Capítulo Dez
A Polícia procurava por Lucas, sem nenhuma pista, porém. Cartazes com com o letreiro escrito DESAPARECIDO foram colocados em diversos lugares. Nenhuma pista.O garoto desaparecera sem deixar rastros.
Quinta feira e chuvas e ventos fortes açoitavam a cidade onde Lucas nascera. Pela janela, uma rajada de vento. Uma página do livro que virou.
Enquanto dormia, Lucas mais uma vez foi transportado. Dessa vez, pensou ter voltado para o Norte.Estava numa planície inundável, o rio não era o Amazonas. A vegetação era completamente diferente. Havia plantas terrestres e aquáticas, gramíneas, arbustos e árvores de pequeno, médio e grande porte. Reconheceu o Pantanal. Estava no Centro Oeste brasileiro.
Subitamente, um barulho que vinha das árvores mais altas. Aparentemente seria um homem, porém possuía o corpo coberto de pêlos e mãos de macaco. No rosto dele havia uma barbicha vistosa, na cor negra e um estranho nariz azul. Andara com grupos de porcos do mato e montava o maior deles.
Do rio, uma gargalhada quebrou novamente o silêncio e o coração de Lucas mais uma vez disparou.
Negro, careca e mãos e pés de pato, o uma estranha criatura parecia querer derrubar uma canoa de um afoito pescador. Este, porém, atirou algo que parecia ser uma garrafa para dentro do rio, e a criatura se afastou, rio adentro, sem virar a embarcação.
Suas características eram muito estranhas, parecia um homem negro ,alto e forte, mas nadadeiras e corpo coberto de escamas mistas com pele.
O Pai da Mata convidou Lucas a ir com ele. Estaria seguro, pois sua função ali era apenas assombrar as pessoas ruins e proteger os bichos. Ele era um menino e estaria a salvo.
Pôs Lucas sobre o lombo de um dos porcos do mato e partiram velozmente, embrenhando-se nas matas.
Alertou, porém, para Lucas ter cuidado com o Arranca Língua. Era um Gorila, medindo mais de dois metros. Alimentava-se de língua, que pode ser tanto de animais como bois, cavalos, cachorros,cabras ou até mesmo de gente. Atacava à noite em emboscadas sorrateiras, matando-as e retirando-lhes a língua para comer. Morava nas encostas do Rio Araguaia, camuflando-se entre grandes troncos caídos e árvores frondosas.
Por ali poderiam encontrar também o bicho papão, uma espécie de monstro grande, feio, peludo, assustador, obeso e de olhos vermelhos, que sempre ficava escondido, pronto para pegar as crianças desobedientes com seus pais.
Poderia se transformar em outras espécies e coisas assustadoras.
Se a criança ficasse brincando na hora de dormir, poderia ser a hora certa do ataque. O bicho papão então pegava a criança e a levava para um lugar escondido, escuro e assustador.
Parecia então, que o bicho papão não gostava das grandes cidades, Lucas pensou, enquanto lembrava-se que sempre estava jogando, invés de dormir. Ou quem sabe, o bicho papão estaria no livro e o teria puxado para dentro.
Os porcos do mato em alvoroço pareciam adivinhar algum perigo. O Pai da Mata ficaria em alerta. Poderia ser o Saci. Enquanto ele tentava proteger os animais, o Saci os perseguia, afugentando, amarrando suas caudas.
Na verdade Lucas não estava à vontade no Centro Oeste. De bonzinho, mesmo que estranho, havia o Pai da Mata. Os outros pareciam violentos, hostis.
Finalmente ele dormiu, enquanto o Pai da Mata vigiava.
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