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XLIV - Rescaldo


O último feijão senzu.

Goku retirou-o do cinto que lhe atava a túnica esfarrapada. O feijão tinha sobrevivido à batalha e não fora perdido. Agarrava-o com dois dedos e observou-o determinado. Tinha tomado a sua decisão e, como todas estas, apesar de nunca serem fruto de uma grande maturação mental, mas antes resultado de repentes ditados pelo seu instinto, era irrevogável. Sabia que não iria agradar a ninguém, mas, no final, haveriam de entender que ele ajuizara corretamente, dadas as circunstâncias. Fechou o feijão senzu na palma da mão e, com a pouca energia que ainda lhe restava, saltou para junto do namekuseijin que jazia ferido entre a erva, num combate imóvel contra a morte.

Ajoelhou-se junto a ele, amparou-lhe a cabeça.

- Piccolo...

Enfiou-lhe o feijão senzu entre os dentes, empurrou-lhe o queixo para o obrigar a mastigá-lo.

- Nani?! O que estás a fazer, Kakaroto?

Goku sorriu para Vegeta. Já esperava aquela reação.

- Estou mais ferido que esse imbecil!

- Calma, Vegeta.

- E foste usá-lo nesse imbecil?! Mas o que tens tu na cabeça?!!

A cara de Piccolo torceu-se, enquanto sentia o efeito do feijão senzu a fluir da saliva para a corrente sanguínea. Estremeceu num derradeiro estertor, enquanto os ossos se consertavam e os músculos se reconstruiam. As feridas fechavam, as hemorragias estancavam e, abrindo muito os enormes olhos, ficou totalmente curado. Olhou para o seu salvador e a expressão carregou-se.

Num repente, pôs-se de pé. Piccolo agarrou em Goku pela túnica e sacudiu-o.

- É a segunda vez que me dás um feijão senzu! Não suporto que me faças isso!

Vegeta cuspiu para o lado. Se ele tivesse uma réstia de força, também agarraria em Kakaroto pela roupa e sacudia-o ainda com mais violência, exigindo respeito e uma explicação. Aquele maldito nunca mais aprendia!

Goku sorria, deixando-se sacudir.

- Por que é que o fazes? Se julgas que me consegues mudar...

- Tu já estás mudado.

- Nani?!

Os longos dedos de Piccolo afrouxaram ligeiramente, surpreendido com aquela resposta. Arreganhou os dentes, rugindo bestialmente.

- Vamos, Piccolo... Combateste ao nosso lado pela segunda vez. Lamento que não tenhas tido a oportunidade de conheceres o meu filho Gohan, mas a semente da mudança acabou por ser plantada por outro motivo. Quando te uniste a Kamisama percebeste que eras mais do que um simples demónio.

- Simples demónio! Son, estás a brincar comigo? Eu não sou um simples demónio, sou o senhor das trevas!

- Está bem, está bem... Sejas o que sejas, ajudaste-nos a derrotar o Sem-Nome, Piccolo.

Goku mostrou um dos seus sorrisos mágicos e sinceros.

- Arigato – acrescentou.

- Ah!

Irritado por não o estar a assustar, Piccolo soltou-o e empurrou-o. Olhou desdenhoso para o grupo de saiyajin. Entreabriu um sorriso cruel ao notar como estavam fracos, desfeitos, a aguentarem-se nas pobres pernas bambas, com um aspeto tão caricato, quanto detestável. Inchou o peito e atirou ufano:

- Se eu quisesse, matava-os a todos! Com a energia que têm agora, não me seria muito difícil. Bastava um único golpe e enviava-os a todos para o Inferno, atrás do Sem-Nome, de Freeza e dos outros saiyajin que aterrorizavam a minha Terra.

- Maldito! – agastou-se Vegeta.

- Ele não o fará – sossegou Goku.

Piccolo espetou o queixo verde.

- Não o farei? E porque é que não o farei?

- Derramaste o teu sangue connosco. Esse é motivo mais que suficiente. Para além de um demónio, és um guerreiro: o melhor guerreiro de Namek, de todos os tempos. Na minha dimensão, nesta dimensão, em qualquer universo. E sentes como um guerreiro. Sabes o valor da palavra... honra.

Goku estava a arriscar tudo naquela jogada. Fingia uma segurança que não tinha e temia que Piccolo cumprisse a ameaça. Se ele os atacasse, o fim era certo. Seguiu-se um momento de relativa tensão, um silêncio prolongado que vibrava entre o grupo de saiyajin, com Goku ligeiramente adiantado, e o namekuseijin. Piccolo fungou desdenhoso. Deu meia-volta. Com os seus poderes mentais, fez surgir a sua habitual capa branca, o turbante na cabeça.

- Não merecem o meu esforço, bando de escumalha!

E saiu dali num voo supersónico, furando as nuvens e desaparecendo rapidamente nos céus. Tornou-se num ponto escuro e em breve sumiu-se no horizonte.

- 'Tousan, porque é que deste a Piccolo-san o nosso último feijão senzu? Ele... Ele parece que é o nosso inimigo, nesta dimensão.

- Tal como no nosso mundo, Goten, a vida de Piccolo liga-se a Shenron e às sete bolas de dragão. Se Piccolo morrer, esse maravilhoso tesouro desaparece desta Terra. E, depois da batalha, estava tão ferido que podia perder a vida. Era uma pena se isso acontecesse, quando festejamos a nossa vitória. Além disso, Piccolo ajudou-nos, não apenas lutando diretamente contra o Sem-Nome e os seus estranhos feitiços, mas também através de Shenron. Foi a sua energia que manteve o dragão sagrado na batalha, a unir o universo que se desintegrava.

- Como sabes tudo isso, Goku-san? – perguntou Trunks.

- Hum... O criador lutou por nós, defendeu-nos com todo o seu poder. Eu estou, de alguma maneira, ligado a Tori-Sama. Senti tudo o que ele sentiu e vi tudo o que ele viu. Ajudei-o. E vocês também o ajudaram, devem também ter sentido o que se passou.

- Não, não sentimos – confessou Trunks intrigado. – Tu sentiste alguma coisa, Goten?

- Eu não.

- Para além de nós, também Shenron e Piccolo deram a energia deles ao criador. Fomos nós, unidos, que conseguimos derrotar o Sem-Nome e repor a ordem no universo. O último golpe, o que definitivamente derrotou o Sem-Nome, coube a Tori-Sama.

- E onde está Tori-Sama? – perguntou Goten.

- Está aqui! – anunciou Tiago que se tinha afastado ligeiramente deles.

Apontava para um tufo de erva amassado que escondia parcialmente um corpo deitado de borco. Estava imóvel, mas não parecia ferido. Estava simplesmente tão cansado que se apagara, os sinais vitais desligados para recarregar as energias perdidas e tudo o resto que se esvaíra na batalha que livrara. Goku agachou-se, assentando uma mão nas costas dele. Ao perceber-lhe a respiração branda, sossegou.

- Foi ele que nos salvou?

- Hai, Goten.

A sua aparência voltara ao normal. Já não tinha as pinças curvas, a máscara antigás na cabeça a ocultar-lhe o rosto. Envergava as mesmas roupas, já demasiado puídas, que usava quando tinham viajado para aquela dimensão. Era um homem normal, adormecido aos pés deles.

- Não parece nada que tenha os poderes para o ter feito.

- Mas fê-lo – riu-se Goku.

- Acorda esse bastardo para irmos embora daqui – ordenou Vegeta com a voz rouca.

Tiago censurou-o com o olhar.

- Podemos levá-lo a dormir – respondeu Goku.

- Então, leva-o. Vamos embora!

- Que bicho lhe mordeu? – remoeu Tiago.

- Ele está ferido e cansado – disse Goku, ficando subitamente preocupado a olhar para o príncipe. – Está mais cansado do que qualquer um de nós...

A mão de Goku sobre as costas de Tori-Sama sentiu um estremeção. Um som cavo surgiu, como o rolar de pedras, que lhe fez cócegas na pele. Goku levantou a mão. Tori-Sama despertava confuso, gemendo, aspirando grandes porções de ar. Levou uma mão à cabeça. Rebolou e ficou deitado de costas. A peculiar silhueta da cabeça de Goku, emoldurada pelo seu cabelo espetado, tapava a luz ofuscante do sol. Tori-Sama olhava-o e mostrou-lhe um sorriso torto e demente.

- Sun Wukong...

- Ahn?

Tiago agachou-se junto a Goku.

- Toriyama-san, já acabou.

O homem fitou-o sério. A menção do seu nome soara demasiado estranha naquele contexto, mas fora como um clique a puxá-lo para a realidade depois da loucura dos últimos acontecimentos, tão surreais como um sonho febril. Um clique de uma pinça imaginária. Pic... Disse-lhe:

- Tiago-kun, ainda não acabou. Continuamos aqui, não continuamos?

- Julgava que terias uma resposta para isso, Toriyama-san.

- Enganas-te.

- Hum... E poderias explicar-me como é que me conseguiste fazer crescer uma cauda? Eu não sou como eles... Venho da Dimensão Real.

- Segredos.

Goku quebrou a troca de palavras entre os dois:

- Por que é que ainda continuamos nesta dimensão, Tori-Sama?

