar com a barreira linguística erguida entre nós.

Ele olha para mim com uma expressão indecifrável, e eu sinto minha boca ficar seca. Talvez quisesse dizer "Oi..., é legal ver você novamente", e eu pudesse responder "Sim, é legal ver você também", mas esse não é o diálogo que queremos ter, nossos corpos estão gritando mais alto. Sorrio internamente por pensar tal bobagem, jamais fomos um casal comum. Embora permaneça na incerteza da sua presença, estou aliviada por sua pele ainda conversar com a minha.

Coerente com meu sentimento mais real, minha mão fica mais atrevida e se entrelaça na dele. Dom não se afasta, simplesmente estreita os olhos, parece não acreditar em mim. Como se o amor que sinto fosse uma arma poderosa apontada para minha cabeça, me rendo um pouco mais e apoio devagar a minha testa no centro do seu peito. É tão acolhedor.

— Tudo bem... Eu não quero brigar agora, só estou precisando fingir que somos os mesmos, que ainda estamos encantados com o quanto nos amamos e que seríamos capazes de passar horas a fio nus, ignorando esse mundo de merda — digo em sinal de paz, mantendo o meu rosto em seu peito. Ele vocaliza com um riso rápido e trêmulo na garganta.

Ergo o meu olhar e fito Dom. Encosto a palma da minha mão na lateral do seu rosto, ele fecha os olhos e deita nela sem pesar a cabeça. Eu me aproximo ainda mais, colando o meu corpo no dele, sabendo que desde que abri a porta, era um caminho sem volta, tudo em mim implora por esse homem.

A minha barreira se desfaz.

— Não importa o motivo que te trouxe aqui, esquece ele, eu quero que foque em me amar o máximo que puder — sussurro contra o vento em seu ouvido. — Sem pressa, sem deixar nada entre nós. Somos só você e eu, Dom.

O meu amor colorido segura a minha nuca e roça o rosto no meu, arrepiando a minha pele. Um sorriso inebriado se desenha em minha boca enquanto choro. Eu jamais vou me arrepender de receber mais uma carga para alimentar o meu sentimento por ele, porque isso me cura, me vitaliza, me torna feliz.

— Você não parece bem, Dalena, estou preocupado — observa com a voz macia ao afastar o rosto alguns centímetros, enquanto a sua mão desce carinhosamente até a minha cintura.

— Você também não parece bem. — Seu olhar confirma o que eu disse num azul desgastado pintando sua íris. — Sabe..., talvez isso seja um erro meu, porque estou tão fragilizada que não consigo ser maior do que nós dois, que não consigo ser indiferente agora — reflito, atordoada.

— O que quer dizer, Dalena?

— Não queira entender. Eu também não vou tentar entender, só preciso dizer que eu te amo. Eu te amo muito, Dom. — Tropeço nas palavras quando o seu rosto cola na lateral do meu e roça lentamente na minha pele, chegando bem próximo a juntar as nossas bocas. — Entende isso? Acredita em mim?

O dono do meu coração engole as minhas palavras ao deixar sua boca topar superficialmente na minha. Ele amacia os meus lábios com o seus, movendo o rosto de um lado para o outro, como se me dissesse não, mas é só uma forma de se entregar de novo. Depois, se aprofunda em pequenas doses ao me puxar pela cintura e colar mais o meu corpo no dele.

Quando Dom degusta a minha boca por completo num beijo apaixonado, instantaneamente, eu me sinto completa. Nossas respirações ficam pesadas, como se esse tempo longe tivesse nos cansado fisicamente. Meus braços se apoiam em seus ombros, ele me guia mais para dentro de casa e bate a porta atrás de si, sem desgrudar dos meus lábios.

A luz do poste em frente a casa, se mistura à da televisão, mas não presto a atenção no que ela está mostrando agora, escuto somente o som do galope de um cavalo se expandindo de forma crescente nos fones do aparelho, parecendo reproduzir as batidas do meu peito. Tudo em mim pulsa, inflamado e sedento.

Dom se afasta da minha boca para beijar suavemente o meu pescoço, os estalos íntimos dos seus lábios em minha pele trazem a sensação de ouvir uma música antiga, do tipo que já não se escuta a um tempo, mas quando surge a oportunidade, ela rouba toda atenção e proporciona uma experiência de nostalgia e felicidade. É o tipo de canção que se conecta com a alma, em uma melodia que acalma e te deixa bem com o mundo.

— Que saudade... — ele sussurra com a voz rouca em meu ouvido, e a minha barriga se revira, espalhando um calor pelo meu corpo.

Eu me aperto mais em seus braços e deslizo a minha língua em sua boca, ávida pelo seu sabor. Dom me prende na parede, suas mãos guiam o meu quadril ao encontro do seu, onde sua rigidez aguarda sentir a minha intimidade roçar cheia de disposição. Tantos dias longe, foram incapazes de diminuir a força do nosso desejo, ao contrário, aumentou.

Dom chupa meus lábios e puxa-os delicadamente entre os dentes. Minha respiração pesada fica abafada pelo som da televisão. Seu polegar desce do meu queixo até o primeiro botão do meu vestido, e um a um é aberto até o meio das minhas pernas.

A expectativa de que sua mão toque o meu corpo nu, incendeia ainda mais a minha carne. Seu polegar roça suavemente a minha púbis por cima da calcinha, causando pequenas correntes elétricas. Depois, desce por entre as minhas coxas me deixando extremamente úmida.

— Juro que não é xixi. — Ele umedece os lábios, e eu sorrio escondendo o meu rosto em seu pescoço.

— Agora eu quero te lamber mais do que nunca — diz num tom grave, arrastando com força os dedos pela minha coxa, me fazendo ficar mais melada.

Ao dar um passo para trás, Dom tira a camiseta de grife da Empório Armani. Ele veio bem arrumado me visitar, dá para sentir que saiu do banho direto para a minha porta. Aproveito o momento para me despir também e deixo o meu vestido cair por meus braços. Mordisco o lábio ao ver os seus olhos passearem pelo meu corpo, em seguida, ouço sua respiração aliviada quando fita o meu rosto.

— Se eu não te amasse, cometeria o meu maior pecado — diz vindo em minha direção —, porque eu tenho certeza que nasci para isso.

As mãos de Dom envolvem os meus seios e a sua boca procura a minha. Seguindo a renda do meu sutiã pela lateral, seus dedos trilham até o feixe, quando liberta as trancas, remove o pequeno pedaço de tecido como se revelasse uma noiva por baixo do véu. Amo ver como o seu olhar é sempre apaixonado para qualquer parte minha.

Dom beija os meus seios parecendo fazer uma promessa de amor e desejo. Sua boca desce pelo meu corpo, aquecendo a pele a cada toque dos seus lábios até a borda da minha calcinha, que é tirada me fazendo ficar da forma que eu gostaria, completamente nua, pronta para viajar em seus braços.

Entre beijos, andamos até a escada, onde me sento em um dos degraus. Dom abre as minhas pernas e segue a linha da minha coxa com algumas lambidas até a minha intimidade. Solto um suspiro ansioso, ao mesmo tempo que meu coração chacoalha no peito.

Ele alcança o centro das minhas pernas com sua língua e faz o trajeto da fenda em minha intimidade se aprofundando. Eu apoio as mãos no degrau de madeira abaixo da minha cintura. Pesando a cabeça para trás, fecho os meus olhos em puro êxtase, misturado a sensação de puro delírio. Prendo em meus dedos os fios ruivos do seu cabelo, sendo embalada por nossos gemidos urgentes, enquanto me consome.

Rebolo o meu quadril em sua boca.

Meus gemidos não param.

Ofego com a respiração acelerada.

Eu abro os olhos e admiro o belo homem agarrado em minhas pernas, saboreando o que existe de mais íntimo em mim. É incrível como o toque molhado de sua língua esquenta, parecendo ter fogo. A pressão de sua boca me arranca os mais profundos gemidos, as melhores ondas de prazer.

