Capitulo Dois
Acordei dez minutos antes de o despertador tocar. Eram 6h50 da manhã, então esperei-o tocar as sete em ponto para levantar.
Abri as cortinas e me deparei com um clima nublado e pesado. Que maravilha! Eu teria que dirigir até a Loyola University com chuva! Respirei fundo - outra coisa que não precisava fazer como vampira, pois eu estava morta, na teoria, mas era um hábito que eu adquirira e não estava a fim de muda-lo.
Decidi não me irritar com o tempo. Eu já estava meio vestida, então apenas penteei meu cabelo e calcei as botas de salto.
Depois, parei na frente do espelho grande que estava atrás da porta do meu quarto e encarei meu reflexo - uma coisa que apenas vampiros com sangue Original nas veias podia fazer. Eu estava usando uma calça jeans rasgada e uma regata preta decotada. Meu cabelo caia solto sobre meus ombros, e ia até metade da minha cintura.
Peguei minha jaqueta de couro e a vesti, deixando o zíper aberto. Como vampira, eu não sentia frio nem calor, mas era ótimo estar sempre bem em uma jaqueta dessas, então eu sempre a usava. Ela dava um toque meio de roqueira no meu visual. A única coisa que não combinava era o cabelo. Muito comprido. Decidi corta-lo mais tarde.
Saí do quarto e entrei no banheiro, que era espaçoso. O chão de madeira rangia a cada passo meu. Havia uma pequena janela em um canto, mas estava fechada. No mesmo canto, também havia uma banheira, daquela com aspecto antigo, mas ela era nova. Eu havia mandado faze-la um ano atrás para combinar com o ambiente.
Olhei para meu rosto, no espelho acima da pia. Eu era muito pálida, o normal para um vampiro, mas conseguia disfarçar com maquiagem. Eu havia deixado meu nécessaire sobre a pia. Ainda bem, pois se o tivesse guardado, teria que ir ao carro pega-lo, e isso iria me irritar muito.
Revirei o nécessaire até encontrar minha base. Eu não precisava, pois minha pele não tinha impurezas, mas se me perguntasse sobre a palidez eu teria como colocar a culpa nela. Passo-a sobre minha pele, e depois procuro meu blush.
Alguns minutos depois, eu já tinha uma boa base para começar a passar sombra. Pego uma de cor preta, e passo sobre minhas pálpebras. Depois faço o contorno dos meus olhos com delineador, e finalizo tudo com rímel, dando volume aos meus cílios.
- Não acha que está um pouco exagerada para ir à universidade? - me virei e vi o espírito de Tatia atrás de mim. Ela estava igual à ontem. Acho que no Lado dos Mortos não existia roupas. E acho que as pessoas lá também não se sujavam.
- Sinceramente? Não. - Retruquei, e depois sorri - tenho que causar uma boa impressão.
- E pegar uns caras logo no primeiro dia?
- Estou pensando mais na festa que farão hoje à noite. As pessoas dizem que é uma festa para comemorar o fato de estarmos na faculdade. É uma desculpa para se embebedar, eu acho.
- Uau! - ela exclamou, irônica. - Falou à garota que bebeu uma garrafa inteira de rum sozinha ontem à noite!
Soltei uma risada.
- Acho que você queria um pouco.
- Bom, talvez. Não temos bebida aqui do Lado dos Mortos.
- Hum. Que pena - comentei. - É melhor eu ir. Quero chegar cedo à universidade, pegar um quarto decente e evitar olhares curiosos.
- Com essa maquiagem, olhares curiosos são tudo que vai receber.
Mostrei a língua para Tatia, que sorriu.
- Então... - comecei, enrolando uma mexa de cabelo nos dedos. - Se eu precisar de você, posso chama-la? Simples assim?
- Sim. Eu irei. Não tenho muitas coisas para fazer aqui sem você.
- Que bom que pensa assim - sorri. - Bem, então até a próxima.
Ela se aproximou e estendeu a mão. Segurei-a, mesmo sem sentir seu toque. Durante esses dois anos, eu tive que esconder o que sou. Foi apenas com Tatia que pude agir como o que realmente sou.
Saí do banheiro carregando o nécessaire em uma mão e bati a porta atrás de mim. Tatia me seguia de perto. Apressei o passo e logo parei na frente da porta de entrada.
- Até a próxima vez em que eu me meta em problemas - pisquei para ela.
Tatia riu.
- É melhor você ir. Não vai querer receber olhares curiosos. E Katherine - era a primeira vez que ela me chamava pelo nome que eu usara para substituir o velho - tome cuidado. Sinto esse Caçador se aproximando, e acho que é um dos Originais.
E então minha amiga bruxa fantasma desapareceu antes que eu pudesse negar o que ela disse. Suspirei e peguei as chaves do carro, que estavam no meu bolso. Saí de casa e bati a porta atrás de mim. Eu não veria este lugar por um bom tempo. Seria melhor para mim, pois como eu fora a última pessoa a ver aquele garoto vivo, a polícia local viria me interrogar, e isso seria um grande inconveniente.
Entrei no carro, respirei fundo e dei partida nele.
- Espero que o estacionamento fique perto da universidade - resmunguei, enquanto seguia pela rua asfaltada. O único que faltava era eu ter que carregar todas as caixas até o prédio dos estudantes.
***
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