Capítulo XX
Adam
— Ia dizer que ela é diferente. Eu não tenho companheira — digo, fechando a face.
— Como assim? — Jimmy pergunta, balançando a cabeça em sinal de dúvida.
Levanto a cabeça e de imediato, vejo a minha mãe encostada na porta, que da entrada para a cozinha, ela está com os braços cruzados, me encarando.
— É complicado.
— Não tem problema — ele desvia os seus olhos para o relógio — tenho muito tempo — completa, devolvendo-me sua atenção.
Minha mãe percebe o meu desconforto e avança para frente.
— Filho, você chegou! — aproxima-se e me dá um curto abraço. Ao sair de meus braços ela se vira para Jimmy. — Sabe como é, mãe sente saudades do filho ate mesmo quanto esta apenas duas horas sem ele — sorri.
— Hum... — franze a testa, desconfiado.
— Então, meu amor, a dona Berta acabou de ligar, deixou um recado para você ir lá, parece ser urgente. — minha mãe fala, pondo as suas mãos na cintura.
— Deve ser a Karine dando trabalho novamente — solto um suspiro.
— Vejo que essa conversa vai ter que ficar para depois — Jimmy despacha, se levantando do sofá.
— É preciso — digo.
— Sra. Williams, o café estava ótimo, obrigado! — agradece minha mãe, com um leve sorriso em seu rosto.
— Espero que volte sempre.
De imediato Jimmy se retira. Ao fechar a porta, minha mãe se aproxima ainda mais e sussurra:
— Te livrei dessa!
— Obrigada, não sabia o que iria responder. — falo, coçando a cabeça — O Luke ainda me paga!
— Pelo que eu ouvi, o Luke não tem nada a ver. Você que está apaixonado pela garota. — começa a sorrir — Quem será essa? Quero conhecê-la logo. Já estou ficando velha e nada de netos.
— Eu ainda vou sair com ela. — respondo ela com um sorriso.
Tessa
Depois do banho, saio do banheiro com a expressão meio assustada. A minha respiração ainda está rápida, os meus olhos dilatados. Com as minhas mãos trêmulas, as deslizo sobre o meu pescoço.
Não sabia o que tinha acontecido e por alguma razão eu também quero fugir desse pensamento.
Pego em uma pequena toalha e cubro o rosto, fico com ela por uns instantes e logo a jogo em cima da cama.
Vou para a minha penteadeira, me sento nela, e começo a pentear o meu cabelo.
Mais que coisa estranha! Para Tessa! Para de pensar nisso!
Coloco as minhas mãos vagamente, sobre meu rosto. Imediatamente pego em um elástico e amarro o meu cabelo.
— Pronto, pensamento excluído! Isso não aconteceu! — digo em voz baixa para mim mesma. — Você tem coisas mais importantes para fazer, Tessa!
Desvio o olhar para o relógio que há na mesinha de cabeceira. Sem demora, saio da cadeira e encaminho-me para o guarda-roupa, onde pego o um traje. Me visto.
— Agora é só enfrentar a minha avó! — respiro profundamente, ajeitando a postura, assim ficando com a cabeça erguida.
Abro a porta e retiro-me do quarto, desço as escadas mais rápido que posso.
Chegando na cozinha, enxergo minha avó que está lavando algumas louças.
— Vó! — chamo-a.
Logo se vira em minha direção.
— Oi! O que foi minha querida? — perguntou com os olhos arregalados, enquanto enxuga as mãos em seu avental.
Então, dou poucos passos a frente, puxo uma cadeira da mesa e me sento, respirando fundo. Pois, sei que em poucos minutos, vamos estar brigando.
— É um assunto meio delicado.
— Fale logo, está me deixando preocupada! — minha avó franze a testa e se senta na cadeira, em frente à minha.
— Vó, eu não quero confusão mas você tem que aprender a aceitar as minhas decisões. — digo, pegando em meus cabelos da frente e os pondo para trás.
— Agora, conseguiu me deixar mais preocupada. Fale logo o que você fez? — questiona com a expressão espantada.
— Eu não fiz nada, eu vou fazer.
— Você vai fazer? — arqueia as suas sobrancelhas. — O que você vai fazer, senhorita?
— Sabe o garoto que me deixou ontem? Eu vou sair com ele hoje. —
— Tessa, eu já lhe avisei que não gosto desse garoto! — Inclina a cabeça para frente.
— E daí? — dou de ombros.
— E daí? E daí? Eu que lhe crio! E você ainda é menor de idade, no entanto, está sobre o meu comando. Você não vai sair com esse garoto! — Minha avó fala com a voz alta, me olhando com uma fúria visível em seus olhos.
— Mais que gritaria é essa? — Meu avô questiona ao entrar pela porta de trás — O que está acontecendo?
— A sua neta está com uma ideia maluca de sair com um dos Williams! — ela se levanta.
— Querida, a Tessa é jovem, normal que ela queira se divertir! — meu avô fala se aproximando de minha avó.
— Finalmente alguém que me entenda! — digo quase como um sussurro.
— Você sabe qual é o problema! Hora, é um Williams! — dirige a fala ao meu vô.
— Mais aprendemos com os erros. É melhor consola-lá do que saber que ela lhe odeia!
As palavras de meu avô causam uma confusão em minha cabeça. Como eles podem ter tanta certeza que eu vou me machucar?
— Sempre contra mim — Minha avó se senta na cadeira, balançando a cabeça em negação.
— Tessa, minha filha, se divirta! — meu vô, desvia o olhar para mim e de imediato solta um pequeno sorriso.
— Obrigada! — agradeço com um enorme sorriso estampado no rosto.
***
No espelho, término de fazer minha maquiagem, passei uma sombra marrom bem leve, apenas para marcar o côncavo acompanhado de um delineado e um gloss, não sou muito acostumada a passar batom.
Pego em meu colar, apesar de não combinar muito com o traje que eu escolhi, não posso sair sem ele.
Vesti um vestido branco de alças. Da cintura para baixo ele é rodado, assim, não marca muito o meu corpo. Para o calçado, eu decidi usar uma bota cano curto camurça preta.
Levanto-me da cadeira devagar em direção a minha cama, pego no meu celular e logo na tela de bloqueio vejo a notificação da mensagem de Melanie.
Melanie: Tessa, esqueci de lhe dá o canivete, que droga!
Tessa: Para quê eu iria querer um canivete????hahahaha....
Melanie: Nunca se sabe quando você vai precisar de algum. ;)
Começo a sorrir mais forte dela.
A Melanie é uma peça!
Ponho o celular na bolsa, que estava em cima da cama, e pego o meu blazer (rosa) que se encontrava na sobre a cabeceira.
De imediato saio do quarto com um sorriso no rosto. Bem, não tenho um encontro à muito tempo. A única coisa que posso sentir é um frio na barriga.
Caminhando mais um pouco, paro, ainda no topo da escada, para escutar a conversa de meus avós, que estão na sala.
— Você está muito errada! — fala o meu avô.
— Errada? Você vai ver quando essa garota souber de tudo. Aí sim você vai ver que a "errada" aqui, tinha razão! — disse minha avó. — Não gosto desse garoto, não gosto desse povinho de lá. — completou.
— Vamos deixar ela se divertir. O que custa, Amália? — pergunta.
— Eu deixo ela se divertir, porém, longe desse povo! — minha avó fala mais baixo.
Respiro profundamente, coloco a mão sobre o corrimão e começo a descer sem nenhuma pressa. Chegando ao meio da escada, onde da sala já tem a visão, meu avô se levanta do sofá com um sorriso no rosto.
— Você está linda! — meu avô me elogia. — Sabia que a sua mãe costumava a sair assim com o seu pai?
— Mesmo? — pergunto entusiasmada, ao sair das escadas, avançando em sua direção.
— Mesmo! Não é Amália? — pergunta e nos dois viramos em direção a minha avó.
Ela me olha de cima para baixo e afirma com a cabeça.
— Sim, sim — minha avó fala ao seguir para cozinha.
Eu fico ali paralisada, apesar de saber que ela é totalmente contra, gostaria que ela pelo menos me dirigir-se um sorriso.
— Não liga, querida! Ela apenas não gosta que não faca o que ela manda.
Ouço uma buzinada.
— Deve ser ele. — Encaminho-me para a porta. — Tchau!
Meu avô acena com a mão e retiro-me de casa. Dando poucos passos para frente, o enxergo.
Adam está encostado no capô de seu carro, a sua expressão facial é de felicidade, pois o seu sorriso juntamente aos seus olhos verdes que brilham olhando em minha direção, entrega tudo.
______________________________________
Gostou do capítulo? Vota aí! ❤
O que acham o que é essa "verdade". O que você esperam desse encontro? Deixe suas teorias nos comentários.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro