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Capítulo 30

"Não há nenhum lugar para que eu possa ir
Minha mente está confusa e meu coração está pesado.
Dá para perceber?
Eu perco a trilha que me perde
Então aqui vou eu."
- Same Mistake, de James Blunt

Segui para casa e preparei um almoço rápido. O cartão de Thomas rodava nos meus dedos, eu estava tentada a ligar e contar o que estava acontecendo, porém não sabia nem onde Dylan poderia estar e eles ficariam rodando no mesmo lugar como não sei o que sem realmente encontra-lo. Já bastava ter enfrentado a polícia quando meus pais morreram.

Depois de arrumar toda a cozinha, o banheiro e meu quarto, fui procurar a carta que escrevi ao meu avô. Suspirei relendo-a e lembrando do dia em que escrevi, ou melhor, da madrugada, quando Thomas também me mandou uma mensagem pressentindo algo.

Guardei na minha bolsa menor de franjas a carta, ajeitei a blusa preta fina de manga longa e sai de casa.

Thomas não saia da minha cabeça e era como uma distração para não pensar em Dylan. Foram tantos pequenos contatos que me aproximaram dele que eu nem sei quando ou como comecei a sentir o que sinto por ele, parece repentino, mas não é.

Antes mesmo que eu começasse a namorar com Alex, Thomas me intrigava e instigava-me a saber mais sobre ele. Eu só não aceitava isso. Era algo muito novo e eu tinha certa dificuldade em aceitar novidades, ainda mais quando se aplicava ao meu coração e permanecia em meus pensamentos.

Thomas foi me conquistando aos poucos, sorrateiramente até que eu encontrar-me dividida entre ele e Alex. E o mágico nunca fora má pessoa, de forma alguma, ele me tratava carinhosamente e parecia gostar de mim, nesse caso era eu quem não era recíproca ao seus sentimentos. Mas eu ainda podia estar errada, era confiar demais em alguém que começou um relacionamento comigo há apenas um mês.

E tendo meu passado como experiência, eu não confiava em alguém tão facilmente. Não era à toa que meu passado era algo só meu, e apenas Dalton sabia – ainda que parte dele –, porém eu estava pronta. Preparada para responder qualquer pergunta que Jenny poderia ter.

Parei de divagar ao dar de frente com o portão da casa de Jenny, bati no mesmo e esperei a loira me atender, ela pareceu segundos depois segurando um amuleto rente ao peito.

— Entra — Puxou minha mão e antes de entrar deu uma olhada nos dois lados da rua. — Vou bater algumas folhas de mangueira em você e depois vamos para a praia.

— Não quer saber tudo de uma vez? — Jenny maneou a cabeça e me puxou para dentro. Ela usava um vestido todo branco, parecidos com aqueles de praia, só que aparentava ser duas vezes maior que ela.

Começou então a bater as folhas de mangueira em mim e no chão.

— Eu não tava preparada, então só vai ter oração. — Ela me olhou nos olhos e murmurou algumas palavras para si mesma, voltando a me bater.

Aquilo começou a me pinicar, mas era a crença que a Jenny falou que tinha aprendido em uma viagem em que conheceu Monges ou Pai de Santo, nunca entendi direito. Depois de mais algumas batidas e palavras murmuradas, ela me deu um chá horrível e me obrigou a tomar.

— Você tá bem? — Jenny perguntou.

— Só coçando demais! — Passei a mão pela minha pele irritada.

— Vem, toma um banho morno, tem uma roupa sua aqui, também pega um biquíni meu lá. Depois vamos tomar um banho de mar, vai te fazer bem. Tirar toda essa orucubaca! — Me empurrou para o corredor recolhendo algumas folhas que foram caindo.

— Orucu o quê? — Indaguei, porém preferi deixar para lá, eu raramente entendia o que Jenny falava.

Entrei no banho depois que ela me deu a minha roupa reserva que tinha por lá e o biquíni. No final, o biquíni azul de franjinhas ficou um pouco justo demais no meu busto e o vestido leve cobria bem. Penteei meus cabelos defronte ao espelho pensei em mudar a cor das minhas mechas, talvez o azul não significasse tanto o que eu queria.