Aquele nome foi outro clique, em contraciclo. Uma roda que girava na direção dos ponteiros do relógio e que invertia a marcha, sem ter travado antes. Uma impossibilidade. Regressavam à fantasia. O sorriso torto e demente ressurgiu.

- E o que esperavas que acontecesse?

- Bem... Pensava que, ao derrotares o Sem-Nome, a ordem no universo seria reposta.

- E foi reposta. O Sem-Nome desapareceu. Fi-lo em pedacinhos! Eliminei-o desfazendo todos os seus átomos, um por um. – Levantou as mãos, mostrando as palmas voltadas para Goku. – Com estas mãozinhas! Sempre fui um artista, sabes?...

Tiago franziu a testa. Parecia que o homem tinha enlouquecido.

- Se a ordem no universo foi resposta, as coisas deveriam ter ficado como estavam antes, mas não ficaram. Continuamos numa dimensão que não é a nossa, Tori-Sama.

- Como é que podemos regressar à nossa dimensão? – perguntou Goten.

- Vou precisar da ajuda de Bulma.

- Bulma? – estranhou Goku.

- Hai. Ela irá ajudar-me a construir um dispositivo que me irá permitir... hum, digamos, desenhar uma porta que nos leve à vossa dimensão e à minha. Não se esqueçam de que também estou aprisionado nesta dimensão alternativa.

- Um dispositivo, como? – perguntou Tiago. – Uma espécie de máquina?... Um aparelho?

- Qualquer coisa... Não sei bem. Se falar com Bulma, ela compreenderá o que quero e vai conseguir fazê-lo. Para além de atrevida, fi-la muito inteligente! – E piscou o olho. Tiago não compreendeu a piada.

- E isso vai demorar quanto tempo? – exigiu Vegeta irritado.

Tori-Sama respondeu timidamente:

- O tempo que for preciso...

- Nani?!!

Vegeta avançou com um punho erguido, mas as dores travaram-no. Agarrou-se a gemer ao torso, desatou a tossir.

- Calma, Vegeta – disse Goku, levantando-se. – Nós esperamos. Afinal, tu também vais precisar de tempo para recuperar dos teus ferimentos.

- Baka!! – exclamou Vegeta todo torcido, mas a insistir na ameaça. – Se regressarmos à nossa dimensão, poderei tomar um desses malditos feijões senzu e curar-me de imediato. Aqui... Aqui, terei de esperar, completamente inválido!

- Vais ter uma enfermeira dedicada... Do que é que te queixas?

- Ahn?!

Goku encolheu os ombros ligeiramente corado e Vegeta não foi capaz de responder àquela observação. Desviou a cara, resmungando.

Goten estava desolado. Trunks pousou-lhe uma mão no ombro e confortou-o:

- Não fiques assim. Vais ver que o tempo vai passar depressa. Vamos treinar-nos, divertir-nos e quando menos esperares, estás novamente de regresso a casa, onde a tua Maron te espera.

- E quanto tempo terá passado desde que aqui estamos? Tenho medo de voltar e de descobrir que se passaram muitos anos e que o nosso mundo está demasiado mudado...

- Isso não vai acontecer.

- Como é que tens tanta certeza?

- Tori-Sama está connosco. Ele tem o poder de restaurar a ordem das coisas. E ele disse que vai abrir uma porta que também irá permitir que ele volte à sua casa. Não vai deixar que se passem muitos anos na Dimensão Real, não quererá regressar a um sítio estranho e diferente daquele que deixou antes de vir para cá. Também não vai deixar que isso aconteça com a Dimensão Z.

- Tenho saudades da Maron...

Tiago ajudava Tori-Sama a se levantar.

- Maron? – perguntou o homem curioso. – Tu estás com a Maron, a filha de Krilin?

- Hai... Casei-me com ela. Porquê?

- Hum... Acho interessante. Vocês acabaram por traçar caminhos diferentes.

- Diferentes do quê?

- Bem, diferentes do que eu poderia ter imaginado.

- E isso quer dizer o quê? – perguntou Goku.

Tori-Sama abriu os braços e exclamou:

- Quer dizer que as possibilidades são infinitas, as dimensões são infinitas.

Goku franziu o sobrolho.

- Tori-Sama... Sentes-te bem?

O entusiasmo murchou, como um balão de festa. Tori-Sama respondeu com um suspiro, parecendo agora deprimido.

- Claro que me sinto. Dadas as circunstâncias... Eu também quero regressar a casa. Só estou a tentar perceber como é que saímos desta trapalhada onde tu – e apontou um dedo a Goku – me meteste.

Goku riu-se, coçando a parte de trás da cabeça.

- Ainda bem que te meti nesta trapalhada! Só tu serias capaz de derrotar o Sem-Nome. Se não fosses tu, nunca o teríamos feito. Somos muito poderosos, mas, neste caso, precisámos de um poder... especial.

- Não podemos ir simplesmente ao Palácio Celestial e tentar atravessar a porta dos mundos na Sala do Espírito e do Tempo? – perguntou Trunks. – Foi assim que eu, Goten e até o meu pai viemos parar aqui.

- Não. Não vai funcionar.

- Porque não, Tori-Sama?

- Porque com o desaparecimento do Sem-Nome e como Goku disse, a ordem do universo foi reposta. O fenómeno que baralhava as dimensões e que abria brechas entre estas foi eliminado. Lamento insistir, mas agora só eu poderei arranjar uma solução. Tenho os mesmos poderes do Sem-Nome, mas não os conheço a fundo como ele e quero fazer as coisas bem. Não quero deixar brechas entre as dimensões. Quero simplesmente abrir uma porta e fechá-la. Quero controlo sobre todo o processo.

- Percebo.

Trunks virou-se a seguir para Tiago. Retirou algo do bolso das calças rasgadas dizendo:

- Isto pertence-te.

Um pequeno triângulo dourado estava sobre a palma da sua mão direita.

Tiago corou, acabrunhado, ao reconhecer a segunda metade do medalhão de Mu com a corrente dourada desfeita. A memória da luta encarniçada pela posse daquele amuleto, o apelo maldito das trevas geradas pelo medalhão reconstruído, a voz fantasmagórica que o comandara, o sabor do sangue que tinha provocado, a dor reverberando nos ossos à medida que infligia dor nos outros, eram memórias que aquele pedaço de metal invocava. Voltou a cara e confessou:

- Eu não o mereço... Trunks.

- Não digas isso. Isto é teu... A minha metade é esta.

Um segundo triângulo estava sobre a palma da mão esquerda.

- Não unas o medalhão. Não o poderás fazer.

- Eu sei. Apenas alguém da Dimensão Real pode unir o medalhão de Mu.

- Portei-me tão mal... - lamentou-se Tiago. – A minha mãe portou-se muito melhor, quando foi a vez dela de utilizar o medalhão.

O sorriso de Trunks entristeceu.

- A situação era diferente. Mas tu não te portaste mal. Soubeste superar a prova e venceste, ao nosso lado. A tua energia de saiyajin também foi utilizada para derrotar o Sem-Nome. Quero que saibas que tens a força dela. A Ana tem todos os motivos para se orgulhar do seu filho.

Os dois encararam-se.

- Pensava que tinha puxado mais ao meu pai.

- Tens também coisas do teu pai.

Tiago aceitou a segunda metade do medalhão de Mu, guardou-o. Tinha os olhos húmidos quando disse:

- Arigato... otousan.

Goku acercou-se. Tinha reparado na troca de palavras, nas duas metades do medalhão de Mu, mas tinha-lhes concedido aquele momento para que sarassem as eventuais feridas. Goten, Tori-Sama e Vegeta aguardavam, os dois primeiros a amparar o saiyajin entre eles.

- Preparados?

- Hai! – responderam Trunks e Tiago ao mesmo tempo.

Agarraram-se todos a Goku, fecharam os olhos e foi agradável sentirem que viajavam tão céleres como a luz, que abandonavam rapidamente o local da batalha e que em breve descansariam de tudo o que tinham experimentado.

A Shunkan Idou levou-os, de algum modo, para um lugar onde se sentiam a salvo. Um lugar parecido... a casa.

***

Quando chegaram à ilha de Mutenroshi, Bulma saiu a correr da casa gritando de alívio e de alegria, deixando um rasto de lágrimas no ar. Vegeta percebeu, antes de todos, que ele era o alvo dela. Apertou os dentes e tentou escapar, mas tinha Trunks atrás de si a ampará-lo e as botas afundaram-se miseravelmente na areia quente da praia. Os joelhos tremiam-lhe com a fraqueza. Susteve a respiração, voltou a cara de lado, sempre a fixá-la, que corria histérica na sua direção.

- Estão bem! Vocês estão bem!!

Mas por que estúpida razão ela utilizava o plural, quando aludia apenas a ele, quando só tinha olhos para ele, quando corria para ele? Vegeta sentiu o corpo do filho, sólido como um muro de pedra. Esmagou-se contra Trunks, numa tentativa patética de escapar daquela mulher.

- 'Tousan?

Bulma abraçou Vegeta num impulso esfuziante. O saiyajin arquejou.

Trunks repetiu, admirado:

- 'Tousan?!

Sem ar nos pulmões, envergonhado até ao tutano com aquela situação, as pupilas de Vegeta sumiram-se, empalideceu, soltou um derradeiro gemido, os joelhos cederam finalmente e desmaiou nos braços de Bulma.

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