Dom me lança um olhar devorador sem soltar o meu sexo. Sensualmente, aperto os meus seios e os massageio, isso o deixa mais enérgico. Ao avançar sobre meu corpo, ele me penetra com seus dedos. Ah, que doce loucura provoca em meu corpo, enquanto suga os meus mamilos com toda paixão que é capaz. Eu me seguro em suas costas, completamente tomada pelo deleite de ser um brinquedo em suas mãos.

— Dom, eu não quero ter um orgasmo agora, quero te esperar — aviso arfante. — Estou muito sensível, se continuar não vou segurar. — Ele ofega ao me ouvir.

— Está bem, mas quero brincar antes — diz, com a cara mais gostosa.

— No que está pensando?

Ele levanta fazendo mistério, vai até a geladeira, pega um prosecco e um frasco de chantilly. Fico surpresa em saber que tenho essas coisas em casa sem me dar conta.

— Os morangos estragaram. Você não compra comida? Acho que essa geladeira nunca foi aberta desde a última vez que eu vim aqui.

— Você não está errado. — Vou até ele e o abraço por trás, enquanto abre o prosecco. — Comprou todas essas coisas mal-intencionado?

— Eu diria bem-intencionado. — Abre o prosecco que emite um estouro oco, seguido por um jato de ar saindo da garrafa elegante.

O prosecco é colocado de lado, Dom me pega no colo e me senta em cima da bancada de madeira da cozinha, onde fico na altura de sua cintura, me provocando uma crise de riso. Ganho um beijo e mordisco meu lábio inferior enquanto ele pega a garrafa novamente.

— Dom, eu vou quebrar a bancada com o meu peso — digo animada demais para quem está realmente preocupada.

— Eu mando fazer outra, mas no momento, quero você aí em cima. — Ele me dá um beijo rápido. — Agora, abra a boca. — Obedeço imediatamente.

Dom leva minha cabeça para trás, deixando o meu rosto para cima e derrama em uma cascata fina a bebida na minha boca. Ela toca a minha língua proporcionando um sabor frutado cheio de frescor com suavidade, mas não muito doce. Também é cítrico sem ser ácida. As pequenas bolhas gasosas descem fazendo cócegas em minha garganta.

Ao engolir uma pequena dose do prosecco, ele puxa a minha nuca para perto de si e saboreia a minha boca num beijo gelado, misturando o nosso sabor com o da bebida. Seus lábios deslizam para baixo, chupando por onde passa até o meu seio como um vampiro apaixonado.

Ao se afastar por um instante, com a garrafa em mãos, vira a bebida na ponta do meu mamilo. Em seguida, degusta o meu seio temperado com prosecco, acariciando o outro, fazendo a minha intimidade arder de tesão. Mordisco o meu lábio, moderando a vontade louca que estou de gemer perdidamente, pois a janela da sala está aberta, e por algum motivo, imagino que o vento leve o som para a rua, permitindo que algum vizinho me ouça. A minha casa não possui muita privacidade.

— Coloque a língua para fora — Dom manda, eu obedeço sorridente. A pouco eu estava deitada no sofá como uma morta viva. Depois que ele chegou, não paro de sorrir como se tivesse ingerido MDMA. Não que já tenha usado a substância, mas sei que um dos efeitos é a felicidade extrema, além de ser viciante.

Agora, com o chantilly em mãos, ele aperta o bico sobre a minha língua fazendo um pequeno suspiro. Não consigo controlar um ataque de risos e acabo salpicando a espuma doce para todo lado. Eu me inclino sobre os braços de Dom, que também perde a concentração. Trocamos alguns beijos rápidos e voltamos a olhar para o chantilly.

Coloco a língua para fora com o rosto ardendo. São tantas coisas acontecendo no meu corpo, no meu coração e no meu cérebro, que me sinto em uma espécie de ascendência sexual. Cada vez que estou com Dom, experimento coisas novas e alucinantes.

Meu lindo amante.

— Mantenha a língua estendida. Não sorria e não coma — determina.

Novamente, Dom aperta o chantilly em minha língua, dessa vez, todo o meu corpo se concentra em assistir o que irá fazer. Suas mãos se apoiam em meus joelhos, em seguida passeiam por minhas coxas. Quando sua presença se aproxima, sinto o calor que ele emana sobre mim.

