Capítulo Oito
— Isso também passará. — li em voz alta. — Nossa! Faz todo o sentido!
— É verdade. Faz sim. — ela respondeu. — Guarde o anel consigo.
— O quê? — Ela mesma havia acabado de dizer que o anel era importante. — Eu... Eu não posso aceitar... Ele é seu.
— Tudo bem. — Samaris fechou a minha mão sobre o anel em um gesto significativo. — Ele já me ajudou quando precisei, agora tenho que passar para alguém.
— Tem que passar para alguém? É algum tipo de regra do anel? – brinquei.
— Não — respondeu olhando nos meus olhos. — Mas eu gostei de você. Acho que deveria ficar com ele.
"Mas eu gostei de você". Não ouvi mais nada depois disso.
— É aqui. — Samaris apontou para uma pousada com uma grande placa luminosa através da janela do ônibus. — É onde estou hospedada no momento. Tenho que descer agora.
Inclinou-se, deu um beijo no meu rosto e me entregou um pedaço de papel.
— O que é isso? — perguntei.
— É o número de telefone do hotel onde estou. Escrevi enquanto conversávamos, mas se não quiser me devolve. — estendeu a mão para pegar o papel de volta com um ar brincalhão; por instinto, puxei o bilhete mais para perto de mim, longe de seu alcance. Essa atitude involuntária causou um efeito particularmente infantil e a fez rir.
— Amanhã eu vou tocar naquele bar de novo. Aparece lá.
— Ok, se der eu apareço. — sempre fui péssimo em me fazer de difícil. Certamente estaria lá, provavelmente com algumas horas de antecedência.
— Estarei te esperando.
Samaris desceu do ônibus, ainda conseguia enxergá-la através do vidro embaçado pela chuva, ela olhou para trás também, sorriu e entrou na pousada, finalizando uma das noites mais loucas da minha vida.
Aquela noite, escrevi um poema.
"Chove chuva e afaga o desânimo
Canta música e me conte algo novo
Linda serena mistério inerente
Hoje senti algo diferente."
(Ick Fernandes)
Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência...
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro