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Capítulo XLVI

Adam

Derrotado pela a angústia travada no meu peito, prossegui para a minha casa e chegando, volto a minha forma humana, assim que entrei pela a cozinha, puxo uma toalha que sempre se localiza em cima de um gancho e logo cubro a minhas partes íntimas.

Minha mãe nota a minha presença e desvia o seu olhar aflito para mim, seus olhos estão arregalados e a mulher não para de tamboriza a mesa com os dedos.

— Você conseguiu.— Ela pergunta.

— Não, eu não consegui impedir ela de beber. Então eu não consegui. — digo, apressado na sua direção em passos largos e com o queixo rígido.

— O que você está querendo dizer? Sheila veio aqui avisar que já jogou o corpo dela na água.

— Eu sou um monstro. — comento, mantendo os meus olhos grudados na mesa.

— Não, você não é. — A minha mãe diz balançando a sua cabeça em sinal de negação. — Por que está falando isso, Adam? — Ela pergunta enquanto puxa a sua cadeira para mais perto da minha e pega na costa da minha mão levemente.

— Que nome devemos dar para aquele que mata até mesmo quem ama? — erguo a minha cabeça ao realizar a pergunta.

Franzo a minha testa e espero a resposta de minha mãe, que apenas me encara sem palavras e ao mesmo tempo sem entender.

— Você ainda está enfe...

— Ela nunca me enfeitiçou! — exclamo e ela se sobressalta.

— Mas era uma bruxa — ela fala e nega lentamente a cabeça.

— Do que importa? Para o amor não importa que ser você é. Você mesma me falava isso! Se Tessa seria uma grande bruxa ou loba ou até mesmo vampira, não tinha importância, eu a amava e por loucuras e raiva de talvez está enganado, eu a matei, eu a matei! Está me ouvindo? — falo num tom alto e indignado, derrubo a mesa e saiu a rumo do meu quarto furioso enquanto ouvia a minha mãe gritando o meu nome.

***

Chego na casa da Tessa e noto uma movimentação na sala. Pretendo falar com Amélia a respeito de que eu possa transformar a Tessa e talvez traze-la de volta a vida.

Entro pela a porta e todos começam a me encarar. O avó da Tessa está sentado perto do caixão que se concentra ao meio da sala. Dando um passo a frente, analiso duas garotas que não param de chorar no fundo da sala e uma outra moça estranha no canto da sala, que fica com o capuz da sua manta lhe cobrindo. Olhando para o caixao eu vejo a minha ex noiva deitada e a sua presença me fazia ficar angustiado, então, recuo dois passos e fico parado, esperando que a avó de Tessa pareça.

Melanie

Fico maravilhada com a quantidade de armas, mapas e potes ( desconhecidos por mim) que estão na sala. A mulher ainda falava sobre o planejamento do nosso plano. Matar a alcateia inteira.

— Você tem certeza que já sabe tudo? — Amélia questiona para mim, erguendo a sua cabeça e me encarando.

— Sim, sim! — confirmo. Desvio o olhar para Jimmy parado com os olhos vidrados ao mapa — que a mulher havia jogado na mesa — enquanto massageava o seu queixo. — Jimmy você sabe atirar?

— Me lembro bem dos seus ensinamentos — ele responde mas sem me dá atenção.

Amélia coça a garganta e nos dois a olhamos imediatamente.

— Temos que subir, passamos muito tempo aqui, já devem estar nos procurando — Amélia avisa.

Ela saiu pela a porta e nós dois a seguimos.

Voltando-me para a sala, paraliso ao enxergar Adam cabisbaixo no pé da porta. Como ele tem coragem? Pergunto a me mesma. Avanço um passo no momento em que Amélia saiu do meu meio e foi se sentar na sua cadeira. O encaro, levantando uma sombrancelha.

— O que está fazendo aqui?

— Ele não é o namorado da Tessa? — pergunta a Amber num tom baixo, enquanto soluçava.

Adam vira a cabeça e balança em positivo para a garota que não para de derramar lágrimas.

— Quero falar com Amélia. — Ele diz ao mesmo instante que se aproxima com um passo à minha frente, pondo as suas mãos levemente na cintura.

— Você não vai falar com ninguém. Não está vendo a situação dela? — pergunto baixinho.

Adam observa a avó da Tessa pelo os cantos dos olhos.

— Venha para cá! — o chamo, enquanto sigo imediatamente para a cozinha.

Não entendia o que Adam queria com Amélia, talvez ele já tenha preparado uma desculpa esfarrapada para livrar a pele dele. Respiro profundamente com os olhos encharcados de água que por um momento resolve não descer, desde que a minha raiva e ódio está muito maior que a tristeza.

— Eu não sei o por quê veio, mas se for apenas para zombar de nós, lhe aviso que chegará a sua vez.— solto tudo o que estava travado na garganta.

— Não vim aqui para isso. — Adam me olha, negando com a cabeça.

Seu olhar era de derrota, porém vendo o que ele fez com a minha amiga vejo nele apenas um animal selvagem.

— Então, para que veio? Contar os detalhes de como matou a Tessa? Vocês só existem para isso? Sério mesmo? A Tessa nem sabia que era uma bruxa! Ficou sonhando em se casar com você. Os lobos querem ser os bonzinhos, livrar os humanos das bruxas e vampiros, mas na verdade é vocês quem são os monstros. — Falo num tom de reclamação e angústia ao mesmo tempo.

Enxergo uma lágrima descendo do olho dele e mantenho o queixo rígido mais ainda.

— Por favor, nos poupe das suas falas, das suas mentiras e vai embora, que aqui não tem nada a ser dito a alguém. — Adam avança um passo ao meu lado, seguindo para a porta do fundo, porém eu ergo a minha mão e faço ele parar. — Ah... e diga a sua mãe para lhe contar dos meus avisos. Sou de cumprir promessas. — Ele não me dá muita atenção e prossegui o seu caminho. Ao escutar a porta sendo fechada, grito: — A Tessa morreu, agora só falta vocês!

A tristeza ganha da minha grosseria e começo a derramar várias lágrimas novamente no meu rosto novamente, passo a mão para retira-las e me conduzo a sala.

Entrando no cômodo, meus olhos vai diretamente a um canto que se localiza uma garota com o capuz preto, vejo o seu colar amarelo brilhando e perdendo para a curiosidade prossegui até ela, ficando do outro lado do caixão, assim, permanecendo alguns metros distante dela.

— Oi. — Digo para a garota e ela levanta a cabeça levemente, onde eu enchergo os seus olhos castanhos brilhando.

A menina não responde, apenas fica me encarando.

— Sou apenas uma conhecida. — ela fala ao mesmo instante que levanta da cadeira e logo sai da casa.

Permaneço parada, olhando com os olhos arregalados e a boca entre aberta para Amber e Vick. Era uma bruxa, tenho certeza disso, mas a deixo ir. O que ela estaria fazendo aqui? Seria uma espécie de recolhimento da alma?

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