37° Capítulo
Chegou o Capítulo mais esperado por mim (Aleluia). Nesse Capítulo vai começar uma história do passado, gente. O passado dos pais de Andreina. Lembram dela né? A patricinha da escola hahaha.
Então revelações fortes aqui hein? Um segredo guardado por anos. E que finalmente pode ser revelado. Ihhh... E agora?
Foto da família de Andreina na mídia: mãe, pai, filha e... Ops. Está faltando alguém aí hein? Quem será? Vish... Vem mistério por aí
Mirela Oliveira
(Sábado: Dia da festa do Davi)
A sua ficha estava caindo. Finalmente a sua ficha começava a cair. Com os últimos acontecimentos: a separação dos pais, o divórcio, sua mudança de vida, a mudança de casa, nova vida e um novo recomeço.
Com tudo isso que vinha acontecendo desde o ano passado ainda não tinha processado tudo. Uma mudança atrás da outra. Era muita coisa para cabeça dela. Precisava de tempo.
"Nosso pai está namorando desde o ano passado, Mirela. Ele começou a namorar pela internet e a mulher que você viu com a gente é a namorada dele."
Ela lembrou do que Carla havia a falado na escola quando contou da história do namoro do pai.
"O nosso pai só contou desse namoro para mim. Não sei o motivo dele ter te escondido isso. Não sei mesmo. Eu não quis te contar antes, porque nem sabia como te explicar essa história. Por isso você foi a última a saber. Me desculpa, Mih."
As palavras de Carla vieram na sua mente.
Mirela estava arrumando a mesinha de estudos. Limpou o notebook junto com a luminária e por fim limpou o enfeite de mesa Torre Eiffel.
Porém, as palavras de Carla não saiam de sua mente. "Nosso pai está namorando."
Essa era a nova realidade.
Ela não tinha problemas em relação ao namoro. Queria ver o seu pai feliz, mas ficou meio chateada por ter sido a última a saber do namoro.
E muito surpresa porque o pai namorou pela internet. Era estranho pensar no pai assim. Namorando com outra pessoa.
A adolescente só conseguia ver seus pais juntos,namorando ou até mesmo se beijando. Como era de costume a uns meses atrás. Não se chateou com a irmã, Carla.
Ficou magoada mesmo foi com o pai, Victor. Ele devia tê-la contado desde o início.
Terminou de limpar a mesinha e foi desligar o pisca-pisca do seu mural de fotos. Desligou o pisca-pisca, as fotos ficaram apagadas no meio do escuro do quarto, a escuridão tomou conta daquele ambiente. Ela suspirou.
Mirela ligou a luz se sentindo meio cansada e de repente parou de andar no meio do quarto. Fechou os olhos e encarou o mural de fotos.
A família das fotos era a sua família, mas nesse momento não conseguiu ver isso. Viu uma outra família nas fotos.
Era como se nem as fotos tivessem conseguido eternizar as lembranças de momentos em família. As pessoas nas fotos pareciam ser desconhecidos para ela.
Balançou a cabeça chateada e ficou parada no meio do quarto em cima do tapete lilás.
Havia se acordado 05:30 da manhã de sábado. Se despertou, levantou da cama e pensou logo no pai. No sábado ia passar o final de semana com o pai novamente. Haviam marcado isso na semana e ela tinha ficado ansiosa.
E o dia de sábado finalmente havia chegado. Era hora de encarar a nova realidade. Ia para casa do pai, porém não ia encontrar a casa calma, só com a irmã e Victor.
Ia encontrar a casa diferente por causa da namorada do pai e da filha dela.
Lembrou de quando contou para as amigas dessa novidade. Ana e Emily tiveram a reação que ela esperava e as duas acharam estranho o fato de Victor não ter contado nada para ela.
No dia que contou para as amigas ela estava com um pensamento e havia se acordado nesse sábado com outro pensamento.
Falou para Emily e Ana que ia passar o final de semana com eles, conhecer a namorada dele e iria tentar simpatizar com a filha dela.
Porém, parada no meio do quarto e encarando seu mural de fotos estava com um novo pensamento. Não sabia se queria simpatizar com a filha da mulher.
Estava em dúvida se poderia se aproximar da jovem e se sentia um pouco perdida. Não sabia se confiava ou se era arriscado confiar.
Se arrependeu.Logo ela tão inteligente e madura estava pensando assim. Um pensamento precipitado e o seu lado negativo queria tomar espaço, pois pensava no final de semana e não via nada bom ou positivo.
Nunca tinha sido rebelde, sempre foi boa, não sabia fingir bem e cooperava nas coisas. Tentava reeprender o seu jeito magoado por ter sido a última a saber.
Não sabia como ia sua reação quando chegasse na casa do pai e conhecesse a namorada dele junto com a filha dela.
A porta rangeu um pouco e logo foi aberta por sua mãe. Cristina entrou, olhou em volta, cruzou os braços. Ela parecia avaliar o lugar.
- Acordou cedo mãe. Acordou com as galinhas foi?- Mirela perguntou em tom de brincadeira tentando parecer engraçada- Não são nem 06:00 horas.
- Eu perdi o sono filha. Não preguei o olho essa noite... Tive insônia- ela confessou olhando ao redor sem nem encarar a filha- Você me disse ontem que hoje ia ter uma conversa comigo. Eu fiquei meio ansiosa...
- A senhora ficou acordada a noite toda só porque eu te disse que hoje a gente ia conversar sobre uma coisa?- a adolescente sentou na cama- Não acredito que a senhora perdeu o sono por causa disso.
- Sou ansiosa. Você sabe disso- Cristina finalmente a olhou e sorriu nervosa- Que conversa séria é essa? É sobre o Victor? Fala logo.
- A senhora nunca foi ansiosa- Mirela a repreendeu, respirou fundo e soube que mãe estava exagerando naquela hora.
A pré-adolescente sabia que a mãe as vezes exagerava. Ela sabia do sonho dela de ser atriz, que não teve muitas condições e acabou sendo professora de português. Mas nunca esqueceu da profissão de atriz. Mirela sabia disso.
Sempre soube que Cristina era boa com disfarces. Seria uma bela atriz se tivesse conseguido realizar seu sonho e ia estar arrasando na tv. Se gabava por ter talento para atuar.
As vezes a adolescente percebia os disfarces da mulher. Sabia identificar quando ela fingia um choro, uma dor ou uma chateação.
As vezes percebia quando a mulher fingia uma dor ou um choro na frente de Victor. Para fazê-lo ter pena dela em alguma briga dos dois.
- Vai começar a conversa ou não vai? Me avisa logo- pediu sem paciência e aumentou um pouco a voz fazendo a gatinha, Pérola, levantar a cabeça.
- A senhora acordou a gata- a menina cruzou os braços- Olha, Pérola, você vai ficar com a titia Cristina ok? Vou precisar ficar fora por uns dois dias e volto na segunda. Eu prometo- falou com a gata fazendo voz de bebê.
- Deixa de me ignorar e abre logo o jogo. Eu estou com dor de cabeça já- pegou na testa e logo franziu as suas sobrancelhas.
- Ah está com dor de cabeça. Estou sabendo- disse irônica e revirou seus olhos sem a mãe ver- Olha... Eu nem sei como começar. É um assunto meio delicado.
- Victor está namorando? É isso? Ele vai se casar? Esqueceu de mim?- fez as perguntas de uma vez só.
- Calma mãe. Respira. Olha... Eu não sei como a senhora acertou... Bom é isso mesmo. Ele... Ele está namorando - contou com um nó na garganta e a palavra "namorando" saiu como um sussurro.
- Eu sabia. Sabia. Minha intuição não falha. Ele deve ter me esquecido. Só pode- falou com voz de choro- Você devia ter sido sincera comigo. Por que não me disse antes?
- Não precisa ficar assim. Vocês dois concordaram em se separar... Depois pediram o divórcio. E agora estamos aqui separados- Mirela despejou as verdades sem se preocupar se estava parecendo infantil.
- Eu e a Carla somos bem grandinhas. Entendemos vocês. As consequências do divórcio ainda afetam a gente... E papai agora está namorando.
- Eu vou ser sincera. Ainda sou louca por aquele Ser- se referiu ao Victor- Mamãe não vai mentir. Penso dia e noite nele.
- Eu queria que ele também sentisse o mesmo pela senhora- admitiu com a voz baixa e se levantou- Mas papai está em outra. E o namoro é sério. Foi um namoro virtual, eles só se viam pela internet e agora moram juntos.
- Como assim? Como é que é? Aquele Ser está morando com ela?- ficou surpresa com a nova informação- É mentira. Só pode.
- É verdade. Eles estão juntos mesmo e morando na antiga casa da vovó- ela tentou soar normal como se isso não importasse muito e sentiu outro nó se formar na garganta.
- Essa mulherzinha está morando no mesmo teto da Carla? Não pode ser... Victor não iria namorar virtualmente e colocar uma mulher desconhecida dentro de casa- disse desacreditada.
- Papai mudou. Muito. Ele nem se parece com o Victor de meses atrás. Então esse novo Victor pode sim fazer tudo isso- falou mais palavras duras e difíceis.Ela estava tentando lidar com a situação.
- Filha para com isso vai. Você está exagerando. Eu me recuso a acreditar nessas baboseiras- colocou as mãos na mesinha de estudos.
- Então decide se prefere acreditar em mim ou na sua intuição- suspirou e cansou de tentar parecer forte- Eu vou colocar ração para Pérola, varrer o chão e deixar meu quarto limpinho para poder ir para casa do papai.
Mirela convenceu Cristina a sair do quarto e fechou a porta se segurando para não chorar. Havia falado duras palavras para mãe e tentou ser forte.
A realidade batia na sua porta, uma "madrasta", uma jovem desconhecida que podia vim ocupar o lugar de sua irmã verdadeira, um outro clima no lugar. Um novo recomeço talvez.
Ela se sentiu meio ansiosa e resolveu limpar tudo. Começou a limpar todo o quarto e foi distraindo a mente dos pensamentos negativos.
Deixou tudo organizado, foi para cozinha, colocou ração para gatinha e foi merendar. As horas foram se passando.
Mariana Diógenes Santos
(Leiam escutando a música Trem Bala da Ana Vilela. Eu recomendo se puderem escutar)
Uma gravidez, um casal, duas bebês. Uma decisão. A decisão de um casal foi a única escolha certa naquele momento.
Daquele tempo, daqueles dias e daquele ano. Porém, nós nem sempre tomamos decisões certas e chegamos a nos arrepender.
Isso foi o que aconteceu com Mariana Diógenes Santos, a mãe de Andreina. Mariana ficou grávida ainda na sua juventude.
Ficou grávida de gêmeas e desde então sua vida mudou bastante virando tudo de cabeça para baixo.
Mariana era uma jovem linda e um pouco ingênua. Ela conheceu o Roger Santos, pai de Andreina, e eles dois se apaixonaram.
Os dois eram jovens. E se amavam. Chegaram a se casar bem na juventude. Viviam tudo meio que intensamente.
A história de Andreina importa, mas a história da jovem tem um passado desconhecido para ela. Antes disso é preciso entender o passado dos pais de Andreina.
Andreina vivia no mundinho dela. E nem se quer imaginava como era o passado dos pais. Não sabia que antes seus pais eram pobres. Uma realidade bem diferente da que ela vivia.
Andreina Diógenes nem imaginava o segredo que os pais escondiam dela. A jovem tinha uma irmã. Sempre teve uma irmã.
Porém, elas nunca foram parecidas. Nem na aparência física. Elas eram gêmeas diferentes.
Tanto na aparência física quanto nas personalidades. As duas tinham uma personalidade forte, jeitos distintos, a atitude, eram seguras de si e também se pareciam por serem teimosas.
Andreina era patricinha mimada e tinha muito preconceito com pessoas pobres. Enquanto isso sua gêmea era de personalidade forte, impulsiva e não era rica. Nem queria ser. Riqueza não importava para ela.
Mariana estava na sala arrumando o cômodo. Tirando a poeira dos móveis passando um pano molhado em cada um.
Passou a mão na testa se sentindo cansada, levou as mãos ao cabelo os prendendo em um rabo de cavalo, se abaixou colocando os joelhos no chão e abaixou a cabeça para olhar por de baixo da estante.
Assim que se abaixou percebeu algo diferente de baixo da estante. Além da poeira ainda tinha uma tiara. Um brilho vindo da tiara chamou atenção de Mariana.
Ela pegou essa tiara com cuidado, a analisou um pouco e logo se lembrou de quem era. Afinal como ela pôde esquecer desse presente?
A tiara era personalizada. Tinha um laço em pé com o nome de uma bebê. Essa tiara pertencia a Andreina.Havia sido o seu primeiro presente de 1 ano de idade.
Mariana não conseguiu se levantar, ficou observando, sentiu a nostalgia tomar conta de si.
Estava ali segurando um presente que fora tão importante.
O primeiro presente de Andreina. O presente que unia ela a irmã gêmea. Era uma coisa de grande significado e principalmente para os pais. Mariana e Roger decidiram comprar a tiara e um outro presente para a outra bebê.