Somente a pontinha da espuma doce em minha língua é abocanhada por Dom, parecendo que saboreia um manjar com o seu olhar cravado no meu. O mínimo que faz, reverbera em mim como um tsunami, pois a ânsia de assistir a sua brincadeira sexy deixa a minha intimidade doendo de tanto desejo, frisando ser a dor mais gostosa que já senti.

É incrível a consciência que Dom possui das reações do meu corpo, ele deve ser filho de algum deus do sexo ou coisa do tipo. E eu, uma reles mortal, agraciada com tudo o que pode me proporcionar, sabendo que ainda nem tirou a calça, me mostrando que é só o começo. Talvez eu morra essa noite de tanto prazer.

A minha língua continua estendida, deve fazer parte de algum desafio, ou um BDSM nível iniciante, para testar os meus limites. Sei apenas que estou praticamente voando para seus braços, com a intenção de arrancar a sua calça. Quero sentar nele até esquecer o meu nome.

Dom aperta o chantilly no meu seio esquerdo, que não foi temperado por nada. Com o polegar, ele espalha suavemente a espuma doce ao redor do meu mamilo, me deixando em puro êxtase.

Ainda sentada sobre a madeira dura da bancada, estou chocada como até a minha bunda arde com tanto tesão e a corrente elétrica percorrendo as minhas costas. Sem contar que a minha intimidade se alivia involuntariamente ao ficar friccionando contra a superfície rígida. Ele observa tudo isso com extrema satisfação.

— Venha mais para frente. — Sua voz é autoritária de uma forma sexy. Projeto o meu quadril para a borda da bancada. — Incline um pouco para trás. — Obedeço, me apoiando sobre os cotovelos. — Abra bem as pernas. — Faço isso, lembrando do quanto estou melada. — Abra mais. — Afasto as coxas até sentir os ligamentos se esticando.

Sinto o chantilly começar a dissolver na minha boca, lambuzando os cantos e mantendo o sabor doce nas minhas papilas gustativas. Dom pega a garrafa de prosecco e encosta no centro das minhas coxas, me dando a sensação de frio no quente.

Porra!

Reviro os meus olhos.

— Continue aberta — manda, quando tento diminuir a circunferência das minhas pernas para me remexer sobre a bancada. Obedeço novamente, apesar do meu quadril tentar rebolar. — Ah, safada... — diz ao ver que me contorço de tesão.

Dom faz uma pressão mais forte com a garrafa, roço a minha intimidade com mais vigor. O tesão se expande até a sola dos meus pés. Os gemidos explodem em minha garganta. Eu seria capaz de ter um orgasmo se ele tivesse deixado o prosecco por mais um átomo de segundo tocando o meu sexo.

— Você é muito gostosa, Dalena. — Eu me sinto tão poderosa e sexy, completamente aberta e excitada, que seria capaz de permitir que me filmasse nesse momento.

A minha intimidade goteja.

— Volte para frente. — Atendo prontamente inclinando o meu tronco para cima.

Dom abocanha a minha língua dormente deslizando os seus lábios até a pontinha, limpando o resto do chantilly, como se chupasse um picolé da base ao topo. Todo o meu corpo pulsa, parecendo que a minha pele virou uma camada energética de desejo. Ele olha a minha língua ainda estirada e fica inebriado.

— Ah, Dalena... — Aperta os meus quadris com as mãos em brasa. — Você quer mais? — Afirmo.

Com o chantilly em mãos, ele aperta o bico e faz um novo suspiro. O desconforto em permanecer com a língua para fora, não é nada comparado ao que me proporciona numa experiência completamente diferente. Dom lambuza os meus seios com chantilly em movimentos circulares e os chupa, fazendo o meu quadril se remexer novamente sobre a bancada para amenizar a minha excitação ou sou capaz de ter um treco.

— Não se mexa! — Ele bate na lateral da minha bunda ao me repreender, e gemo dentro da garganta, sentindo a bancada melada com o fluido que escorre de mim. Juro que sou capaz de desobedecer novamente, só para ganhar mais um tapa.

O olhar de satisfação de Dom ao ver o quanto fiquei excitada com o tapa mostra a nossa sintonia.

— Abra mais as pernas até não aguentar. — Minha vulva expele mais fluído em expectativa e eu estico minhas coxas ao máximo.

Dom examina a minha intimidade com suas mãos macias, tocando com o polegar entre os lábios e fazendo uma breve penetração com os dedos. Minha sensibilidade está tão extrema, que praticamente desmaiei com a sensação de sentir ele dentro de mim.

— Você deixou a minha garganta seca. — Sorri e já me preparo para o que ele vai aprontar.

A garrafa de prosecco é trazida novamente, mas, agora, Dom lava o meu sexo com a bebida. Ouço o líquido ser derramado no chão ao escorrer de mim, ele deixa o gargalo mais de lado, se curva e bebe diretamente da minha intimidade, enquanto a chupa. Milhões de grunhidos se formam na minha garganta.

Com a respiração acelerada, assisto Dom entre minhas pernas, abaixo do meu ventre, ofegante. Minha cabeça se inclina para trás e o chantilly escorre para a minha boca, não suporto mais, engulo tudo e passo a gemer com notas doces saindo da minha garganta.

O prosecco acaba e a garrafa é deixada de lado. Dom se agarra aos meus seios pressionando ainda mais a língua dentro de mim, me levando ao céu a cada estocada. Por um instante sai de mim e suga o meu clitóris, minha respiração fica entrecortada em lufadas de ar barulhentas. Sinto a minha intimidade inchada e tão sensível quanto uma bolha de sabão, que com um pequeno toque, é capaz de estourar.

— Aguenta mais? — pergunta ao erguer o rosto. Em um aceno frenético de um lado para o outro com a cabeça, nego.

Os meus lábios se comprimem dentro da minha boca, arfo incansavelmente, enquanto Dom pega o meu corpo, leva para o chão, me vira de costas e me dobra sobre a bancada. Estou totalmente possuída. Ele roça a sua rigidez em minha bunda, e gemo, revirando os olhos.

— Tenho uma coisa para te mostrar. — Sua voz soa mais rouca. Ele me entrega o seu celular e vejo exames recentes de DSTs, certificando que Dom está completamente saudável.

— O meu não está aqui comigo — digo ao devolver o aparelho.

— Não tem problema, Tigresa. — Seus dedos arranham as minhas costas, fazendo a minha bunda empinar com o arrepio que percorre os músculos da minha pele. Ouço ele rir satisfeito. — Está com o anticoncepcional em dia? — pergunta gentilmente, e afirmo.

O som do seu zíper abrindo me deixa inebriada. Dom pincela o seu membro em minha bunda, não sinto a camisinha, somente a pele aveludada. Sua mão afasta as minhas nádegas, percebo que aprecia o orifício entre elas. Agora, mal consigo respirar pensando que provavelmente ele não me decepcionaria se optasse por se aventurar nessa parte do meu corpo, mas tenho medo de terminar a noite sem a minha alma. Acredito que ele seja muito avantajado para um lugar tão apertado. Fico aliviada quando as solta, apesar de ter gostado dele explorando com o olhar.

— Coloque as mãos para trás. — Um pouco tensa, obedeço as deixando na lateral do meu corpo e meus seios ficam amassados na bancada.

A mão de Dom acaricia a minha bunda, eu a empino mais. Ouço a sua respiração mais pesada. Seus dedos avançam entre minhas coxas e amaciam a minha intimidade, me penetrando em seguida por um breve instante. Logo, são substituídos pela sua rigidez, que fica parada na entrada, deixando o meu sexo piscando desesperado.

Dom junta as minhas mãos em minhas costas e as prende na sua. Segura o membro entre minhas pernas, até me penetrar completamente, passando a deslizar num movimento de vai e vem. Seus urros se misturam aos meus gemidos. Sinto ele completamente dentro de mim, sem nenhuma camisinha.

Em um breve instante, dá estocadas mais fortes, batendo em minha bunda entre um movimento e outro, deixando o meu sexo mais inchado. Durante alguns minutos, ele alterna a velocidade e a força, se controlando ao máximo para fazer durar por mais tempo a nossa atividade libidinosa.