Saí e Jennifer parecia uma mãe com uma bolsa e um protetor solar em mãos, enquanto passava no rosto, já havia trocado de roupa e estava apresentável.

— Meu carro já está lá fora, vamos logo!

Não tardou a chegarmos na Praia da Cor, diziam que algumas décadas atrás comemorava-se o "Dia da Liberdade" na cidade do lado, que também tinha a Praia da Cor em seu litoral, soltavam balões daqueles com uma velinha para comemorar aquela data, seja em lagos ou em outras praias como aquela. E a Praia da Cor era um bom lugar para essa comemoração, sua água era cristalina e o céu no horizonte, de quase fim de tarde, parecia uma tela particular pintada por Deus.

Saímos do carro e a Jenny estendeu uma toalha próxima da areia molhada, nos sentamos, eu segurando meus joelhos e ela, em perna de índio. Jennifer colocou a bolsa a sua frente e suspirou olhando para frente.

— Quando você quiser...

Estendi minha mão e peguei sua bolsa de volta, abri a minha menor e peguei as folhas estendendo para a loira.

— Se tiver mais perguntas depois de ler tudo isso, eu te respondo. — Tirei com o torso da mão a umidade que se formou abaixo do meu nariz.

Jennifer pegou os papéis da minha mão e começou a ler. Fiquei olhando para a água enquanto isso, o mar estava calmo, sem chances de ressaca, no entanto a praia estava vazia para aquela quatro da tarde de quarta feira.

Eu vinha aqui muitas vezes pensar, quando tinha mais tempo na faculdade e dava para ir além do Parque de Gardênia. Era um bom lugar, crianças brincando com a areia, mulheres se bronzeado, homens surfando, casais andando abraçados na parte mais rasa do mar.
Acho que nunca tinha pensado nisso, porém um dos meus sonhos que estavam guardados no fundo do meu coração era um dia morar em uma casa de praia, acredito que andar com Jenny e seus hippies tenham me influenciando a isso, porém sentir o vento ao acordar, poder correr até o mar qualquer hora do dia, ter uma rede na varanda... Não sei, são tantas possibilidades.

  Ouvi um barulho e logo um rosto molhado veio de encontro com meu ombro. Jenny chorava e me apertava em seus braços. E Jenny não costumava chorar, a última vez que a vi tão frágil foi quando o pai dela deixou a mãe com Carl pequeno, nós duas estávamos na faculdade e ela tentava ajudar a mãe, e assim conseguiu um emprego na Lasur.

— Por que não me contou? — Resmungou.

— Não queria envolver outras pessoas em um problema com meu passado.

— No, no. ¡Usted sabe que es una hermana para mí! ¿Y el povo de Arakluz? ¡No le dijiste, es su familia! ¡Te acolheram y que no le dijo lo que estaba pasando! ¿Por qué? — Xingou-me em um portunhol que me confundiu ao extremo, mas deu para pegar algumas últimas palavras. (Não, não. Você sabe que é uma irmã para mim! E o povo do Arakluz? Você não contou, é sua família! Te acolheram e você não contou o que estava acontecendo! Por quê?)

Quando Jenny estava nervosa ela tinha tendências, mesmo que não gostasse, a falar na língua do seu pai que morava na Espanha com os outros irmãos dela, porém, desde a separação eles não mantém contato.

— Jenny... eu tinha medo, e se algo acontecesse a vocês? Eu nunca me perdoaria... — Falei passando a mão por suas costas e deixando que ela chorasse sobre meu ombro esquerdo.

— Por que você acha que o tal Dylan faria algo ruim, do tipo, muy mal? — Questionou com a voz falha e restos do seu espanhol.

— Um dia ele falou que eu pagaria por meus "novos maus atos", assim como já havia pagado pelos velhos... então eu... — Minha voz sumiu e minha garganta ficou extremamente seca.

— Seus pais... você acha que a consequência dos seus "maus atos" antigos foi a morte dos seus pais? Você acha que Dylan os matou?

Fechei os olhos por um momento e suspirei.

— Eu já não duvido demais nada.

Ficamos mais um tempo na areia até Jennifer implorar por um banho de mar. Dizia que ela limparia nossa alma e levaria todos os problemas embora, eu acreditava com certo receio, porém queria mesmo que acontecesse. Quando voltamos para a toalha conversamos mais um pouco. Até que ela começou a falar:

— Sabe, depois dessa carta ao seu avô parece que eu te conheço mais. Que conheço mais a verdadeira Ellie, com todos os medos que são escondidos pelo seu sorriso. — Ela sorriu, mas não olhava para mim. — A verdadeira Ellie... e caramba! Como minha amiga é forte! Quero ser assim quando eu crescer.

— Você é mais velha que eu, Jenny. — Caçoei sabendo que ela iria reclamar.

— Três meses só, querida. Vem com essa não! — Fez bico. — O Dylan merece um trato, que cara otário.

— Eu quero esquece-lo, ele não vai interferir na minha vida novamente. — Falei convicta.

— Você está certa. Mas se ele tentar algo, não hesite em chamar a polícia. — Aconselhou e eu assenti. — Na carta...

A olhei esperando.

— Na carta você citou o Alex e o Thomas. Está gostando mesmo dos dois?

— Não queria estar nessa situação — Suspirei. — Talvez eu não devesse ter conhecido o Thomas, mas eu não tenho como alterar o passado. E para eu não ter conhecido o Thomas eu não poderia fazer parte do circo e assim também não teria conhecido o Alex. Eu gosto sim deles, mas cada um a sua maneira.

— E o que você vai fazer?

— Bom, acho que estou me encaminhando cada vez mais para uma decisão, ficar entre os dois para sempre nunca daria certo, até me lembrei de algo que você me falou, na festa do Carl. — Falei vendo um homem tentando surfando ao longe, bem louco ele, o mar estava calmo. Voltei-me então para Jenny.

— Ah, da suas opções? — Assenti. — Terminar com o Alex e se entregar ao Thomas, ou esquecer de vez o moreno e focar em amar seu namorado. Ou fazer o esquema lá, de juntar todo mundo.

Amor, eu nunca disse a Alex que o amava, assim como ele não disse a mim, mesmo que tenha dado a entender muitas vezes. No entanto, o mais estranho é que Thomas deixou isso claro para mim, com outras palavras, mas eu senti o que ele queria dizer. "É difícil desistir do que já se ama tanto."

— Eu e Thomas quase nos beijamos. — Deitei sobre a outra toalha que fora estendida.

— Vocês o quê? Pu.ta que pariu, Ellie! — Ela exclamou. — Agora que deve escolher mesmo, a "coisa" tá ficando tensa. Já sabe, definitivamente, o que vai fazer?

Ela estava me perguntando de novo. Jenny queria algo concreto, como uma irmã mais velha que confiava, mas queria que a irmãzinha, no caso eu, segura com minhas decisões.

— Esperar a semana das crianças passar...

— E depois? — Abri meus olhos e vi Jenny se virar para mim, parecia empolgada ao extremo, como em um filme, em que a mocinha tivesse se ligado do que acontecia ao seu redor e resolvesse agir. Bom, sendo ou não o caso, a situação era bem parecida. Diante disso, eu daria uma resposta a altura.

— Eu não deixarei a decisão caber somente a mim. Eu vou segui meu coração.

— Awnn — Jenny me fez levantar para me abraçar, e ao chegar com a boca próxima do meu ouvido caçou: — É bom que faça a escolha certa ou eu vou...

— Investir pesado, já estou sabendo. — Brinquei. — Você sabe que isso é induzir o réu à uma escolha, mesmo que ela não seja nada óbvia, não é?

— Eu nunca fui certa sobre isso, Ellie. — Ela riu. — Você não é a réu aqui, você é o júri e o juiz, você tem o poder de escolha, saiba disso.

(09/09/2016)

Oi! Parece que Ellie finalmente resolvera escolher si mesma e além disso contar tudo para Jenny (e soubemos um pouco sobre a maluquinha também).

Quem leu o bônus da Jenny ai? Souberam a grande verdade sobre o Toby? Hahaha

Até dia 11 ;)

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