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XLIII - O princípio e o fim


O suor escorria pelas têmporas de Krilin. Mutenroshi, tão parado quanto o seu antigo aluno, também suava, de medo e de tensão. Percebiam, com o auxílio do seu poder mental, o combate estranho e titânico que se desenrolava na outra parte do mundo.

Estavam claramente cientes de que as coisas não estavam a correr bem para os defensores da Terra. Havia outras forças, para além do ki espetacular dos guerreiros, que entravam na contenda, como a magia negra, os espíritos das trevas, a presença sobrenatural do dragão sagrado das sete bolas de cristal, a intervenção de um ser omnipotente.

Bulma roía as unhas, contemplando os dois, mestre e pupilo, adivinhando o que eles sentiam. Não ousava fazer a pergunta para saber exatamente o que estava a acontecer, pois temia não suportar a realidade dos eventos. Considerava-se uma mulher forte, mas ali havia condicionantes que se sobrepunham à sua natureza.

Pensava em Vegeta e esperava que tudo estivesse a correr bem com ele. Não cogitava sequer a possibilidade de lhe acontecer qualquer desgraça, pois não suportaria esse desgosto.

Pensava em Goku e confiava em que ele iria resolver tudo da melhor maneira, com aquela força indómita que lhe era característica, nunca pensando em desistir, prosseguindo imparável até saber que o que ele mais estimava estava a salvo.

Era estranho juntar Vegeta e Goku no mesmo pensamento reconfortante, pois eles eram tão diferentes um do outro. Mas, à sua maneira, tão iguais. Dois saiyajin egoístas que só pensavam em combater e em resolver os problemas na ponta dos punhos. E ela no meio, a consumir-se em aflição pelos dois.

Oolong apareceu a perguntar se queriam comer alguma coisa. Krilin e Mutenroshi não se mexeram e aparentaram nem sequer ter escutado a oferta. Bulma enxotou-o:

- Não vês que estamos no meio de um momento crítico?

- Ora... Estamos longe, Bulma.

- Longe?! – escandalizou-se ela. – Longe? E o que pensas tu que nos irá acontecer, se Goku perder o combate? Achas que não explodiremos, juntamente com a Terra?

- Que dramática... Goku vai vencer.

E regressou à cozinha.

A cientista foi desarmada com aquela tirada. Olhou para Krilin, que olhava para ela.

- Achas que estou a ser dramática?

- Oolong é um idiota – respondeu-lhe. – Não percebe o que está em jogo. As coisas estão muito sérias, Bulma.

O silêncio encheu a sala da Kame House.

- Oh, cala-te! – acabou ela por dizer. – Fala comigo apenas quando Goku estiver a ganhar.

- Não haverá nada que possamos fazer? – suspirou Mutenroshi.

- Não, mestre. Não... - disse Krilin, abanando melancolicamente a cabeça.

- Pois... Não haverá nada que possas fazer, Krilin? – censurou Bulma de olhos semicerrados.

- E tu, Bulma? Não tens nenhuma engenhoca que faça essa criatura maléfica, que vem não se sabe de onde, que anda a perturbar o nosso mundo e o mundo de toda a gente, desaparecer?

- Mas pensas que eu sou o quê?! Sou uma cientista, não sou a porcaria de uma ilusionista! Não faço aparecer coelhos em cartolas e não invento máquinas impossíveis, fora do campo da ciência!

- E eu sou um mero chikkyuujin. Se os saiyajin que lá estão não conseguem dar conta do recado, achas que eu vou conseguir?

- Cobarde!

- Estúpida!

- Acabem com a discussão, crianças – pediu Mutenroshi.

Bulma retornou ao passatempo de roer as unhas.

O coração batia-lhe como um tambor no peito, a pensar que se Goku perdesse a vida, iria morrer também.

Não aguentaria o desgosto de o perder duas vezes.

Não aguentaria também o desgosto de perder Vegeta.

Suspirou o nome dele, de olhos fechados.

***

Tinha a garganta seca. Tossiu para descongestioná-la, mas o ar só acentuava a sensação de ter aí uma lixa. O sabor férreo do sangue enjoou-o. Trunks despertou confuso, não se recordando onde tinha caído e porquê. Os olhos picavam-lhe como se cheios de uma areia fina. Assustou-se ao perceber que tinha os braços despidos e rasgados em pequenos cortes vermelhos.

O som retumbante de um trovão fê-lo erguer-se, alerta. Olhou para todos os lados, com a respiração alterada, nervoso. Estava estranhamente sozinho, contudo, na vasta planície mergulhada numa luz fosca que o vento varria em uivos e lamentos. Correu para a plataforma onde o altar era a sua única construção. Agarrou nas duas metades do medalhão de Mu que Goku tinha separado. As mãos tremiam-lhe enquanto o cérebro se enchia de imagens antigas de um momento parecido àquele em que também tinha segurado no objeto mágico dividido em dois.