Aproveito cada segundo, ficando louca com seus grunhidos graves em minhas costas. Meu corpo está febril e alucinado. Dom enlouquece com os gemidos de prazer que emito. Não quero que ele pare, não quero que acabe, mas ele começa a sair e entrar, diminuindo o ritmo.

Ao soltar as minhas mãos, com uma pegada firme, agarra os meus cabelos e guia o meu tronco para trás, ainda montado em mim. Apoiada em seu corpo, sua boca me beija e chupa o meu pescoço. Ao mesmo tempo, seu dedo médio pressiona o meu clitóris. Quando estou prestes a ter um orgasmo, interrompe os movimentos.

— Quero que se vire, você vai gozar olhando para mim — manda e tira o seu membro do meu sexo. Os ossos da minha perna parecem ter perdido a rigidez, porque estou completamente mole.

Ao me virar, Dom me encosta na meia parede da bancada pressionando o seu corpo no meu. A sua ereção fica entre as minhas pernas, rebolo o meu quadril enquanto nos beijamos, com minhas mãos espalmadas em seu bumbum durinho e as dele no meu.

Extremamente excitado, meu universo particular de prazer me coloca novamente sobre a bancada e encaixa o seu membro em meu sexo, me penetrando deliciosamente. Aperto minhas pernas em sua cintura, quando nossa atenção se volta para nossas intimidades e o movimento de entra e sai. Lambuzo o indicador junto do dedo médio na boca de Dom e os coloco para subir e descer sobre meu clitóris, num ritmo inebriante.

— Isso, Tigresa... — Dom sussurra com a voz rouca. — Agora olha pra mim. — Faço o que me pede e o seu olhar me deixa mais acesa.

Ele aperta meu quadril entre suas mãos.

Dom me penetra sem parar.

Meus dedos se mantêm firmes.

— Isso, Tigresa, isso...

As estocadas ficam mais fortes, uma após a outra.

Minha cabeça pesa para trás e meus olhos se reviram.

— Olha para mim. — Enlouquecida, atendo já em êxtase, estremecendo o corpo, ao mesmo tempo que o prazer de Dom se espalha dentro de mim em jatos quentes, e seus urros graves reverberam pela casa.

Meu corpo se desmonta nos braços de Dom e me sinto um mlambo feliz. Ele beija o meu pescoço, ajeitando os meus cabelos desarrumados. Eu poderia dormir por horas, mas lembro que antes preciso passar pelo banheiro ao sentir o cheiro do prosecco misturado ao chantilly e o fluido dentro de mim. A sua visita inesperada me transformou num gostoso caos.

— Banho? — Dom pergunta, afagando o meu cabelo.

— Desconfio que não caberemos juntos no banheiro.

— Vamos ter que caber.

Encaixada em sua cintura, sou levada por ele escada acima, apoiada em seus ombros. O seu membro escorrega para fora de mim pelo caminho, deixando uma imensa saudade. Dom não mentiu quando disse que nos faria caber dentro do banheiro e me ajudou a tomar banho, o que foi maravilhoso, pois talvez eu não desse conta sozinha.

Como, provavelmente, não conseguiríamos dormir se não estivéssemos vestidos, ele veste o short de um dos meus babydolls, já que sua calça também estava suja. Sem dúvidas, a peça de roupa ficou mais linda nele do que em mim. Se não fosse o cansaço, eu teria o deixado nu novamente e começado uma nova rodada de sexo, mas só tive tempo de me aconchegar em seu peito antes de dormir profundamente.


|NOTA DA AUTORA|

Restam 4 capítulos para o final. Como sou boazinha, haverá um epílogo. Aguardem surpresas na reta final de A VIDA NO MORRO COMEÇA CEDO!!

Perguntas ficaram, ou todos confiam que Dalena vai ter sucesso no plano que montou com Caveirinha? Ela e Dom, irão finalmente se entender? Otávio vai conseguir frustrar os planos da vereadora que ajudou a eleger?

O Capítulo 31 será publicado na terça-feira. Até lá!! ✿◕‿◕✿


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