- Não achas que devíamos... Uh, bem... Trocar de roupa?
- Hum?
- Trocar de roupa. A minha camisa está rasgada e a tua túnica... bem, tens lama seca colada por todo o lado.
Tiago engoliu em seco, de mãos enfiadas nos bolsos das calças. Assim que acabou de fazer a sugestão percebeu como soara ridículo e fútil. Goku olhou para si próprio, passando as mãos pela túnica, naquilo que parecia uma tentativa de limpar a sujidade que lhe tinha sido apontada.
- Apetecia-me também... um banho...
E continuava a parecer fútil, a desejar algo descabido num momento inoportuno, como um adolescente mimado a divagar sobre desejos impossíveis. Baixou a cabeça, sentindo-se corar como se fosse realmente um adolescente mimado. Os braços presos, o pé remexia a terra debaixo da erva incrivelmente verde. O problema era que Goku não dizia nada, nem concordava, nem deixava de o fazer, deixando-o ainda mais atrapalhado.
- Eu tenho é fome... - acabou o saiyajin por confessar, sorrindo.
- Fome? Ah, eu também... - replicou Tiago hesitante.
A seguir, não acrescentou mais nada e afastou-se vagarosamente até às margens do regato. Sentou-se no chão, aborrecido. Tinham chegado havia um bom par de horas e esperavam por Vegeta sem trocarem palavra. Pelos vistos, Goku não sabia fazer conversa para entreter. Ele também não e nem lhe apetecia tentar. Tinham deixado as quatro bolas de dragão junto a uma árvore, as esferas cor-de-laranja cristalinas com estrelas vermelhas no interior. Ali estavam a bola de duas, três, cinco e sete estrelas. Vegeta haveria de trazer as bolas de uma, quatro e seis estrelas, se tudo tivesse corrido bem. O orgulhoso saiyajin tinha partido sem levar o radar do dragão ou sem indicar como deveriam fazer se ele sentisse alguma dificuldade na sua busca e poderia muito bem, se qualquer uma das bolas se encontrasse muito bem escondida, que estivesse a bater com a cabeça para a encontrar. Tiago sorriu. Gostaria que ele estivesse a bater com a cabeça em algum lugar, irritado e frustrado.
Os pássaros piavam nas árvores. Tiago estendeu-se na erva verde, a cabeça apoiada nos braços. Pôs-se a ver as nuvens redondas a girarem pelo céu e bocejou. Estava um dia bonito e calmo, estranho por ser tão colorido e quente. Fechou os olhos. Escutava os pios dos pássaros, o bater do seu coração e um pulsar distante, como uma chama lenta a brilhar num imenso espaço negro. Era estranho, mas escutava efetivamente a chama, que fazia o som de uma fogueira a arder sobre madeira nova, e sentia-a igualmente, um calor que se formava no estômago, que o afogava por ser tão imenso. Era alguém... Era o poder de alguém, o ki de alguém... Estranhou-se a si próprio por ser capaz daquela proeza. Fora assim que encontrara Goku no bar das gueixas em Tóquio, reconhecia-o agora, mas naquela altura estava tão perturbado e assustado que não retivera a impressão. Ainda de olhos fechados e de braços atrás da cabeça, estendido numa cama fofa de erva verdejante, murmurou:
- Vegeta...
A voz de Goku foi como uma lança a penetrar na cortina densa que lhe envolvia a mente:
- Ah, Vegeta!
Tiago sentou-se. Ao quebrar a concentração, sentiu uma tontura. Levou uma mão ao peito. Tinham passado alguns minutos, uma hora talvez, mas para ele o tempo em que estivera deitado a dormitar, pareceram-lhe escassos segundos de intenso treino físico. Estava esquisitamente cansado.
Um ponto de luz acercava-se, ficando cada vez maior à medida que encurtava a distância. Goku olhava para o céu e Tiago colocou-se ao lado dele a observar como a luz tomava uma forma conhecida e de silenciosa passava a um som sibilante. Era, de facto, Vegeta que chegava. Um calafrio percorreu-o de cima a baixo. Fora capaz de perceber que se aproximava... Como? Algo nele mudava naquela dimensão... Mudava subtilmente e ele acolhia a mudança com espanto, mas com uma incrível soberba. Aos poucos, uma parte do que ele sempre fora, mas que estava escondida, sobrepunha-se ao que ele era naquele momento.