Lembrava-se da sensação de triunfo, da excitação bravia e do receio daquela transgressão, mas não hesitou em guardar consigo os dois triângulos dourados. Zephir tinha acabado de ser derrotado. A Ana... A sua Ana estava ali, tão perto... Nos braços de Goku-san, sem sentidos, mas repleta e feliz com a vitória e ele sabia isso porque via nos lábios dela o desenho de um sorriso e só lhe apetecia arrancá-la de Goku-san, beijar aquela boca vermelha, cobri-la de beijos. Tinha-a amado tanto nesse instante glorioso.

- Larga isso! É meu!

Trunks voltou-se para Tiago. Pensou com rancor que deveria ter utilizado um disparo mais potente, pois, ao contrário do que esperava, ali estava o maldito rapaz acordado e novamente a desafiá-los. Era demasiado resistente, aprendera a sê-lo e fora ele quem lho ensinara.

Deixava de estar sozinho na vasta planície.

Respondeu:

- Não, enganas-te. O medalhão é meu! E da tua mãe.

O rosto de Tiago empalideceu. Um segundo trovão ecoou por cima deles.

- Tu não o mereces. – Agitou os dois triângulos, um em cada mão e prosseguiu: – E sabes por que é que não o mereces, fedelho? Por seres, precisamente, o maldito de um menino instável, caprichoso e estúpido!

- Cala-te!

Num gesto repentino, Tiago levou as mãos à cabeça e apertou-a, como se quisesse expulsar qualquer coisa de lá de dentro. Trunks não sentiu pena. Pelo contrário, gostou de o ver a sofrer e sorriu.

- Não sabes o que o medalhão significa. Deu-te poder, não foi? Fez-te mais forte. Enganas-te! O que te foi dado, também te será roubado e depois ficas sem nada. Dá-me uma razão para eu não te matar.

Estranhou a última frase, mas a raiva aquecia-lhe o sangue.

- Dá-me uma única razão.

- A minha mãe! – gritou Tiago.

Trunks engasgou-se. Mas o que estava a dizer e a fazer? Fortaleceu a mente, procurou a serenidade perdida e sentiu claramente uma mão negra a recuar. A sua alma ficou, subitamente, despida. Sentiu frio e encolheu-se com um arrepio.

Agora, o rosto de Tiago estava molhado das lágrimas.

- Não queres voltar a vê-la? – perguntou o rapaz com a voz embargada. – Devolve-lhe a segunda metade do medalhão e vais voltar a vê-la.

Mas era a sua própria voz, era o seu próprio rosto, eram as suas lágrimas.

Trunks susteve a respiração. Ouviu-se a repetir:

- Dá-me uma única razão.

E viu a cena de longe, por detrás de uma cortina transparente. Na vasta planície, ele e Tiago enfrentando-se. Dois super saiyajin inimigos, dispostos a entregar a vida naquele confronto. A energia que libertavam era fantástica, incomensurável. O planeta tremia à medida que eles acumulavam o seu enorme poder.

Tiago ajoelhou-se no chão, agarrado à cabeça, gritando para que ele se calasse. Mas não falava com ele e Trunks compreendeu. Fechou os dedos e sentiu a solidez dos triângulos dourados, um em cada mão. Era a única coisa em que podia confiar, na sensação de estar a tocar em algo palpável, real, que ele conhecia, que lhe pertencia. Tudo o resto era uma maldita ilusão, um feitiço. Sentiu que flutuava no vácuo, perdido e amedrontado. Era uma criança pequena. Ouviu-se a chamar pelo pai.

A luz do quarto acendeu-se de repente e viu a silhueta inconfundível de Vegeta. Aparecia porque ouvira-o a gritar por causa do sonho mau. Ele sentava-se na cama, aterrorizado, anelante.

Tiago gritava:

- Otousan!!!

Trunks agarrou as duas metades do medalhão de Mu com mais ganas.

O universo estava a entrar em colapso.

***

Era difícil transpor a curta distância até à plataforma onde o altar mágico se erguia envolto em sombras despejadas pelas nuvens ameaçadoras que toldavam o céu, como um manto espesso e negro. Parecia que voava num pesadelo, em que tudo se movia numa câmara lenta angustiante e todo o ar era sugado dos pulmões, cansando-o de propósito.

No entanto, como em qualquer pesadelo, bastava apenas a força de vontade para superar o medo e a escuridão.

Goku esticou-se o mais que conseguiu. Via o punho, no fim do seu braço musculado, como se fosse de outra pessoa. Longínquo, diluindo-se numa imagem turva. Estendendo-se como se fosse feito de borracha e tivesse perdido o controlo sobre este. Perdia o punho de vista e depois já não era seu, nem era o seu braço, mas o punho e o braço de Piccolo que se esticava. E ele achou que estava bem, porque Piccolo tinha essa faculdade, a de distender os seus membros conforme lhe aprouvesse, de aumentar o tamanho do corpo, tornar-se num gigante, duplicar-se.

No tatami do torneio de artes marciais ele olhava para cima e via aquele colosso verde a ameaçá-lo. Lutava contra um demónio de um tamanho descomunal e ele a tentar encontrar uma solução para combatê-lo, porque não iria desistir assim tão cedo e à vista da primeira adversidade. Tinha dezoito anos, não era? Fora o único torneio que vencera...

Estava a perder o tino. Goku gritou. As alucinações desfizeram-se e focou a visão na plataforma. O seu punho voava certeiro, assobiando enquanto cortava o ar.

Furou o vazio. Perdido de repente, travou a investida. As botas resvalaram pela terra solta.

O Sem-Nome estalou os dedos. Goku olhou para todos os lados, preparado para mais um feitiço qualquer que o lançaria contra as suas memórias. Mas nada aconteceu.

Tiago gritava, disparando faíscas em todas as direções. Expulsava, finalmente, o espectro maligno que se apoderara dele. O que era estranho, pois devia estar inconsciente. Diante dele, Trunks parecia comandar o exorcismo, sorrindo enlouquecido. Nas mãos cerradas, guardava qualquer coisa que brilhava intensamente, como se aprisionasse duas estrelas nos dedos crispados. Goten aproximava-se de Piccolo.

Tori-Sama levantou-se, afastando duas rochas. Estava novamente com a máscara antigás colocada. As pontas das pinças tocavam uma na outra, repetidamente. Pic...pic...pic... Vindos de nenhures, os rugidos de Shenron competiam com as trovoadas. Mas do dragão sagrado, que estava tão ferido quanto Piccolo, não havia sinal. Podia estar escondido nas nuvens negras, podia ainda continuar no chão, entre as rochas, como Tori-Sama.

A investida não tinha sido em vão. Ele aproximara-se o suficiente para ser bem-sucedido. Goku descobriu o Sem-Nome à sua frente, numa pose indiferente, mas corajosa. Viu novamente desfilar um sem fim de imagens apressadas, tão rápidas que as cores faziam rastos esborratados. Ignorou essa nova distração, as possibilidades todas que uma escolha poderia trazer, o martírio eterno da criatura que eles combatiam.

Abriu uma mão por cima do capuz vazio. A voz do Sem-Nome travou-lhe o ataque energético por um triz:

- Estás curioso, não estás? Para saber o que fiz, há pouco, quando estalei os dedos? – Goku hesitou. O Sem-Nome prosseguiu: – Retirei os poderes que dei a Freeza. Neste momento, Vegeta mata-o e vence o combate. Mas está ferido. O planeta onde eles combateram também está ferido... A energia que utilizaram minaram-no irremediavelmente. O planeta vai explodir, a qualquer instante, e Vegeta vai morrer. Oh, que dilema, Son Goku!... Ou salvas o universo, eliminando-me, e perdes o teu companheiro. Ou salvas o teu companheiro e, lamentavelmente, deixas-me escapar.

A mão do saiyajin fechou-se, a tremer.

- Maldito!

A distância era considerável entre a Terra e o planeta onde Vegeta combatia contra Freeza. Tão distante que ele mal conseguia sentir o ki do príncipe. Deu meia-volta, uniu dois dedos na testa e desapareceu. Tinha feito a sua escolha, sem dúvidas, sem remorsos e sem uma oportunidade de reverter a situação.

A viagem, mesmo àquela super velocidade, demorou alguns segundos. O tempo, mesmo ínfimo, corria lentamente. A ansiedade dominava-o, por aquilo que abdicava, por aquilo que iria encontrar.

A lava encharcava o solo. O calor era tão grande que ele mal conseguia ver através da cortina vermelha que ondulava diante dos seus olhos. Olhou para a placa sólida que ainda restava no meio do mar fervente que subia, numa maré imparável, e aterrou aí.

O planeta tremia num terramoto contínuo. Desagregava-se, agitando-se numa morte violenta, apressando o cataclismo cósmico.

A sua escolha, porém, haveria de provocar o mesmo fim em todos os planetas, de todas as galáxias, do universo e de todos os universos e o coração apertou-se de pena. Aquele momento de reencontro e salvação seria tão efémero como o sopro de um deus. Decidira-se pela amizade e voltaria mil vezes a tomar a mesma decisão. Nunca abandonaria um amigo. Consolou-se com essa verdade, aliviou-lhe a contrição do coração.

- Kakaroto...

O sorriso rasgado de Vegeta, que mostrava mesmo lutando contra dores insuportáveis, revelou o que acabava de acontecer. Goku sorriu com ele e confirmou, acenando a cabeça e dizendo:

- Freeza está morto!

- Eu disse-te... que ele era meu – acrescentou o príncipe dos saiyajin, retendo o fôlego para evitar o sofrimento.

- Vamos embora.

Goku passou o braço dele por cima dos ombros e agarrou-o pela cintura. Vegeta não protestou. Estava demasiado fraco para isso ou simplesmente aceitou a ajuda.

- E o mágico?

- Vegeta, esse assunto ainda não está encerrado.

- Tanto tempo, Kakaroto... Tanto tempo para acabar com o miserável de um mágico. Já sabia que haveria de ser eu a tratar dele também.

A ironia era desnecessária, mas era uma das formas que Vegeta usava para manter-se desperto. Nem conseguiria derrotar o mais fraco dos namekuseijin, a raça mais pacífica que conheciam, quanto mais aquela criatura esquiva que os comandava a todos com um poder tenebroso. Goku concentrou-se no turbilhão de sensações que percebia na longínqua Terra.

- Veremos... - concedeu, a alimentar a ironia do companheiro.

Com a Shunkan Idou regressaram ao local do pesadelo.

Uma gigantesca explosão recebeu-os. Goku e Vegeta fecharam os olhos, encandeados com a luminosidade que emanava do fenómeno. Uma chuva de gravilha bombardeou-os. Goku recuou, segurando e arrastando Vegeta, tentando protegê-lo do que sentiam, uma enorme comoção alimentada por um fogo muito quente. O saiyajin mais velho deixou-se arrastar, enquanto focava os sentidos e reunia interiormente a pouca energia que ainda conservava para se defender daquilo.

Tori-Sama, insignificante, atarracado, na sua pose caricata de pernas abertas e pinças lançadas ao alto, batia-se com bravura e sanha, aguentando sozinho o universo que se desagregava sob a ação malévola do Sem-Nome.

- O que se passa aqui? – perguntou Vegeta.

- Shenron! – exclamou Goku animado. – É o ki de Shenron.

- 'Tousan!!

O apelo de Goten, que corria na direção deles, fê-lo voltar-se para trás. Trunks e Tiago também se juntaram a eles vindos de cima, aterrando determinados. Transformaram-se em super saiyajin em simultâneo.

Goten travou com espalhafato, também se transformando em super saiyajin.

- 'Tousan! Tori-Sama e Shenron precisam da nossa energia. Devemos dar-lhe todo o poder que conseguirmos reunir. O máximo da energia!

- O que queres dizer? – perguntou Vegeta empurrando Goku para se soltar dele.

- Devemos transformarmo-nos no maior nível dos super saiyajin que alcançarmos.

- Isso quer dizer que devo transformar-me e chegar ao nível três? – perguntou Goku pestanejando incrédulo.

- Hai! Eu e Trunks vamo-nos fundir, para também nós chegarmos a esse nível.

- Mas Vegeta está ferido e...

- Kakaroto! Tu não falas por mim! Kuso!!! – gritou Vegeta.

E com a raiva súbita que o invadiu transformou-se em super saiyajin, nível dois. Os ferimentos eram extensos, o combate contra Freeza tinha cobrado um preço alto, o ki estremecia com a energia que lutava para manter, que oscilava tanto como a chama de uma vela desprotegida ao vento. Mas o sacrifício era digno do grande príncipe dos saiyajin.

Goku inspirou-se. Retesou os músculos do corpo, lançou um vibrante grito, reuniu as suas forças, as que dominava e as ocultas, tudo junto num derradeiro esforço. Trunks e Goten dançavam, executando a técnica da fusão. E Tiago – o rapaz que ainda mal tinha aprendido os segredos da sua raça – brilhava glorioso naquele estado supremo do nível dois dos super saiyajin. Então, Goku alcançou o nível três dos super saiyajin.

Gotenks também chegava ao mesmo nível. Passou, presunçoso, um dedo pelo nariz. Vegeta, acicatado pelo que via e sentia, também alcançou o nível três após um momento excruciante em que as suas feridas espirraram sangue.

Os quatro guerreiros lançaram um grito monumental, a uma só voz.

Nos céus, Shenron rugia, deslizando o longo corpo maciço por entre as nuvens.

A Terra tremia, sacudida por um terramoto cataclísmico.

O fim dos dias chegava.

***

No início, não havia nada.

Uma folha de papel em branco. Indolente, coçou a cabeça, uma lasca de grafite a dançar entre os dedos.

Tinha tido um sonho. Viajava para Ocidente combatendo deuses, voando em cima de uma nuvem amarela. Era ajudado por Sun Wukong, o rei-macaco que nessa ocasião se transformava num pássaro fantástico, coberto de plumas azuis brilhantes, com grandes asas como as de um pterodáctilo. Sentia o vento a bater-lhe no rosto. Tinha medo, mas também uma sensação de arrebatamento como se fosse invencível. Sabia que o sonho representava não apenas a viagem pelos ares imaginada, mas também uma viagem qualquer que ele haveria de empreender e que lhe modificaria a vida.

Não imaginava era quanto...

Era assim que ele começava um novo projeto – com um esboço a grafite. A simplicidade de um preto e branco, traços simples e diretos.

Assentou a ponta da grafite no papel. Tirou uma passa do cigarro. Iria desenhar o sonho que tivera. Começou pela nuvem amarela, a deixar um rasto pelos céus, porque era veloz e era mágica.

A motivação da sua inspiração era o sonho, claro, mas também tinha um cariz demasiado prático – precisava urgentemente de dinheiro. Estava falido, com dívidas para liquidar num curto espaço de tempo. Estava à beira de um esgotamento nervoso, havia dias que não dormia por causa das preocupações. Na única noite que adormecera em condições tivera o tal sonho. Despertara a suar, aflito, pois o pássaro fantástico voltava-se contra ele e atacava-o, numa forma letal de macaco gigante, rugindo de uma forma estrondosa.

Vira a história de Sun Wukong por acaso, numa revista perdida nos bancos do metro. Uma lenda chinesa com algumas centenas de anos que ainda era contada nas aldeias remotas como fazendo parte da história real. Gostara não do monge, que era o principal personagem da viagem para o Ocidente, mas do ser fantástico que o acompanhava e que o protegia, transformando-se em qualquer animal ou coisa, que tinha nascido de uma pedra.

Tirou uma segunda passa ao cigarro. Desenhou o menino facilmente. Escureceu-lhe o cabelo, que se espetava por cima das orelhas. Sorria inocente em cima da nuvem. Quando ia desenhar a rapariga, hesitou.

Lembrou-se da angústia quando revelara a sua ideia ao chefe.

- Hum-hum... Já percebi. Um macaco...

- Um menino-macaco.

- Pois, um menino-macaco que vive isolado nas montanhas encontra, um dia, uma rapariga da cidade que procura umas bolas.

- Bolas mágicas. São sete. Concedem desejos quando estão juntas.

- Hum-hum. Apresenta-me a primeira prancha.

Fechou os olhos. Não se lembrava de a ter visto no sonho. Os traços dela teriam de ser diferentes. Ela seria especial, uma bonequinha querida mas com muitos defeitos. Como todas as mulheres, seria fútil, egocêntrica, vaidosa, bonita.

Olhou para o resultado. Satisfatório.

A porta abriu-se. Falaram com ele, enquanto lhe deixavam um café quente num copo de plástico em cima do estirador. Disseram-lhe:

- Gosto dele. Mas ela precisa de uns retoques.

- Porquê? – perguntou sem olhar quem o interpelava.

- Não está suficientemente atrevida.

E como todas as mulheres, atrevida. Evidentemente.

O sonho tinha sido diferente – era uma aventura masculina. As meninas não gostavam de ler histórias sobre desafios em cima de nuvens mágicas, com o herói auxiliado por um pássaro pré-histórico. Gostavam de ler sobre amores impossíveis e romances doces como mel.

E como todas as mulheres, queria um namorado.

Sun Wukong tinha sido criado nas montanhas pelo avô, sabia artes marciais.

Arrancou a folha de papel e amarrotou-a, atirando-a por cima do ombro

Não tinha nada que ver com o seu sonho.

- Sun Wukong...

Tinha visto recentemente o filme sensação daquele ano de 1984, Terminator, de James Cameron. Numa outra revista lera que o cineasta tivera a ideia de fazer o filme por causa de um sonho também, em que fugia desesperado de um robot assassino incansável, que não se detinha ante nada.

Fumou demoradamente o cigarro, olhando apático para a nova folha de papel.

Não tinha nada que ver com o seu sonho, mas haveria, algum dia, de desenhar uma história sobre robots assassinos que não se detinham ante nada. Mas quem perseguiriam, esses robots assassinos?

Gostava de tecnologia, de máquinas impossíveis, de coisas que não tinham ainda sido inventadas. Igual ao James Cameron. A rapariga era uma cientista que produzia tecnologia de ponta, como robots e aviões que as pessoas usavam como se fossem carros. Tinha umas cápsulas que guardavam tudo...

Recomeçou desenhando-a. Mais petulante, porém cativante, o cabelo apanhado por uma fita em forma de laço, num rabo-de-cavalo entrançado. Tinha os olhos azuis da Sarah Connor do Terminator. Teria também o cabelo azul, riu-se, de si para si. Vinha numa mota sofisticada, porque o mundo civilizado de onde ela vinha era muito avançado, com aparelhos complexos que se enfiavam dentro de umas cápsulas pequenas em forma de bala, com um botão no cimo. As cápsulas guardavam mesmo tudo...

Desenhou-o a seguir numa pose tensa, concentrado na sua arte de grande lutador. Escureceu-lhe novamente o cabelo, espetado por cima das orelhas grandes, mas apagou-lhe o sorriso. Estava sério. Mas tinha um coração de ouro e era inocente como a água fresca das montanhas onde fora criado.

Revolvendo-se atrás das costas do menino, uma cauda castanha e peluda, de macaco.

- Sun Wukong... Son Wuko... Son Goku!

Pareceu-lhe bem. Não estava perfeito, mas teria potencial. Estava demasiado preocupado com as suas dívidas e os seus problemas para se galvanizar e achar que tinha gizado a melhor das histórias e que teria sucesso. Desde que lhe pagasse as contas, estava bem. Tentou agarrar o copo de plástico, mas os dedos, a segurar a beata, encalharam neste e o café a ferver derramou-se por cima do papel, pingaram em cima das calças queimando-o.

- Kuso!... – gritou, levantando-se.

O desenho estava estragado. Decididamente, não deveria ir em frente com aquela ideia, inspirada numa lenda chinesa de um macaco poderoso que empreendia uma viagem fantástica para Ocidente.

O azar não terminou. Quando esticava um braço para arrancar a folha amarrotada e manchada de castanho, tropeçou num dos pés da cadeira de rodízios e caiu. Bateu com a cabeça em alguma coisa dura e perdeu a consciência.

Não devia desistir... Não.

O sonho transformou-se num pesadelo, a certo ponto.

As suas dívidas estavam pagas, deixara de fumar tanto, abandonara o cubículo interior e conseguira um lugar num estúdio mais espaçoso, com janela e com direito a caneca de porcelana, como aquelas americanas dos filmes, em vez dos frágeis copinhos de plástico para o café. Mas houve alturas em que se sentia tão frustrado e isolado que só lhe apetecia gritar. A criação tomava conta do criador e ele afogava-se no pesadelo.

Queria tanto desistir!... Despertar. Trocava todos aqueles anos pelo momento em que o desenhara, pela primeira vez. Pelo momento em que folheara a revista no metro e vira o rei-macaco voando pelos céus, abrindo o caminho para o monge. E depois não o fazia nascer. Matava-o na sua imaginação e o pesadelo, que antes tinha sido sonho, terminava.

O desenho do menino estendia-lhe a mão, traços de grafite acastanhados. Sorria-lhe com tanta sinceridade que o deixou abismado. Ele também estendeu a sua, devagar, para tentar alcançar a mão desenhada.

Agarrou-se ao pé da cadeira e despertou enjoado. Impulsionou-se com a ajuda do estirador. Olhou para a folha. No centro desta, o traço, que deveria ser a boca séria do menino na pose tensa de lutador, torcia-se por ação do líquido que se lhe derramara em cima e emulava um sorriso, cândido e desafiador. Olhou para o traço retorcido e reconheceu o desenho que o quisera ajudar.

A porta abriu-se de rompante.

- Toriyama-san... Está tudo bem?

- Hai... Tudo bem.

- Ouvimos um barulho.

Como ele não respondeu, o outro mudou de assunto e fez um estranho pedido:

- O chefe deu-te uma data. Quer a nova prancha que tu lhe prometeste para dezembro.

- Dezembro?

Recompôs-se. Acenou decidido, pensando no par de colaboradores que tinha à sua disposição e que o iriam decididamente ajudar, colorindo e criando as falas.

- Hai... Estará pronta em dezembro.

O outro saiu, deixando a porta entreaberta.

Mostrou um sorriso à folha estragada, aos desenhos que desapareciam rapidamente, ensopados em café.

- Fazemos nova tentativa?

Haveria de o amar como a um filho. Haveria de o detestar quando percebesse que criara um monstro. Haveria de o defender com todas as suas forças. Sempre, sempre. O seu sonho...

- Sun Wuko... Son Goku. Já tens um nome e tudo. Vamos lá!... Precisam de ti para dezembro.

O brilho queimava-o. A fama era uma coisa estranha. Só se percebia que era uma maldição quando se experimentava e tragava, qual veneno doce. Fechou os olhos, tão cansado que era capaz de morrer se os fechasse para dormir. Matou-o, mas, chorando a sua morte, fê-lo reaparecer. Dissera-lhe, então, que queria que ele se fosse embora, pois apesar de o amar estava tão farto dele que o amor que lhe nutria só podia ser salvo com a distância. E ele fora, com o mesmo sorriso que lhe fizera antes deles se conhecerem, quando se queimara com o café, onze anos antes.

E tinha passado assim tanto tempo, agarrado ao seu sonho? Onze anos...

Olhou para a criança de pele nua. Sabia que o fim tinha chegado, mas, de algum modo, aliviada com o término do tormento de que padecia, sorria-lhe. Ele não se apiedou da criança. Conseguia perceber a parte malévola daquela pequena alma a querer enganá-lo. Uma distração ínfima e todo o esforço seria em vão.

A energia em volta dele pulsava como uma estrela. Tanto brilho! Tanto brilho desnecessário!...

Haveria de defendê-lo sempre. Sempre!

E de amá-lo também, para toda a eternidade.

E amaldiçoá-lo, por tê-lo reduzido a apenas uma ideia, quando ele tinha tantas. Ele era um criador, pelos deuses superiores! Um criador de mundos, de situações, de personagens. Mas confinava-se a apenas um único mundo... Que maldição terrível!

Fraco e a sentir-se drenado, a desfazer-se no brilho que o rodeava, muniu-se de toda a sua vontade. A folha em branco dançava diante dos seus olhos cansados. Desenhou o menino, já homem, a dizer-lhe adeus. Apesar de crescido, apesar de ter passado por tanta coisa que o poderia ter corrompido, continuava inocente como a água fresca das montanhas.

- Ajudo-te! Devolvo a ordem ao universo...

Se fechasse os olhos, acabaria mesmo por morrer.

Viu a criança desfazer-se em pequenas bolhas que se juntaram numa mancha castanha que de grande se tornou pequena, que regrediu, que encheu o pequeno copo de plástico de café a ferver, a folha ficou novamente branca, limpa e sem desenhos.

Um sonho lindo!

Sorriu, embalado nessa memória que já tinha esquecido.

Sentava-se no metro e agarrava na tal revista...

Sentava-se no banco do estirador e desenhava o menino...

Fechou os olhos, sem medo.

Que morresse!... Sem medo, porque morreria na companhia dele.

Sem medo...

O universo, subitamente, acalmou.

***

A primavera pintava com cores agradáveis a paisagem sossegada. A erva verde sussurrava quando a brisa passava por ali de mansinho. Os esquilos brincavam entre os ramos das frondosas árvores, trocando avelãs e brincadeiras. O tinido dos pássaros enchia o silêncio. O céu azul embalava nuvens brancas e fofas como algodão.

A nave tinha-se transformado numa carcaça retorcida e ferrugenta, esventrada pela corrosão. Estava a ser conquistada pela natureza que a engolia paulatinamente, como se estivesse ali pousada havia séculos. Ignorada pelos esquilos brincalhões e pelos pássaros cantores, haveria de se desfazer em pó e nada restaria daqueles dias conturbados em que a guerra e o terror tinham existido na Terra.

Son Goku sentava-se ofegante, a tentar acalmar a respiração. Estava esgotado. O peso da fadiga empurrava-o para a inconsciência, mas ele combatia-a enquanto se distraía com a visão estranha da nave de Freeza transformada em sucata, de um momento para o outro. Ao lado dele, Vegeta estava estendido no solo, com a mesma respiração entrecortada, gemendo exangue. Olhou para o companheiro que ainda estava vivo e era uma bênção, dado o seu estado tão frágil.

- Já... acabou, 'tousan...?

O murmúrio sacudiu-o. Respondeu aliviado:

- Hai, Goten. Já acabou...

- Ka...Ka-Kakaroto...

- Nan da, Vegeta?

- Kuso... Quero lev-levantar-me... - lamentou-se, com um laivo de irritação na voz.

Goku ajudou-o a sentar-se. Sorriu-lhe e declarou:

- Vencemos!

O príncipe dos saiyajin sorriu-lhe de volta.

Já não havia Freeza, nem os seus soldados. Já não havia Kilm e as Forças Especiais, agora que o poderoso chefe tinha sido derrotado, não constituíam qualquer ameaça e seriam naturalmente desfeitas, à custa da ambição e da falta de escrúpulos dos seus membros. Já não havia os saiyajin inimigos, os quatro sobreviventes da destruição do seu planeta natal, improváveis aliados. Já não havia a poderosa criatura que não tinha nome, que comandava a magia e que nascera no início do universo.

Tinham, de facto, vencido.

Tiago sentou-se. Apertou a erva entre os dedos, a frescura das plantas a ser-lhe tão estranha quanto a paz do cenário em que se via inserido. Não condizia com a confusão que vivera minutos atrás. Olhou para a nave de Freeza e também ele ficou admirado com o estado da carcaça metálica. Com as pernas a tremer pôs-se de pé, a aspirar golfadas de ar. Estava vivo e admirava-se por ter conseguido sobreviver a tamanha prova, quando ousava recordar-se daquilo por que passara, lentamente, a medo, como fotogramas fixos mostrados a espaços regulares para não se traumatizar com a recordação plena da experiência inteira.

- Ah!!! Mas que raios é isto?!

Trunks olhou para Tiago e também ele ficou varado de espanto. Saltou ao perceber que tinha uma coisa igual a dançar nas suas costas. Goten falou pelos três, a olhar para si próprio com igual admiração:

- Acho que Gohan também tinha isto, quando era mais pequeno. Há fotografias lá em casa que o mostram assim.

- Gohan? Gohan-san tinha uma cauda? – perguntou Trunks.

- Hai.

- Mas que raio? E isso é normal? – perguntou Tiago arrepiado, com receio de tocar naquilo ou que aquilo lhe tocasse.

- Não sei... Se o meu irmão a tinha, é porque é de família... Acho eu...

- Mas, Goten! Eu e Trunks não somos da tua família!

- Tiago-kun... - corrigiu Trunks. – Somos todos saiyajin... Eu não tenho fotografías minhas com uma cauda. Achas que a tive em tempos, Goten-kun?

- Não sei. Acho que eu também nunca tive uma cauda, como Son Gohan. Será que nascemos com ela e que nos foi arrancada em bebé?

- Os nossos país saberão...

- O meu não, Trunks-kun. Quando eu nasci, o meu pai estava morto.

- E os saiyajin têm caudas peludas?! – insistiu Tiago histérico.

- Vegeta-san e o meu pai não têm nenhuma cauda – observou Goten.

- Têm agora – apontou Trunks.

- Oh, merda! – exclamou Tiago. – Isto não é bom. Isto não é nada bom. Se a minha mãe me vê assim...

- A tua mãe conhece-nos. Não ficará assim tão admirada, acho eu – disse Trunks.

- Porquê? Quanto te conheceu, também tinhas uma cauda?

- Não! – respondeu Trunks corando.

- Ah... Então porque é que ela não vai estranhar que o seu filho tenha uma?

- Sei lá!

Vegeta fungou desagradado.

- Miúdos.

- Ei, Vegeta... - Goku agitava a sua cauda, olhando para esta por cima do ombro. – Isto é muito estranho. Há anos que não me nascia a cauda. Estou cá desconfiado de que Tori-Sama está por detrás disto. Mas por que razão fez com que nascesse novamente a nossa cauda?

- Não vejo nada de estranho, Kakaroto. Afinal, somos saiyajin e uma das nossas caraterísticas são as caudas. Antes de conseguirmos conciliar o poder dos super saiyajin, aumentávamos a nossa força transformando-nos em oozaru. O que é que há de estranho nisso?

- Bem, os rapazes estão surpreendidos.

- Como disse... Miúdos!

- Espero que isto desapareça antes de regressarmos a casa. As nossas mulheres não irão gostar muito de nos ver assim.

Vegeta esboçou um sorriso malandro e retorquiu:

- Não tenho tanta certeza...

- Hum?

Trunks ria-se agora, porque descobria que podia controlar aquele apêndice peludo, vendo as habilidades que Goten fazia divertido com a sua cauda. Tiago continuava pálido e não se convencia da mudança do seu corpo. Vegeta enrolou a sua em redor da cintura. Goku sorria, embevecido, vendo a cauda enrolar-se e desenrolar-se, perdido em memórias antigas. Enrolou também a sua em redor da cintura e chamou os rapazes.

Trunks e Goten conseguiram andar sem grandes problemas, mas Tiago desequilibrou-se com o peso adicional no fundo das costas e estatelou-se no meio do chão. Trunks olhou-o perplexo, mas Goten desatou a rir-se com a queda. Por causa das gargalhadas do amigo, Trunks entreabriu um sorriso. Goku também se ria quando Tiago se aproximou, de gatas, para evitar novos desequilíbrios.

- Depois de te habituares, até te esqueces que a tens. É como com um bebé que vai aprendendo a ter força nas pernas e a andar, um passo depois do outro. O mesmo vai acontecer contigo. Aos poucos, um passo depois do outro, vais habituar-te a andar com a cauda. Como te faz confusão agora, faz como eu e Vegeta, enrola-a na cintura.

- Eu não quero ficar com isto para sempre, Goku-san – lamentou-se ele, aceitando a mão que Trunks lhe estendia. – Como é que vou para a escola com isto?! Impossível!

- Pode ser arrancada – explicou Vegeta impaciente.

- Ah, sim? E podemos arrancá-la agora?

- Vai doer – explicou Vegeta com uma expressão sádica. – Queres que eu ta arranque, miúdo?

- Tu nem forças tens para te aguentares de pé.

- Maldito fedelho! Faço-te engolir essas palavras e é já...

- Vegeta, ele tem razão. Poupa as tuas forças – disse Goku.

- Humpf!...

Trunks colocou-se estrategicamente atrás do pai, pois sentia nele um ki tão diminuto que se admirava como estava consciente e a vociferar como era o seu maldito hábito. Se tivesse aquela quantidade ridícula de energia, estava era a dormir e a resvalar perigosamente para o Outro Mundo. Vegeta percebeu as intenções do filho e encostou-se a Trunks.

Goku apoiou os punhos na cintura, respirando fundo.

- Preparados para regressar a casa?

Entreolharam-se cheios de esperança.

Acenaram todos com a cabeça, afirmativamente, ao mesmo tempo.

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