Ainda naquela noite acordei com barulhos na ventilação, até escutei chamarem meu nome muitas vezes em sussurros porém estava com medo e novamente o sono me venceu.
Ao acordar de manhã tomei um banho e quando estava prestes a sair do quarto me deparei com um pequeno envelope na penteadeira, ele era branquinho e tinha uma fita azul enrolada.
Cheguei perto peguei a carta e vi que dentro tinha um bilhete, comecei a ler.

Bilhete on:

Oi Ghatty... Por favor leia sozinha, longe de seu pai ou da qualquer outra pessoa.

Ghatty Quero que saiba que eu tenho um plano para te tirar daqui junto de sua mãe, não poderia escrever neste pequeno bilhete, então tentei te chamar durante a noite, passei pela ventilação por isso ouviu barulhos.
Não consegui chamar sua atenção, mas foi bom ver você dormir.
Sumi alguns dias, mas não se preocupe já que na minha família a maioria não sente minha falta, desculpe não podia ligar.
Esteja à minha espera às 3:00 da manhã na sua cama.

Um beijo.

Steve.

Bilhete off:

Eu não conseguia acreditar, NUNCA consigo dormir, e ontem, logo ontem, eu dormi.
Pelo menos hoje estou avisada.
Estou com muita saudade do Steve e fiquei muito ansiosa com essa visita inusitada.

Saí do quarto e logo me lembrei porque não atendi Steve...
Vi Amy parada encarando a porta do banheiro.

Ghatty: Oi! Amy... Amy?

Balancei a mão na frente do seu rosto.

Amy Não respondeu e entrou no banheiro dei de ombros e então parti para tomar café.
Fui ver minha mãe como fazia diariamente, mas... Ela não estava lá corri até meu pai e quase derrubei um dos guardas quando empurrei a porta,
Quase arranquei a porta do quarto do meu pai, pois ele ainda estava dormindo.

Ghatty: Pai!

Pai: hmmm...?

Ghatty:Cade minha mãe?!?

Pai:Eu despachei ela ontem à noite James, você não se lembra?!?

Ghatty: Despachou? James?!?

Pai:Não devíamos comentar isso agora isso é um assunto extremamente confidencial. Nem Ghatty deve saber.

Foi ai que vi que ele ainda estava dormindo.

Ghatty:Não sei, mas... Oque vai falar se ela perguntar alguma coisa?

Falei disfarçando um pouco a voz com lágrimas nos olhos.

Pai: Eu invento alguma coisa. Posso dizer que ela fugiu... E mandar até uns guardas a "procura" dela

Ghatty: já ouvi o suficiente...

Falei baixo.
Logo em seguida subi em cima do meu pai e o chamei para o café sorridente.

E claro que era um sorriso totalmente falso.
Sentamos para comer enquanto pensava em um bom plano até...

Pai:Não tem nada para me falar?

Sai dos meus pensamentos, aquela pergunta foi como um soco será que ele sabia que era eu no quarto.
Respirei fundo e disse:

Ghatty: a-acho q-que não. Tenho?

É. Isso foi o melhor que consegui dizer...
Ele me olhou sério e logo em seguida abriu os braços e disse:

Pai:Cadê o bom dia do pai?

foi aí que uma sensação de alívio tomou conta do meu corpo.
O abracei com receio e aproveitei para perguntar e faze-lo se sentir culpado.

Ghatty: Pai

Pai: Sim?

Ghatty:quem são os dois?

falei e apontei para Amy e Martin que desciam as escadas sem olhar para os degraus.

Pai: uuuh... Não quero falar sobre isso agora

Olhei para ele com cara de cachorrinho pidão decepcionado e ele cedeu.

Pai:uuh... Ok eles são filhos da Carla uma de minhas esposas.

Quantas esposas ele teve?!?

Ghatty: ah...ok. Tecnicamente meus meio irmãos, filhos que uma pessoa que nem conheço...

Ghatty: Pai...

Ele me olhou.

Ghatty: posso ir ver minha mãe?

Pai: sim! Quer dizer NÃO! Uuuh você tem dever de casa para fazer...

eu o olhei desapontada

Ghatty: Pai Eu ja fui lá... Onde ela está?

Pai:Oque?!? Você ok...

Ele bufou.

Pai:Sua mãe fugiu ontem à noite...
Você acredita né?

Ghatty:ah OK... Acredito Pai...
Afinal você nunca mentiu para mim não é verdade...?

Olhei com atenção sua reação.

Ele ficou me encarando por alguns segundos e respondeu logo em seguida.

Pai: sim é verdade.

Ele disse e eu me levantei alegando que tinha perdido a fome ele tentou me chamar mas não adiantou eu fui na direção á sacada.
Eu estava irritada andei rápido quase afundando os pés no chão, sem olhar para frente e dei de cara com Martin.

Ghatty: Aí! Ai me desculpe Martin.

Falei me recompondo.

Martin: ei! como sabe meu nome garota?!?

Amy se encolheu na cadeira sem me olhar.

Ghatty:Eu encontrei Amy... ontem à noite e ela me disse...

ele virou para Amy como se a questionasse com o olhar, porém logo em seguida voltou a me olhar.

Martin:ah. ok.

Ele falou e voltou a olhar em direção à sacada.
Era como se ele lesse os pensamentos dela ou Simplesmente entendesse muito de linguagem de sinais...
Para quebrar o clima tenso, tentei puxar assunto.

Ghatty: Vocês sabiam que somos meio irmãos?

Amy pareceu surpresa e um pouco mais animada que Martin.

Martin:Tanto faz...

Depois dessa conversa estranha passei pela sala onde tive que ver meu pai.
Logo que o vi dei meia volta, porém ele já tinha me visto.

Pai: Ghatty...

Eu o ignorei.

Pai:GHATTY!

Engoli seco mas segui firmemente para meu quarto e me joguei na cama, meu pai veio atrás e abriu a porta com violência, e eu já tinha desabado em lágrimas, que saíram involuntariamente.

Pai: GHATTY NÃO SAIA QUAND... Você está chorando...?
Sequei as lágrimas com o dorso da mão, me sentei no beira da cama e fiquei encarando os meus pés calçados com pantufas de coelhinho.

Pai: Porque está chorando? Ok imagino, se traída pela própria mãe não é fácil...

Ele me olhou sério esperando minha reação, e me envolveu em um abraço logo em seguida.
Eu me soltei me afogando em lágrimas.

Ghatty: Eu sei de toda a verdade! Seu... Seu...

Só lembro de levar uma pancada na cabeça e depois apagar.