Os respectivos presentes eram para serem entregues as duas meninas nos seus aniversários de 1 ano. Andreina ganhou a tiarinha com seu nome.
Enquanto isso a irmã gêmea ganhou uma pulseira com plaquinha também com o seu nome registrado nela. Uma linda pulseira de prata e o seu nome na plaquinha.
Um mimo fofo, simples e que sempre teve grande significado para essa outra garota. Mas a garota também não sabia nada.Muito menos que tinha uma irmã.
Mariana se culpou novamente por ter deixado a sua filha. Uma criança bem indefesa, tinha culpa de nada e ainda assim teve que pagar pelos erros dos pais.
A terrível decisão de deixar a sua filha com outras pessoas. No passado pareceu certo, mas ela amadureceu e mudou de pensamento.
Sentou no chão segurando a tiarinha e a levou até o seu coração apertando um pouco. Como se fosse sentir que estava segurando novamente a bebê de pele branquinha e olhos azuis.
A sua primeira filha.
Andreina teve a oportunidade de nascer primeiro e em seguida veio a sua irmã. A que foi tratada como uma simples bebê, havia sido rejeitada por as pessoas que deviam ter cuidado dela, mas por medo a jovem mãe não quis ficar com a segunda filha.
No tempo da juventude a jovem mãe gostava de ler histórias infantis e acreditava em fadas. Ela acreditava fielmente que existia elementais pelo mundo.
Duendes, gnomos, fadas ou sereias. Tudo isso existia para ela.
E para deixar as filhas com uma certa conexão com os Elementais a jovem mãe teve a ideia de gravar fadas nos presentes delas de 1 ano de idade.
Na tiarinha com laço de Andreina tinha gravado uma pequena fadinha.
Já na pulseira da outra bebê gravou a mesma fadinha. A fadinha pequena ficou gravada de baixo da plaquinha. Na frente tinha o nome dela e atrás a fadinha gravada.
Mariana fez isso para deixar gravado uma pequena lembrança da sua mãe verdadeira. Para que quando a bebê crescesse, ficasse jovem, ela pudesse perceber esse pequeno detalhe.
E isso também foi para que onde quer que a filha esteja pudesse sentir a proteção da mãe verdadeira.
A mulher costumava se referir a sua outra bebê como filha "perdida". Não devia ter abandonado ela. Todos os dias se culpava por essa sua decisão precipitada.
Onde estava sua filha? E podia estar viva ainda?Ainda morava em Fortaleza? O casal cuidou bem dela?
As perguntas vieram inundar a sua mente enquanto lembrava de tudo. O casal que ficou com a pequena, eles prometeram cuidar dela, dar amor, dar carinho, proteção. Um lar. Um lar de verdade.
Porém, não tinha mais certeza se o casal havia cuidado bem dela. Perdeu o contato com eles. Saiu de Fortaleza, onde havia nascido, e se mudou para o Rio de Janeiro.
Por que não deixou o medo de lado? Teria sido bem mais fácil se tivesse lidado com a situação do jeito certo.
Ela ficou grávida ainda muito jovem, teve medo de ser julgada na rua, quis se esconder das pessoas, se escondeu do julgamento alheio.
E quando fez a ultrassom e descobriu que eram gêmeas? Ficou ainda pior e teve mais vontade de se esconder em casa.
Quase ficou doente, quase teve uma depressão, mas seu marido não saiu de perto dela. Nunca deixou que ela ficasse doente.
Roger apoiou Mariana nesses meses de gravidez e prometeu que nunca ia deixá-la sozinha. Tentava a alegrar do seu jeito. Passou os 9 meses em casa e só saia para fazer o pré-natal.
Com as memórias Mariana teve uma lembrança de quando estava grávida. Na lembrança ela estava passando a mão na barriga.Ficou com um grande barrigão.
Flashback on
Os cabelos dela voavam por causa do vento. Estava olhando pela janela. Na mente dela tinha vários pensamentos e a maioria deles incomodavam ela.
Não queria pensar negativo e tentava encontrar forças nos bebês dentro da barriga.
Alisava a sua barriga e olhava para a lua. Apesar da idade ela costumava imaginar as coisas. Como acreditava na magia das fadas e Elementais da natureza.
Respeitava eles fielmente e seu sonho era ver uma fada. Sempre quis ver uma.
A insegurança tomava conta de si e vinha o pensamento: "Não sei se vou ser uma boa mãe, porque sou jovem." Havia feito a ultrassom e descobriu que dentro da sua barriga tinha duas vidas.
Estava incerta se queria mesmo criar duas crianças. Teve um pensamento infantil. O único nome que ela tinha escolhido era Andreina e a primeira que nascesse ia ser chamada assim.
Precisava saber o que fazer a respeito das duas. Uma era desejada, porém não sabia o que fazer com a segunda filha. Ficava se sentindo culpada.
Na sua mente não era exagero. Era uma realidade difícil de lidar.
Lembrou dos tempos de escola, das amigas, dos professores, até lembrou da comida da escola. Uma nostalgia boa. Nem as suas amigas ela via mais. Se escondeu até das amigas de escola por medo dos julgamentos.
Roger entrou no quarto sem avisar e pegou a sua amada distraída. Sorriu amigável, se aproximou dela e logo percebeu para o que a amada estava olhando.
Para a lua. Roger sabia bem o quanto sua mulher era apaixonada pelo céu, as estrelas, planetas e as constelações. Adorava ver as famosas Três Marias.
Adorava ficar admirando o céu e tentando ver as constelações.Uma das suas constelações preferidas era a Constelação de Órion, o caçador. Ela achava lindo e viajava nas histórias.
Adorava viajar nas várias lendas da mitologia greco-romana. Pesquisava sobre essas lendas.Por isso gostava de admirar as Três Marias. Por causa da Constelação de Órion.
- Admirando a deusa lua?- Roger foi chegando se aproximando da amada e sussurrou no seu ouvido- Como está minha linda? E essas gordinhas? Elas estão brincalhonas hoje?
- Ah, meu amor, me assustou-ela foi tentar parecer chateada, mas falhou na tentativa e soltou a gargalhada no final- As nossas gordinhas estão aqui. Sempre saudáveis e felizes. Elas não param de se mexer... Acho que estão brincando.
- Mamãe quer dormir, meus amores- ele sussurrou próximo a barriga dela- Amanhã vocês brincam mais. Eu vou contar historinhas para vocês. Olha eu prometo. Amanhã conto. Não vou me esquecer.
- Meu amor... Eu não sei o que fazer. Desculpa. Estou sendo uma boba não é?- perguntou falando baixo e com a voz triste- Eu devia estar feliz. Afinal realizei meu sonho. Fiquei grávida. E olha onde estou. Trancada em casa e insegura. Com medo de ser julgada...
- Um dia você vai precisar sair, meu amor. Não tem como se esconder a vida toda- disse com a voz paciente e sorrindo- Eu estou aqui do seu lado e sempre irei te ajudar. As gordinhas são uma benção, as duas vieram para trazerem felicidade para gente, vai ter choros por toda casa.
- Vai ser tudo duplo. Isso sim. Fraudas em dobro, muitas roupinhas, meias, toda atenção.Me canso só de pensar e isso me assusta- fez uma careta e não percebeu o seu drama.
- Ah filhos são um presente, minha linda. Devemos agradecer a Deus por a oportunidade. Meu pai vivia me dizendo isso- beijou a testa dela e fez massagem em sua barriga.
Flashback off
Realmente devia ter escutado o seu marido. Havia lhe dito belas palavras de conforto.
Se não tivesse dado a sua filha então não ia precisa viver com a culpa de decisões do passado. Devia ter sido forte e agido com inteligência naquele ano.
Precisava voltar a ter contato com os pais adotivos da garota. Saber mais notícias deles. Cristovão era amigo de Roger, o homem podia ainda morar em Fortaleza e então Mariana tinha chances de encontrar a sua filha.
Precisava entrar em contato com o Cristovão o quanto antes, mas ainda não sabia como faria isso.Talvez fosse preciso perguntar a Roger se ele tinha contato com o ex amigo ou procurar ele na internet.
Porém, o que a mulher não sabia e nem se quer imaginava era que esse homem, o Cristovão, havia falecido a um ano atrás.
Faleceu deixando uma menina no mundo que nem era sua filha de verdade. Cristovão teve um triste fim em um acidente.
Mas a menina adotiva estava viva. E muito bem viva. A criança cresceu e merecia saber a verdade. Mãe adotiva nunca cumpriu bem seu papel.
Uma reviravolta precisava acontecer na vida dessa garota. E o que Mariana nem imaginava era que essa garota morava bem perto dela. Havia vindo morar no Rio de Janeiro e seus dois destinos podiam vim se cruzar.
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