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20. Onde você estava?

Esther abriu a porta com cuidado e vagarosamente, por sorte a madeira e a fechadura não emitiram nenhum rangido. A luz do corredor estava acesa, Nadine piscou para se acostumar ao clarão. O corredor era bege e tinha teto alto, as pinturas cheias de detalhes e maximalistas no teto em abóbada deixavam Nadine zonza e pioravam a enxaqueca.

Esther deu um passo para frente e olhou ao redor com cuidado, Nadine avançou logo em seguida. O corredor estava vazio e silencioso. Precisavam chegar à outra ponta dele e então derreter o trinco, mas, para isso, passar por todas as salas de aula com as portas abertas. Tiago poderia estar em qualquer uma delas, esperando.

Finalmente as duas avançaram em passos cuidadosos, sempre olhando para trás e para os lados. Chegar até a porta foi relativamente fácil, então Nadine começou a aplicar o ácido. Precisava ser no lugar certo para não desperdiçar, não tinham tanto ácido assim porque os ingredientes eram limitados.

Nadine colocou um pouco de ácido na base do trinco e conseguiu retirar a parte externa, agora precisava rezar para que tudo desse certo quando aplicasse na parte interna. Estava esperançosa de que o ácido conseguiria alcançar a fechadura e destruiria o bastante para quebrá-la.

— Acha que vai funcionar? — perguntou Esther, aflita. A voz dela não passava de um fio.

Nadine havia aplicado um pouco de ácido na parte interna e agora esperava. O ácido funcionava lentamente, o metal era mais grosso do que esperava.

— Vai levar mais tempo do que imaginei, preciso abrir caminho e depois é só empurrar a porta, não vai ter nada que segure a fechadura no lugar — disse.

Se destruísse toda a parte interna, conseguiria abrir a porta. O problema era que o metal era resistente, não sabia dizer se tinha ácido suficiente para derreter tudo aquilo.

— Esther.

Nadine prendeu a respiração, Esther deu um salto ao seu lado, virando-se.

A figura encapuzada estava no final do corredor, contornada pelas sombras. Esther trocou olhares com Nadine e formulou um continue com os lábios, mas sem emitir nenhum som. Antes que Nadine pudesse protestar e pedir que ela não se colocasse em risco, Esther já se afastava em direção à sombra de capuz escuro.

Nadine xingou e despejou mais ácido no trinco. Precisava acelerar. Batia o pé no chão, impaciente, enquanto observava o metal se liquefazer e escorrer para o chão, derretendo aos poucos.

— Eu confiei em você, eu deixei você me abraçar quando chorei por causa da Gaia — disse Esther, a voz tremendo e ecoando no corredor silencioso.

— Esther — disse a voz de Tiago, mas parecia distorcida e distante, uma trovoada dentro do capuz escuro. Nadine se virou a tempo de vê-la correndo para ele.

— Eu nunca vou te perdoar! — Esther gritou, empurrando-o contra a parede. Nadine prendeu a respiração de novo, controlou-se para não fazer uma careta de dor quando a cabeça girou.

Nadine se voltou para o trinco e tentou empurrar a porta, mas ainda havia metal segurando tudo no lugar, então despejou mais líquido. Ela viu o líquido e o metal borbulhando juntos, fundindo-se numa substância cinzenta e escura.

Quando se virou para Esther, a menina estava contra a parede e segurava o braço da figura encapuzada com uma mão. A faca brilhava na mão enluvada de Tiago, e Esther fazia força para mantê-la longe de si, embora estivesse bem próxima de seu pescoço agora.

Num movimento rápido, Esther despejou o líquido inflamável nas roupas de Tiago, deixou-o escorrer pela túnica preta até pingar no chão. A garota soltou o vidro, que se espatifou com um ruído agudo no chão, e segurou o braço da figura encapuzada com as duas mãos, impedindo que a adaga encontrasse seu pescoço por centímetros.

Nadine viu os olhos arregalados dela, viu que ela sussurrava palavras sem parar, mas nada acontecia. Tomou iniciativa quando ouviu fogo dos lábios de Esther. Se ela estava tentando conjurar fogo, estava preparada para sair da frente e não se queimar.

Nadine respirou fundo e fechou as mãos.

— Elementais do fogo, caminhem comigo — Nadine sussurrou, fechando os olhos.

Tudo se aqueceu, a onda de calor soprou em sua pele como um dia abafado de dezembro, como uma fogueira no meio do inverno. Quando abriu os olhos, o fogo brilhava na túnica de Tiago e consumia suas roupas. Ele soltou Esther imediatamente e se jogou no chão, Esther se empurrou para longe e também caiu no chão ao tentar evitar que o fogo encontrasse suas roupas.

Tiago rolou no chão por pouco tempo até o fogo se apagar, tempo suficiente para que Esther se afastasse e começasse a correr. Nadine olhou para cima. Um lustre gigante estava no meio do corredor, cheio de aros de metal, vidro e... pelo menos quarenta quilos.

