
11 Férias forçadas
Esther voltou para o próprio quarto sentindo-se sem rumo.
Se as aulas fossem suspensas, precisaria voltar para casa e dar adeus à pesquisa. Ou continuar a pesquisa com Yuri, o que seria horrível. Não queria o nome dele em seu projeto. Seus devaneios foram interrompidos por Manu, deu de cara com elu quando adentrou o corredor do dormitório.
— Você está bem — Manu constatou, correndo até Esther e abraçando-a com um suspiro aliviado. Depois da morte de Gaia, havia uma preocupação excessiva entre os dois. Passavam a maioria do tempo juntos, mas Esther ainda se sentia desconfortável quando se separaram.
— O que houve? — perguntou Manu, franzindo as sobrancelhas ao ver a expressão quase chorosa dela.
Esther apenas balançou a cabeça.
— Provavelmente vão suspender as aulas, então preciso encontrar outra pessoa para orientar minha pesquisa — murmurou, e dizer aquilo em voz alta fez com que todos os sentimentos fluíssem soltos. Sentiu os olhos transbordando e cheios de lágrimas.
Esther se lembrava de esperar sentada no sofá da avó. De perceber a preocupação dela enquanto esperava o celular tocar. De esperar pelo pai, que havia dito que levaria a mamãe para o hospital. E de como ele pareceu arrasado quando voltou para casa naquela noite. De como a avó chorou. De como as coisas nunca mais foram as mesmas.
Esther sabia que a pesquisa não tinha nada a ver com isso, mas odiava ver algo que considerava tão importante escorrendo pelas mãos. Manu sabia que a pesquisa era importante para ela, embora Esther nunca houvesse dito o motivo. Então elu apenas a abraçou com força, consolando-a.
— Ei, você ainda vai ter chance de fazer grandes coisas, eu juro. Pode ser que essa pesquisa não termine da forma como você esperava, mas tenho orgulho do seu trabalho — sussurrou elu, e Esther respirou fundo. Manu simplesmente sabia o que dizer. Sabia como oferecer consolo.
Esther assentiu e limpou as lágrimas fugitivas, depois seguiram para o quarto dela. O dormitório de Manu ficava em outro corredor, era longe, então decidiram que o quarto de Esther era o ponto de encontro de urgência. Esther entrou e deixou-se cair na cama bagunçada, Manu preferiu uma poltrona ao lado da janela e afundou ali.
— Então... acha que vão nos mandar para casa? — perguntou elu, mordendo o lábio e passando as mãos pelos cabelos claros. Esther assentiu com a cabeça.
— Nadine disse que é muito provável. Acho que a diretora vai nos chamar para uma assembléia antes do almoço para esclarecer tudo.
Cíntia sempre convocava assembléias quando precisava falar com todos os alunos de uma vez só. Ela também mandava e-mails, mas preferia assembleias porque sabia que muitos alunos nem mesmo abriam os e-mails.
— Que merda — murmurou Manu, com um suspiro profundo.
Manu não gostava muito da própria família. Nunca se deu bem com eles, não gostava da maioria dos tios e primos. O relacionamento frágil piorou quando Manu decidiu que queria estudar Artes e Literatura em vez de tentar Medicina e seguir o caminho do pai e de grande parte da família de cientistas, biólogos, químicos e médicos. Sempre foram todos muito rígidos, e Manu era o oposto de tudo o que a família valorizava. Surpreendentemente, gênero e sexualidade não eram nem de longe os maiores motivos de decepção, o que Manu considerava positivo.
Melhor uma família preconceituosa com artistas boêmios do que uma família preconceituosa com minha expressão de gênero, disse uma vez. Esther riu e acabou concordando.
Esther estava prestes a concordar com a reclamação de Manu, mas batidas na porta de madeira ecoaram no quarto. Ela se levantou para abrir, quase certa de que era Tiago. Suas expectativas foram confirmadas quando o viu parado no corredor, com os olhos claros cheios de ansiedade.
— Tudo bem? Onde você estava? — perguntou Esther, puxando-o para dentro como se fosse perigoso ficar ali fora. Não conseguia conter a preocupação depois de ter visto a figura encapuzada na noite passada, ainda estava com os nervos à flor da pele. Tiago parecia bem. Nenhum machucado nem nada parecido.
— No banheiro, depois bisbilhotando a sala dos professores. Vão suspender as aulas por duas semanas por causa da morte do Samuel — disse ele, e Manu afundou na poltrona com um gemido frustrado.
— Você sabe como foi que ele morreu? — perguntou Esther. Será que a morte dele foi tão violenta quanto a de Ferraz?
Tiago deu de ombros quando se sentou na ponta da cama de Esther. Ela mordeu os lábios, só então se dando conta da bagunça do próprio quarto. Deveria ter arrumado a cama e trocado os lençóis cor-de-rosa por algo mais neutro.
— Não, mas suponho que de uma forma sangrenta — disse Tiago.
Ninguém ali discordou.
Depois de cinco segundos de silêncio, Manu se ajeitou subitamente na poltrona e seus olhos brilharam de forma determinada. Era aquele brilho de jornalista que Esther identificava quando elu estava empenhado em uma história, ou quando estava fofocando.
— Tá, vou perguntar porque é uma chance única de brincar de detetive. Algum suspeito em mente? — perguntou.
Esther e Tiago trocaram olhares, ambos hesitando antes de falar. Havia muita gente na escola.
— Eu diria que é um professor ou algum funcionário com muita habilidade de luta e magia. Todos os professores daqui dominam a autodefesa básica — disse Tiago, num tom pensativo.
Esther franziu as sobrancelhas.
— Sério? — perguntou.
Ela não sabia disso, mas desejou que houvesse autodefesa básica em seu currículo. Adoraria se sentir menos insegura e ter algo para aliviar a mente dos livros e dos cadernos.
Manu assentiu com a cabeça.
— É mais um treinamento de contenção caso a magia saia do controle com os alunos. Mas, sim, os professores aprendem habilidades básicas para conter danos, minimizar explosões de magia, escudos que protegem e apagam fogo, esse tipo de coisa. Algumas aulas podem ser perigosas porque é fácil perder o controle se não tiver prática, então esse treinamento está no regulamento básico. Já fiz uma matéria sobre os pilares de segurança da escola.
Manu revirou os olhos para indicar que escrever essa matéria foi muito entediante. Esther riu um pouco, mas continuou pensativa sobre os suspeitos. Não conseguia ver muita coisa em comum entre as vítimas.
— Será que os assassinatos vão parar agora que as aulas foram suspensas? — ela refletiu em voz alta, sem perceber que estava falando.
Tiago riu um pouco, os olhos brilhando de forma adorável. Ele parecia muito mais novo quando sorria para ela desse jeito.
— Esther, você não aguenta ver filme de terror e definitivamente não aguenta bancar a detetive nesse caso — comentou, jogando uma almofada em Esther.
Ela riu e moveu a mão com rapidez. A almofada voou na direção de Tiago antes que pudesse atingi-la, e Tiago a agarrou no ar. Esther arregalou os olhos, impressionada com o quanto aquilo foi fácil. Nunca teve facilidade em telecinesia, foi aprovada na matéria por um décimo.
Manu também percebeu isso, porque gargalhou de repente, revirando os olhos.
— Olha só, parece que seu crush nele aumenta a conexão com suas emoções e facilita a canalização dos seus poderes. Quem diria — comentou Manu, num tom cheio de ironia.
Esther sentiu as bochechas queimarem e jogou uma almofada rosa brilhante em Manu, atingindo seu ombro.
— Nossa, te odeio — comentou ela, prestes a pegar outra almofada para enfiar a cara quente de vergonha.
Foi quando percebeu que tanto Manu quanto Tiago estavam rindo, então acabou revirando os olhos e rindo também.
•••
Murilo de fato apareceu no apartamento de Nadine naquela noite, por mais que ela continuasse esperando que ele fosse desaparecer de novo ou falhar com as promessas.
Ela decidiu não impor limites porque queria saber até onde o apoio dele iria. Murilo trabalhou até oito da noite, depois foi para o apartamento de Nadine e pediu delivery de um restaurante, como prometido. Demoraram para chegar a um consenso sobre o que comeriam no jantar: Murilo era vegetariano, Nadine sentia vontade de vomitar com a maioria dos cardápios. Por fim, decidiram comer um escondidinho vegano de legumes. Nadine precisou admitir que jantar com ele foi agradável.
Estava tão tensa e cansada que ter companhia para jantar ajudava a aliviar as coisas, além de distraí-la das provas que passou o dia corrigindo e do quarto da bebê que precisaria ser arrumado nos próximos dias. E Murilo tinha jeito para deixar as coisas mais leves. Nadine quase se esqueceu das aulas suspensas, da morte de Samuel, de que Murilo só estava ali por causa da bebê.
É claro que toda a realidade voltou durante a madrugada, quando acordou com uma crise de enxaqueca insuportável. Resolveu ficar na sala de estar, deitada no sofá e no escuro, pois luminosidade piorava as pontadas na cabeça. A televisão estava ligada e sem volume, só com as legendas, mas Nadine olhava para o teto porque não conseguia ler e nem se concentrar em nada. As ondas de dor iam de um lado para o outro como uma bola martelando sua cabeça.
Nadine pensava em Samuel. E em Ferraz. E em Gaia e Úrsula. Por que o foco havia saído dos estudantes e ido para os professores? Pelo que Murilo havia dito, todas as mortes foram violentas. Muito sangue, facadas, dilacerações. Nadine ficou imaginando como alguém teria tempo para fazer isso em horário de aula.
A morte havia acontecido enquanto Samuel ia para a sala de aula. Havia a teoria de que o assassino era um professor, mas seria fácil descobrir quais professores chegaram atrasados na sala de aula. Ou qualquer outro funcionário. Nadine supunha que levaria tempo para matar alguém, trocar as roupas sujas de sangue, lavar o sangue do corpo e ir para a sala de aula ou para qualquer que fosse a função. Seria fácil rastrear qualquer funcionário da escola nesse sentido.
Talvez fosse algum funcionário fora do horário de trabalho, mas e se fosse um aluno fazendo toda essa bagunça?
— É fluente em espanhol? — A voz rouca de sono de Murilo interrompeu os devaneios de Nadine. Ele parecia preocupado, embora ainda confuso e sonolento. Observava as legendas na televisão, Nadine havia deixado em espanhol por costume.
— Por supuesto, metade da fundamentação teórica da minha pesquisa de mestrado foi em espanhol — murmurou, observando a televisão por meros segundos. Desistiu quando a cabeça começou a doer demais.
— Uau, achei que fosse inglês — comentou Murilo.
— A outra metade foi.
Ele atravessou a sala e se sentou na ponta do sofá, desta vez com um sorriso de canto de boca.
— Tem algo que não possa fazer?
— Pesquisar sobre a taxa de falha de cada método contraceptivo, aparentemente — murmurou Nadine, com um suspiro enquanto afundava nas almofadas. Depois que descobriu estar grávida, passou horas no Google procurando uma explicação.
Murilo riu um pouco, mas depois parou quando percebeu que ela estava séria demais.
— Você está bem?
— Crise de enxaqueca. Foi assim que descobri que estava grávida, na verdade. Comecei a ter crises frequentes e pensei que o vômito fosse por causa disso — disse, e então fez uma careta. Cada palavra fazia tudo em seu rosto latejar.
— Posso fazer algo para ajudar? Buscar algum remédio? Levar para o hospital? Compressa de gelo? — Murilo falou automaticamente, despertando daquele torpor sonolento para uma personalidade totalmente solícita. Nadine não conseguiu conter um sorrisinho.
Ficaria satisfeita se ele fosse cuidadoso assim com a filha.
— Já tomei remédio e infusão de ervas, não tem muito o que fazer.
Era engraçado ser uma professora de poções que conhecia ótimas receitas para enxaqueca e enjoo, mas não poder usar nenhuma delas porque, obviamente, todas essas poções eram fortes demais e fariam mal para a bebê. As poções complexas de Nadine se reduziram a chás nos últimos meses.
— Acho que sei como ajudar — Murilo disse, com um sorriso.
Nadine ficou perplexa quando ele colocou os pés descalços dela no próprio colo. Murilo começou a massagear levemente e com cuidado, espalhando ondas de calor pela pele da Nadine. Surpreendentemente, a enxaqueca deu uma aliviada. Ela até conseguia pensar com mais clareza, embora as mãos dele massageando seus pés de forma tão cuidadosa tirassem sua mente de foco.
— Uau, não sabia que você tinha habilidade com cura — murmurou Nadine, sem esconder que estava impressionada.
A maioria dos bruxos tinha habilidades com fogo, telecinesia ou cristais. Pessoas que tinham habilidade com cura eram raras, porque exigia muito domínio dos próprios poderes e muita energia.
— Eu já quis ser médico, mas acabei virando policial. De qualquer forma, eu tive treinamento de primeiros socorros e estudei um pouco sobre cura energética por conta própria. Minha mãe é curandeira e médica — disse ele.
Nadine imaginou que a mãe dele deveria ser realmente talentosa. Nem todos os médicos eram curandeiros, a maioria era especialista em química das poções. E nem todos os curandeiros, pessoas com domínio completo do dom da cura, eram médicos.
— Sua família sabe sobre mim? Estão empolgados com a ideia de que você vai ser pai? — perguntou Nadine, porque essa era a primeira vez que Murilo falava sobre a mãe.
— Meu pai morreu há dez anos, ele veio da Índia para um intercâmbio e acabou ficando quando se casou com minha mãe, então não tenho muito contato com essa parte da família. Minha mãe e minha irmã são minha família mais próxima, as duas estão mais empolgadas com a bebê do que nós dois juntos — falou ele, e seus dedos continuavam lançando ondas calorosas na pele de Nadine, ela podia sentir a energia dele fluindo. — Elas são grandes defensoras suas, aliás. Minha mãe disse que me arrastaria pela orelha até aqui se eu não viesse, palavras literais dela. Estão doidas para te conhecer.
Nadine riu, o que foi uma péssima coisa a se fazer porque a cabeça voltou a latejar. Ela fez uma careta de dor enquanto afundava numa almofada do sofá.
— Eu geralmente não consigo comer muito no almoço, costumo passar mal, mas, se quiser, podemos marcar um jantar no domingo — sugeriu ela, por fim.
Murilo pareceu surpreso, os lábios se entreabriram um pouco e as sobrancelhas se levantaram quando parou de massagear os pés de Nadine.
— Não achei que quereria fazer isso tão rápido — disse ele, o rosto abismado e levemente iluminado pelas luzes coloridas da televisão. Nadine deu de ombros.
— Quanto tempo você acha que temos até a Helô nascer? Aposto que elas querem me conhecer antes disso — comentou.
Murilo sorriu um pouco e assentiu, ainda parecendo perplexo. Talvez não tivesse percebido quão próximos estavam do nascimento da bebê.
— Bom ponto. Vou falar com elas e confirmar tudo amanhã — disse. Nadine concordou, então mordeu o lábio.
— Sua ex-esposa sabe sobre mim? Quem é ela, afinal? — perguntou com cuidado.
Fazia algum tempo que estava segurando essa dúvida, guardando para um momento propício. É claro que estava curiosa para saber sobre a ex-esposa dele, não havia quase nada nas redes sociais de Murilo, ele era o tipo de pessoa que só mantinha uma foto de perfil em baixa-qualidade e não publicava nada.
— Sim, ela sabe. Tive de explicar por que desisti da viagem, afinal. Keity é... tranquila. Ela foi empática. Nos conhecemos no Ensino Médio, éramos bem amigos antes de tudo. Acho que aconteceu o que todos disseram que aconteceria e nos tornamos pessoas diferentes das quais nos apaixonamos — comentou ele, e foi o suficiente para Nadine. Se continuasse perguntando sobre ela, pediria uma foto, e não queria ser insensível. Talvez pudesse tentar encontrá-la nas redes sociais.
Keity. Era um nome bonito e delicado. Sua mente pintou uma mulher pequena e de cabelos loiros, lábios delicados.
A sala foi tomada pelo silêncio comum da madrugada, mas não pareceu desconfortável. Nadine gostava da companhia dele, do alívio que o toque dele proporcionava. Ela fechou os olhos e se concentrou no toque de Murilo, permitindo-se lembrar da primeira noite que passaram juntos. Taças sujas de vinho no chão, Murilo tirando as roupas de Nadine enquanto ela ofegava, ajeitando-se no sofá de modo que ficasse por baixo dele. Ainda se lembrava da sensação dos beijos dele em seu pescoço, das mãos dele entre suas coxas, da forma como ela envolveu as pernas na cintura de Murilo enquanto ele a levava para a cama.
Ficou pensando se algum dos dois teria coragem de mudar aquilo se tivessem um vislumbre do futuro. Se soubessem que os desdobramentos levariam àquela cena, com ele massageando seus pés enquanto Nadine sentia a bebê chutar. Essa era a parte mais assustadora. Heloísa era uma parte irremediável de sua vida desde o primeiro momento, desde que o médico entregou a Nadine o papel com o resultado positivo.
Depois de uns dez minutos silenciosos, quando a dor havia diminuído e conseguia pensar com clareza de novo, Nadine voltou a refletir sobre os assassinatos e se arriscou a falar.
— Eu estava pensando sobre os assassinatos... vocês nunca conseguiram nada nas câmeras da escola?
Sabia que ele não podia dar qualquer informação sigilosa, mas aquilo não parecia sigiloso. Era o tipo de coisa que se dizia em coletiva de imprensa ou jornais para justificar a sagacidade do assassino.
— Seja quem for, a pessoa tem um conhecimento incrível sobre os pontos cegos das câmeras da escola, também se aproveita de multidões. Todas as vezes que aparece, está completamente coberta e encapuzada e desaparece logo com seguida — disse Murilo, e novamente aquele ar de preocupação tomou o rosto dele.
Nadine ficou em silêncio para processar a informação e encarou o teto, observando a luminosidade colorida que a televisão projetava. Mais uma vez ficou feliz por não estar sozinha. A presença de Murilo lhe dava uma sensação de segurança.
— Ou seja, é alguém que conhece a escola e está planejando isso há algum tempo — concluiu ela, por fim.
Era o mais óbvio a se presumir. Murilo assentiu com a cabeça.
— Pela habilidade de fugir das câmeras e se camuflar nas multidões, sim. Até encontramos um aluno com uma conexão em comum com Renata e Fernanda, mas nenhuma prova concreta ou circunstancial. É tudo muito complicado, qualquer acusação ou suspeita pública num caso desses pode arruinar vidas, ainda mais se o suspeito for menor de idade — comentou ele.
Até então, Nadine não havia temido pela própria segurança, mas um calafrio perpassou toda sua pele e ela entendeu a preocupação de Murilo quando insistiu em dormir ali. Talvez ela devesse se preocupar. Talvez ela estivesse correndo riscos e nem soubesse.
— Por que tem um G tatuado no tornozelo? — perguntou ele, e Nadine sentiu o corpo arrepiar quando ele passou a mão pela letra minúscula. Era uma letra composta pelo caule de uma rosa vermelha. Clichê e minimalista.
Nadine mordeu o lábio. Não queria falar sobre Graziela, não ainda. Tudo bem que ele havia falado sobre Keity, mas Graziela era... diferente.
— Algum dia eu te explico — Nadine comentou, puxando a perna.
Murilo não perguntou mais nada.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro