15° Capítulo
Érica Sousa
- 3 de fevereiro
Que manhã mais fria era aquela. Era 05:00 horas da manhã e o primeiro dia de aula para alegria de alguns e para a tristeza de outros.
O quarto de Érica nunca havia sido muito arrumado e naquele momento estava mais desarrumado ainda porque ela se sentia ansiosa para a volta as aulas.
Ela se levantou e observou a bagunça no quarto, mas deu de ombros e abriu a porta. As roupas jogadas no chão foram por conta dela dizer que não tinha o que vestir para ir a escola. Como não tinha a farda então poderia ir com a roupa que quisesse.
Com seus pais dormindo ela teria tempo para se arrumar melhor. Tomou um banho demorado, saiu enrolada na toalha e foi logo pegando sua roupa.
Érica queria chegar na escola do seu jeito e não se importava se alguém acharia sua roupa estranha. Por isso ela se vestiu como gostava e como se sentia bem.
Vestiu uma blusa preta com listras brancas, sua calça jeans um pouco rasgada, amarrou uma jaqueta branca na cintura, colocou seus anéis nos dedos e suas pulseiras.
Calçou seu all-star, colocou uma faixa vermelha no cabelo e o deixou solto. Fez uma make básica e estava pronta.
Havia comprado um piercing no final de semana. Ela ficou de frente para espelho e com cuidado colocou o piercing no nariz.
- Consegui-deu um sorriso fraco, saiu do quarto e foi para a cozinha.
A luz da cozinha estava apagada e ela pensou que seus pais poderiam estar dormindo, mas rapidamente lembrou do novo trabalho de seu pai.
Pegou uma maçã, se sentou na cadeira e colocou o pé em cima da mesma.Ela ficou mexendo no celular enquanto comia.
De repente alguém ligou a luz e a garota permaneceu do mesmo jeito.
- Caiu da cama hoje filha?-sua mãe foi logo perguntando assim que a viu.
- Eu disse que estava ansiossima para essas aulas-disse sem a olhar- Por isso te pedi para relaxar naquele dia.
- E por isso acordou cedo-sorriu- Ah filha eu...-percebeu seu piercing- O que é isso?
- Isso o que?-levantou a cabeça para a olhar confusa.
- Seu nariz, Érica-a mãe respondeu um pouco irritada.
- Isso mãe- suspirou- É um piercing. O que foi? A senhora gostou?
-Não venha com brincadeira-balançou a cabeça- Você não vai assim para a escola.
- Vou do jeito que eu quiser-revirou os olhos.
- Me respeita, Érica Carvalho-sua mãe pediu- Eu não sou seus amigos para você vim e falar como quiser comigo. Sou sua mãe e mereço respeito.
- Calma aí tá?-se assustou um pouco com a reação dela- Eu não estou fazendo nada de errado. Só usando um piercing normal...
- Isso dá má impressão-pegou no rosto da garota- O que acha que as pessoas vão pensar?
- Não ligo para opinião deles-cruzou os braços- A senhora devia saber disso, porque vive me dizendo que me conhece bem e que quer ser uma ótima mãe-fez aspas com os dedos no final.
- Eu quero cuidar de você-suspirou- Mas do jeito certo e você foi bem educada por mim e pelo seu pai...
- Está bom mãe-tentou tranquilar ela- Já sou bem grandinha e posso me cuidar sozinha. Não precisa disso só por causa desse piercing. Estou nem aí para opiniões alheias mesmo.
Érica deu de ombros e foi para o quarto. Sua mãe, Daniela, passou a mão na testa sentindo uma pequena dor de cabeça que parecia querer voltar a incomodá-la.
Ela sentia como se sua filha tivesse crescido rápido demais e que elas não aproveitaram o tempo da infância da garota, pois Daniela sentia muita falta de quando via aquela criança sapeca correndo pela casa.
A criança havia crescido,virado uma adolescente rebelde e um pouco que imatura as vezes.Recuperar o tempo perdido não parecia fácil e ainda mais pelo fato de Érica ter criado uma barreira entre ela e seus pais.
A hora se passou e logo o relógio marcava 05:45. Daniela e Érica sairam de casa. A porta do apartamento do lado foi aberta e elas perceberam que era o vizinho.
- Bom dia-sua mãe pegou na mão dele e sorriu.
- Ah bom dia dona Daniela-apertou a mão dela- Oi Érica-sorriu amigável para ela.
A garota encarou ele e revirou os olhos.
- Eu vou descer, porque isso aqui já está chato-ajeitou a mochila nos ombros e foi descendo as escadas de dois em dois.
- O humor matinal dela é sempre assim é?-ela ouviu a voz de Daniel e ele parecia sorrir.
- As vezes ela fica de mau humor, mas logo passa.
Ao ouvir isso riu alto e forçado já no último degrau da escada.
- Se continuarem de conversinha aí então eu vou de ônibus para essa escola- gritou e correu para fora do apartamento.
Eles desceram as escadas. Daniel se despediu delas e as duas entraram no carro.
- Não estava mentindo quando disse que iria de ônibus-ela confessou enquanto colocava o cinto- Eu sei me virar muito bem sozinha.
Sua mãe ficou calada e ligou o carro sem prestar muita atenção ao que quer que ela tenha dito. Érica tirou seus fones da mochila com o celular e ficou escutando música no último volume.
Gabrielle Freitas
- 06:05 da manhã
Era o dia 3 de fevereiro.Rever a escola novamente depois das férias que ela havia tido seria como uma nova experiência bem ruim. Estar de
férias de novo seria como um sonho bom.
Gabrielle desligou o alarme do seu celular, coçou os olhos e ficou só olhando para o teto. Olhou pela janela de vidro e deu um suspiro. O céu estava nublado, alguns pássaros cantavam, um cheiro de café que vinha da cozinha e alguns sons de músicas podiam ser ouvidos.
Ela se levantou, foi até seu closet e pegou sua farda. Estava na hora de começar o dia para ela e não podia faltar aula. Deixou em cima da cama somente o que ela iria precisar para se arrumar.
Entrou no banheiro e lavou o rosto. Tomou um banho rápido, mas os seus pensamentos estavam em Pedro.A jovem sentia culpa por não ter sido firme com seu primo e por ter deixado ele se aproveitar dela.
Ela havia ligado para ele, mas seu celular sempre estava desligado.Não seria fácil se acertar com Pedro daquela vez e ela ainda teria que ver seu primo todos os dias. Iam ser da mesma sala.
Seus pais não sabiam do beijo dela com Júnior, eles apoiavam esse seu relacionamento e achavam Gabrielle e Júnior infantis as vezes.
Terminou seu banho se segurando para não chorar. Precisava se resolver com Pedro, mas antes ela tinha que ver o melhor jeito para se explicar.
Gabrielle vestiu sua farda que era uma camisa vermelha com as mangas azul marinho e uma calça jeans. Ela colocou seu cabelo de lado, fez uma trança lateral e prendeu com uma fita preta.
Optou por ir de sapatilha dourada e preferiu não se maquiar muito. Seu pai sempre iria lhe deixar na escola e naquele dia não seria diferente.
- Ah que bom que acordou-a sua mãe abriu a porta do quarto e a assustou - Você está linda, minha querida.
Ela sorriu balançando a cabeça e a abraçou.
- O papai já acordou?-pegou a sua mochila.
- Seu pai está é lendo o jornal e só esperando a bela adormecida terminar de se arrumar-respondeu sorrindo e piscou o olho.
- Nossa-ela revirou os olhos- Meu pai é muito apressado sabia?
- Sempre foi-cruzou os braços- Anda logo que o café já está feito.
Ela fechou a porta e suspirou.Seus pais já acordavam de bom humor e isso era bem normal. Para ela seu dia só começava depois da primeira aula ou depois de fazer algum exercício pela manhã.
A jovem foi para cozinha e sorriu para os pais.Precisava mostrar que estava tudo bem com ela mesmo sendo difícil. Culpa e raiva era o que ela sentia, mas não podia deixar a sua
história com Pedro terminar assim.
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