O príncipe dos saiyajin aterrou de uma forma tão atabalhoada que alterou imediatamente o semblante de Goku. Chegou até eles a tropeçar, com a bola de dragão de quatro estrelas na mão direita, enquanto agitava o braço esquerdo para manter o equilíbrio. A testa empapava-se em suor e os olhos estavam esbugalhados, como se tivesse acabado de ver um monstro poderoso que iria além das capacidades deles.
- Kakaroto! Não temos tempo a perder! – gritou.
Dirigiu-se ao local onde estavam as quatro bolas de dragão, atirou a bola de quatro estrelas para junto destas, retirou as duas outras que guardava presas no cós das calças e também as atirou, sem qualquer cerimónia. As bolas chocalharam ao se encontrarem. De seguida, voltou-se com o punho direito levantado e a tremer.
- Baka!! Esta não é a Dimensão Z!
- O que dizes...? – perguntou Goku, descaindo os ombros.
Tiago juntou-se aos dois saiyajin. O dia deixara de estar bonito e calmo.
- Tu ouviste-me! Responde-me, Kakaroto: quando foste buscar o radar do dragão, tu chegaste a ver bem a cara de Bulma?
- Não. Ela fugiu quando eu apareci.
- Uma reação natural. E tens a certeza de que era ela?
- Hai. Era a aura dela. Tu também a sentiste, lembras-te?
- Claro, mas... - Voltou a cara, acrescentando nervoso: – Mas havia qualquer coisa nela que... Que não era ela...
- O que foi que aconteceu, Vegeta?
- Enquanto procurava pelas bolas de dragão, encontrei alguém.
- Quem?
Espetou-lhe um dedo no peito.
- Tu!
Goku deu um salto para trás.
- Eu?! Mas eu estive sempre com o Tiago-kun... - Procurou confirmação, virando-se e perguntando: – Não foi?
Tiago respondeu:
- Não. Tu procuraste sozinho por duas bolas de dragão e, nessa altura, nós separamo-nos.
- Eh... Está bem. Mas nunca estive contigo, Vegeta.
- Eu sei, baka! Quem encontrei era uma versão mais... mais...
- Mais, quê?
- Mais saiyajin!
- Ahn?
Tiago susteve a respiração. Seria possível ser-se mais saiyajin do que aqueles dois o eram? As surpresas não tinham fim. Aquilo de se ser um saiyajin, afinal, era mais complicado do que julgara.
- Encontrei-te... Ou melhor, encontrei a outra versão de ti, numa aldeia perdida nos confins do mundo. Tinhas a bola de dragão de quatro estrelas.
- A sério? – Goku coçou os cabelos, intrigado. – Bem, tem alguma lógica. A bola de dragão de quatro estrelas era minha... Quando era miúdo, guardava-a julgando que esta tinha a alma do meu avô Son Gohan lá dentro. Pouco depois de ter casado com Chichi, encontrei essa bola e ofereci-a ao meu filho, Gohan-kun, quando ele nasceu. Ficou comigo durante muitos anos.
Vegeta calou-se, pensativo. Goku acrescentou:
- E eu não estranhei a tua presença?
- Não. O que quer dizer que existe também um "eu" alternativo aqui.
- Mas eu não senti... a minha aura. Nem a tua, em duplicado!
- Nem eu. Esses dois devem ter as mesmas capacidades do que nós e conseguem esconder a sua presença. Mas utilizam scouters e comunicam através deles.
- Scouters? Aqueles aparelhos que tu usaste em tempos, quando chegaste à Terra pela primeira vez?
- Hai.
- Quando estive na Dimensão Real, os soldados que encontrei também usavam scouters. Isto cada vez mais me parece um pesadelo... Estamos no passado... ou quê?
- A minha intuição do início estava certa, Kakaroto. Esta não é a nossa dimensão. Mas se é o passado, ou não...
- Bulma está aqui...
- E sabe-se lá quem mais!
