Andreina Diógenes

- Rio de Janeiro

10:20 horas. Praia da Barra da Tijuca.

O vento estava forte naquele dia de quarta feira.A areia branquinha da praia junto com a água do mar em tons verdes e azul ao mesmo tempo. As ondas quebravam na praia.

No mar alguns banhistas curtiam os esportes aquáticos como o surf e kitesurf.No seu entorno havia belos prédios, hotéis, condomínios e casas. Algumas pessoas andavam conversando pelo calçadão e outros andavam de bicicleta.

Aquela praia era um dos lugares preferidos de Andreina.A jovem andava pela areia enquanto escutava música no fone de ouvido.Estava com uma roupa colada ao corpo e um short curto.

Parecia um dia perfeito para andar sozinha sem a supervisão de seus pais protetores.Andreina Diógenes era uma jovem bonita, decidida e se sentia superior aos outros.Uma patricinha mimada que tinha muito orgulho de si.

Sua família tinha boas condições. Seu pai era dentista e sua mãe era uma boleira.Aonde moravam só tinha somente uma boleira que fazia os melhores bolos que era Mariana, mãe de Andreina.

Ela não tinha uma boa relação com seus pais por ser orgulhosa e se sentir superior.A jovem não gostava de pessoas pobres.Estudou em duas escolas particulares.Na sua primeira escola foi onde ela passou mais tempo estudando.

Dos seus 6 aos 12 anos de idade, ela estudou em uma boa escola particular e dos 13 aos 16 anos, foi para outra escola aonde tinha aulas de canto e dança.Ela era acostumada a estar perto de seus amigos e a estudar com eles, mas seus pais haviam resolvido matricular a filha em outra escola.

A escola municipal Henrique Alves era o próximo destino de Andreina. Para ela, seus pais estavam ficando doidos de a mandar para um lugar com pessoas pobres.Ela ainda não havia aceitado essa ideia deles.

A música a acalmava assim como estar na praia a deixava mais relaxada.A sua paixão era a dança e ela amava o balé, porque começou a aprender a dançar aos 5 anos de idade.Fez um curso de inglês quando completou 14 anos e havia feito computação aos 15.Sempre foi muito esforçada no que fazia.

Alguns a achavam besta e mimada,mas na verdade ela era inteligente e seus defeitos eram de ser orgulhosa e se sentir muito superior.Aquele tipo de garota que gostava de andar sempre na moda e era simpática.

Ela não precisava se achar ou querer aparecer, pois sua beleza já chamava atenção.Era branca e tinha os olhos azuis.Tocava violão e arriscava um pouco no piano.

O sol estava quente, mas como ventava muito fazia o ar se tornar um pouco mais agradável.Ela sentiu vontade de fazer alguma coisa para se distrair e o que veio na sua cabeça primeiro foi a dança. Pegou seu celular e colocou balé de jazz.

A música começou e somente ela podia escutar.Estar com fones a fazia se desligar do mundo por alguns momentos.Andreina começou a dançar com desenvoltura e leveza.Enquanto dançava foi se sentindo mais a vontade e fechou os olhos por um momento.

Algumas pessoas começaram a olhar para ela e a admiraram.Os banhistas  perceberam que uma jovem dançava e saíram do mar para a observar melhor.

Andreina começou a se divertir dançando a beira mar.Fez pirueta e levantou os braços bem a vontade.A sua entrega a dança não deixaram ela perceber um pequeno público que se formou apenas para olharem ela dançando.

Naquele momento não havia seus pais e nem a decisão absurda deles dela ir estudar em uma escola municipal. Não existia preocupação, saudade ou chatisses.Era apenas ela, seus fones e a dança.

Ela continuou fazendo passos de balé de jazz como se não existisse mais ninguém ali.Seu cabelo estava preso em um rabo de cabelo e o vento o arrepiava um pouco.Parecia que nada a atrapalhava.

Abriu os olhos e continuou com os passos.Uma forma de fugir um pouco da realidade e fazer algo que fazia bem para a saúde era o que mais importava para ela naquele momento.

Totalmente entregue a dança ela também não poderia perceber nenhum mínimo detalhe ou distração.Muito menos chegou a perceber um jovem alto que estava com um grupo de amigos.

O jovem estava um pouco longe dela e parecia estar bem atento a cada passo que ela fazia.Sua boca acabou se abrindo um pouco sem ele perceber e ele ficou boquiaberto.A sua amiga se aproximou dele e falou baixo.

-Cuidado para baba não descer em- sorriu se afastando, porém ele permaneceu na mesma posição.

Para ele a jovem que dançava parecia com um pássaro que se movia com leveza.Era como se ela voasse ao fazer piruetas e isso fez ele admirá-la mais.O jovem sorriu um pouco.

Ele podia ser somente mais um entre aquele pequeno público de pessoas se não fosse por um fato.O garoto havia sofrido uma perda na infância.Ele perdeu sua mãe aos 8 anos.Sua falecida mãe se chamava Regiane e era uma bailarina.

Pelo o fato da mãe dele ter sido  uma bailarina o jovem pensou nela enquanto observava a garota dançar. Outra perda também o deixou abalado na infância, pois seu pai faleceu quando ele tinha 10 anos.Desde então ele foi morar com seus avós.

Em um momento enquanto ela ainda fazia os passos veio uma onda forte. As águas do mar bateram em seus pés a fazendo sorrir.Andreina fez mais alguns passos e deu pequenos saltos para finalizar.Terminou tudo com perfeição e leveza.

Tirou os fones e os enrolou no celular.Guardou-o no bolso do short. Dançar a deixou meio cansada e a fez se sentir ótima, pois ela gostou de relembrar como era bom fazer aulas de balé.

Ela voltou a andar pela areia e  percebeu algumas pessoas paradas a observando.Sabia o porque deles estarem parados a olhando.Não ficou nenhum pouco intimidada por ter sido flagrada dançando e aproveitou esse momento para mandar beijos seguidos de sorrisos para alguns.

Continuou andando, parou e sentou na areia.Olhou a hora no seu celular e faltava pouco tempo para as 11:00 da manhã.Antes de sair de casa teve que prometer para seus pais que voltaria as 11:30, mas ela havia se distraído com o balé de jazz e não tinha mais o que fazer ali.

Se levantou e resolveu correr.Foi correndo até o calçadão e de longe avistou um grupo de jovens.Eles estavam rindo enquanto conversavam. Passou por eles os observando.Havia uns garotos bonitos.

Um deles em especial chamou a sua atenção.Um garoto branco, um pouco alto, de cabelo loiro e olhos azuis. Ela o percebeu por ele estar olhando para ela também.

Mais a frente ela parou de correr e olhou para trás.O garoto desviou o olhar e coçou a cabeça.Ela ficou meio confusa pelo jeito dele.Algo a intrigou.Quem será que era aquele garoto? Porque a olhava assim? E por qual motivo ele parecia assustado ou admirado?

Deu de ombros e não demonstrou preocupação, mas por dentro ela teve curiosidade de saber mais sobre ele. Voltou a correr no calçadão fazendo caminhada e sentindo o vento bater em seu rosto.Era como se ela se sentisse livre novamente e pudesse voar.

Na mídia é a colagem  dos pais de Andreina com a jovem. Votem e comentem neste capítulo.O clima das praias do Rio de Janeiro é o que mais tem no capítulo 9.