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Capítulo 28| O último adeus.

Aa pessoas mais importantes de Santa Marta, se concentra nesse exato momento, debaixo do pé de Carvalho, tudo em volta do túmulo de Lorenzo.

O padre sai de dentro da capela, que fica a apenas 2 metros de onde está o túmulo, e se posiciona.

— Vamos começar a cerimônia!— diz o padre. Prosseguindo sua fala — Esse momento, acontece com todos, e é da força da natureza, antes  de enterrarmos Lorenzo, pesso que todos de seu último adeus a ele. — diz o padre, dando sinal para o Capitão Fernandes, dar seu último adeus.

O capitão vai até perto do túmulo, e não aguenta de emoção.

— Vosmecê foi um espírito de Luz na terra, e sempre será. Sua história nunca será apagada, pois ela estará descrita através de livros e via oral. Vosmecê trabalhou muito e precisa descansar!— Murmura O capitão Fernandes.

— Agora venha os escravos de honra, por favor!— diz o padre.

Tia Joaquina e Daren, vão até o túmulo, para sua despedida.

— Meu senhor, o que será de nós agora, o suor nosso que irá molhar o chão seco, e rachado??— indaga tia Joaquina.

— Senhor gratidão. Por tudo, principalmente por não deixar o chicote encosta em nós. Lembro de quando o senhor comprou nós, e quando chegou aqui, ocê tratou todo mundo como irmão.— diz Daren, se levantando e ajudando tia Joaquina a se levantar.

Como Ramon, não era da família, ele foi se despedir de Lorenzo, mas a sinhá Olívia, não deixou.

— Vosmecê agora é da família. Volte aqui!.

O resto do povo se despediu e agora era o grande momento. Em que a família iria dar o adeus.

Sinhá Olívia olha para o lado, tentar segurar o choro, e vai em direção do túmulo...

— Lorenzo como foi acontecer isso??— diz Olívia, abraçando Ramon, e Pietra.

— Papai Vosmecê irá deixar saudade. Oque será desse Engenho sem Vosmecê!.

Trinta minutos depois, a família de Lorenzo, acaba de se despedir.

— Vamos dar continuidade no ritual! Que horamos o pai nosso.

Depois do pai nosso, o padre da o sinal, para os escravos, jogar terra sobre o caixão.

— Padre! Não estou preparada ainda! Principalmente para aceitar o enterro.— diz Sinhá Olívia.

— Deus irá te conforta, naturalmente. Ele irá tocar em seu coração.— diz o padre fazendo o sinal da cruz.

O Padre da o sinal, para os dois escravos, ir enterrar Lorenzo. Era um momento muito difícil, principalmente para uma pessoa que Vosmecê ama, e vivia o seu cotidiano com ela.
Quando os escravos acabam o enterro, eles se afastam, o padre faz o sinal da cruz, na cruz de madeira, que era amarrada com cipó, na suas duas junções.

— Que Lorenzo encontre seu caminho, até o seu!— diz o padre, encerrando na cerimônia.

Todos voltam para suas casas, ninguém podia estar trabalhando, nem os escravos das fazendas de Santa Marta.
O Capitão Fernandes, fica no engenho da família de Lorenzo, por conta que a Sinhá Olívia pediu.

— Capitão Fernandes. Vosmecê consegue fazer o depoimento de meu falecido marido?— Pergunta a sinhá Olívia.

— Sim. Irá ser uma honra. Como regra, Preciso que Vosmecê me de a chave, pois ninguém da família pode entrar, porque pode ocorrer o risco de jogar documentos importantes fora.

— Ok. Aqui está!— diz Olívia, tirando a chave de sua bolsa.

O capitão Fernandes, vai até o escritório de Lorenzo, para preparar os depoimentos.

Ramon e Pietra ficam no túmulo, passando aquele resto de dia com Lorenzo.

— Eu não estou bem Ramon. Preciso descansar!— diz Pietra, colocando a cabeça em seu colo.

— Meu anjo, não é melhor Vosmecê ir descansar, em seus aposentos?— pergunta Ramon.

— Porque Vosmecê? E não vosmecês?— diz Pietra, se levantando.

— Eu tenho que voltar para o acampamento, pois eles já devem estar sentindo minha falta— exclama Ramon.