- Pelo menos, Piccolo também existirá. Se ele não estivesse vivo, as bolas de dragão não existiam. Nós devemos estar numa Dimensão Z alternativa.
- Que não é a nossa. De certeza! Foi por esse motivo que não conseguiste encontrar Karin-sama, quando tentaste focar-te na sua aura para conseguires os feijões senzu.
- A porta entre as dimensões está escancarada. Precisamos de Tori-Sama com urgência.
- Hai, também pensei nisso. A tua ideia, por mais que eu continue a pensar que é absurda, poderá ser a única hipótese, neste momento, de se repor a ordem nas coisas.
- Vegeta, achas que o nosso inimigo está aqui?
Fez uma grande pausa antes de responder. Os dois entreolhavam-se. Por instantes, Tiago sentiu medo.
- Tenho a certeza – respondeu.
- Como podes ter tanta certeza...?
- O outro Kakaroto e o outro Vegeta trabalham para ele.
- Como sabes isso, Vegeta?
- Como achas tu que eu consegui a bola de dragão de quatro estrelas?
- Lutando?
Vegeta sorriu, cansado.
- Realmente, estou a perder capacidades... - concordou, meneando a cabeça e cruzando os braços. – Não, não lutei, Kakaroto. O imbecil do teu outro "eu" estava a confiar em mim e tratava-me com alguma... deferência, que me agradou. Ao contrário do que tu fazes!
O brado inesperado da última frase sobressaltou Tiago. Vegeta respirou fundo e prosseguiu:
- Convenci-o a entregar-me a bola e, no pouco que conseguimos conversar, ele falou-me de um mestre quando lhe falei de Kilm.
- O outro "eu" conhecia esse Kilm? Mas não disseste tu que Kilm pertencera às forças especiais de Freeza?
- O que queres que eu te diga mais? Também não estou a perceber nada!
- Para quem podemos nós trabalhar?
- Irei descobrir isso. Mas os saiyajin trabalharam para...
Não ousaram mencionar o nome que todavia lhes causava arrepios. O passado, de facto, parecia ter vindo assombrá-los, recordando de uma forma maquiavélica e pegajosa o início de tudo. Conseguiriam eles superar a prova da memória, conseguiriam eles reviver o que tinham sido e, mesmo assim, sobreviver ao desafio de repetirem passos há muito olvidados e que poderiam conduzir a possibilidades distintas daquilo que eles se tinham tornado?
Mas eles estavam diferentes, bastante diferentes. Para começar, estavam do mesmo lado. Para finalizar, eram dois super saiyajin incrivelmente poderosos, cheios de recursos, com uma técnica de luta exemplar e praticamente infalível.
Praticamente... Mas se aquela era outra dimensão, as forças e o nível de poder também poderiam ser diferentes...
Tiago olhou para Goku e para Vegeta.
- Trabalharam para quem? – perguntou.
Não lhe responderam.
- Kakaroto, invoca Shenron – pediu Vegeta com uma calma glacial. – Devolve a vida a Tori-Sama. Já que as bolas de dragão existem, esperemos que funcionem como devem de ser e que ainda nos concedam desejos. O teu outro "eu" não conhecia o poder das bolas de dragão. Tenta não o alertar com o que vamos fazer agora.
Goku assentiu com a cabeça.
- É estranho!... Mas tudo isto é estranho.
Afastou-se até ao sítio onde estavam reunidas as sete bolas de dragão.
Tiago olhou para Vegeta.
- E o que faremos a seguir? Se esta não é a dimensão certa, vamos ficar?
Vegeta afastou-se indo atrás de Goku, dizendo, sem olhar para ele:
- Não te incluas, rapaz. Tu não pertences aqui.
***
De braços levantados para o alto, Goku parecia um sacerdote alucinado de um culto diabólico. Tiago ia de maravilha em maravilha. Era bem capaz de se sentir especial e abençoado por estar metido naquilo que mais se assemelhava a uma aventura que só se vêm nos filmes, não fosse a constante insistência de Vegeta em lembrar-lhe que ele não era um deles. Engano, maldito príncipe dos saiyajin! Ele era um deles. À medida que passava mais tempo ali, mesmo que aquela não fosse a verdadeira Dimensão Z, sentia claramente o seu poder a despertar e a querer soltar-se. Assustava-o com o que poderia resultar daquela revelação, mas não tinha outro remédio senão aceitá-la com resignação. O que mais desejava era conseguir surpreender aquele estúpido que era o seu avô.
E pensava, com alguma mágoa, se o seu pai, o filho daquele saiyajin presunçoso, teria o mesmo feitio insuportável...
As nuvens brancas, que antes se passeavam pachorrentas pelas alturas, afastaram-se, pondo-se atrás de espessas nuvens negras que engoliam rapidamente todo o céu, até ao horizonte e até onde a vista podia alcançar. Era Goku que despoletava o fenómeno, com os braços erguidos e a mirar o firmamento com um sorriso arrevesado que era quase assustador. Tiago olhava para todos os lados, impaciente e receoso. Vegeta exibia a sua pose habitual de superioridade e de falso alheamento, como se nada fosse capaz de o atingir.
Entre as ervas, as sete bolas de dragão cintilavam, incandescentes. O brilho espalhava-se em redor destas e em faixas que emergiam até aos céus que se toldavam de negro, despejando faíscas e trovões, que se uniam às faixas brilhantes, ribombando assustadoramente. O estômago de Tiago dava voltas.
- Shenron, nós invocamos-te! – exclamou Goku. – Vem, Shenron! Queremos pedir-te o nosso desejo!
O brilho das bolas de dragão uniu-se numa enorme massa amarela e compacta. Engrossou de repente e todas as faixas dispersas se uniram numa única faixa que saiu disparada em direção ao alto, serpenteando como um largo tubo maleável. Tiago tapou os olhos com o braço, porque a luz era demasiado intensa. Os trovões eram ensurdecedores e pareciam estalar mesmo por cima dele. Goku brilhava como as bolas mágicas e como a cobra de luz que se enrolava e desenrolava, enquanto crescia imparável para as nuvens negras, sem contudo alcançá-las. Vegeta permanecia imperturbável, brilhando como Goku – e como ele, possivelmente.
Estavam todos e tudo em redor deles mergulhados em luz e em sombras.
A cobra ganhou contornos precisos. Surgiram escamas e uma espinha eriçada ao longo do dorso. Surgiram patas pequenas, encurvadas como garras. E, no extremo da cobra luminosa, surgiu a cabeça formidável de um dragão, com enormes bigodes esvoaçantes. A luz desvaneceu-se e a criatura revelou-se num esplendor verde e vermelho, um animal sólido e vivo onde antes existia apenas vapores luminosos expirados por sete pequenas bolas.
O dragão falou:
- Chamaram-me e aqui estou para cumprir o vosso desejo. Digam: o que pretendem de Shenron?
Tiago tinha a respiração suspensa. Goku disse:
- O nosso desejo é devolver a vida a Tori-Sama.
O corpo do dragão flutuava, enrolado como uma serpente cuja cauda saía de uma maneira indefinida, como se fosse uma projeção, do centro das bolas de cristal. Rosnou levemente, mas, com o seu tamanho descomunal, soou como um trovão distante. Os seus enormes olhos vermelhos acenderam-se. A seguir, disse:
- O vosso desejo foi concedido.
Tiago olhou imediatamente para o ramo espetado que assinalava o túmulo que ele tinha cavado. Seria possível? Tori-Sama vinha de outra dimensão... E aquele animal seria capaz, realmente, de...
- Arigato, Shenron! – exclamou Goku jovial.
E, mais jovial ainda, acenou uma despedida. O dragão desenrolou-se como uma serpentina de papel. As nuvens negras abriram-se quando ele passou por estas, entre relâmpagos e trovões. As sete bolas cor de laranja, a piscar como se fossem abrir-se numa explosão de luz, seguiram o dragão, subindo no ar num círculo perfeito, rodopiando loucamente. Goku saltou também e apanhou uma das bolas, no preciso instante em que o dragão desaparecia e as bolas viajavam como flechas, cada uma numa direção diferente, espalhando-se novamente pelo mundo.
O céu tornou a ficar azul, mas as nuvens brancas tinham-se volatizado.
A terra revolveu-se e o ramo caiu. Tiago recuou e bateu em Vegeta.
Agora, estava dentro de um filme de terror. Viu o esforço do homem que escavava para se libertar do peso da terra que o cobria. Viu uma mão de dedos espetados a surgir por entre os torrões. Uma segunda mão, suja e ansiosa. Viu a cabeça a empurrar como um bebé a romper do útero da mãe. Viu os ombros a sacudir a terra, os braços a aparecer, o homem a apoiar-se urrando com a força que imprimia para fugir do túmulo. Via tudo e não se conseguia mexer, amparado em Vegeta que curiosamente não o repelira. Via tudo e não corria para o ajudar... Se o tinha enterrado, deveria desenterrá-lo... Mas deixou-o sozinho na sua tarefa, assim como Goku e Vegeta, pois ele deveria fazer aquilo sozinho. Nascer novamente, pois já da primeira vez também o fazemos sozinhos.
Tiago permanecia imóvel, pois nunca acreditara que aquilo podia ser possível até vê-lo com os próprios olhos. De sete bolas pequeninas nascera um dragão que lhes concedera um desejo e fizera um homem morto sair da sua sepultura.
Tori-Sama levantava-se, atarantado por se descobrir novamente vivo. Cuspiu terra e tossiu, curvado, as mãos apoiadas nos joelhos. Vegeta perguntou:
- O que é isso?
- É a bola de dragão de quatro estrelas – respondeu Goku abrindo a mão e mostrando a pedra branca redonda.
- Mas... é só uma pedra agora... - murmurou Tiago.
- Hai. Depois de Shenron nos conceder o nosso desejo, as bolas de dragão transformam-se em pedra e só voltam a ter o seu poder um ano depois, que é quando podemos novamente invocar o dragão sagrado e pedir novo desejo.
- Para que queres tu a bola de quatro estrelas? – tornou a perguntar Vegeta.
- Não sei. Acho que iremos precisar dela.
- Mas se não passa de uma pedra – disse Tiago.
- Tenho um pressentimento, Tiago-kun. Viste, Vegeta? O dragão só nos concedeu um desejo. O que quer dizer que não foi Dende quem lhe deu o poder.
- Hum...
Tiago acercou-se do ressuscitado com algum receio. Seria o mesmo homem? Bem, o mesmo não seria, pois também tinha a aparência esquisita de um desenho animado. Mas, sentiria o que ele sentia, que era a mesma pessoa encarcerada num corpo ligeiro e maleável, como se fosse apenas feito de duas dimensões, mas sentindo as coisas com as habituais três dimensões? Afinal, ele tinha vindo do reino dos mortos... E o que teria visto por lá?
- Tori-Sama... Estás bem? – perguntou a gaguejar.
Uma perturbação alcançou-o, como se alguém o tivesse picado com um alfinete na nuca. Tiago voltou-se. Vegeta e Goku também se tinham voltado. Encaravam os céus tranquilos, para onde se tinha sumido o dragão e as suas nuvens negras. O primeiro perguntou:
- Não sentes?
- Sinto... Alguém se aproxima daqui.
- São dois.
Goku franziu a testa.
- Será... o meu duplo?
- Não – respondeu Vegeta rapidamente. – Não, a energia é diferente.
- Quem virá ter connosco?
- Prepara-te, Kakaroto!
- Hai!
Tiago ousou perguntar:
- Preparar-nos... para quê?
- Tiago-kun, podemos precisar de ti – disse Goku muito sério.
Vegeta fungou desagradado:
- Humpf! Não me faças rir! Achas realmente que vamos precisar... dele?
- Eu posso lutar! – replicou Tiago furioso.
- Ah... pois sim... – desdenhou Vegeta.
- Já chega, Vegeta!
Goku interrompeu:
- Tiago-kun!
E ele calou-se.
Os dois saiyajin pareciam ter congelado no sítio onde estavam. O nervosismo atacava Tiago. Seria mais difícil, mas estava disposto a lutar como fizera contra aqueles rufias da cidade. Não temia o desafio... Temia a desilusão. Não suportaria desiludir Vegeta ainda mais.
Tori-Sama exclamou:
- Ah! Mas onde é que eu estou?!!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro