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29° Capítulo

Rafael Santos

As luzes dos postes estavam apagadas e a escuridão tomava conta daquele lugar. Era noite,os grilos cantavam ao redor e o som do vento fazia todas as árvores se balançarem.

Uma noite de lua cheia que trazia um ar novo como se fosse alguma coisa desconhecida. Apesar da escuridão e do lugar onde estava não sentia medo nenhum. Era como voltar para casa.

Rafael respirou fundo sabendo aonde estava. Não precisava de iluminação para saber que estava em um grande cemitério.Achava aquele lugar cheio de paz, saudade, mistério.

De repente uma luz forte iluminou somente o lugar onde ele permanecia parado. Uma estrela apareceu no céu, olhou para cima e pôde se sentir bem seguro vendo a estrela. A luz parecia vim dela.

A pequena estrela começou a guiá-lo enquanto andava pelo cemitério. Em meio as lápides dos mortos tendo as únicas companhias dos grilos e vento. Rafael parou de andar quando ouviu uma voz conhecida por perto.

Ele conseguiu ver um brilho na sua frente e logo percebeu que havia uma pessoa perto de uma lápide. Ficou se perguntando quem seria quando foi se aproximando. Essa pessoa falava baixinho.

Quando chegou mais perto percebeu a quem pertencia essa voz. Era a sua mãe. O seu coração bateu mais forte e  a sua segurança aumentou. Ela usava um vestido branco, seu cabelo curto preto e os olhos verdes que sempre se assemelharam a duas esmeraldas.

-Meu filho-aquela sua voz conhecida e maternal ecoou por todo cemitério escuro- Como cresceu o meu pequeno Rafael.

Sentiu uma lágrima solitária cair por sua bochecha enquanto observava a sua mãe. Ela sorriu o olhando com aquele sorriso único que o acalmava quando era criança. Podia sentir ela tão perto e isso era algo novo.

- Eu estou aqui-ela disse como se lesse seus pensamentos- Nunca te deixei sozinho. Nos dias das mães na escola, na casa de seus avós, quando achava que ninguém podia te ajudar, dias de dor e tristeza, nas horas que passava assistindo vídeos no computador. Eu sempre estive com meu pequeno.

- Mamãe?-perguntou baixinho ainda chorando- Como senti sua falta. Aqui ficou muito triste depois que você se foi. Eu ainda preciso da senhora e do papai.Por que vocês me deixaram?-as suas palavras sairam sem controle e as vezes nem ele entendia bem o que dizia.

- Foi preciso ser assim, mas eu agora vejo o quanto mudou-suspirou e logo parou de sorrir- Sei que não foi fácil sem eu e seu pai, precisou crescer e passar por tudo sem nossa presença. Porém, eu nunca te deixei sozinho completamente. Está vendo aquela estrela? Me transformei em um ponto de luz no céu.Sou a sua estrela agora.

- Não sou mais uma criança- fungou soltando o ar que segurava-Não terá diferença ter ou não essa estrela me guiando. Quem deveria me guiar era vocês dois. Precisei aprender como funciona o mundo cruel muito cedo...foi horrível.

- Isso passou meu filho-ela pegou no rosto dele-O tempo da infância se foi e aconteceu o que era preciso. Te vejo andando por maus caminhos as vezes e isso me entristece.

- A vida ficou sem sentido- pegou na mão dela que estava no seu rosto- Eu queria que tivesse orgulho de mim.

- Eu te amo muito e isso nunca,nunca e nunca vai mudar-sorriu fazendo ele se acalmar e o surpreendeu com um abraço.

Eles se abraçaram naquele momento  único e especial. Rafael chorava cada vez mais sentindo a sensação boa de estar em casa.

Regiane começou a se afastar rápido acabando com o abraço. Ele tentou segurar seu vestido, mas isso foi em vão. A mulher sumiu como se fosse poeira e nada restou.

Rafael mexeu o pé e os dedos da mão direita. Foi abrindo devagar os olhos, coração batendo rápido, sensação de paz indo embora e logo pôde ver um teto branco.

A realidade foi como um choque ao perceber que apenas sonhou e nada daquilo foi real.

- Que droga-sussurrou encarando o teto sentindo um pouco de tontura.

- Ele acordou-escutou uma garota gritando. Rayra Valentina levantou da cadeira desconfortável onde estava e se aproximou da cama.

- Ah meu netinho-a voz de sua avó se fez presente e logo ela pegou em sua mão-Graças a Deus você acordou.

Dona Margarida, avó dele, era uma mulher de 65 anos, pele morena, olhos pretos e não aparentava ter essa idade. Era baixa, gostava de cantar músicas bem antigas,costurar, assistir jornais na TV e era vaidosa.

A sua visão estava meio embaçada e custou um pouco para reconhecer os rostos de Rayra e dona Margarida.

- Onde estou e o que aconteceu?-se mexeu para tentar sentar na cama e a garota o impediu.

- É melhor ficar quietinho aí-segurou os ombros dele- Sorte sua não ter quebrado nada, mas ainda acho bom ter cuidado.

- Você sofreu um acidente-sua avó explicou percebendo o neto confuso- A sorte foi terem te trazido rápido para o hospital.

- E ainda ficou um bom tempo aqui acordando e apagando a manhã toda- ela mordeu o lábio se segurando para não chorar- Lembra de alguma coisa?

- A escola-disse pensativo forçando a memória- Eu estava indo de skate para a escola, i-iria dobrar em uma rua e foi q-quando vi um carro, mas depois não lembro de mais nada.

- Foi atropelado e graças a meu bom Deus está vivo-beijou a sua bochecha- Precisa saber que quem te atropelou tem um bom coração e foi ele quem ligou para a ambulância.

- Teria sido melhor se eu não tivesse sobrevivido-disse sério e Rayra logo ficou supresa junto com sua avó- Se for para continuar vivendo sem meus pais prefiro morrer. Acho que já sofri o bastante.

- Diga isso nem brincando-cruzou os braços- Nós te amamos muito.

- Sonhei com minha mãe, Tina-sorriu um pouco- Pareceu tão real e depois acordei aqui nesse hospital. Não pude ficar com ela. Imagina o quanto isso dói?

As duas ficaram em silêncio somente se encarando. Sentiam pena dele e queriam poder o ajudar no momento de tristeza.Partiu o coração de dona Margarida ouvir o neto dizer que preferia morrer.

Os três continuaram conversando e com um tempo depois deram as mãos para fazer uma oração. Rafael estava bem e fora de risco, porém o acidente o fez ficar sensível. Precisava era de ajuda e as duas decidiram orar para reconfortar ele.

Natália Alves

- 17:30 da tarde

Depois do ocorrido do dia anterior o clima na casa de Victor ficou meio estranho. Natália sentia os olhares do namorado de sua mãe, mas mesmo assim ele ainda fingia que não estava acontecendo nada.

Pensou até na possibilidade de Victor suspeitar que ela estivesse mentindo querendo convencer que não roubou o anel.

A sua mãe não estava do seu lado e isso era o motivo para mágoa dela, porque pensou que pelo menos teria uma pessoa para ajudar.

Como se não bastasse a acusação do falso roubo ainda tinha a escola. Pela manhã Eliane foi matricular a filha na escola municipal Henrique Alves.

Foi matriculada no 2° ano B e teria que começar a estudar na segunda.

Natália passou a mão no adesivo da guitarra com umas notas musicais e suspirou.

- Se me conhecesse de verdade não iria desconfiar- disse pensando em sua mãe e com os olhos cheios de lágrima- Você só pensa em si mesma e talvez isso nunca mude, Eliane. Eu fui ingênua de achar que iria acreditar em mim.

Outra coisa que perturbava ela era descobrir quem colocou aquele anel na sua mochila. Tinha como suspeita a Carla e para acusar ela precisava de provas.

- Culpa da Eliane de ter a brilhante ideia dessa viagem sem sentido-bufou e foi até o guarda roupa- Agora estou envolvida em algo que nem se quer tive participação.

Parou de falar quando se deparou com um antigo álbum de fotografias. Tinha um lago lindo na frente e com isso lembrou da lagoa de Fortaleza.

Com a mão um pouco trêmula pegou o álbum, observou cada detalhe da paisagem e sorriu sem perceber. Abriu aquele álbum e a primeira foto que apareceu foi de uma bebê.

Essa bebê era ela quando tinha 1 ano de idade. Usava uma blusinha azul  com fralda e olhava para a câmera com um sorriso. Havia uma franjinha no cabelo e isso a deixava mais fofa.

Uma das fotos fez ela sentir muitas saudades da infância. Estava com 3 anos de idade junto com seu pai e os dois brincavam de bolhas de sabão.

Eles assopravam as bolhas ao mesmo tempo e elas voavam como se por um momento ganhassem vida.

Tinha uma pulseira no seu braço direito. A pulseira com plaquinha foi seu presente de aniversário de 1 ano de idade.

Natália fechou o álbum rapidamente e correu para procurar sua carteira.

- Tem que estar aqui- disse ansiosa procurando na carteira e achou uma pulseira de prata- Pelo menos isso eu ainda tenho para lembrar do senhor.

Com a pulseira em mãos observou seu nome na plaquinha, respirou fundo, se deitou na cama e percebeu o seu rosto molhado.

Uma lágrima caiu no travesseiro e preferiu não se importar muito. Deixou o choro vencer.

Sem pensar em nada começou a digitar um texto em seu facebook. Enquanto digitava as lágrimas caiam sem controle e um nó se formava em sua garganta.

Queria poder voltar ao passado e estar com meu pai novamente. Com ele eu me sentia segura...por que o senhor teve que partir? Por que me deixou sozinha com a Eliane? Sinto falta do senhor e isso dói muito. Tenho medo de acordar um dia sem lembrar do seu sorriso, da sua voz calma, de como era o seu jeito...tenho medo de esquecer das memórias boas de dias onde existia inocência em mim. Estávamos juntos e felizes. Queria poder fazer o tempo parar, te trazer de volta e aproveitar cada dia com você. Cristóvão, o meu herói, só o senhor mesmo para me amar e me entender. Queria te odiar as vezes por ter me deixado...porém eu não consigo.Eu quero sair gritando pela primeira vez e não me importar em ser fraca. Preciso só extravasar.

O texto apareceu em sua tela e sem ler postou. Seu coração estava meio acelerado. Seu celular vibrou. Uma mensagem nova no messenger chamou a sua atenção.

A mensagem era da sua amiga virtual chamada Érica Sousa. Ela abriu a conversa ainda chorando.

[17:55]
Érica:"E aí. Eu li esse seu texto. Quer conversar e desabafar com alguém?"

Arqueou a sobrancelha surpresa e mordeu o lábio. Estava cansada de tentar esconder sua tristeza e por isso não se importou de conversar com aquela desconhecida.

[17:58]
Natália:"É só que essa vida é tão injusta, cara. Perdi a melhor pessoa da minha vida."

[18:00]
Érica:"Eu nunca perdi um parente, mas imagino que deve ser difícil. Seu desabafo me deixou triste e bastante pensativa."

[18:02]
Natália:"Sua mãe é carinhosa? Uma boa pessoa? A minha é horrível. Ela me obrigou a viajar sem se importar com o que eu penso. Eliane só gosta dela mesma."

[18:03]
Érica:"A minha quer ser a minha amiga e me trata como uma criança as vezes. Eu só queria ser mais livre."

[18:05]
Natália:"Então você deve entender como me sinto. As vezes passa pela a minha cabeça a ideia de fugir."

[18:08]
Érica:"Que jovem nunca quis fugir de casa não é? Eu mesma já tive esse pensamento várias vezes e sei que consigo me virar sozinha."

[18:09]
Natália:Também sei me cuidar e agradeço por isso, porque eu se fosse depender da Eliane estaria perdida."

[18:11]
Érica:"Por que chama ela pelo nome e não por senhora?"

[18:13]
Natália:"Porque esse é o nome dela.  Sei lá...acho bom a gente parar com isso beleza?"

[18:15]
Érica:"Parar com o que? Não entendi garota."

[18:17]
Natália:"Com essa nossa conversa de desabafos. Já estou bem e...bom...eu vou melhorar. Acho melhor a gente falar de outra coisa e esquecer esse meu texto."

Ela enxugou as lágrimas respirando rapidamente se forçando para parar de chorar. Percebeu tarde que não ia ser bom falar sobre coisas tristes e por isso quis parar de conversar.

Se continuasse desabafando ia se arrepender,pois esse foi o seu jeito de pensar. Começou a tirar a roupa com raiva, entrou no banheiro, se olhou no espelho percebendo ali o quanto estava frágil.

Lavou o rosto passando as mãos com força sobre o mesmo.

Ficou aguardando uma mensagem de Érica, mas o celular não vibrou mais. Deu de ombros e decidiu tomar um banho para se sentir melhor. Queria parar de mostrar fraqueza e seguir em frente.

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