A sinhá Olívia, chama Ramon e Pietra, para ir para o depoimento de Lorenzo...

Os três sentam no banco, do lado de fora do escritório, e ficam esperando.

Acampamento cigano.

O corpo de Soraya, já está pronto para o enterro. Todos já está na cerimônia, e seguindo de acordo com a tradição.

Para os ciganos, Ruan seu líder, foi morto há alguns anos, e sua mulher está sendo velada agora, quem comanda o Ritual é Manolo, e já começa falando do deus "Arangeloudhã" divindade cigana que castiga os que não foram bons.

— Hoje Arangeloudhã, castiga mais um de nós. Pois Soraya foi uma mulher guerreira, e também uma mulher ruim.— diz Manolo, apontando para o corpo de Soraya e prosseguindo a sua fala: — Que   Arangeloudhã consiga ensinar a ela o que é afeto e a gratidão, o que ela não tinha nessa vida.

Muitos choram, de decepção, Dália está em pé, e tem que se abaixar, e sentar no chão, pois passa muito mal.

— Minha querida! O que aconteceu com Vosmecê! Era uma pessoa tão boa— murmura Dália para si.

Apontando para a morada de Soraya, Manolo Exclama:

— Queime todos os pertences que rodeavam Soraya, inclusive sua morada, e que as chamas, alimenta e esquentar o espírito de Soraya, e prosseguindo a falar:
— O falecido deverá ser enterrado com pompa, satisfazendo os seus pedidos feitos em vida para essa hora. De acordo com está escrito em seu pergaminho, diz:

" Quero ser enterrada debaixo de uma Pau-Brasil, e com um jogo de baralho e um leque".

Dos dois ciganos, cavam o túmulo dela, debaixo de um pé de Pau-Brasil, e colocam o corpo dela, mais o leque e os baralhos.
Depois o clã faz uma fila, e vai jogando terra sobre o caixão.

Engenho de Lorenzo.

O Capitão Fernandes, abre a porta e pede para eles se sentarem, para começar o depoimento de Lorenzo.

— fiquem aqui! Irei chamar o nome de algumas outras pessoas!— diz o Capitão Fernandes, Indo até a senzala.

O Capitão Fernandes, demora um pouco, mas quando volta, ele começa a fazer o depoimento.

— Eu Lorenzo Martin. Senhor do engenho Alto Alegre, através dessas alforria, autorizo a liberdade de Daren. Mas se um dia eu bater as bodas, iria ficar grato, se ele ficar para cuidar da minha filha Pietra, e minha mulher Olívia.

— Parabéns Daren! Vosmecê não precisa se preocupar comigo e com Pietra não, agora é livre— exclama a sinhá Olívia, um pouco melhor com a notícia.

— Para flor, eu deixo metade das terras do engenho para ela, e para o fruto do nosso namoro, eu deixo 398 Reis. Desculpa Minha querida esposa, esse relacionamento, tem a ver com quando eu cheguei em Santa Marta, e ainda nem pensava em te conhecer.

— Meu deus! Como ele teve coragem de fazer isso, aquele cretino.— diz a sinhá Olívia.

— Calma mãe! Não se estresse.

— Isso mesmo sinhá, mantenha a calma.

— Para Olívia e Pietra, deixo o engenho, e as terras, da parte da coroa Espanhola— diz o Capitão Fernandes, lendo o depoimento.

Era por volta das 6 horas da tarde quando depoimento acaba, a sinhá Olívia, chama. O Capitão Fernandes para jantar com eles.
Depois da janta, o capitão vai embora.
E o capitão vai para sua casa. Ramon dorme no engenho.

— Daren queima as coisas daquele cretino tudo não deixa nada.

— Sinhá tem certeza!

— Faça o que estou pedindo por favor!

— Minha mãe, eu e o Ramon, vamos indo se recolher— diz Pietra de mão dada para Ramon.

— Porque Vosmecê não namoram? Eu deixo, mas só que Ramon tem que cuidar de minha filha, e seguir o acordo, que Lorenzo tinha falado.— diz Olívia.

Os dois ficam surpresos e aceitam. Os três ficam por volta de trinta minutos conversando, e depois vão todos dormir

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