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※ Capítulo 3 ※

   Nemu se esforçou ao máximo para manter o jantar quente enquanto esperava por Mayuri. Ele não costumava demorar tanto assim no banho, e quando ela já estava prestes a ir atrás dele, o mesmo apareceu em sua frente.

   Jantaram em silêncio, Nemu procurava se concentrar na refeição e afastar os pensamentos que invadiam sua mente. Ela não pôde evitar dar uma ou duas olhadas para o rosto de seu capitão. Em geral ele chegava em casa, jantava, e só depois se banhava e já se recolhia. Eram muitíssimo raras as ocasiões em que ela o via sem as pinturas e adereços extravagantes.

   Ela sabia que já tinha o visto daquela forma antes, mas não conseguia se lembrar quando. Muitas vezes ela se deparava com o paredão em sua memória, e naquela noite, mais que em todas as outras, ela sentiu necessidade de lembrar-se de sua vida passada.

   Ao terminarem a refeição, Nemu começou a recolher a louça quando Mayuri interrompeu o silêncio:

— Vou ficar uns dias fora, quero que cuide de tudo no quartel e no Instituto — disse num tom extremamente baixo.

— Trata-se de alguma missão, Mayuri-Sama?

— Viajarei ao mundo humano com um pequeno grupo de cientistas sob meu comando, caçaremos novos espécimes por alguns dias e depois retornaremos. — Suspirou. — É de suma importância que os trabalhos no Instituto continuem a ser realizados sem atraso. Quando voltar haverá muito trabalho, teremos que catalogar os novos espécimes e dar início as novas pesquisas, então preciso que deixe tudo em ordem até o meu retorno.

— Sim, Mayuri-Sama — respondeu e saiu para colocar as louças na pia.

   Nemu estava um pouco incomodada com aquela notícia. Mayuri não costumava realizar expedições sem ela. Será que ele estava decepcionado com ela? Evitando-a por algum motivo? Ela não tinha as respostas para essas questões, mas sabia que havia algo de diferente acontecendo.

   Após lavar a louça e deixar a cozinha em ordem, Nemu constatou que Mayuri estava sentado na varanda com ar pensativo e uma garrafa de saquê.

   Ele percebeu a presença dela e fez menção para que se sentasse com ele. Ela obedeceu e ele serviu uma dose de saquê para ela e outra para si. Nemu encarou Mayuri por um momento tentando entender o gesto dele, afinal de contas, ele nunca havia dado nada de alcoólico a ela.

— Se você bebe na rua pode beber em casa também — disse sem nenhuma emoção, enquanto olhava para o jardim. — Se você quiser, é claro.

   Nemu encarou a dose de saquê por um instante e refletiu sobre o significado daquele gesto. Servir saquê a alguém demonstrava respeito e até mesmo apreço.  Aquela era a primeira vez que bebiam juntos — até onde se lembrava — e foi estranho constatar o fato de que, apesar de jamais ter oferecido, Mayuri nunca a proibiu de beber.

   Ele bebia com certa frequência, não oferecia doses a ela, mas Nemu também jamais pediu. Sendo assim, por que havia internalizado a ideia de que não podia beber?

   Eles não disseram mais nada um ao outro, Nemu tomou duas doses de saquê e Mayuri todo o restante da garrafa. Cada um deles ocupava-se com suas próprias reflexões, não havia espaço para conversas triviais.

Quando Mayuri decidiu se recolher, Nemu percebeu que ele estava cambaleante e o ajudou a chegar até o quarto.

   Lá chegando, ela tirou os sapatos dele e procurou deixa-lo em uma posição confortável. A noite estava agradável mas ela sabia que durante a madrugada faria frio, então decidiu cobri-lo. Quando ia saindo sentiu Mayuri agarrar seu braço:

— Você deveria usar Yukata mais vezes — ele disse com a voz arrastada. — O que eu fiz para você tem estado naquele baú nos últimos anos, leve pro seu quarto, é um desperdício não usá-lo.

   Dito isso, largou o braço de Nemu, virou para o lado esquerdo da cama e dormiu.

   A mulher estranhou a fala do homem deitado diante de si. Ela não se lembrava de ter um Yukata, muito menos de usá-lo. Mas, resolveu verificar no baú para ter certeza, e lá estava: um lindo Yukata azul claro com pequenas flores vermelhas.

   Nemu o achou maravilhoso e um tanto familiar, mas não conseguia lembrar de tê-lo usado. Concluiu que essa era uma das lembranças as quais teria de recuperar, junto com suas demais "memórias de antes".

   Antes de sair do quarto, encostou-se no batente da porta e encarou seu capitão por um momento. Ela não entendia a razão dele esconder sua beleza da forma que fazia. Tentou resgatar na memória quando foi que havia o visto daquele jeito, mas não conseguia se lembrar.

   Ele era um homem bonito e praticamente ninguém sabia disso — sentiu-se sortuda por um momento — poderia olhá-lo a noite toda, mas não queria ser inconveniente, então retirou-se silenciosamente e foi para o seu próprio quarto.

   Naquela noite Nemu sonhou com Mayuri. No sonho, ela estava sentada numa cadeira de madeira e ele estava na banheira de costas para ela. Havia muito vapor no banheiro por causa da água quente. Ele estava quieto, maquinando alguma coisa, e ela estava sentada a postos, pronta pra cumprir qualquer ordem que ele lhe desse.

   Uma borboleta do inferno pousou em seu braço com um comunicado importante, no sonho, a mensagem não era clara, mas Mayuri havia escutado o que o borboleta tinha a dizer e compreendido o recado. Nesse momento, ele se virou em sua direção, e ela pôde contemplar seu rosto sem as pinturas, mas despertou no instante seguinte.

   Ao acordar constatou que faltavam cinco minutos para às 06h, desceu as escadas rapidamente e preparou o café da manhã. Tinha uma sensação estranha de que o sonho era na verdade uma memória, mas procurou afastar esses pensamentos, já que Mayuri partiria a qualquer momento e ela desejava ao menos alimentá-lo de forma apropriada e ajudar com os últimos preparativos antes da viagem.

   Preparou chá verde, arroz e guioza de carne com legumes. Quando subiu até o quarto de Mayuri para verificar se ele precisava de algo, constatou que ele já havia saído.

   A cama estava feita e havia um bilhete colado no espelho acima da cômoda: "Deixei o cronograma das atividades do Instituto com Akon. Se as coisas não estiverem em ordem quando voltar irei fatiá-la e dar de ração para as cobaias."

   Nemu desceu as escadas inconsolável. Era típico dele ser curto, grosso e ameaçador, mas sair em viagem e deixá-la para trás? E pior, sair de madrugada sem ela saber?! Isso era mais do que falta de consideração e Nemu estava, por falta de termo melhor, puta da vida.

   Se Akon iria ficar no Instituto Mayuri podia muito bem tê-la levado junto. Não era justo, ele nem sequer se deu ao trabalho de dizer quando voltaria. Ele a havia beijado, lhe dado saquê e agora sumido. Isso era demais para Nemu, ela estava confusa, irritada, e determinada a recuperar suas memórias.

   Tomou café da manhã sozinha na cozinha, maquinando como se aproveitaria da ausência de Mayuri para recuperar as lembranças de sua vida passada. Ela sabia que ele havia bloqueado suas memórias para não sobrecarregar seu cérebro e não afetar seu crescimento, mas sentia-se a mercê dele e do que ele lhe permitia saber. Estava determinada a mudar isso e o faria enquanto ele estivesse fora.

   Chegando ao laboratório foi procurar Akon.

— Bom dia Akon-San — cumprimentou, encontrando-o na área externa do instituto fumando um cigarro.

— Bom dia Nemu-San — respondeu o homem, após uma tragada.

— Mayuri-Sama disse que deixou o cronograma com você...

— Sim sim, está na minha mesa. Nada de anormal, daremos continuidade as pesquisas atuais e prepararemos o instituto para receber as novas cobaias. — Tragou novamente. — Achei até que ele tivesse te levado junto, não há nada tão importante que eu não pudesse resolver sozinho.

   Nemu engoliu em seco. Até Akon percebeu a estranheza de Mayuri tê-la deixado para trás.

— Ele disse quando retorna? —perguntou, tentando disfarçar a frustração em seu peito.

— Não, não disse. Achei que você saberia.

   Aquilo foi como um soco no estômago. Ela era a única que o chamava pelo primeiro nome — todos os outros subordinados e conhecidos o chamavam de Kurotsuchi Taichou — ela era a única que morava com ele, a única que conhecia todos os seus gostos e manias e a única que deveria saber quando ele voltaria. Nemu estava no ápice de sua frustração.

— Nemu-San, está tudo bem? — questionou Akon com ar de preocupação

— Está tudo bem. — Suspirou profundamente.  — Eu gostaria de lhe pedir um favor Akon-San.

   Nemu sabia que além de Mayuri só Akon possuía acesso irrestrito a pesquisa que dera origem ao seu nascimento. Então se alguém podia ajudá-la a recuperar sua memória, esse alguém era Akon.

   Ela acreditava que não seria fácil convencê-lo, pois todos temiam Kurotsuchi Mayuri, e a ideia de fazer algo pelas costas dele era simplesmente impensável.

   Nemu fez seu apelo ao colega, que obviamente demonstrou resistência. Apesar disso, ela insistiu e argumentou que o faria com ou sem sua ajuda, mas que com a ajuda dele ela poderia atingir os resultados desejados mais rapidamente, e que se caso Mayuri descobrisse ela ocultaria a participação dele.

   Após longos minutos em silêncio ele surpreendentemente concordou:

— Tudo bem, vou ajudá-la com isso, não vai ser tão difícil quanto você pensa, mas espero que você cumpra com sua palavra e não deixe ele descobrir que te ajudei, ok? — disse Akon, após apagar o cigarro com o pé.

— Pode contar com minha eterna gratidão e total discrição sobre isso, Akon-San — ela respondeu fazendo uma breve reverência.

— O que vou te dizer agora e totalmente confidencial. — olhou rapidamente para os lados, verificando se não havia alguém por perto. — A verdade é que o Kurotsuchi Taichou já desenvolveu um soro para recuperar sua memória, mas ele optou por não dá-lo a você, pelo menos até agora.

— Ele fez isso?! — questionou, sem tentar esconder a surpresa estampada em sua face. — E você tem ideia do por quê dele não ter me dado esse soro até hoje?

— Não muita, mas tenho um palpite. Sabe Nemu, muita coisa aconteceu antes de você... — Fez uma pausa, buscando as palavras certas. —  Bem, antes de você morrer. E algumas coisas aconteceram depois também. O Kurotsuchi Taichou se preocupa muito com você, apesar de não demonstrar isso, entende? Acho que ele não queria te afetar de forma negativa e achou melhor deixar você criar novas memórias.

— Mas... Não é justo, Akon-San! — rebateu em tom firme. — Sinto que parte da minha vida foi tirada de mim e que ele está impedindo que eu a tenha de volta. Essas memórias fazem parte de quem eu sou, eu preciso delas!

   Havia desespero na voz de Nemu e embora Akon estivesse surpreso com a reação dela, entendia seus motivos.

— Eu entendo como se sente, Nemu-San. Mas espero que entenda a motivação do Taichou. Em nenhum momento ele planejou te privar, só se preocupou com o seu bem estar. Você por acaso conversou sobre esse assunto com ele?

— Não — Olhou para os próprios pés. —Não conversei.

— Então não seja tão dura ao presumir que ele tirou algo de você — afirmou com convicção. — Vou te ajudar a ministrar o soro, as lembranças vão demorar um mês para voltar completamente, e todas as noites você lembrará de coisas daquela época. É um processo lento, mas seguro, evitará que você entre em colapso. Providenciarei outra dose para substituir a que vamos usar.

— Certo.

    E assim eles fizeram. Trabalhavam o dia todo no Instituto coordenando as equipes de pesquisa, e ao anoitecer, Akon injetava uma quantidade de soro nas veias de Nemu. Todas as noites ela sonhava, e nas manhãs seguintes, lembrava-se um pouco mais de sua vida anterior.

   Durante os primeiros dez dias tomando o soro, lembrou-se de suas memórias da infância. Nos outros dez dias subsequentes, recuperou as da adolescência. Então, no vigésimo segundo dia, quando já estava recordando as memórias de sua vida adulta, Mayuri retornou de viagem.

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