— Esther! — Nadine gritou, olhando para cima. Esther arregalou os olhos e pareceu entender quando seguiu o olhar de Nadine.

A garota parou por um segundo, deixou Tiago se levantar e esperou embaixo do lustre. Nadine reuniu toda a energia que tinha e jogou-a para cima, envolveu o lustre como se fosse uma corda. Em resposta, os olhos lacrimejaram quando a cabeça pulsou de dor, quase como se a tivesse batido contra uma quina de mesa.

Nadine colocou a mão sobre a barriga quando sentiu uma pontada. Heloísa estava estranhamente quieta, por que a bebê estava tão quieta?

Quando Tiago se levantou, o olhar dele encontrou o de Nadine. Ela sentiu a energia invasiva dele vindo em sua direção, por isso direcionou parte de seus poderes para um escudo. Então era assim. Ele usava magia ofensiva e complexa, paralisava as vítimas... Nadine podia sentir a energia dele escorrendo, desacelerando seus movimentos, mas não por completo, o escudo impedia a maior parte do poder dele de chegar até ela.

A faca estava flutuando no ar agora, como uma flecha prestes a disparar. Esther arregalou os olhos quando Tiago começou a correr, mas não se moveu, apenas engasgou-se. Nadine percebeu que ela estava paralisada e teve de pensar rápido.

Mordeu o lábio tão forte que sentiu sangue quente escorrer pelo queixo quando a dor se tornou absurda. Os braços tremiam: um levantado para puxar o lustre, o outro esticado com o escudo. Precisava ser rápida, teria segundos para desmanchar o escudo, puxar o lustre e tirar Esther dali.

A primeira coisa que fez foi puxar o lustre com toda a força que tinha, sentiu lágrimas de dor escorrendo quando uma pontada forte a fez se curvar sobre a barriga. Depois, usou a mão livre e o restante da energia para empurrar Esther com força. Finalmente o escudo se desmanchou, não por vontade de Nadine, mas porque ela não tinha mais forças para segurá-lo.

Nadine ficou parada, paralisada, sentindo-se aprisionada dentro do próprio corpo. Havia uma fina camada de energia que a impedia de se mover, de gritar.

Viu tudo em câmera lenta: Tiago correu, a faca deslizou no ar. Esther foi jogada com força para trás, então o lustre desabou com um barulho muito alto. Vidro se estilhaçando, metal zunindo, lâmpadas se quebrando. A estrutura desabou em cima de Tiago. Ela soube que havia acertado porque o sangue dele espirrou para todos os cantos, ensopou Nadine. Sem a energia de Tiago para segurá-la no lugar, Nadine gritou de dor. Usou as mãos para se segurar quando caiu no chão gelado, as pernas trêmulas não a sustentavam mais, então se empurrou contra a parede e colocou as mãos na cabeça, tentando aliviar as pontadas agudas que embaralhavam seus pensamentos. O cheiro de sangue a fazia querer vomitar.

Ficou alguns segundos assim, olhos fechados, ofegando, tentando lidar com a dor e a própria energia devastada. Algo pulsava dolorosamente na base da barriga, a cabeça inteira se enevoada em enxaqueca. Nadine queria bater a cabeça contra a parede apenas para ver se a dor parava. Aos poucos, abriu os olhos. O mundo girou por um momento, então ela viu as paredes e a porta cobertas de sangue, assim como suas roupas e seu rosto. Nadine empurrou a porta. A porta se abriu com um rangido. O ácido havia funcionado, afinal.

— Esther? — sussurrou levemente, e só aquilo fez sua cabeça quase explodir em dor pulsante. Nadine fez uma careta. — Esther? — chamou mais alto, quando viu a menina caída a poucos passos dali, entre estilhaços de lustre. A estrutura não a havia acertado, deveria estar bem.

Esther estava de costas para Nadine, encolhida entre pedaços de vidro. Também tinha respingos de sangue de Tiago. Nadine engatinhou para chegar até ela, porque não tinha forças para andar. Acabou cortando a mão nos estilhaços, mas não se importou, a dor de cabeça ofuscava qualquer outra sensação.

Finalmente chegou até Esther e tocou o braço dela com cuidado. Só se preocupou quando ela não respondeu, nem se moveu. Nadine ofegou, depois levou a mão à cabeça com um gemido de dor. Só então puxou Esther, virou-a para si.

A garota estava pálida, filetes de sangue escorriam por sua boca e nariz. Nadine arregalou os olhos. Só então percebeu que havia uma poça de sangue onde Esther estava deitada, e que a adaga afiada que Tiago fizera flutuar agora atravessava o peito dela até o punhal.

Nadine arregalou os olhos. Colocou a mão no pulso da garota, não sentiu nada, nenhuma batida fraca. Quando colocou a mão embaixo do nariz dela, também não sentiu respiração.

— Não — disse, puxando a adaga imediatamente e colocando a mão na ferida. — NÃO! — gritou.

Nadine deitou-a no chão e pressionou as duas mãos no corte de Esther. A ferida jorrava sangue vermelho e viscoso, as mãos de Nadine ficaram pintadas e as roupas ensopadas, mas ela não se importou. Fechou os olhos e começou a sussurrar.

— Que a água renove, que o ar cicatrize. Que a água renove, que o ar cicatrize. Que a Deusa feche a ferida, cure a injustiça — Nadine murmurou, concentrando suas últimas forças em Esther.

Por um segundo, achou que fosse desmaiar. Desmaiar de dor, de falta de energia, de tudo. Falseou um pouco, as mãos tremiam tanto que quase não ficavam paradas em cima da ferida. Nadine ofegava, a dor de cabeça estava insana.

Que a água renove, que o ar cicatrize.

Mas nada funcionava. O sangue não parava, escorria e escorria, inundava os dedos de Nadine. Depois do que pareceram horas, Nadine se afastou porque achou que ia vomitar. Recostou-se na parede e ficou observando Esther, caída exatamente como Gaia e Luna, como uma boneca esquecida.

Nadine estava olhando tão fixamente para ela e tão imersa no silêncio e na enxaqueca que se assustou quando sentiu um toque em seu braço, ouviu uma voz a trazendo para a realidade. Nadine ofegou, encolheu-se e se afastou do toque.

— Nadine, sou eu.

E, simples assim, Murilo estava em sua frente, pálido, olhos preocupados. Nadine resfolegou de surpresa, encarou-o em silêncio por alguns segundos. Passos escoavam, Nadine via pés de pessoas passando ao redor dela.

— Não sinto a Helô mexer — sussurrou para Murilo, porque foi a única coisa que conseguiu falar.

Ele arregalou os olhos. Não soube bem como aconteceu, mas Nadine viu os corredores da escola passando em vulto ao seu redor, depois lembrava-se de estar na viatura, de observar a cidade girando ao redor e pensar que queria vomitar. Não vomitou. Murilo fazia milhares de perguntas, mas Nadine mal ouvia. Mantinha a mão sobre a barriga, os olhos piscavam longamente enquanto tentava se manter acordada.

Quando percebeu, estava sentada na cama de um consultório e uma mulher de jaleco branco media sua pressão. Se havia se assustado com todo o sangue que cobria Nadine, não demonstrou. Ela falava com Murilo, e Nadine não prestava atenção, só conseguia encarar fixamente a foto da médica segurando a filha, uma bebê sorridente de bochechas rosadas e cabelos claros. Nadine sentiu um bolo na garganta, apertou a mão sobre a barriga de forma protetora, como se isso fosse proteger a bebê, fazer com que ela se mexesse.

Talvez tivesse usado magia demais, talvez o escudo tivesse a exaurido tanto que...

A médica pediu para que se deitasse e levantasse a blusa. A máquina de ultrassom já estava ligada, então Nadine ficou olhando para ela, o coração disparado de ansiedade enquanto esperava. Sentiu o gel frio na barriga, depois a pressão do aparelho. Viu os contornos da bebê aparecendo. Pés, mãozinhas minúsculas, perninhas gorduchas. Havia uma linha subindo e descendo, um som que pulsava e imitava um coração. A médica sorriu e pediu para que Nadine se sentasse, depois colocou um estetoscópio sobre sua barriga para ouvir os batimentos da bebê.

Nadine não estava ouvindo nada do que a médica falava, mas captou três palavras:

— A bebê está bem.

Aquilo estilhaçou tudo de dentro para fora. O alívio tão grande foi como um martelo destruindo o vidro das comportas do que vinha segurando desde Ricardo. Nadine sentiu uma lágrima escorrer, depois outra. Estavam quentes, trilhando seu rosto até caírem no ar.

Olhou para Murilo, que exibia uma expressão que misturava alívio e preocupação. Ele estava todo tenso, maxilar pressionado, as mãos inquietas ao lado do corpo.

— Onde você estava? — perguntou para Murilo, as palavras trêmulas, os olhos fixos nele. Murilo a encarou como se tivesse levado um soco.

— Nadine...

— Onde você estava? Por que não apareceu antes? — a voz dela subiu um tom, acompanhando as lágrimas que aumentavam e aumentavam. — Por que não percebeu antes?

Ela gritou a última pergunta, as palavras entrelaçadas entre os soluços. Havia lágrimas nos olhos de Murilo também, formando-se nos olhos e descendo como pontinhos brilhantes pelo rosto. Ele correu até Nadine, abraçou-a com força. Nadine não o afastou, apenas afundou o rosto no peito dele, deixou-me ser envolvida pelo perfume familiar e pelos braços fortes dele.

— Me desculpe — ele sussurrou, então começou a sussurrar sem parar.

Me desculpe. Me desculpe. Me desculpe.

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