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Capítulo 18

"Quando se está na escuridão, é difícil deixar de ser parte dela..."

Ouvi um toque ao longe, mas meu corpo não queria responder. Minhas costas doíam e meus olhos pediam mais tempo de sono. Levantei-me relutante, estava na minha cama, com a mesma roupa que eu trocara no circo ontem, a luz do quarto estava ligada e a janela, aberta. Meu celular não parava de tocar, se não fosse o novo ele já estaria no chão. Peguei-o e vi as horas. Sete e quarenta e cinco. Eu tinha quinze minutos para estar na Lasur e só tinha dormido duas horas, no máximo.

Segui para cozinha e deixei a cafeteira preparando meu café forte enquanto eu tomava um banho frio. Minha sorte era que a clínica não era tão longe. Coloquei meu uniforme e penteei meus cabelos úmidos, eles voltaram a bater nos meus ombros e mais tarde eu teria que decidir de os deixava crescer ou cortava de novo. Se escolhesse a segunda opção com certeza ele ficaria bem menor do que o primeiro corte.

Peguei minha bolsa e fui para cozinha. Quase coloquei a cozinha ao chão procurando meu copo com tampa para ir tomando meu "mantenha a Ellie acordada por mais 8 horas", vulgo: café. Peguei também o restante dos pãezinhos que Alex tinha trazido quando apareceu aqui para tomar café da tarde no domingo.

Saí de casa com dois minutos para chegar à clínica, mas podia contar com Jenny para abri-la, eu não estava nos meus melhores dias, porém sabia que superaria isso.

Fui comendo no caminho e evitando pensar novamente nas palavras de Dylan. Em uma promessa silenciosa entre eu e meu avô, eu havia comprometido não deixar que as ameaças de Dylan me abatessem. E se caso ele tentasse algo eu não mediria esforços para impedi-lo.
Cheguei à clínica e joguei o saquinho dos pães da lixeira perto da entrada, a clínica estava aberta e Jenny me esperava perto do meu balcão.

- Nossa, um trator passou por você? - perguntou me avaliando de cima a baixo. Depois abanou a cabeça e me puxou para o banheiro privativo da recepção. - Se algum paciente tivesse soluçando eu o mandaria olhar para seu rosto, passaria rapidinho com o susto. Insônia é assim mesmo...

Sorri achando graça, Jenny saiu correndo e voltou com uma bolsa, tirou de lá seus apetrechos de maquiagem e me deixou apresentável. E quem dera fosse insônia!

- É meu amor, se eu não tivesse um bom cargo aqui na Lasur poderia mandar meu currículo para um salão de beleza ou até mesmo para o Arakluz - Brincou. Terminou de passar o batom nude em mim e me fez pressionar os lábios um no outro. - Perfeito! Agora vamos lá, o chefe está me irritando com alguns arquivos do RH e o Dr. Flávio vai precisar de você, a secretária peituda e descarada dele machucou a perna. - Foi guardando suas coisas de me olhando com a sobrancelha arqueada. - rezando "Ave Maria" e que não estava.

- Tudo bem, logo hoje que não dormi nada teremos um dia cheio. Ainda bem que Alex vai me buscar em casa, estou um caco em plena terça feira. - Confessei, ela me olhou como se perguntasse o que tinha acontecido. - Então, vamos, né?

Saímos do banheiro e ela foi para o setor dela enquanto eu seguia para minha mesa. Os médicos foram chegando e eu repassava a agenda deles para as secretárias de ambos, com exceção do Dr. Flávio. Eu também cobriria suas consultas, como Jenny falara.

Depois de atender um paciente que viera cedo para um exame com o cardiologista, acessei o arquivo com a agenda do Dr. Flávio. Aparentemente ele só teria paciente após as nove da manhã. Permaneci ocupada com os clientes sem agendamento por certo horário, fiz também contato com algumas empresas para abastecimento de medicamentos e repassei telefonemas; nada como um dia cheio de afazeres.

Às nove fui até à pequena mesa que tinha em frente a porta do Dr. Flávio, que tinha seu nome gravado na mesma, deixando uma moça que cuidava dos telefonemas menos importantes cuidando da entrada. A mesa era bem menor que a minha, mas a cadeira parecia mais confortável. Como se Karine a usasse, pensei, lembrando-me das inúmeras vezes em que Jenny tinha me contado que Karine saía com o uniforme amassado e o batom borrado, e eu mesma já havia visto isso acontecer muitas vezes. Não que eu a julgasse, porém era uma falta de ética e bom senso, além dele ser casado e eles terem relações no trabalho.

Deixei o computador ligado e bati na porta do médico, ouvi um "entre" e abri a porta. Atrás da sua mesa estava o doutor Flávio com um sorriso caloroso no rosto.

- Já estou no comando da porta - Avisei não sabendo o que fazer com minhas mãos. Aquele médico era estranho, me olhava como se fosse me despir ali mesmo. E não, eu não era como a secretária dele! - O primeiro paciente do dia chegará em breve.

E sai, sem o deixar dizer qualquer coisa. Não queria problemas para mim, ainda mais com um médico que tinha tanta importância na clínica e que não seria despedido por uma simples relação que ia além do profissional com sua secretária.

Organizei a mesa, como eu queria para gastar o tempo, fiquei revisando alguns arquivos. Ouvi um pigarreio e levantei meus olhos, encontrando um senhor calvo e com uma barriga voluptuosa, com rapidez voltei a agenda para descobrir o nome do paciente.

- Bom dia, Sr. Buck., o Dr. Flávio está lhe aguardando - levantei-me e bati na porta novamente, abrindo sem esperar resposta e deixando espaço para que o senhor passasse.

Voltei para minha mesa e fiz o que minha curiosidade pedia, acessei o Facebook e busquei pelo perfil do Dylan, não precisou de muita busca, ele novamente tinha me mandado uma "solicitação de amizade".

Seu perfil não tinha absolutamente nada. Nem uma foto ou postagem. Apenas o nome e a terra natal.

- Maldito! - Ralhei desistindo da busca, não valia a pena. Ouvi o telefone tocar e no mesmo instante atendi.

- Oi?

- Senhorita Ellie, poderia trazer um café expresso para mim e meu paciente? - Era o Dr. Flávio com seu tom profissional, me prontifiquei e fui buscar os cafés.

Entrei na sala com a bandeja em mãos. Servi primeiro o paciente que pediu três cubinhos de açúcar e recebeu um olhar reprovador do doutor. Em seguida, fui até o outro lado da mesa e servi o Dr. Flávio, sem que eu percebesse, ele arrastou sua cadeira de rodinhas mais para próxima de mim e pediu com a voz mais grossa apenas um cubo de açúcar. Assenti e me preparei para colocar o cubo, porém comecei a sentir uma mão fria transitar sobre minha perna desnuda e me sobressaltei, o cubo bateu e espirrou um pouco do café. Apressei-me a limpá-lo e sai dali o mais rápido possível, evitando contato com aquele médico tarado.

Sentei-me na mesa da Karine bufando. Eu não era obrigada a fazer aquilo, não é? Mas o que diria ao meu supervisor caso ele perguntasse o porquê de eu não poderia cobrir a secretária do Dr. Flávio? Que ele ficou passando a mão em mim, sem a minha permissão? Ele, no máximo, riria. Médico idiota!

Meu dia já não tinha começado bem!

Torci para que nenhum outro paciente pedisse qualquer coisa até às 12 horas, quando os pacientes de antes do almoço acabavam. E, felizmente, o plantão do Dr. Flávio. O senhor que estava lá saiu depois de mais ou menos 15 minutos e eu, graças a Deus, não fui chamada. O próximo seria em 10 minutos, então transferi todos os telefonemas para o telefone da recepção e segui para lá.

Cheguei e observei o trabalho da estagiária, ela era boa e sempre tinha um sorriso para os pacientes. Conversamos um pouco, até eu ouvir uma voz grossa atrás de mim.

- Bom dia. Consulta com doutor Flávio.

O quê? Logo hoje? Depois de tudo que ele me falou ontem, ou melhor, de madrugada, e o que confessei ao meu avô?

Vir-me-ei lentamente, sentindo o aroma do perfume de Thomas preencher minhas narinas. Encarei-o de cima a baixo, já estava parecendo uma depravada fazendo isso toda vez que o via, Thomas usava uma calça social, da mesma forma a camisa azul marinho, que estava com os portões prestes a serem arrancados pelo peito rígido que eles sobrepunham ou por pelo menos metade das mulheres que outrora estavam apenas prestando atenção numas revistas do ano passado enquanto esperavam consulta dos setores menores e que não possuíam secretárias pessoais.

Isso não foi legal, e eu ainda não entendo o porquê de eu ter olhado tão furiosamente para elas quando notei todos aqueles olhares para meu amigo.

Vi a pequena Susan com uma bombinha em volta da boca escondida atrás do pai e acenei para ela, que retribuiu, mas parecia cansada. Ouvi um suspirou atrás de mim quando Thomas abaixou-se, flexionando seus braços fortes para pegar Susan nos braços. Até a estagiária?!

Acenei para Thomas também, lhe oferecendo um sorriso tímido, suas palavras ainda não saíram da minha cabeça, e eu tinha plena certeza que demoraria para que saíssem. Voltei-me para a estagiária e falei:

- É meu setor, eu os acompanho.

Ela concordou e computou a entrada de ambos. Fiz um movimento com a mão e esperei que Thomas com Susan me seguisse. Ao chegar perto da mesa, me inclinei e peguei o telefone apertando na discagem rápida e indo direto para o telefone de dentro da sala do Dr. Flávio.

- Doutor, a paciente das nove e meia chegou. - Olhei por cima do ombro e vi que Thomas me observava.

Eu estava tentando ser profissional, e estava, por fora. Por dentro, entretanto, minha vontade era perguntar o que a pequena Susan tinha, poderia ser só mais uma consulta, como da última vez em que eles estiveram aqui, e eu tive aquele pressentimento de que Thomas estava mal. Mas e se não fosse? Ela parecia tão abatida.

- Deixe-os entrar, depois de alguns minutos pegue o pequeno pacote na última gaveta e entre. - Falou, sua voz soou natural e eu tinha cada vez mais vontade de lhe bater. - Obrigado, Ellie.

Ele falou meu nome de forma estranha, que fez meu estômago embrulhar. Sem olhar para trás, abri a porta deixando Thomas passar e voltei rapidamente para a mesa. Como alguém como Flávio era tão respeitado?

Lembrando-me do que ele pedira abaixei-me e abri a última gaveta da mesa. Encontrando um pirulito. Típico, pensei. Mas depois de pegá-lo vi pacotes de algo que meus olhos não precisavam captar: camisinhas.

Resmunguei baixo, fechando a gaveta, e antes de entrar na sala passei álcool gel nas mãos. Só então me lembrei de que eu não havia retirado as xícaras da sala após o paciente anterior ter saído. Merda!

Peguei a bendita bandeja e bati levemente na porta, ouvi mais uma vez a voz de Flávio me concedendo a entrada. Entrei e lhe entreguei o pirulito sob o olhar de Thomas.

- Licença - Tirei a xícara de sua frente e fui até o lado de Flávio. Propositalmente ou não ele tomou na xícara no mesmo instante que eu, fazendo-a escorrer um pouco de café sobre parte da minha saia e minhas pernas.

- Não é necessário...

Aquele velho aproveitador pegou um guardanapo e me começou a "me ajudar" a limpar minha perna, mas sua outra mão estava atrás, subindo e descendo pela minha panturrilha. Pelo canto dos olhos vi ira nas íris de Thomas e me afastei.

- Não precisa, doutor! - Insistir e sai de perto sentindo o açúcar começar a pinicar. Aí como eu o odeio! - Dá licença.

Peguei ambas as xícaras e já estava saindo quando ouvi a voz de Thomas chamar por mim:

- Ellie, espere!

Girei os calcanhares segurando as lágrimas que queriam se formar. Eu estava morrendo de vergonha e nojo daquele homem. Já não bastasse minha noite horrível, eu ainda tinha que me submeter à isso.

Antes que Thomas conseguisse falar, Flávio interveio.

- Você a conhece?

Rude e autoritário, Thomas o ignorou. Desceu Susan, que via toda a cena sem entender, do seu colo e murmurou algumas coisas para ela. Só então ele respondeu o médico, se voltando para o mesmo.

- Sim. Além disso, sendo o bom investigador, formado em direito e especialista em casos de violência a mulher, sei exatamente como fazer para que um homem, que abusa do seu direito e invade a privacidade de uma pessoa, ficar atrás das grades. - Disse com tanta naturalidade que eu estanquei no lugar. Ele ainda deu uma risadinha sonora antes de continuar, eu não podia ver sua face de frente, porém imaginava o sorriso mais sarcástico do mundo estampado. - E pode ter certeza, Doutor, comigo as leis se cumprem, até mesmo para o ser humano mais bem sucedido ou importante.

O silêncio tomou a sala, e o médico me olhou arrependido. Susan saltou da perna do pai e veio até mim.

- Vamos, Ellie. O papai vai cuidar de tudo por aqui, ele disse. - Ela sorriu, como se a situação fosse a mais natural. Segurou minha mão e nós saímos daquela sala, seguindo para o banheiro da recepção.

Bônus de Thomas após esse capítulo disponível no link para acesso no meu perfil.

(09/08/2016)

Espero que tenham gostado!

Já não basta o que está passando e Ellie já tem que passar por uma coisa dessas!, porém já deu para notar que ela não está sozinha, não é?! Vou deixar à teorias o que poderá acontecer dentro dessa sala, parece que alguém irritou Thomas profundamente...

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